capítulo trinta e um
ENTRE DOIS SOLDADOS |
PARTE IV
A
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noite tinha sido maravilhosa e reveladora.
Nunca pensei que isso realmente ia acontecer, mas Ralf fez de tudo para que
acontecesse e eu agora que estávamos os três na mesma cama eu tenho que
agradecê-lo. Eu nunca faria nada que o magoasse, mas o que aconteceu ontem a
noite foi mágico, foi maravilhoso. Eu não tenho palavras para descrever como as
coisas aconteceram. Acho que o nosso único erro foi não ter usado camisinha. Se
Ralf e eu vamos fazer essas “festinhas” de vez em quando nós precisamos estar
preparados. Não sei como vai acontecer de agora em diante. Se acontecer de novo
ou não eu estou feliz por Ralf ter feito isso por mim.
Tinha acabado de acordar. Derek já não estava mais na cama.
Provavelmente tinha saído da nossa cama mais cedo. Apenas Ralf estava do meu
lado. Espreguicei-me e vi que o relógio no criado mudo marcava quase dez horas
da manhã. Acredite se quiser, mas eu nunca senti tanta vontade de entrar em uma
piscina como agora. Ralf se contorceu na cama e abriu os olhos bocejando.
- bom dia – falei jogando meu corpo em cima do de Ralf.
- bom dia – falou Ralf dando um selinho na minha boca. Apesar do mau
humor ele fez isso e me abraçou.
- obrigado por ontem a noite – falei Dando um beijo no rosto de Ralf.
- você gostou?
- eu adorei. Obrigado por ter organizado tudo.
- fico feliz que tenha gostado – falou Ralf dando um selinho na minha
boca.
Ainda estava em cima de Ralf quando a porta do banheiro se abriu e foi
Derek quem saiu de lá. Eu estava um pouco surpreso. Ele estava de cueca e
caminhou até a cama e voltou a se deitar. Eu fiquei olhando para Derek
imaginando o por que dele ainda estar na cama conosco.
- bom dia – falou ele olhando para mim e Ralf.
- bom dia – falou Ralf.
- bom dia Derek – falei tentando disfarçar. Aquilo estava estranho e eu
não estava nada confortável com aquilo. Era para ser uma noite de sexo a três e
Derek continuava lá. Eu não posso fazer nada. Derek voltou do Iraque faz menos
de vinte e quatro horas. Como eu posso expulsá-lo da cama?
- acho que já vou embora – falou Derek olhando para o relógio.
- você quer que eu te leve?
- não precisa. Eu sei onde o abrigo fica – falou Derek se sentando na
cama.
- não vai – falou Ralf me empurrando de leve e eu cai deitado ao lado
dele – fica para o almoço. Você praticamente acabou de voltar para casa. Você
precisa relaxar.
- eu preciso organizar minha vida – falou Derek se levantando – eu estou
sozinho Ralf. Você sabe.
- não vai – falei percebendo que Derek não tinha ninguém. Não tinha
entendido o que ele quis dizer, mas ele parecia triste – por favor.
- eu não sei – falou ele voltando a se sentar nos pés da cama. Ele olhou
para o mar. Ralf se levantou e se sentou do lado de Derek deixando um espaço
entre os dois.
- fica um pouco mais – falou Ralf – eu sei como é difícil voltar para
casa.
- pois é… - falou Derek chateado.
Eu não entendia sobre o que eles estavam falando. Abrigo? Sozinho? Eu
não tinha ideia do que aquilo significava. Apenas Ralf e Derek sabiam.
Levantei-me da cama também de cueca e deslizei na cama e me sentei entre os
dois. Nós três ficamos lá sentados olhando para o mar. Nós ficamos em silêncio
e Derek olhou para mim.
- você não se importa se eu ficar?
- não. Quer dizer… eu não tenho escolha. A casa não é minha. É do Luke,
mas tenho certeza de que ele não se importa.
Ralf se levantou da cama e esbarrou em mim. Eu percebi que Ralf não
tinha gostado do que eu tinha dito. A cada frase eu percebia que Ralf e Derek
eram mesmo grandes amigos. Ralf queria que eu tratasse Derek da mesma forma que
eu o tratava. Eu não entendo, mas não queria chatear Ralf e sabia que Derek
tinha passado por muita coisa.
- se a casa fosse minha eu também não me importaria. Você é bem vindo
sempre.
