Capítulo 22: Cruel Surpresa | Conto: Cruel Sedutor

XXII

Cruel Surpresa

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O

 dia já havia amanhecido. O relógio acabava de marcar seis horas da manhã. Clyde dormia profundamente. Eu por outro lado estava acordado a pouco mais de uma hora. Clyde me abraçava por trás e ele me segurava forte junto a ele. Seu braço jogado por cima de mim, sua respiração em minha nuca e suas pernas entrelaçadas as minhas. Eu me sentia finalmente em paz, como se estivesse no lugar onde sempre deveria estar. Era bom sentir seus braços em volta de mim mesmo que fosse apenas por algumas horas afinal a esposa dele estaria de volta algumas horas e eu não poderia beijá-lo quando quisesse ou sentir o cheiro do seu perfume bem perto de mim.

Continuei deitado junto á Clyde sentindo ele se aconchegar cada vez mais a mim. Pouco depois das sete e meia decidi me levantar. Quando me sentei na cama Clyde ainda de olhos fechados me puxou de volta como se quisesse que eu ficasse deitado, mas eu precisava levantar então apenas acaricie seu rosto e dei um selinho em sua boca. Clyde mordeu meu lábio e deslizou a língua para dentro da minha boca. Depois de um último selinho me levantei e fui até o banheiro. Quando cheguei á cozinha Cory estava lá de pé próximo ao fogão fazendo o café da manhã. Vi que do lado de fora no jardim havia alguns trabalhadores. Eles montavam o pula-pula inflável, duas camas elásticas e vi que Judy, Lola e Portia – esposa de Blacke – estavam lá de fora enchendo balões. Elas acenaram ao me verem e eu acenei para elas.

- não se preocupe – falou Cory – elas não sabem que vocês dormiram junto.

- Okay – falei me sentando – é melhor assim. Já me sinto mal por estar dentro da casa de Anne dormindo com o marido dela, não quero espelhar isso pra todo mundo.

- panquecas? – perguntou Cory colocando duas dentro do prato.

- sim, obrigado – peguei o garfo e tirei dois pedaços e levei até a boca – já estão preparando tudo para a festa do Aaron?

- sim – falou Cory – Blacke foi ao banheiro e Aaron e os filhos deles estão lá fora brincando.

- em meio a isso tudo eu acabei me esquecendo de comprar um presente para Aaron.

- eu fui até o apartamento e peguei o meu – Cory apontou para a mesa onde havia alguns presentes – como foi? – perguntou Cory.

- o que?

- a noite com Clyde.

- foi perfeita – falei tomando um gole do suco de laranja.

- então porque você está com essa cara?

- é que me sinto mal por Anne. É o marido dela, a casa dela… eu me sinto mal por amar Clyde.

- realmente é uma situação muito complicada, mas vai acabar se resolvendo – Cory se sentou á mesa com um copo de café expresso e tomou um gole.

- queria que fosse tão fácil.

- você sabe que todas as decisões que você toma têm consequências. Se você ama Clyde e vocês estão dispostos a ficarem juntos vocês vão ter que passar por alguns momentos ruins.

- nem me diga.

- bom dia – falou Blacke descendo as escadas.

- bom dia – falei apertando a mão dele.

- dormiu bem?

- sim – falei tocando a parte de traz da minha cabeça – só dói um pouco, mas dormi como um bebê.

- por causa do Cory? Ele deve ter feito algo muito bem para você dormir como um bebê! – perguntou Blacke se sentando com um sorriso imaginando que Cory e eu tivemos uma noite daquelas.

- na verdade… - falou Cory – o que Stan e eu tivemos foi legal, mas decidimos que era só sexo.

- Okay. Entendi – falou Blacke pegando o café de Cory e dando um gole.

- Stan?! – falou Clyde no andar de cima.

- já vou – falei subindo as escadas. Ao chegar ao quarto vi que Clyde estava lá deitado com metade do corpo escondido pelo cobertor.

