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capítulo trinta e cinco
ULTIMO ADEUS
aciência
e perseverança tem o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os
obstáculos sumirem. As pessoas reclamam que a vida nunca lhe deu uma segunda
chance. Se pararmos para pensar na verdade percebemos que a vida já faz mais do
que muito dando uma primeira chance. Quanto mais eu tento ter uma vida normal
mais coisas acontecem tentando me puxar para baixo. Reconheço que perdi muitas
pessoas para sempre. Meu pai morreu tentando me dar uma segunda chances e
muitas se foram por não terem me dado
uma segunda chance como a minha mãe, Bonnie. Outras pessoas que estiveram em
minha vida se foram por não ter aproveitado as inúmeras chances que me deram. É
engraçado como a vida opera. Quando você menos espera, você ganha uma segunda
chance.
- Cala a porra da boca Griffin! – falou Gray com muita raiva. A chuva
caia forte lá fora.
- Porque eu devo me calar? Você é que devia ficar de boca fechada, mas
tudo o que tem feito é falar desse filho bastardo que você nem queria.
- cala a sua boca – falou Gray apontando o dedo para Griffin. Em seguida
ele olhou para mim.
- isso é verdade? – perguntei chocado com aquela revelação.
- é… sim – falou Gray pensativo – mas eu me arrependo.
- Se arrependa o quanto quiser, não faz diferença – falei respirando
fundo – acho melhor eu ir para outro lugar – falei pegando a mala e a mochila
que estava em cima do sofá.
- não! – falou Gray dando dois passos na minha direção – Fique! – falou
Gray olhando para mim. Percebi que seu olhar estava triste.
- Desculpa, mas não é uma boa ideia. Já deu pra perceber que eu não sou
bem vindo aqui desde o momento em que desci do avião. Na verdade a culpa é
minha. Eu sou o idiota que aceitou vir. Eu vim com essa ideia louca de que você
era a segunda chance já que estraguei as coisas com meu pai de verdade.
- eu sou seu pai.
- não. Você não é meu pai. Meu pai cuidou de mim. Apesar que eu sinto
nojo ao chamar Leon de pai depois das coisas que fizemos… - falei tentando
esquecer. Meu estômago embrulhava sempre que me lembrava daquela última noite. Tentei
não me lembrar daquela noite – Você não é meu pai. Você é só um estranho que
tem três filhos. Você já tem uma família. Não precisa de mim. meu erro foi
achar que você era.
- eu já vou indo – falei pegando a mala e a mochila e me virando.
- você tem certeza? – perguntou Oliver.
- Sim. Eu tenho.
- me deixa chamar um taxi para você.
- obrigado. Eu vou esperar lá fora – falei saindo da casa caminhando
pela chuva.
Agora que eu sabia sobre o aborto eu não posso deixar de pensar que
talvez o mundo fosse um lugar melhor se eu tivesse sido abortado. Acho que
valeria muito mais como pedaços de um feto no lixo do que valho agora.
Quando finalmente cheguei do lado de fora percebi o quão a chuva estava
gelada. Havia floresta por todos os lados que olhava e eu conseguia ver a
cidade lá embaixo. Parei embaixo de uma árvore enquanto esperava pelo taxi. Ela
não protegia de muita coisa, mas foi o suficiente. Cruzei os braços e eu agradeci
aos céus quando vi o taxi amarelo virar a esquina.
Quando o taxi parou a minha frente eu joguei a mala no banco de trás e
em seguida joguei meu corpo. Antes que pudesse fechar a porta senti alguém
agarrar meu braço.
- não vá – falou Gray segurando no meu braço – as estradas estão uma
loucura – falou Gray – é perigoso sair nesses condições. Eu não vou deixar você
ir.
- e desde quando eu preciso da sua permissão? – falei puxando o braço.
- vamos para dentro. Lá está quente. A noite nós vamos jantar na casa da
Eve. Você não vai querer dar bolo, né? – falou Gray tentando me animar.
- isso é algum tipo de piada? Eu nem sei quem é Eve. Ela vai superar –
falei puxando a porta do carro.