- obrigado – falou Derek aproximando o rosto do meu e dando um selinho
na minha boca.
- o que está fazendo? – falei me afastando um pouco.
- desculpa… - falou Derek ficando de pé.
- acho melhor você sair. Eu sabia que essa não era uma boa ideia – falei
me levantando e vestindo minha bermuda e minha camiseta.
- me desculpa… eu não queria que ficasse desconfortável ou chateado.
- o que aconteceu foi só sexo –
falei respirando fundo com um pouco de raiva de Derek – o que aconteceu não tem
nada a ver com o relacionamento que eu tenho com Ralf.
- foi mal – falou Derek calçando seus tênis.
- faça um favor a nós dois e vá embora – falei com raiva de Derek. Ele
estava confundindo as coisas.
Ele não disse nada, terminou de vestir sua roupa e saiu do quarto com a
mochila nas costas saindo do quarto. Quando Ralf saiu do banheiro viu que eu
estava vestido.
- já está vestido?
- sim – falei me sentando na cama.
- onde está Derek?
- Ele vestiu a roupa e saiu do quarto.
- espero que ele se sinta melhor – falou Ralf com um sorriso dando um
selinho na minha boca.
Ralf foi vestir sua roupa e eu fui para o banheiro escovar os dentes,
lavar o rosto e tirar uma água do joelho. Ao sair do banheiro Ralf já não
estava mais no quarto. A cama estava arrumada. Antes de sai decidi vestir a
sunga. Queria tomar banho de piscina. Aproveitar que estava de bom humor e
chamar Ralf para cair na piscina comigo.
Depois de vestir a sunga saí do quarto e tomei com Luke. Ele estava com
um sorriso no rosto. Ele tinha os mesmos óculos escuros do dia anterior.
- bom dia – falei chegando as escadas.
- bom dia – falou Luke dando um beijo no meu rosto – como você está?
- estou ótimo – falei descendo as escadas a frente dele.
- o que está achando da comemoração? Chinfrim?
- nada. Eu nunca me diverti tanto na vida.
- fico feliz que esteja gostando – falou Luke quando chegamos ao andar
de baixo.
- e eu fico feliz que você e Lea estarem juntos.
- você aprova?
- claro. Aprovadíssimo – falei rindo – você é um ótimo cunhado.
- seu pai também gostaria de Ralf.
- eu aposto que sim – falei respirando fundo lembrado de papai.
- hoje nós vamos fazer um passeio de iate, preparado?
- é sério?
- sim. Mandei abastecer hoje cedo. Além do mais eu o enchi de comida e
bebida. A festa vai continuar em alto mar.
- maravilha. Estou ansioso.
- e então? Você vai entrar na piscina hoje? – perguntou Luke enquanto
caminhamos em direção á cozinha.
- estou preparado – falei mostrando que estava de sunga.
- poxa, as aulas que Derek deu valeram a pena?
- sim – falei me lembrando da noite passada – quase me esqueci. Ele
pediu para agradecer a hospitalidade.
- sério? – perguntou Luke.
- sim. Porque o espanto?
- porque ele podia ter dito isso para mim. Ele está bem ali – falou Luke
apontando para Derek. Ele estava sentado á beira da piscina – eu emprestei uma
sunga minha para ele.
- estou vendo – falei reparando que ele estava com uma sunga verde
escuro – eu pensei que ele tinha ido embora.
- Ele ia, mas eu insisti que ele ficasse. Ele parecia chateado com algo
e eu insisti que ele ficasse. Eu conheci alguns veteranos de guerra e sei que o
que eles passam lá não é brincadeira.
Ouvir Luke dizer aquilo fez eu me sentir mal. Pior do que já me sentia.
Eu detestava a ideia de trair Ralf. Sexo a três não é traição. Éramos Ralf,
Derek e eu na cama. O que Derek tentou fazer sim ao me beijar é considerado
traição. Pelo menos por mim. Eu não achava aquilo certo. Fora da cama eu só
devo amor e carinho ao meu namorado e não ao terceiro parceiro que se juntou a
nós por uma noite.
Deixei aquilo de lado e cheguei até a piscina. Laila e Ursula estavam
tomando sol.
- bom dia garotas – falei dando um beijo no rosto de Ursula e de Laila.
