Capítulo 30: Cruel Forma de se destruir uma Colmeia | Conto: Cruel Sedutor

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Cruel Forma de se Destruir uma Colmeia

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epois do terceiro ou quarto – perdia conta – eu meio que entrei em um estado letárgico. Um estado de dormência. Sentia como se fosse um boneco de pano sem vida, sem reação. Eu não sentia nada além de vergonha por estar naquela situação humilhante. Vergonha do meu corpo, do meu ânus estar exposto e estar todo sujo de sangue e esperma enquanto aqueles homens me estupravam. A maior vergonha é que Anne e Mya não estavam mais desmaiadas e assistiam a tudo com os olhos cheios de água gemendo tentando se soltar em vão. Anne e Mya fechavam os olhos enquanto eu me contorcia de dor sempre que um dele me penetrava. Pra mim aquilo era um pesadelo interminável.

Tessa havia sido colocada deitada em outra mesa para o seu trabalho de parto. Hugo que era o líder estava sentado em uma cadeira pronto para receber a criança enquanto Dr. Henry Parker a consolava enquanto Tessa gritava de dor. De repente em minha cabeça tive uma lembrança. Não sei bem se era um sonho que tinha esquecido ou algo que minha cabeça simplesmente inventou “Se mova. Pra esquerda ou pra direita. Mas você precisa se mover”. Essa frase ficou em minha cabeça quando o quinto ou sexto me penetrava me fazendo morder os lábios pela dor. Minha boca sangrava pelo lado de dentro pelas vezes que mordi pedindo que acabasse logo.

Os comprimidos que o Dr. Parker me deu era Viagra. Meu pau ainda estava duro mesmo depois de uma hora. Eu sabia o que viria a seguir. Quando os homens terminassem as mulheres me estuprariam. Não tem dor pior do que ser obrigado a fazer o que eu estava fazendo. Não via saída daquilo. Não havia como me cortar, não havia outra solução a não ser pedir que eles me matem logo. O último homem a me penetrar foi o delegado Hugo que segurou meu rosto e fez questão de que o olhasse enquanto ele me estuprava repetidamente mantendo seu membro dentro de mim enquanto gozava. Quando ele o retirou senti o esperma escorrendo se juntando ao dos outros membros da seita.

- terminamos a fecundação – falou Hugo fechando a braguilha de sua calça chamando a atenção de todos – ele está pronto para polinizar – falou ele apontando para Quinn que se aproximou da mesa onde estava e retirou a calcinha. Ela colocou a máscara no rosto e subiu em cima de mim. Senti quando ela tocou meu membro e penetrou em sua vagina.

Senti uma grande repulsa, não pelo órgão genital, mas acho que algo relacionado a tantas pílulas que tomei. Senti o vômito chegar enquanto ela se movia lentamente. Eu engasguei com meu vômito. Não conseguia respirar.

- ele está tendo uma overdose! – falou o Dr. Parker virando meu rosto e enfiado o dedo em minha garganta me fazendo finalmente vomitar. Quinn saiu de cima de mim e eu senti o gosto horrível de vomito. Senti que minhas pernas foram soltas e eu finalmente pude estica-las enquanto vomitava cada vez mais.

- ele não pode morrer, não agora – falou Hugo para Dr. Parker que continuava virando meu rosto para que eu vomitasse e pudesse respirar.

- ele deve ter tomado muitos comprimidos. Existem contra indicações contra o uso de Viagra. Eu disse que seria muito arriscado dar tantas a ele.

- faça-o sobreviver para continuarmos – falou Hugo apreensivo. A mesa estava escorregadia. Sangue e esperma agora estavam em minhas nádegas e minhas costas. Minhas mãos continuavam presas, mas eu comecei a me mover. Comecei a bater minhas pernas de um lado para o outro e os membros do culto se aproximaram para me segurar, mas eu não deixei que segurassem minhas pernas. Eu o fiz até que a mesa se virou de lado e eu cai sentindo uma forte dor no braço direito. Ele havia se deslocado.