- vem aqui – Clyde me chamou com a mão e antes de ir tranquei a porta. Me ajoelhei na cama e fui por cima de Clyde dando um beijo em sua boca deitando meu corpo em cima do dele.

- bom dia – falei sorrindo para ele.

- eu já acordei? Achei que ainda estava dormindo, que estava em um lindo sonho.

Passei a língua em seu rosto e mordisquei sua bochecha. Clyde deu um sorriso percebendo que não era um sonho. Era real.

- eu te amo – falou Clyde com um meio sorriso fechando os olhos beijando minha boca. Meu corpo ficou mole ao sentir ele alisar minha bunda com carinho enquanto sentia seu membro duro por debaixo do cobertor. Minha mão acariciava seu peito.

- também te amo.

- eu vou contar á Anne hoje – falou ele me jogando de lado e vindo por cima de mim.

- o que? – perguntei surpreso.

- eu vou contar tudo pra ela. Hoje.

- pensei que tinha dito que levaria tempo.

- isso foi antes de estar dentro de você – falou ele se posicionando como se me comesse movendo sua cintura – você é gostoso, tem uma língua maravilhosa e um ânus apertado – falou ele beijando minha bochecha descendo ao meu pescoço – misture tudo isso ao elemento X: meu amor por você. Eu não consigo esperar.

- você precisa ter certeza disso. A reação de Cory foi inusitada e um golpe de sorte. Eu duvido que ela terá uma reação parecida com a dele.

- não tem porque esperar. Um dia a mais ou um dia a menos não fará com que a reação dela seja diferente.

- tudo bem – falei respirando fundo.

- eu vou leva-la para jantar hoje à noite. Talvez com um pouco de vinho e uma boa refeição eu crie coragem de contar. E quem sabe o vinho a deixe mais lenta quando for correr atrás de mim com uma faca.

- engraçadinho – virei o rosto e dei um beijo em seu braço. Em cima de uma tatuagem que ele tinha no antebraço. O naipe de Espadas. No braço ele tinha a tatuagem com o nome do filho abaixo de um brasão.

- eu preciso ligar pra babá – falou ele ficando de joelho na cama – vou procurar na lista telefônica…

- não precisa. Eu fico de babá com Aaron. Ele gosta de mim e eu gosto dele.

- tem certeza?

- tenho. Além do mais eu preciso estar aqui quando você e Anne voltarem para casa e ela quiser arrancar minha cabeça fora.

- Okay – falou ele se levantando para ir ao banheiro.

- posso te fazer uma pergunta?

- claro – falou ele parando na porta do banheiro olhando para trás.

- você não é feliz no seu casamento?

- eu pareço com um homem que está feliz no casamento? – Clyde estava completamente nu. Tinha acabado de passar a noite comigo. Declarado o seu amor por mim. Com certeza eu tinha resposta.

Clyde deu um sorriso e assoprou um beijo antes de entrar no banheiro. Ouvi o barulho dele mijando e resolvi lhe fazer uma surpresa. Levantei-me e tirei toda minha roupa rapidamente ficando completamente pelado naquela cama.

Subi um pouco mais na cama e dobrei as pernas de forma que meu ânus ficou exposto. A noite passada não foi o suficiente para mim. Chupei meu dedo do meio e comecei a circular meu cuzinho. Trouxe o dedo até o nariz e senti o cheiro do meu cuzinho. Enquanto eu chupava meu dedo com cheiro de cuzinho usei a outra mão para me dedar. Agora eu me fodia com dois dedos.

- Stan você sabe se… - falou Clyde saindo do banheiro e parando ao me ver. Ele nem conseguiu completar a frase. Ele ficou estático vendo aquela cena. Ele deu um meio sorriso.

- o que você estava falando? – falei colocando as duas mãos na cama.

- não importa – falou Clyde vindo até a cama. Ele se ajoelhou enquanto eu abri as pernas. Ele se inclinou e me deu um selinho na boca.