- bom dia dorminhoco – falou Ursula com um sorriso – como você conseguiu
dormir com um dia tão lindo como esse?
- eu devo admitir que dormi um pouco além da conta levando em
consideração que ontem ás três da manhã vocês todos estavam tomando banho de
piscina.
- isso aqui é uma festa. Não viemos para dormir – falou Laila.
- vocês estão certas – falei olhando para Derek na beirada da piscina.
Ralf estava sentado em uma cadeia de praia próxima tomando cerveja e
conversando com ele. Espero que Derek não conte o que eu fiz com ele. Não quero
que Ralf fiquei com raiva de mim – onde está Amanda?
- ela foi embora – falou Ursie – ela mandou um abraço e agradeceu pela
festa.
- e Dr. Bryan e Kevin?
- tudo o que sei é que Dr. Bryan foi embora e Kevin foi com ele. Acho
que eles queriam terminar a festa sozinhos, se é que você me entende.
- entendo sim – falei lembrando da cena que tinha visto na noite
passada.
- OK – falei me levantando e caminhando até a entrada da cozinha. Ralf
conversa com Derek e quando ele olhou para mim eu acenei e o chamei. Entrei na
cozinha e fui até a sala e me sentei no sofá. Eu tinha que contar sobre Derek.
Ele tentou me beijar enquanto Ralf estava no banheiro. Talvez não seja grande
coisa, mas eu não acho que foi certo. Esperei alguns minutos e ouvi os passos
de Ralf.
- o que foi? – falou Ralf se sentando ao meu lado no sofá. Ele tinha
consigo uma long neck da Budweiser.
- eu queria conversar com você sobre algo – falei olhando para Ralf.
- o que foi? Você parece nervoso.
- sim… é sobre Derek.
- sim. Eu sei… - falou Ralf pensativo.
- você sabe?
- sim.
- o que você acha?
- eu acho que vou chamar Derek para morar conosco. Ele não pode ir para
um abrigo.
- morar conosco?
- sim. Derek não tem família. Ele é igual a você Max. Ele esteve no
sistema. Ele passou por vários lares adotivos. Alguns foram bem barra pesada,
mas ele conseguiu aguentar e quando teve a chance ele se alistou no exército.
- então Derek é adotado?
- sim, mas não tem família. Ele não tem casa, ele não tem nada. Quando
fez dezoito anos ele se alistou e foi para o exército. Desde então o exército
foi sua casa. Agora ele vai para um abrigo aqui em Miami que acolhe soldados
que voltam da guerra a se reerguerem.
- olha Ralf eu não quero te desrespeitar. Eu sei que Derek passou por
muita coisa, mas não quero que ele vá morar com a gente.
- por quê? – perguntou Ralf surpreso.
- Me desculpa se estou te magoando, mas nós estamos começando uma vida
juntos e nós precisamos de um lugar só nosso. Apenas nós dois.
- tudo bem – falou Ralf se levantando.
- tudo bem? Sério? Sem briga?
- sim Max – falou Ralf de pé tomando um gole de sua cerveja – Derek é
meu amigo, mas eu sou casado com você. Você é prioridade. Existem outras formas
de ajuda-lo. Eu vou descobrir outra maneira de ajuda-lo que não envolva ele
morar com a gente.
- ok – falei me levantando – te amo.
- também te amo – falou Ralf dando um beijo na minha boca. Eu o segurei
um pouco mais e o abracei sentindo seu cheirinho gostoso. Ralf tinha um cheiro
maravilhoso quando acordava de manhã.
Nós caminhamos de volta a piscina de mãos dadas e ao chegarmos à cozinha
disse a Ralf que estava de sunga.
- eu vesti a sunga, estou pronto para tomar um banho de piscina. Você
entra comigo?
- porque você não entra sozinho? A parte de trás da piscina é rasa. Ela
vai até a metade do seu peito. No máximo.
- mas a piscina é enorme. Não quero ficar sozinho e eu tenho medo de me
afogar.
- não tem problema. Tenho certeza de que Derek entra com você.
Antes que pudesse segurar a mão de Ralf ele me puxou e nós caminhamos
até Derek;
- Derek o Max quer nadar um pouco você fica com ele?
Derek olhou para trás e sinalizou positivamente com a cabeça. Eu não
acredito que aquilo estava acontecendo de novo. Tirei minha bermuda e minha
camiseta. Derek pulou na piscina e olhou para mim. Ele apertou um pouco os
olhos por causa do sol.