- HAAAAAAAAAAAAAA! – gritei sentindo uma puta dor – porra! – gritei cheio de dor. Eles soltaram as algemas que me prendiam e levantaram a mesa. Eu fiquei caído no chão e vi que Mya e Anne estavam de costas uma para outra. Anne tinha um olhar apreensivo. Percebi que ela estava tentando soltar a amarra das mãos de Mya. Aquela era a hora perfeita todos estavam preocupados comigo. Continuei a gritar com dor e o Dr. Parker segurou em meu braço e o puxou com força até que ele voltou para o lugar me fazendo sentir uma dor pior ainda.

- ele vai ficar bem – falou o Dr. Parker me levantando. Vi que a mesa estava suja de sangue e esperma que havia sido espalhados enquanto eu me movia. Eles me colocaram de volta na mesa e Hugo prendeu uma das algemas.

Foi quando eu vi que Mya estava com os braços soltos. Ela levou a mão até a boca retirou as amarras, desamarrou os pés e saiu correndo para fora do necrotério.

- a garota fugiu! – falou Hugo – peguem-na!

Nesse momento Tessa deu um grito e Dr. Henry Parker e Hugo tiveram que voltar até ela.

- o bebê está nascendo – falou Hugo se abaixando recebendo o bebê.

Ryan – o namorado de Casey – e o policial Randy saíram correndo atrás de Mya. Não sei quão longe ela foi, mas eu torcia para que ela conseguisse pedir ajuda.

- Empurra! Empurra! – galou Henry para Tessa que gritava e fazia força para que o bebê saísse.

Os membros do grupo olhavam admirados para Tessa que estava dando a luz. Eu vi o momento em que o Hugo retirou o bebe o segurou cheio de sangue. Brian se aproximou e cortou o cordão umbilical. Eu estava apenas com a mão direita presa com a algema. Joguei meu corpo para o lado e consegui me levantar. Meu braço ainda doía um pouco. Olhei em volta e procurei por algo que pudesse me defender.

Nesse momento vi pelo vidro que Mya havia sido capturada. Ela se contorcia enquanto o policial Randy a segurava com força e a jogou no chão junto á Anne. Ele não há amarrou ele apenas deu um soco na cara de Mya que a fez desmaiar. Sem encontrar nada pontiagudo eu vi uma Pisseta com álcool. Eu o peguei e voltei a me deitar na mesa escondendo o vidro o máximo que pude.

Anne tinha visto o que aconteceu comigo enquanto os membros pareciam maravilhados pelo bebê. Hugo o trouxe até mim e eu vi um lindo bebê com as duas mãos iguais a minha. Ele nasceu com Ectrodactilia. Ele era um anjinho e estava sujo de sangue. Ele era tão bonito, tão fofinho.

- parece com você – falou Hugo com um sorriso.

- sim, parece – falei rindo.

Quando Hugo se afastou eu abri o recipiente com álcool e o espirrei em Hugo que olhou para trás enquanto eu jogada o álcool nele. Em seguida eu joguei o recipiente longe.

- amarrem a outra mão – falou Hugo levando o bebê e colocando em uma mesa com alguns enxovais – temos que continuar – falou Hugo em um tom autoritário.

Talvez Mya não tinha conseguido fugir porque não conhecia aquele lugar que parecia um labirinto. Talvez se fosse Anne ela teria tido mais chances. Eu não conhecia muito bem, mas já tinha ido lá umas duas vezes desde que comecei a trabalhar na delegacia. Ficava no mesmo quarteirão da delegacia na esquina. Quinn veio andando na minha direção acompanhada de Troy e quando se aproximaram eu pulei da mesa e dei a volta. Eu sentia uma forte dor nas pernas devido a ter ficado naquela posição por tantas horas. Segurei na mesa e corri na direção dos dois e bati acertando-os que caíram no chão. Todos os membros olharam para ver o que estava acontecendo.

Ainda preso à mesa eu me aproximei de Anne e com uma das mãos eu arranquei a fica da boca dela.

- pega o bisturi! – falou Anne – no armário do outro lado da sala.

Os membros vieram na minha direção e como estava preso a mesa eu a usei como escudo enquanto caminhava de um lado ao outro no necrotério. Ao chegar no armário eu vi uma porção de bisturis. Agarrei o primeiro que eu vi e coloquei na minha garganta. Eu sabia que eles não deixariam que nada acontecessem comigo.