- eu te amo – falei segurando o rosto dele entre minhas mãos. Clyde deitou seu corpo em cima do meu e eu o abracei com as pernas.

- Não. Eu não sou feliz no meu casamento. Sou feliz com você – falou Clyde com um sorriso. Eu aproximei meu rosto do dele e lambi sua boca. Sua barba espetou minha língua e então Clyde e eu nos beijamos apaixonados. Eu abraçava Clyde com paixão enquanto sua língua explorava minha boca mais uma vez enquanto minhas mãos acariciavam as costas dele que estavam arranhadas.

Enquanto nos beijávamos passei a mão em seu peito peludo sentindo seu peito duro e forte na palma da minha mão. Seus mamilos estavam duros. Enquanto nossas boas se redescobriam Clyde levantou o corpo ficando de joelhos. Pude ver que seu caralho latejava e a cabeça meio coberta com o coro estava inchada pronta para esporrar novamente. O cheiro do seu pau inundou meu nariz e minha boca salivou. Podia sentir o cheiro do meu macho de longe.

Clyde segurou no pau e moveu a mão algumas vezes me provocando. Não demorou para que ele voltasse a se inclinar e deitar seu corpo em cima do meu enquanto me beijava. Eu o abracei com as pernas novamente, mas dessa vez eu sentia seu membro quente e pulsante em mim.

- você é muito gostoso – falei cochichando no ouvido de Clyde – gostoso pra caralho!

- Acha seu macho gostoso? – Perguntou ele entre dois beijos.

- acho sim.

Ele parou de me beijar e voltou a ficar em cima de mim, mas dessa vez ele se virou e ficamos em um meia nove. Clyde ficou de quatro em cima de mim e eu vi seu pau duro balançando na minha frente enquanto ele abocanhava o meu pau. Eu gemi ao sentir ele coloca-lo na boca.

- porra – falei gemendo levando minha mão até o pau de Clyde batendo uma punheta gostosa pra ele. Clyde chupava gostoso e seu pau começou a babar na minha mão enquanto eu fazia carinho na cabeça do seu pau – que boca gostosa – falei sentindo Clyde me mamando com vontade. Clyde sugava com vontade e para retribuir o carinho passei a língua na cabeça do pau dele e comecei a mamar apenas a cabecinha. Um gosto forte e viciante do sue leite permeou minha língua me fazendo querer cada vez mais.

Clyde parou de me chupar e rolou na cama me fazendo ficar em cima dele. Estavamos novamente em um meia nove, mas dessa vez eu é que estava por cima. Sentei meu cu na cara de Clyde e senti sua língua circulando meu cuzinho. Eu me inclinei para frente e abocanhei seu membro faminto. Segurei na base alisando seu saco com os dedos enquanto subia e descia a boca por seu pau.  Com a outra mão acariciava sua coxa grossa peluda.

Timidamente foi saboreando seu dote enquanto Clyde afundava cada vez o rosto no meu ânus me possuindo pela língua. Fiquei de quatro com o cuzinho abaixado enquanto Clyde chupava meu cu e metia tapas na minha bunda.

Segurei na base do pau de Clyde e puxei o coro deixando a cabeça do seu pau totalmente a mostra. Engoli com vontade e subi e desci minha boca em seu cacete deixando bastante saliva no seu pau o que o deixou bem escorregadio.

- isso, mama minha pica – falou Clyde enfiando dois dedos no meu cuzinho me fazendo gemer.

- isso, mete nesse cuzinho – falei batendo uma punheta forte pra ele. Minha mão escorregava melada pelo seu tronco duro e inchado.

Clyde então me virou na cama e me colocou de frango assado e levantou minhas pernas. Puxei meu saco e meu pau deixando o cuzinho a mostra. Ele deu uma cuspida e colocou o pau na entrada e começou a forçar o pau. Eu gemia de tesão enquanto meu cuzinho era deflorado pelo meu homem.