- vou pegar sua toalha – falou Ralf saindo.
Eu me sentei na beirada da piscina e coloquei as pernas dentro. A água
estava gostosa. Morninha. O sol estava quente.
- ai entrar?
- vou sim, mas eu quero nadar. Espero que o que aconteceu ontem na
piscina não se repita.
- Você deixou bem claro que não quer nada de mim. Nem amizade. Não
precisa dizer duas vezes. Eu não sou otário – falou Derek sendo frio. Ele
parecia irritado.
Me joguei dentro da piscina, mas me segurei na borda para não afundar.
- vem – falou Derek segurando na minha mão e me puxando de leve – você
precisa perder o medo da água. Me dê suas mãos.
Dei as duas mãos e Derek andou de costas e me fez deitar o corpo na água
e bater as pernas.
- não me solta.
- se você aprender a nadar eu não vou precisar fingir que gosto de você
e você não vai precisar fingir que gosta de mim. Não quero ficar aqui dando uma
de professor.
- não precisa ser idiota seu babaca.
- então é assim? – falou Derek com um meio sorriso sarcástico – ontem
você estava apertando minha mão dizendo que agradecia por eu ter ido para a
guerra e agora está me chamando de babaca idiota?
- você está sendo um idiota.
- aprendi com o melhor – falou Derek – o pior é saber que eu treinei por
anos para entrar no exército, passei anos na guerra para proteger o país para
que pessoas como você possam viver livres e em segurança. Eu passei por tudo
isso e você não passa de um maricas que tem medo de entrar na água. Experimente
passar sete anos na linha de fogo.
- imbecil – falei soltando as mãos de Derek e dando um mergulho. Eu
estava com tanta raiva dele que não pensei duas vezes. Eu apenas fiz como via
nos filmes. Joguei o corpo dentro da água e com as mãos e as pernas eu fazia
ondas como se cavasse dentro da água. Eu deslizei dentro da água. Abri os olhos
e vi o chão. Continuei indo para frente por um tempo e então parei de me mover
e comecei a afundar. Comecei a me desesperar e tentei ficar em pé, mas ao invés
de me levantar eu virei de cabeça para baixo. Senti minhas pernas do lado de
fora da piscina e senti vontade de gritar, mas não podia.
Foi quando senti uma mão segurando no meu braço me puxando para cima.
Foi um alívio quando senti o sol no meu rosto. Nunca respirei tão fundo na
minha vida. Eu sentia meu peito doer e para minha sorte eu estava na outra
ponta da piscina. Longe de todos. Não tão longe, mas longe o suficiente para
nenhum deles ver o que tinha acontecido e o mico que eu paguei. Eu senti que
conseguia ficar de pé sem precisar que ninguém me segurasse.
- você está bem? – perguntou Derek olhando sério para mim.
- estou falei puxando meu braço.
- você é doido? Não pode fazer isso em uma piscina tão funda. você não
sabe nadar.
- eu quero sair.
- não. Relaxa. Você vai ficar bem. Aqui você pode ficar de pé.
- sua toalha está aqui – falou Ralf vindo da cozinha. Ele jogou a toalha
em uma cadeira de praia.
- tudo bem – falei levantando a mão acenando com um sorriso no rosto.
Ralf se sentou na cadeira de praia ao lado e tirou a camisa. Ele se
deitou e colocou os óculos escuros no rosto. Ele tomou um gole da cerveja e
ficou lá deitado tomando sol.
- você quer sair? – perguntou Derek.
- não. Estou bem – falei me virando para o mar. Coloquei meus braços
para fora da piscina e fiquei olhando para o mar.
Derek podia ter saído da piscina por ter ido cuidar da própria vida, mas
ao invés disse ele fez o mesmo. Ficou ao meu lado olhando para o mar. Nós
ficamos vários minutos em silêncio.
- eu não devia ter dito às coisas que disse – falei olhando para Derek.
Ele não olhou para mim.
- eu também não devia ter dito nada. Eu só estava com raiva.
- tem uma coisa no canto da sua boca.
- o que é?
- parece uma pequena folha – falei levando minha mão tirando a folha da
barba dele e jogando do lado de fora da piscina.
- obrigado – falou ele respirando fundo – eu não devia ter dito nada. Me
desculpa.