Antes que o taxista pudesse sair Gray abriu a porta da frente e tirou a
carteira do bolso.
- eu te dou o dobro, o triplo para você não leva-lo – falou Gray tirando
um monte de dinheiro e entregando para o taxista que olhou para trás.
- é sério? você não vai me levar?
- ele está certo. É perigoso sair nessa tempestade – falou o taxista
guardando o dinheiro.
- não acredito nisso – falei saindo do taxi e puxando minha mala e minha
mochila. Gray saiu do taxi que seguiu pela estrada – eu não vou entrar.
- sim, você vai – falou Gray pegando minha mala e seguindo de volta para
dentro da casa.
- eu não quero ficar aqui – falei seguindo-o.
Quando nós entramos dentro da casa Gray olhou para mim e apertou os
lábios. Ele passou a não no rosto limpando a água da chuva.
- eu quero que você fique.
- eu não quero ficar na mesma casa que o seu marido. Ele não gosta de
mim.
- Ele vai ter que te engolir. Você é meu filho – falou Gray pegando
minha mala novamente enquanto nós caminhávamos para dentro.
- que bom que voltou – falou Oliver.
- sim – falou Rachel – me deixa pegar algo para vocês se secarem.
- só vou ficar até essa tempestade passar. Amanhã bem cedo eu vou voltar
para Miami.
- não vai não – falou Gray pegando uma das toalhas que Rachel trouxe.
Ele me entregou a outra.
- não ligue para Griffin – falou Rachel – ele só está com ciúmes. Dê uma
segunda chance a ele.
- não – falei secando meu rosto – eu cansei de dar segunda chance pra
quem não vale a pena.
- não defenda-o Rachel – falou Gray tirando a camisa secando seu corpo.
- Não estou defendendo. Só não quero que vocês briguem.
- Griffin está sendo um idiota. Não em venha com essa porcaria de
ciúmes. Ele é casado comigo, Max é meu filho. São relacionamentos diferentes.
- mas você sabe como algumas pessoas são. Ele só está bolado saber que
você tem um filho com praticamente a idade dele. Max passou por muita coisa –
falou Oliver – ele só está tentando marcar o território.
- Só vocês dois pra defende-lo – falou Gray colocando a toalha no
pescoço – venha eu vou mostrar seu quarto – falou Gray subindo as escadas. Ele
levou a mala e eu levei minha mochila.
Ao chegarmos no andar de cima
Gray me levou até um quarto e abriu a porta. Era um quarto enorme e estava
cheio de várias coisas.
- Mandei instalar a televisão pra você – falou ele apontando para uma
enorme TV na parede – É novinha – falou Gray olhando para a cama – eu também
comprei roupa de cama pra você – falou ele colocando a minha mala perto da
porta – tem de tudo no guarda roupa. Eu comprei um monte de coisas para você.
- não precisava – falei tirando a camiseta. Estava congelando.
- fique a vontade. Descanse se quiser. Vou preparar algo para nós
comermos.
- eu falei sério quando disse que vou embora amanhã.
- eu também falei sério quando disse que você não vai á lugar nenhum –
falei Gray forçando um sorriso antes de sair do quarto.
- espera – falei impedindo que Gray se fosse.
- o que foi?
- posso te perguntar uma coisa?
- claro – falou Gray.
- será que o que está incomodando Griffin é o fato de eu ser… você sabe…
negro? Afinal você tem olhos azuis e é branco.
- não – falou Gray entrando novamente no quarto – Griffin não é racista.
Ele está com ciúmes. Eu não estou defendendo-o, só estou dizendo que é ciúmes.
Isso não justifica o que ele fez e disse.
- ele passou por muita coisa?
- sim – falou Gray – o pai dele matou o irmão quando ele tinha oito anos
de idade e Griffin não fez nada para impedir. O pai faleceu a pouco tempo. Ele
tinha Alzheimer e tinha câncer – falou Gray respirando fundo – isso não é
desculpa. Você também passou por uma época difícil.
- você não vê problema com isso? Eu ser negro? Porque eu cresci com as
pessoas ao redor duvidando que eu era filho do meu pai porque minha mãe era
negra e meu pai era branco.