- se afastem ou eu me corto! Vocês sabem que eu faço – falei com os olhos cheios de lágrimas olhando para todos.

- se afastem, se afastem – falou Hugo se aproximando – o que você quer?

- me soltem. Eu quero que me soltem.

- sabe que não posso fazer isso – falou Hugo.

- eu sei que não tem como eu fugir daqui. Eu sei que não tem como, mas me deixem pelo menos me limpar. Eu estou sujo – falei chorando – eu vou engravidá-las se é o que você quer, mas não me obrigue a fazer isso todo sujo de sangue e sêmen.

- Okay – falou Hugo entendendo a mão.

- tem certeza de que é uma boa ideia? – perguntou Troy.

- cala a boca me dê a chave.

Troy entregou a chave para Hugo que se aproximou e soltou a algema me deixando livre. Eu dei dois passos para o lado e Hugo estendeu as mãos.

- não se machuque. Você é o escolhido. Ele tem suas mãos – falou Hugo – você precisa procriar. Pode abaixar o bisturi nós não vamos te machucar.

- não – falei andando na direção das minhas roupas. Elas estavam exatamente onde eu tinha jogado a Pisseta de álcool.

- tudo bem – falou Hugo andando próximo a mim – pode ficar tranquilo. Pegue sua roupa e se limpe, se quiser nós deixamos você tomar banho – falou ele tentando me acalmar – só não faça nada estúpido. Não faça nenhuma besteira

Eu senti o bisturi tocando minha garganta e senti que sem querer tinha feito um pequeno corte.

- agora eu vou me abaixar e pegar minha roupa e se vocês me atacarem eu juro que me mato e vocês não terão nenhum bebê.

- ele não está respirando! – gritou Tessa chorando. Dr. Henry Parker saiu correndo e os outros membros pareceram frustrados. A mãe de Quinn estava abraçada com ela. Elas pareciam assustadas.

- não deixe-o morrer – gritou Hugo se virando para trás.

Nesse momento eu me abaixei e peguei o isqueiro de Clyde que estava na minha calça. Peguei a Pisseta e comecei a jogar álcool nas costas de Hugo que se virou sem entender o que acontecia enquanto eu jogava álcool no seu peito. Acendi o isqueiro jogando na direção de Hugo que saiu andando para trás enquanto as chamas comiam sua carne e sua roupa. O melhor jeito de se destruir uma colmeia é ateando fogo nela. O clarão chamou a atenção de todos os membros que se viraram desesperados enquanto Hugo pegava fogo e se jogava de um lado para o outro. Eles correram na direção de Hugo e eu comecei a jogar álcool nos outros membros que se aproximaram de Hugo e começavam a pegar fogo.

Joguei o recipiente fora e sai correndo nu pela sala saindo do necrotério na direção do corredor. Teria mais chances se deixasse Mya e Anne para trás. Tentar salvá-las só me atrasaria. Só precisava pedir ajuda. Meus pés doíam e o sangue e esperma ainda escorriam de dentro de mim enquanto eu virava a esquerda no corredor escorregando e caindo. Levantei-me e continuei a correr e vi a porta que daria para o escritório. Ao chegar me joguei com todas as forças, mas a porta estava trancada. Eles haviam passado uma corrente trancando as portas.

Voltei e ouvi passos. Percebi que estava sendo seguido. Ouvi um som estridente e então a água começou a jorrar do teto. Era o alarme de incêndio. Entrei no banheiro para me esconder e vi que talvez eu conseguisse passar pelo buraco se quebrasse o vidro. Com a mão direita já machucada eu a fechei e dei um murro no vidro que se quebrou cortando minha mão. Um longo caco entrou na minha mão e antes de continuar eu o retirei e joguei no chão deixando o sangue jorrar. Subi na pia torcendo para que ela me aguentasse e usei minhas últimas forças para conseguir passar pela janela. Não era muito alto e havia grama lá de fora. Era isso ou nada.