- você não tem culpa a culpa é minha. Foi eu quem foi rude.
- eu acho que fiquei um pouco surpreso – falou Derek
- porque?
- você foi carinhoso ontem a noite – falou ele apertando os lábios –
Ralf é sortudo por ter você.
- foi mesmo. Nós nos encontramos no aeroporto. Ele tinha literalmente
acabado de colocar os pés no chão.
- sorte é uma coisa engraçada. Alguns tem, outros não – falou Derek
olhando para trás vendo que Ralf estava deitado.
- Ralf me contou que você foi adotado…
- sim.
- eu também sou. Descobri á alguns dias.
- só que comigo foi diferente.
- eu sei. Eu fui adotado por uma família amorosa e Ralf me disse que com
você foi diferente.
- foi sim. Eu não dei certo com nenhuma família então tive que me virar
e crescer sozinho. Fui pra guerra e o exército sempre foi minha casa. Eu nunca
tive um porto seguro. Ralf tinha a namorado quando foi pra guerra e tem você
agora.
- acho que ter dito pra você ir embora não ajudou né? Me desculpa.
- não tem problema. Eu cresci sendo rejeitado. Pela minha mãe biológica,
pelas inúmeras famílias… eu estou acostumado à rejeição.
Me senti mal pelas coisas que Derek estava me contando. Sentia como se
fosse apenas mais um babaca na vida dele que o fez se sentir mal. Onde estava
com a cabeça? Estava apenas olhando para o meu umbigo. Olhei para trás e vi que
Ralf continuava deitado. Ursie e Laila estavam conversando. Lea tinha acabado
de chegar e já estava voltando. Luke segurou a mão dela e a levou para a
cozinha. Provavelmente para tomar o café da manhã.
Derek continuava olhando para o mar e eu me afastei da borda da piscina
e fiquei atrás de Derek. Ele se virou para mim e ficamos um de frente para o
outro.
- o que foi? – perguntou ele confuso.
- fica ali no canto – falei apontando para o canto da piscina. Derek foi
até lá e eu me virei de costas e tirei minha sunga.
- o que é isso? – perguntou Derek.
- Shhhhh! – pedi que ele não falasse muito algo para que não chamasse a
atenção.
Depois de tirar a minha sunga
branca eu a coloquei escondidinha de fora da piscina. Em seguida eu
cheguei para trás até sentir o corpo de Derek tocando o meu. Ele não fez nada e
apenas me sentiu esfregar em seu corpo.
- me abraça Derek – falei olhando para trás.
- OK – falou ele me abraçando com os braços dentro da água é claro.
Qualquer um eu nos visse pensaria que Derek estava só me ensinando a nadar.
Levei minhas mãos para trás e senti que o membro de Derek. Estava duro.
Derek não disse nada e continuou me abraçando por trás. Eu tirei o membro de
Derek pelo lado da sunga e comecei a masturba-lo de leve.
- o que está fazendo? – perguntou Derek.
Eu não disse nada e usei as mãos para colocar a cabeça do seu membro na
entrada do meu ânus. Respirei fundo e comecei a forçar. Derek percebeu o que eu
queria e deslizou as mãos até minha cintura e me ajudou a penetrar seu pau em
mim.
- água não é lubrificante. Vai com cuidado e seja discreto. Assim
ninguém vai perceber.
- OK – falou Derek. Sentia sua respiração em meu pescoço enquanto ele me
penetrava. Doía? Sim. Um bocado. Provavelmente o triplo do que eu sentiria se
estivéssemos fora da água, mas não me importei. Era a única maneira de fazermos
aquilo.
Fechei os olhos e senti cada centímetro do membro de Derek penetrar meu
cuzinho enquanto nós dois olhávamos para o horizonte como se nada estivesse
acontecendo. Quando o pau dele entrou tudo eu senti os cabelos das sua barriga
nas minhas costas.
- entrou tudo – falou Derek segurando minha cintura mantendo seu membro
dentro de mim.
- me come bem devagar.
- OK – falou Derek me abraçando novamente. Seus braços envolvendo minha
barriga. A água cobria até um pouco abaixo do meu peito – estou machucando?
- nenhum pouco – levei um das mãos de Derek até o meio das minhas pernas
para que ele sentisse como meu pau estava duro.