- não. Claro que não. Você não é menos filho meu só porque não temos a
mesma cor – falou Gray tentando ser gentil.
- quando você descobriu que era meu pai você desejou que eu tivesse sido abortado?
- não. Em nenhum momento. Eu só tinha dezessete anos quando sua mãe
ficou grávida. Nós éramos apenas namorados. Foi a nossa primeira vez. Nenhum de
nós se preveniu.
- entendi… e você sabe onde ela está?
- não. Eu não mantive contato, mas se você quiser eu posso procura-la.
Afinal sou um detetive.
- eu não sei… - falei me sentando na cama – tenho medo de que quando eu
conhece-la eu me sinta da forma que estou me sentindo agora.
- como você está se sentindo? – perguntou Gray.
- rejeitado. Griffin fez eu me sentir assim.
Gray passou o braço por trás de mim e me puxou me dando um abraço. Ele
encostou seu queixo na minha testa e eu posso jurar que senti ele chorando, mas
talvez fosse só a água dos seus cabelos molhados escorrendo em mim.
- não se sinta rejeitado.
- Vou tentar, mas é difícil – falei me afastando dele.
- porque você e Ralf não vem morar aqui em Los Angeles? Depois de tudo o
que você passou em Miami talvez seja uma boa mudar de lugar. Dar uma renovada
no endereço.
- eu posso te contar uma coisa?
- claro. Pode me contar qualquer coisa.
- Eu não sei se posso me mudar para cá porque eu teria vergonha…
- vergonha do que?
- eu não estou com Ralf.
- vocês terminaram?
- não. eu me expressei mal – falei pausando e respirando fundo – Eu não
estou apenas com Ralf.
- o que quer dizer? Você está traindo ele?
- não… nós meio que… meio que estamos em um relacionamento á três.
Gray pareceu pensativo ao me ouvir dize aquelas palavras.
- Você quer dizer um relacionamento aberto?
- Não. Um relacionamento á três com um amigo do Ralf. Ele se chama
Derek. Pouco depois de conhecer Derek eu percebi que gostava dele da forma que
gosto de Ralf.
- eu entendo – falou ele pensativo.
- o que você acha disso?
- Não vou mentir. Eu prefiro que você tenha apenas um namorado, apenas
um homem, mas esse sou eu. Só quero que você seja feliz. É tudo o que eu quero.
É tudo o que um pai quer. Que seu filho seja feliz.
- obrigado – falei respirando fundo – eu sinto como se tivesse saído do
armário – falei rindo.
- eu também – falou Gray.
- posso te pedir um outro conselho?
- claro.
- Eu fiz algo muito errado quando meu pai estava vivo. Nós fizemos algo
errado… Eu fiz meu pai fazer algo errado. Algo realmente errado. Algo que me
machuca desde que aconteceu. Algo que me arrependo amargamente. O que eu faço
para passar esse sentimento?
- você não pode apagar o passado Max. Infelizmente algumas coisas não
nos dá segunda chances. Você precisa aprender com esse erro, seja lá o que
aconteceu. Tente não ficar pensando muito nos erros que cometeu. Tente focar
nos acertos.
- obrigado – falei pensativo – obrigado por me fazer ficar.
- obrigado por ter ficado mesmo depois do que aconteceu – falou Gray se
levantando – vou deixar você ficar a vontade. Tome um banho porque eu vou fazer
o almoço. Mais a noite nós teremos o jantar na casa da Eve. Você vai adorar.
Ela tem uma casa na praia. Quer dizer, não faz muita diferença já que o céu
está caindo, mas é uma vista linda.
- obrigado.
- só mais uma coisa – falou Gray olhando para mim.
- o que foi?
- foi por isso que Ralf não veio?
- sim. Eu não queria ter que trazê-lo se Derek fosse ficar para trás. É
complicado.
- não sei como você consegue – falou Gray – eu já estou custando me
relacionar com um só.
- pois é – falei rindo.
- fique a vontade – falou Gray fechando a porta do quarto.