Quando o pau de Clyde atingiu as profundezas do meu rabo eu senti os pentelhos e seu saco tocar minha bunda. Eu cruzei as pernas na cintura de Clyde e ele me levantou me mandando segurar em seu pescoço enquanto eu subia e descia na sua vara. Foi quando ele começou a me beijar com a pica dentro de mim. Ele me segurou forte enquanto eu subia e descia no seu caralho que naquele momento era meu. O ‘meu’ caralho e de mais ninguém.

- é sublime sentir você dentro de mim – falei chupando a língua de Clyde.

- tá gostoso? – perguntou Clyde.

- muito – falei deitando minha cabeça no ombro de Clyde enquanto eu subia e descia no seu pau. Ele metia até o talo e tirava até a ponta e então ele me fazia abaixar e metia até o talo de novo. Meu cuzinho estava inchado engolindo sua vara. Ardia um pouco e isso apenas deixou a entrada e saída do seu pau mais gostosa

Depois de subir e descer no seu pau Clyde ficou de pé na cama e eu também. Me virei de costas e coloquei um dos pés no criado mudo e Clyde se colocou atrás de mim e começou a me foder. Ele bombava forte no meu rabo.

- isso, come meu cu – falei começando a bater uma punheta. Meu pau estava babado.

O barulho do sexo ecoava no quarto a medida que a vara de Clyde me deflorava. Caralho como ele fodia gostoso. Eu não tinha mais duvidas. Aquele homem tinha sido feito pra mim. Clyde tirou o pau de mim e nós descemos de cima da cama. Eu fiquei de quatro na beirada da cama e Clyde enfiou o pau no meu cu e começou a me foder. Ele meteu o pau com força e levou a mão até minha cabeça me fazendo abaixar e enfiou minha cara na cama.

O som de nossos corpos se chocando ecoou enquanto Clyde me tratava como se eu fosse um meliante e ele o policial aplicando a lei: descendo o cacete. Eu virei meu rosto de lado para respirar e meu pau e meu saco balançavam para frente e para trás.

- Que rabo gostoso – falou Clyde tirando o pau e esfregando na entrada do meu cuzinho.

- um caralho gostoso merece um cuzinho a altura.

Clyde deu risada e meteu o pau e voltou a me foder com força. Minhas pregas queimavam. Depois de me comer nessa posição Clyde se sentou na beirada e abriu as pernas. Eu me virei de costas e me sentei no pau dele e comecei a subir e descer.

- isso, pula na minha pica, quica vai – falou ele rindo.

- to quicando.

- porra que gostoso – falou Clyde me abraçando me fazendo parar sentado no pau dele. Ele estava ofegante e me abraçou forte me fazendo fazer sentir sua respiração nas minhas costas – rebola vai. Rebola – falou Clyde mordiscando minhas costas me fazendo arrepiar enquanto ele propositalmente esfregava o queixo barbado na minha nuca me fazendo sentir cócegas.

Comecei a rebolar no pau dele e foi quando eu senti o pau dele inchando dentro de mim.

- haaaaaaaaaaaaa! Puta que te pariu – exclamou Clyde cochichando enquanto descarregava sua gala quente dentro de mim.

Clyde respirava ofegante sem forças. Ele segurou no meu pau e começou a me masturbar até que eu esporrei no chão. Eu apoiava minhas mãos em suas coxas enquanto seu membro ainda duro estava melado dentro de mim.

Ficamos alguns minutos naquela posição recuperando as forças. Clyde começou a dar beijos no meu ouvido e a lamber minha orelha enquanto sua porra começou a escorrer para fora de mim.

Levantei-me e Clyde caiu para trás deitado. Seu corpo suado e rígido. Ele com certeza estava cansado. Seu membro estava melado e caído para o lado ainda meio bomba. Inclinei-me até ele e passei a língua sentindo o gosto do seu esperma. Dei alguns beijos e passe ia língua no seu saco deixando-o limpo. Lambi sua barriga e seus pentelhos provando um pouco da sua porra. Clyde me puxou pelo braço me fazendo deitar em cima dele. Deitei minha cabeça em seu peito e Clyde me abraçou. Ficamos ali deitados por vários minutos até que decidimos tomar um banho juntos.