Quando Derek levou a mão de volta á minha barriga eu me escorei para
trás e deitei a cabeça em seu ombro. Derek movia a cintura bem devagar.
Discretamente. Eu fechei os olhos e comecei a gemer sem emitir som. Era
impossível. De vez em quando eu soltava um gemido com um barulhinho.
- quando eu vi o que aconteceu no aeroporto com Ralf eu fiquei preocupado
– falou Derek.
- você viu ele pulando em cima de mim no aeroporto?
- vi sim – falou Derek pressionando seu membro bem fundo em mim. Nós
estávamos bem no canto da piscina e da posição que estávamos não dava pra ver a
distância dos nossos corpos. Só dava pra ver que estávamos um na frente do
outro. Era o lugar perfeito.
- o que você pensou na hora? – falei sentindo Derek fazer movimentos
circulares com a cintura.
- sinceramente?
- sim.
- o que esse idiota está fazendo ai no meio?
- sério? pensou isso?
- sim. Você tem sorte que tinha um soldado ali, mas se parar pra pensar
você salvou a vida do Ralf. Um salvou a vida do outro.
- foi sim – falei sentindo o peito forte de Derek em minhas costas.
- sua irmã está vindo – falou Derek.
- relaxa – falei chegando para frente sentindo o pau de Derek deslizar
para fora de mim. Derek tirou os braços para fora da piscina e com isso cobriu
a minha sunga que estava de fora. Parecia só que ele estava tomando sol de
braços abertos no canto da piscina e eu estava conversando com ele.
- bom dia – falou Lea com um sorriso.
- bom dia.
- como passou a noite?
- maravilhosamente bem.
- e você Derek? Como dormiu? – perguntou Lea com um sorriso.
- muito bem. Obrigado.
- onde você dormiu? – perguntou Lea.
- no sofá da sala.
- a ta – falou Lea. O sofá da sala era grande e ficava de costas. Se
você não fosse até a sala você não veria ninguém. A sala não ficava no caminho
de nenhum lugar muito procurado. É um lugar ao qual a pessoa precisa passar
para ir a outros lugares. Era um lugar isolado então Lea acreditou se
questionar – Luke contou para vocês que vamos passear de iate?
- ele me disse – falou Derek – é um lindo iate.
- sim. Ele está preparando tudo, mas devemos sair em pouco menos de uma
hora.
- estou ansioso – falei com um sorriso.
- vejo que perdeu o medo da água.
- sim. Deixei de ser um maricas – falei para Lea.
- que bom. Não tem nada melhor do que tomar um banho de piscina – falou
Lea.
- verdade – confirmou Derek.
Lea se foi em passos lentos e voltou para a cozinha. Em seguida ela e
Luke passaram pela piscina e andaram pelo píer onde estava o enorme iate.
- você está bem? – perguntei e virando para Derek.
- você não é maricas – falou ele – eu não quis dizer isso.
- sim você quis, só que se arrependeu.
- sim.
Nesse momento Laila e Ursula se levantaram de onde estavam e seguiram
Lea e Luke para verem o iate. Apenas Ralf continuava deitado na cadeira de
praia.
- vou aproveitar – falei me aproximando de Derek – continua com os
braços pra fora. Eu vou te beijar, mas você fica ai parado como se estivesse
tomando sol. Ralf ainda está ali.
- OK – falou Derek.
Aproximei-me de Derek e toquei seu peito com as duas mãos. Acariciei até
sua barriga dentro da água e dei um selinho na boca dele. Dei outro selinho e
outro. O corpo dele estava quente e meus dedos deslizavam por seu peitos com
longos fios, mas não muito peludo. Ele tinha uma tatuagem acima do peito
esquerdo com uma frase.
Antes de ler a frase eu aproveitei que estávamos praticamente sozinhos e
beijei Derek para valer. Derek me beijava de olhos abertos só por segurança.
Ele beijava muito gostoso. A barba dele era bem mais cheia do que a de Ralf e
isso me fazia cócegas. Minha língua estava dentro da boca dele e Derek a
chupava. Levei uma das minhas mãos para debaixo da água e segurei seu membro e
comecei a masturba-lo. A cabeça rosada e quente estava exposta e eu me
concentrei no corpo do seu pau ordenhando-o como na noite passada.
- cara você beija gostoso demais – falou Derek entre dois selinhos.
- você também.
- não. Estou falando sério. Eu vu me apaixonar desse jeito.