Depois que Gray se foi eu tirei minha roupa molhada e fui para o
banheiro. Tomei um banho demorado na água quente. Depois de vestir uma roupa
confortável eu tirei as roupas da minha mala e coloquei o guarda roupas. Gray
não estava brincando quando disse comprou coisas para mim. Havia de tudo lá
dentro. Depois de arrumar tudo dentro do guarda roupas eu sai do quarto e desci
ás escadas. Vi que Gray, Rachel e Oliver estavam na cozinha preparando o
almoço.
- o cheiro parece bom – falei chegando á cozinha.
- o almoço está quase pronto – falou Gray olhando para mim.
- parece delicioso. Eu estou faminto.
- você vai adorar – falou Oliver.
- onde está Griffin? – perguntei olhando em volta.
- eu não sei – falou Gray – ele saiu faz algum tempo e eu sinceramente
não em importo – falou Gray vindo com uma colher – experimente. Ele colocou na
minha boca e eu engoli. Estava realmente saboroso.
- está uma delícia.
Uma vez que o almoço ficou pronto nós comemos e Gray me contou um pouco
sobre a vida dele. Sobre as coisas que ele tinha vivido. Eu também contei
algumas coisas minhas, pelo menos as coisas que eu me lembrava. Depois do
almoço parece que todos se retiraram para tirar um cochilo. Eu decidi fazer o
mesmo. Eu estava cansado.
Dormi quase tarde toda
aproveitando o clima. Acordei por volta dás cinco seis horas para me arrumar
para o jantar na casa de Eve. Vesti uma camiseta branca, uma calça jeans e
então coloquei uma blusa de frio e botas. Coloquei um par de luvas e me olhei
no espelho. Ainda bem que meu pai tinha comprado roupas para frio. Quando saí
do meu quarto e desci ás escadas eu me sentei no sofá da sala e esperei pelos
outros. Não demorou para que Gray aparecesse.
- está pronto? – perguntou Gray descendo as escadas. Ele tinha seu
pequeno filho nos braços.
- estou – falei me levantando.
- eu trouxe ele pra você vê-lo – falou Gray descendo as escadas. Ele se
aproximou de mim.
- Ele vai com a gente? – falei vendo o lindo bebê.
- não. Ele vai ficar aqui com Oliver e Rachel.
- ele é fofinho – falei levando meu dedo até o rosto do bebê e ele
segurou meu dedo e sorriu para mim.
- o nome dele é Kurt?
- sim – falou Gray – Era Vincent.
- o nome dele seria Vincent?
- não. O seu – falou Gray.
- você chegou a me dar um nome?
- sim. Eu queria que fosse Vincent. Na verdade o meu filho mais novo se
chama Vincent, em homenagem a você.
- Vincent é um nome legal – falei respirando fundo – o Griffin não vai?
- eu não sei. Ele saiu e não voltou, mas se eu conheço Griffin ele já
está lá na casa da Eve e já bebeu mais do que devia. Provavelmente via estar
desmaiado na cama quando chegarmos.
Gray subiu as escadas e deixou Kurt no berço. Ele desceu e pegou as
chaves do carro e nós seguimos até a casa de Eve. Agora a tempestade não
passava de uma chuva em calminha.
O transito estava um caos. Os semáforos estavam desligados e alguns fios
de eletricidade estavam arrebentados. Algumas árvores caíram sobre eles. Depois
de um certo tempo de viagem eu vi o mar. Haviam algumas casas e uma delas era a
de Eve. Havia alguns carros estacionados. Nós caminhamos até a entrada e Gray
tocou a campainha. Quem atendeu foi a mesma mulher ruiva. Ela tinha uma taça
com alguma bebida dentro. Desconfio que seja champanhe.
- sejam bem vindos – falou Eve – vamos entrando.
- Griffin está aqui? – perguntou Gray.
- lá atrás conversando com Morgan.
- eu te disse – falou Gray olhando para mim.
Nós caminhamos para dentro da casa e eu pude ver que Holly e Kiff também
já estavam lá. Na verdade eles estavam conversando bem juntinhos. Acho que os
dois tem um relacionamento. Os dois acenaram para mim quando me viram. Gray foi
até os fundos provavelmente procurando por Griffin e Morgan.