A tarde a festa já tinha começado. Havia crianças correndo de um lado para o outro. No pula-pula, na cama elástica… nunca tinha visto tanta criança reunida. Havia um homem fantasiado de palhaço. A fantasia que havia me assustado no dia do aniversário de Clyde. Ele distribuía balcões e algodão doce para quem pedia. Eu estava em uma mesa sentado junto de Lola, Judy e Vince. Anne estava conversando com as outras mães. Clyde estava conversando com os outros pais.

- eu não quero ter filhos – falou Lola quando uma criança passou correndo gritando ao lado dela.

- eu quero – falou Judy – eu sempre tive vontade de ter uns cinco ou seis filhos.

- você é louca – falou Lola rindo – e você Stan? Quer ter filhos?

- só se for adotado.

- hoje em dia você pode fazer inseminação. Podem usar o seu esperma.

- é isso que eu não quero – falei apontando para a mão com três dedos – as chances de meu filho nascer com as duas mãos com Ectrodactilia são de quase 100%. Eu não vou passar essa maldição á diante.

- pare de se referir a sua mão como maldição – repreendeu Vince – você não viu tudo o que conquistou até agora com uma mão assim? Você tem um trabalho legal, tem amigos, deu uns pegas em um policial. Essa mão só é uma maldição se você quiser que seja.

- me desculpa é que eu me acostumei a tratar minha mão como uma maldição.

- essa mão é tudo, menos uma maldição – falou Vince tomando um gole do seu refrigerante.

- eu não entendo porque crianças acham tanta graça em palhaços – falou Lola.

- Amem Irmã – falei tomando um gole do refrigerante olhando em volta. A festa estava cheio de palhaços de papelão, nas mesas havia miniaturas de palhaços e certo momento vi inclusive uma estátua de palhaço, mas parece que havia sido retirada.

- trouxe pra você – falou Clyde chegando até a mesa com algodão doce.

- obrigado – falei sorrindo para ele. Clyde sorriu de volta para mim e se sentou ao meu lado.

- o que estão achando da festa?

- eu só tenho uma reclamação: palhaços demais – falou Clyde.

- eu sinceramente quase mudei o tema, mas Aaron insistiu que o tema fosse palhaço.

- a festa está perfeita – falei pegando um pedaço do algodão doce levando até a boca. Judy e Lola também pegaram um pedaço – e então… - falei disfarçando - você vai mesmo querer que eu fique de babá para o Aaron?

- sim  - confirmou Clyde balançando a cabeça afirmativamente – Vou levar Anne para um jantar hoje. Faz tempo que eu tenho prometido leva-la a um jantar – falou ele piscando um olho para mim – Anne adorou a ideia.

- pode ir tranquilo. Eu nunca fui babá, mas acho que vou fazer um ótimo trabalho.

Nesse momento Aaron veio correndo até o pai e o abraçou.

- acho que eu vou ser uma ótima babá – falei bagunçando os cabelos de Aaron que parecia estar feliz com a festa. O seu rosto estava pintado como o de um palhaço. Havia um pintor pintando o rosto das crianças.

- quem são aqueles? – perguntou Judy apontando para um casal   que estava próximo a piscina conversando entre si.

- são um casal novo que se mudou recentemente – falou Clyde – Gerald e Loretta.

- eles trouxeram os filhos? – perguntou Vince.

- eles não têm filhos. Parece que eles não inférteis.

- isso é mórbido. Eles não têm filhos e vem a uma festa de criança? Isso não os deixa meio… deprimidos?

- eu não sei – falou Clyde – tudo o que eu sei é que eles adoram crianças.

- pelo menos eles levam tudo na boa – falou Lola – você deve fazer o mesmo Stan.