Joguei meu corpo e cai de lado na grama. Senti uma forte dor no braço, mas consegui me levantar. Vi as pessoas lá fora fantasiadas correndo de um lado para o outro enquanto pediam doces. Sai correndo nu pela grama cheio de machucados e sangue. As pessoas ficaram perplexas ao me ver. Elas pensaram que era nada mais nada menos do que uma brincadeira de Halloween. Sai correndo pela rua em direção à delegacia sentindo meus pés se machucarem ao pisarem no asfalto. De longe vi que havia uma movimentação na delegacia. Vi que os policiais ficaram sabendo que o prédio da delegacia com o necrotério estava pegando fogo.

Ás lágrimas caiam em meus olhos a medida que me aproximava da delegacia. Vi que um homem correu na minha direção. Acho que ele tinha me reconhecido. Era Blacke.

- Stan?! – perguntou Blacke me vendo cair de joelhos no asfalto – o que aconteceu? – perguntou Blacke se abaixando me deitando no asfalto.

- Anne… Mya… - falei sem fôlego – elas estão no necrotério – falei apontando.

- o que aconteceu?

- salve o bebê – falei para Blacke.

- com licença – falou Blacke para um policial – tire seu paletó e cubra-o – falou Blacke – ligue pra o Policial Holloway e avise que o encontramos.

- sim senhor – falou o policial tirando o paletó e jogando em meu corpo tapando a parte de baixo de mim. Eu engoli em seco e vi que era o policial Luís de la Fuente – vai ficar tudo bem Stan – falou ele apreensivo. Ele pegou o celular e ficou de pé. Vi que ele discou o número de alguém que logo atendeu o telefone.

- pode ir lá ajudar, eu fico com ele – falou outro policial se aproximando. Quando eu olhei vi que era o Policial Randy. Um dos membros do culto. Ele estava molhado e tinha um ferimento de queimadura no braço.

- tudo bem – falou o policial Luís correndo na direção do prédio que pegava fogo com o celular na orelha tentando ligar para Clyde.

- Não! Não! Por favor – falou esticando o braço tentando me levantar, mas o policial Randy não deixou.

- não precisamos de você. Nós temos o bebê – falou ele se abaixando e segurando nos meus pés me arrastando para a calçada – quando ele crescer ele vai procriar.

Eu agitava meus braços tentando chamar a atenção enquanto o policial Randy me puxava pra calçada me deixando no gramado. Ao chegarmos na calçada ele se ajoelhou em cima de mim e colocou as duas mãos me meu pescoço e começou a me enforcar. A agitação era tanta que acho que quem estava ao redor pensou que ele estava me ajudando de alguma forma. As pessoas olhavam para mim e depois voltavam a olhar para o prédio em chamas.

- Stan!? Stanley? – gritou Blacke correndo na direção ode onde estávamos.

Eu tentava responder, mas não conseguia. Randy apertou os dedos na minha garganta mais e mais forte e quando Blacke nos viu ele sacou a arma e apontou para Randy.

- sai de cima dele! – gritou Blacke. Randy continuou a me enforcar sem dar atenção para Blacke que deu dois tiros no policial Randy que caiu para o lado. Agora eu tossia tentando recuperar o ar. O policial Randy mesmo caído no chão segurou no meu braço e usando suas últimas forças conseguiu voltar a ficar em cima de mim.

Blacke veio correndo e deu um chute na cara do policial Randy que caiu de volta no chão dessa vez desmaiado agonizando de dor no próprio sangue que escorria por sua boca. Posso jurar que vi dois de seus dentes voando para fora da boca.

- você está bem? – perguntou Blacke se abaixando.

- o bebê? – perguntei confuso – ele está bem?

- sim. Ele está bem – falou Blacke – Mya e Anne também estão bem. Elas conseguiram sair de lá com vida.

- graças a deus – falei sentindo Blacke jogar a sua jaqueta em cima de mim cobrindo meu órgão genital.

- tudo acabou! Agora acabou! – falou Blacke tentando me confortar – vai ficar tudo bem Stan – Olhei no relógio do pulso de Blacke e vi que era pouco mais das onze da noite. A tortura foi tão grande pra mim que eu pensei que já fosse de manhã. Meu corpo doía em todas as partes possíveis.

- não em deixa sozinho – falei segurando no braço de Blacke.

- não vou – falou ele acenando para duas policiais que vieram direção de Blacke que explicou o que tinha acontecido. Os paramédicos vieram até nós e me atenderam e em seguida atenderam Randy.