- aceita algo para beber? – perguntou Eve chegando até onde eu estava.
- sim. Aceito.
Ela pegou uma taça com champanhe e trouxe para mim.
- será que você não tem nada um pouco mais forte?
- deixa eu adivinhar… - falou Eve indo até a cozinha – Griffin não
aceitou muito bem a sua chegada?
- como você adivinhou?
- eu conheço Griffin – falou Eve pegando uma garrafa de uísque e
colocando em um copo até a metade.
- obrigado – falei tomando um gole.
- espera… - falou Eve – você não toma remédio controlado?
- sim, mas eu parei.
- parou? Que bom. Fico feliz que não precise mais – falou Eve com um sorriso.
- não. Na verdade eu preciso. Eu parei de tomar o remédio porque as
vezes ele me faz ficar irritado e sem paciência e eu não queria ser assim
enquanto estivesse aqui então eu parei na segunda.
- tem certeza que é uma boa ideia?
- eu não sei. Só estava nervoso – falei tomando a bebida.
- Rupert está aqui, vamos perguntar para ele – falou Eve segurando minha
mão me puxando até a sala de jogos. Havia uma mesa de sinuca e Rupert e Gordon
jogavam uma partida – com licença meninos – falou Eve chamando a atenção dos
dois.
- oi Max – falou Rupert olhando para mim com um sorriso enquanto Gordon
fazia sua jogada.
- oi Dr. Rupert.
- Rupert o Max acabou de me contar uma coisa interessante e nós queríamos
saber sua opinião.
- o que foi? – perguntou ele olhando para mim.
- eu parei de tomar os meus remédios na segunda.
- porque? – perguntou ele confuso.
- porque as vezes eles me deixam ansioso e um pouco impaciente e eu não
queria ser uma pessoa chata enquanto viajo para conhecer meu pai e seus amigos…
os amigos de Gray.
- não é uma boa ideia – falou Rupert – se você parar o tratamento pode
ser que tudo o que fizemos até agora seja em vão.
- eu sei que existe essa chance, mas eu só queria ser uma pessoa legal. As
vezes o remédio me deixa sonolento… entre outras coisas.
- você os trouxe?
- na verdade não.
- não tem problema. Amanhã eu arranjo alguns comprimidos para você. Não é
seguro parar a medicação pro conta própria.
- eu sei. Foi mal.
- só não faça isso de novo – falou Rupert se preparando para uma jogada.
- como estão as coisas com Griffin? – perguntou Gordon.
- estão ótimas – falei mentindo.
- eu não acredito em você – falou Gordon rindo – eu conheço Griffin.
- é o que todos tem me dito “eu conheço Griffin”. Aparentemente eu serei
a única que não vou poder dizer isso porque ele me recebeu com pedras na mão.
- não leve nada que ele diga para o lado pessoal – falou Rupert.
- bom, eu vou tentar – falei terminado de tomar o uísque. Aquela coisa
tinha um gosto horrível. Eu nem pedi por outro copo.
- Griffin sempre teve problemas para se relacionar com as pessoas. Antes
dele e Gray ficarem juntos os dois só viviam brigando. Os dois falavam coisas horríveis
um para o outro. O relacionamento dos dois sempre beirou o amor e o ódio.
- é bom saber disso – falei pensando no relacionamento que eu tinha
atualmente. Eu passei por muita coisa para ter o relacionamento que tenho
atualmente. Eu odiaria que alguém o destruísse.
Por mais que eu não goste de Griffin eu odiaria saber que o relacionamento o dele
com Gray terminou por minha causa.
Fiquei por quase uma hora conversando com Rupert, Gordon e Eve. Era bom
estar com pessoas que não ficavam jogando coisas na minha cara como se eu não
tivesse sentimentos.
Depois de uma boa conversa eu deixei Gordon e Rupert na sala de jogos e
fui até a varanda. Ao chegar lá eu vi Morgan conversando com algum homem. A
praia estava bem ali á nossa frente. As ondas do mar se quebravam e consigo um
som hipnotizante e relaxante.
- Max, vem aqui – falou Morgan se levantando da cadeira que estava
sentada – deixa eu te apresentar ao meu namorado.