- o que? Eu?

- o que Stan fez? – perguntou Clyde.

- sobre sua mão – falou Lola – o casal ali não pode ter filhos, mas mesmo assim se cerca de crianças. Eles estão tentando tirar algo de bom disso. Você tem uma mão com deficiência, e dai?

- o que tem sua mão? – perguntou Clyde.

- eu só fiz um comentário… sobre não querer ter filhos porque não quero que eles tenham essas mãos.

- deixa de ser bobo – falou Clyde sério – sua mão é perfeita e faz qualquer coisa perfeitamente – ele deu um meio sorriso – P-E-R-F-E-I-T-A-M-E-N-T-E! – falou ele ditando a palavra. Eu engoli em seco. Eu sabia exatamente ao que ele se referia e eu simplesmente tomei o meu suco.

O restante da festa foi bem tranquilo. Por volta das três da tarde cantamos parabéns para Aaron e ele assoprou as velas do bolo que a esposa de Blacke havia feito. Ele deu o primeiro pedaço para a mãe e o segundo para o pai. O bolo era de chocolate e eu acabei por comer três pedaços. Não gostava muito de doce, mas aquele bolo estava delicioso e eu me reservei no direito de comer vários pedaços.

As últimas pessoas a irem embora da festa foram o casal Loretta e Gerald. Eles ficaram até que a última criança tinha ido embora. Apenas Aaron ficou e ainda sim ele já estava no seu quarto brincando com os vários brinquedos que ele tinha ganhado. E Blacke – que estava vestido de palhaço – já havia tirado a fantasia e limpado sua cara tirando a tinta. Os funcionários estavam desmontando o pula—pula inflável e a cama elástica. Lola e Judy estavam varrendo o chão limpando o lugar e eu estava lavando todas as louças que haviam sido sujas.

- obrigada! – falou Anne trazendo mais alguns talheres e colocando na pia.

- por nada. É o mínimo que posso fazer depois do bolo maravilhoso.

- não me refiro às louças. Refiro-me ao fato de você ficar de babá com Aaron para que Clyde e eu possamos ir jantar.

- isso… isso não É nada. Vocês me receberam em sua casa. É uma forma de agradecimento

- mesmo assim… obrigada – falou ela com um sorriso.

- por nada – falei forçando um largo sorriso. Por dentro eu estava chorando. Senti um calafrio percorrer a minha espinha e senti vontade de vomitar de tão nervoso que eu estava. Apoiei minhas mãos na pia e respirei fundo. Tinha borboletas no estômago. Estava me sentindo mal por tudo o que estava acontecendo. Sentia-me um traidor.

Quando o relógio marcou cerca de oito horas da noite eu sai do meu quarto já de banho tomado. Vi que Anne estava de vestido colocando os brincos. Ela estava tão bonita. Um batom vermelho nos lábios, um vestido bege esvoaçado. Ela estava glamorosa.

Desci as escadas e vi Aaron assistindo televisão na sala. Olhei em volta e vi Clyde do lado de fora próximo a piscina de terno fumando enquanto estava ao telefone. Sai pela cozinha e fechei a porta de vidro me aproximando dele.

- tudo bem! Sim senhor! – falou Clyde olhando para mim e sorrindo – boa noite – falou Clyde desligando o celular com o cigarro na boca.

- com quem estava falando?

- com o delegado Hugo. Ele pediu para que eu não esquecesse de preencher alguns relatórios na segunda… nada de importante – falou Clyde colocando a mão no meu ombro levando a mão até a boca tirando o cigarro. Ele me olhou de cima até embaixo.

- como você está se sentindo?

- nervoso – falou Clyde rindo – esse deve ser meu terceiro ou quarto cigarro.

- você tem certeza de que quer fazer isso?

- Você quer passar o resto da sua vida como meu amante?