Ao ouvir Derek dizer aquilo eu senti um calafrio na espinha. Passei os
dedos em seu peito e tentei ler a frase escrita em três linhas bem pequenas.
Tive que aproximar bem o meu rosto.
- “Minha fome é sobrevivência, minha vontade é mecânica, minha beleza é
esforço, meu brilho é choro, os dias ruins são pontes, os segundos são sentidos,
os milésimos são contados e a dor é passageira”. – falou Derek lendo para mim.
- bonita frase – falei olhando para Derek.
- eu preciso mais do que isso – falou Derek inclinando e dando um
selinho na minha boca.
- do que?
- preciso mais do que te comer na piscina. Eu gosto de você.
- sabe por que eu te odeio e te tratei mal hoje?
- não. Porque?
- Dói saber que o que eu sinto por você é a mesma coisa que eu sinto por
Ralf. Como isso é possível?
- eu não sei, mas fico feliz me saber que gosta de mim.
- gosto muito – falei me virando de costas – você me responde 8ma coisa?
- claro – falou Derek colocando o pau na entrada do meu cu me puxando
enquanto me penetrava.
- você e Ralf já ficaram?
- o que ele te disse?
- me disse que eu sou o primeiro homem com quem ele ficou.
- você ficaria chateado se soubesse que nós dois ficamos?
- não. Ficaria chateado pela mentira, mas não por vocês terem ficado.
- não. nós nunca ficamos.
- por quê? Você é tão bonito, Ralf também é… vocês são amigos e estavam
na guerra.
- você já respondeu. Somos amigos. É claro que a tensão sexual existia e
muito afinal não somos de ferro, mas cada um se resolvia sozinho. Era cada um
com sua mão.
- OK – falei sentindo Derek me abraçar bem forte e me virar. Agora ele
me pressionou contra o canto da piscina e ficou atrás de mim. Meus braços
estavam de fora da água e Ralf beijava meu pescoço enquanto me comia – Ralf não
vai ver?
- não – falou Derek olhando para trás para conferir. Ralf continuava
deitado, provavelmente cochilando – está tudo bem.
Derek começou a fazer alguns movimentos mais rápidos e a pressionar cada
vez mais o seu corpo junto ao meu. Ele fez movimentos repetidos e então ele
pressionou seu membro bem fundo em mim. Senti seu pau inchando e tinha certeza
de que ele estava gozando. Ele deu uma mordidinha de leve no meu pescoço
enquanto despojava sua goza dentro do meu ânus.
- o que você acha que morar comigo e com Ralf.
- o que? – perguntou Derek ofegante.
- você quer morar comigo e com Ralf? – perguntei me virando. Peguei
minha sunga e me vesti.
- Não sei se posso – falou Derek com um meio sorriso – eu quero mais de
você e vai ser difícil me manter longe. Eu preciso respeitar meu amigo.
- você se arrependeu?
- de te comer? Não. De dizer que posso me apaixonar? Não. Quero você pra
mim? Quero. Eu odeio trair meu amigo.
- eu também odeio trair Ralf, mas tem algo em você que me deixa louco – falei
isso pegando no pau de Derek e colocando ele de volta na cueca.
- o que eu vou fazer? – perguntou Derek olhando para o lato.
- vamos ser sinceros.
- como assim?
- no apartamento que Ralf e eu moramos só tem um quarto. Uma cama. A
ideia de você morar conosco foi dele. Não minha.
- o que quer dizer com isso?
- eu vou ser sincero com Ralf. Eu quero você na minha casa, na minha
vida e na minha cama. A cama é grande o suficiente para nós dois.
- você seria capaz de amar a nós dois?
- sim. Eu seria. Estou entre dois soldados e eu não tenho intenção de
escolher. O que tivemos ontem foi além do sexo. Foi mais do que tesão.
- pensei que só eu tivesse sentido isso.
- eu também senti – falei dando um selinho na boca de Derek.
Estava disposto a ser sincero com Ralf. Foi difícil aceitar o que eu
estava sentindo, mas era a mesma coisa. Como eu posso estar gostando de dois
homens ao mesmo tempo? Sentia por Derek a mesma coisa que sentia por Ralf.
Derek tem o que fez eu me apaixonar por Ralf. Eu não quero sexo a três ocasionalmente.
Quero meus dois soldados na cama e fora dela.
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