Nós fomos colocados em macas e levados até as ambulâncias. Os bombeiros tentavam apagar o fogo e eu vi que havia outras macas. Mya estava em uma delas, Anne estava com alguns curativos de pé conversando com Clyde que estava ao lado de outra maca onde estava Tessa desmaiada sendo atendida. Vi que Clyde correu na minha direção e acariciou minha testa.

- você está bem? – perguntou Clyde.

- sim. Eu estou – falei engolindo seco – e o bebê?

- ele está bem – falou Clyde.

- Tessa…

- ela está bem – falou Clyde parecendo feliz pela filha estar viva.

- Anne te contou o que aconteceu?

- sim. Tudo – falou Clyde – eu sinto muito. Sinto tanto – falou ele chorando – Sinto como se fosse tudo culpa minha. Eu devia ter percebido que havia algo de errado com ela.

- ela me estuprou – falei segurando no braço de Clyde – o bebê é meu filho. Meu filho.

- Não pense nisso agora – falou Clyde – você vai se recuperar e vamos ficar todos bem. Tudo isso vai acabar.

- senhor nós precisamos leva-lo.

- tudo bem – falou Clyde – eu te amo.

Eu não consegui responder Clyde porque as portas da ambulância se fecharam. Os paramédicos aplicaram algum remédio em mim que fez com que eu me sentisse leve. Eles colocaram uma máscara em meu rosto com um gás que me fez dormir por algumas horas.

Meus olhos estavam pesados e minha boca estava seca. Abri os olhos e inicialmente não me lembrei de nada. Em minha concepção eu estava apenas acordando em minha cama. Como um trovão tudo veio á minha mente. Tentei me levantar da cama de hospital, mas Nick usou as duas mãos para me fazer deitar.

- não se levanta Stan.

- o que aconteceu? Anne? Mya? O bebê? – falei percebendo que estava de dia lá fora. Eu estava novamente com a mão direita com ataduras. Estávamos apenas Nick e eu no quarto.

- Se preocupe com você agora – falou Nick – você precisa se curar. Passou por uma cirurgia. Eu mesmo fui o cirurgião.

- que tipo de cirurgia?

- reconstrução anal – falou Nick sério. Ele era durão. Não iria deixar transparecer a tristeza em seu rosto ao dizer aquelas palavras.

- Okay – falei percebendo que aquele era um assunto ao qual eu não queria falar porque eu queria na verdade era esquecer – eles foram presos? – perguntei para Nick.

- oito dos que sobreviveram foram presos.

- quem morreu?

- O delegado Hugo Thornton, Brian Richardson, Troy Fletcher e Ryan Riley.

- todos foram presos? Certo?

- todos com exceção de Tessa Holloway.

- o que? – perguntei confuso.

- Anne e Clyde foram aconselhados por um advogado a chamarem um psiquiatra para fazerem uma avaliação mental e após a avaliação e um pedido do advogado o juiz considerou Tessa mentalmente incapacitada e ela será internada em uma clínica por alguns meses.

- o que? – perguntei me sentindo mal – mas ela… ela me estuprou! Onde está o bebê?

Nick não respondeu nada e apenas apertou os lábios. Ela não queria me dizer.

- ele morreu?

- Não. Ele está bem.

- onde ele está?

- com Tessa. Ela o está amamentando.

- o que? – falei me sentando na cama arrancando a agulha do meu braço.

- Stanley! Se Acalma – falou Nick me segurando.

- é meu filho! Aquela desgraçada é uma assassina! Ela vai mata-lo. Ele é meu filho!

- fica calmo!

- traga ele aqui. Eu quero vê-lo! Eu nem sei se é menino ou menina.

- é menino – falou Nick – vou pedir que Clyde o traga aqui.

Nick saiu do meu quarto e quando ele se foi meu pai e minha mãe entraram no quarto e me deram um abraço. Eles estavam chorando, mas pareciam felizes por tudo ter acabado bem.

- olha só quem acordou – falou Clyde entrando com o bebê nos braços.

- deixa eu segurá-lo – falei esticando os braços e Clyde me entregou o bebê. Em seguida ele deu um selinho na minha boca e acariciou meus cabelos.