- não – falei cruzando os braços – eu estou me sentindo muito mal por termos dormido juntos. Sou seu amante a o que? Doze horas e meu estômago está sempre embrulhado. Não gosto dessa situação. Eu fui sincero com Cory e sei que você precisa ser sincero com Anne.

- exato – falou ele jogando o cigarro no chão e pisando em cima.

- vai ficar tudo bem – falou ele apertando os lábios me puxando para dar um beijo, mas antes que pudesse Aaron apareceu correndo!

- Papai! Papai! – nós dois nos assustamos.

- o que foi filho?

- eu posso assistir ao Rei leão? – perguntou Aaron segurando um blu-ray na mão.

- claro que pode filho, mas você sabe que só a TV do seu quarto que pega blu-ray.

- eu sei – falou Aaron – posso assistir?

- Claro. Papai vai colocar pra você.

- deixa que eu coloco – falei pegando na mão de Aaron.

- tudo bem  -falou Clyde forçando um sorriso – Clyde moveu os lábios dizendo eu te amo e eu respondi mandando um beijo silencioso para ele.

Subi as escadas com Aaron e topei com Anne no meio do caminho.

- onde está Clyde? – perguntou Anne.

- lá fora perto da piscina.

Nós subimos as escadas e Aaron voltou da minha mão correndo.

- vou ao banheiro – falou ele entrando no banheiro e fechando a porta. eu fui até o quarto dele e levei um susto ao abrir a porta. Tinha um palhaço no canto do quarto. Parado olhando para mim. Era a droga da estátua.

- porra! – falei rindo de mim mesmo. Era a mesma estatua que tinha visto na festa com um sorriso largo e estrela nos olhos.

Inclinei-me e fui até a televisão de Aaron e liguei o aparelho de blu-ray aumentando um pouco o volume. Sai do quarto e enquanto descia as escadas vi Aaron correr do banheiro e entrar no quarto dele.

- estamos indo – falou Clyde pegando a chave do carro.

- Okay. Divirtam-se – falei forçando um sorriso.

- Aaron geralmente dorme ás nove – falou Anne pegando sua pequena bolsa – mas como ele está cansaço pode ser que ele durma antes. Faça com que ele tome banho.

- tudo bem. Fica tranquila.

- qualquer coisa é só me ligar – falou Clyde apertando os lábios.

- tudo bem – falei acompanhando os dois até a garagem. Quando o carro se foi eu acenei vendo a porta da garagem de fechar.

Depois que eles se foram eu tranquei a porta da cozinha de vidro, a porta da sala e liguei os alarmes. Fui até a sala e liguei a TV colocando no Netflix. Escolhi uma das séries de suspense, estourei uma pipoca e peguei um copo do suco de morango que havia na geladeira e voltei à sala com a pipoca colocando tudo na mesa de centro.

Coloquei a série para passar e acabei me entretendo por alguns minutos e no fim do primeiro episódio meu celular vibrou. Era uma mensagem de Mya perguntando como tinha sido a festa. Ao responder me virei no sofá saindo de cima das minhas pernas e derrubei o copo com suco no chão.

- droga! – falei me levantando. O copo quebrou em alguns pedaços grande. Peguei os pedaços deixando o celular em cima do sofá e fui até o lado de fora pegando um pano e secando o suco.

Depois de secar o chão desisti de beber o suco e peguei o celular respondendo a Mya. Voltei a assistir o episódio e quando ele terminou eu coloquei a pipoca em cima da mesa de centro e subi as escadas indo até o banheiro. Quando sai decidi ir até o quarto de Aaron saber se estava tudo bem.

Ao abrir a porta vi que o filme do Rei Leão estava rodando e Aaron estava deitado na cama dormindo. Anne tinha razão. Ele estava muito cansado e acabou dormindo. Ela queria que ele tomasse banho, mas ele parecia tão fofo dormindo que eu apenas joguei o cobertor em cima dele. Olhei para a estátua de palhaço no quarto e fiquei pensando como alguém conseguia dormir com uma coisa tão feia dentro do quarto.