Morgan disse isso e puxou a mão do homem e eles caminharam até mim.
- Max, esse daqui é Brody. Brody, esse daqui é o Max. Lembra que eu te disse
que meu ex tinha encontrado o filho que ele tinha dado para adoção?
- sim – falou Brody apertando minha mão.
- esse é ele.
- muito prazer Brody – falei apertando a mão dele de volta.
- Max, Brody também nasceu na Flórida.
- em Orlando – falou Brody.
- e você mora aqui em Los Angeles agora?
- sim. É uma cidade um pouco mais agitada do que Miami, mas eu gosto
daqui por que lembra de onde vim.
- porque você não vem morar aqui também? – perguntou Morgan – agora que
você encontrou Gray acho que você deve morar aqui para ficar perto dele.
- eu não acho que essa seja uma boa ideia.
- porque? Não quer se afastar de casa?
- não. Na verdade eu não quero é atrapalhar o relacionamento de Gray com
Griffin – falei olhando para os dois que conversavam lá na praia. Griffin não
gosta de mim e os dois brigaram feio por minha causa. Eu não pretendo voltar
aqui.
- você está falando sério? – perguntou Morgan.
- sim. Nós dois vivemos sem saber que o outro existia. Agora que eu
apareci eu sou motivo de briga.
- Gray sabe disso?
- não. E eu espero que você não conte. Não te conheço direito e você
também não me conhece então espero que isso fique apenas entre nós. Pelo menos
por enquanto.
- você tem certeza? – perguntou Morgan – Gray não parece querer abrir mão
de você por causa de Griffin.
- ele devia. O que eles tem é raro. Os dois tem um relacionamento, um
filho e eu odiaria saber que isso tudo acabou por minha causa.
- você que sabe – falou Morgan.
- Quando eu me for eu quero que você diga ao Gray que eu não quero
manter contato.
- eu não posso fazer isso.
- sim. Você pode. Diga para ele não me procurar. Fale para ele ficar com
a família dele. Você pode fazer isso por mim?
- acho que sim – falou Morgan preocupada – eu só não sei se Gray vai se
recuperar disso.
- sim. Ele vai.
- Griffin me contou tudo o que aconteceu. Ele só está com ciúmes.
- nossa, mas que ciúme idiota – falei respirando fundo.
- sim. Eu concordo, mas é o jeito do Griffin. Ele é muito ciumento. Ele
se arrepende das coisas que te disse.
- sim, mas ao invés de dizer a mim que está arrependido ele disse á você?
- só estou dizendo que as coisas podem mudar. Não tome decisões baseando-se
no que aconteceu. Muita coisa pode acontecer até o dia que você for embora.
- eu duvido.
- o jantar está pronto – falou Eve chegando até onde nós estávamos – O jantar
está pronto – gritou Eve. Gray olhou para trás e acenou.
Todos nós nos dirigimos a mesa de jantar. Fui até o banheiro lavar as mãos
e quando voltei quase todos estavam sentados. Griffin estava sentado ao lado de
Gray e do outro lado havia uma cadeira vazia. Havia uma outra cadeira vazia
entre Holly e Gordon e foi lá que eu me sentei. Percebi que Gray não gostou
daquilo. Ele estava a uma certa distância e era assim que eu queria. Acho que
Griffin gostou daquilo. Tentei não pensar no que tinha acontecido naquela tarde
e apenas apreciei o meu jantar. Depois desse fim de semana eu não pretendia
mais aquelas pessoas. Nunca mais. Então eu só queria aproveitar esse tempo.
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Eu super queria que Griffin e Max fossem amigos.
ResponderExcluirOlha, fiquei com medo pelo final do capítulo anterior, mas confesso que adoraria ver Griffin sabendo do acidente, talvez enxergasse que estaria errado, mas gostei desse capítulo, espero ansioso pelo próximo.
ResponderExcluir-Wyatt
"Acho que valeria muito mais como pedaços de um feto no lixo do que valho agora." wow, que pesado. Afinal, e o acidente do final do capítulo anterior? Fora uma ilusão?
ResponderExcluir