- que bom que você está bem.

- ele é tão bonito – falei com um sorriso – tão fofinho – falei rindo passando os dedos por seu pequeno rostinho. Ele nasceu como eu com as mesmas mãos e mesmo assim ele era perfeito. Só agora eu entendia o que todos queiram dizer quando diziam que eu era perfeito.

- Tessa quer chama-lo de Steve – falou Clyde.

- Tessa? Ela não direito nenhum sobre esse bebe – falei com raiva.

- claro que tem. Ela é a mãe – falou Clyde.

- Clyde ela me estuporou. Aquela seita imbecil me drogou e ela me estuprou.

- Se acalme Stan, o psiquiatra avaliou Tessa e ela sofreu um aborto a alguns meses e ela ficou muito abalada com isso. Ela estava mentalmente incapaz e foi sugada pelas promessas daquela seita – falou Clyde.

- não importa – falei olhando para Clyde – ela me estuprou. Todos aqueles homens me estupraram. Eu tive que ter o meu ânus reconstruído. E nem a pau meu filho vai se chamar Steve.

- nós podemos resolver isso depois – falou Clyde estendendo a mão para pegar o bebê.

- não. Você não vai leva-lo de volta praquela maluca

- Stanley ela é minha filha.

- e eu sou seu noivo! Ela me estuprou. Que parte disso você ainda não entendeu.

- se acalma Stanley. Ela é mulher, não é como se ela tivesse te machucado.

- não se trata de machucar. Se trata de ter meu corpo violado. É nojento.

- você não vai leva-lo de volta – falou minha mãe se aproximando da cama junto do me upai.

- ela é a mãe – falou Clyde.

- eu vou fazer tudo que está em meu poder para garantir que ela não seja a mãe desse bebê – falei com raiva – ou você está comigo ou está contra mim.

- ela é minha filha Stanley. Eu a amo – falou Clyde apreensivo como se estivesse indeciso – eu também te amo.

- então você vai fazer de tudo para que esse bebê fique longe dela. Se ela é incapaz de ser condenada por um crime ela não deve ser capaz de criar um filho.

- eu sei disso – falou Clyde lambendo os lábios – Anne disse que entrará com um processo de adoção e ela quer que eu apoie essa decisão – falou ele se sentando na minha cama e colocando sua mão em cima da minha – minha filha está passando por um momento difícil Stanley. Eu preciso ficar ao lado dela. Tirar o filho dos braços de Tessa só fará com que ela piore. Ela já perdeu um filho

- eu não posso – falei sentindo as lágrimas caírem de maus olhos – eu não consigo – falei engolindo em seco – depois de tudo o que aconteceu… ter sido violentado por aqueles homens, por Quinn e por Tessa… eu não posso simplesmente fechar os olhos e fingir que Tessa e eu fomos pra cama juntos depois de uma noite de bebedeira. Ela me estuprou. Essa é a palavra. Não importa o quanto Anne e você achem que não foi. Ela é sua filha e não minha. Eu não vou passar a mão na cabeça dela.

- e toda aquela conversa sobre perdão? – falou Clyde com lágrimas nos olhos.

- isso foi antes de ser estuprado por oito homens – falei engasgando ao dizer aquilo. Percebi que minha mãe e meu pai respiraram fundo ao ouvir aquilo.

Clyde se levantou e caminhou para fora do quarto fechando a porta. Nick colocou a mão em meu ombro me dando apoio. Eu me sentia mal por toda aquela situação. A única coisa boa que saiu disso tudo foi o bebê que estava em meus braços. Era meu filho. Ele estava sereno em meus braços e eu aproximei o nariz sentindo seu cheiro. Ele era tão fofinho. Não existia nenhuma chance de que eu pudesse deixar aquele bebê sob os cuidados de Tessa ou de Anne. Ele era meu filho e eu vou até o inferno para garantir que o nome de Tessa não conste como se fosse à mãe. Porque pra mim ela é apenas um monstro. Espero que Clyde pense bem e escolha ficar do meu lado. Ou você está comigo ou está contra mim.

Espero que tenham gostado. Situação complicada em que Clyde e Stan se meteram. Um abraço a todos ;)