Peguei o copo de suco de Aaron que estava vazio e apaguei a luz saindo do quarto. Desci as escadas e depois de lavar o copo de Aaron voltei até a sala. Ao me sentar percebi que a TV estava desligada. Apertei o botão do controle remoto, mas ela não ligou. Me levantei e apertei o botão, mas ela não ligou. A luz vermelha estava desligada. Olhei atrás da TV e ela estava conectada na tomada. Não sei o que acontecei. Parecia que tinha queimado.

- perfeito. Além do casamento acabei com a TV.

Peguei meu celular e subi indo até o quarto de Aaron. Eu não ia ficar sem assistir sozinho naquela casa sem fazer nada. Puxei a poltrona que tinha no quarto dele e coloquei em frente a TV e a liguei colocando no Netflix. Voltei a assistir a série e durante uns dez minuto estava tudo bem. O que estava me irritando era aquela assustadora estatua de palhaço no canto do quarto a uns duzentos metros da TV me encarando.

Dei pausa mais uma vez e sai do quarto pegando meu celular ligando para Clyde. Desci as escadas e cheguei até a cozinha. Quando estava do lado de fora ele atendeu.

- Oi Stan. Algum problema?

- não é nada. Só estou ligando pra avisar que Aaron acabou dormindo sem tomar banho e eu fiquei com pena de acordá-lo.

- não tem problema – falou Clyde – pode deixar ele dormir.

- e ai? Você já disse?

- ainda não – falou Clyde – por enquanto estamos apenas em mais um jantar. Acha que foi idiotice leva-la pra jantar pra dizer que quero o divórcio.

- eu não sei. Como você diz a alguém que quer o divórcio? Acho que não existe uma regra.

- eu estou muito nervoso. Não sei qual será a reação dela.

- Como você acha que eu estou? Estou com o coração na mão aqui.

- tudo vai dar certo – falou Clyde – eu só tenho que relaxar e criar coragem – ele então respirou fundo – depois nós nos falamos.

- quase me esqueci – falei respirando fundo – a TV da sala queimou.

- queimou? – perguntou Clyde confuso.

- sim. Eu estava assistindo e de repente ela desligou e não quis mais ligar. Eu tentei o controle remoto, o botão da TV até testei a tomada. Nenhuma das luzes dela está ligando.

- não tem problema. Se você quiser pode assistir TV no nosso quarto.

- nem pensar. Eu não quero estar no seu quarto quando vocês chegarem eu vou assistir TV no quarto do Aaron. Vou colocar bem baixinho. Ele parece estar dormindo profundamente nem se moveu.

- você que sabe. Assisti onde você quiser.

- se eu tivesse outra escolha eu assistiria no quarto de vocês porque aquela estátua de palhaço está me dando nos nervos. Posso jogar um lençol em cima dela? Estou perguntando por que se eu acabar quebrando eu posso colocar a culpa em você.

Clyde ficou em silêncio por alguns segundos.

- Clyde? – perguntei olhando para o celular. A ligação continuava conectada.

- Stanley! Quero com atenção. Vá até o quarto de Aaron e acorde-o, saiam da casa e peçam ajuda para os vizinhos.

- o que? Por quê?

- porque não tem estátua de palhaço no quarto do Aaron.

- claro que tem Clyde – falei voltando para dentro – eu vi a estátua enfeitando a festa.

- onde você está indo? – perguntou Clyde apreensivo.

- amor? O que está acontecendo? – perguntou Anne ao lado de Clyde.

- Stan? Me responde. Onde você está indo?

- se aclame Clyde. Estou indo até o quarto do Aaron – falei abrindo a porta – eu estou dizendo… - Senti um calafrio na espinha e deixei meu celular cair no chão ao perceber que a estátua não estava mais lá.

Obrigado a todos pelos comentários e pelos votos e por tudo o que vocês tem feito para expressar o quanto gostam do conto. Obrigado a todos. De verdade. ;)