Capítulo 44: Cruel Abelha Rainha | Conto: Cruel Sedutor

XLIV

Cruel Abelha Rainha

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E

ra tarde da noite. Pouco mais de meia noite e meia. Peguei carona de um dos amigos que me deixou em frente a minha casa. Ao entrar em casa caminhei em passos lentos tentando não chamar a atenção de ninguém. Tinha comigo uma mochila. Minha máscara e minha fantasia estavam lá dentro. Passei pela mesa de centro e fui até a cozinha fazer um lanche. Estava morto de fome. Fui até a geladeira e peguei o pão de forma o tomate, alface e presunto de peito de peru. Estava morto de fome. Peguei tudo e coloquei em cima do balcão. Fui até o armário e peguei uma faca. Quando me virei vi Nick parado próximo onde minha mochila estava. Fiquei lá parado com a faca na mão.

- onde você estava? – perguntou Nick.

- eu…

Antes que respondesse meu irmão abriu minha mochila e tirou de lá a máscara. Ele olhou para ela e depois olhou para mim – o que você fez Stanley?

- eu não preciso me explicar para você.

- você vai se dar mal – falou Nick com a voz trêmula.

- o que você vai fazer? Chamar a policia?

- não. Eu só quero saber o que você está fazendo. Dê-me um motivo para não ligar para a policia e te denunciar.

- Eu ká disse que não preciso me explicar – falei indo na direção dele para pegar a máscara e meu irmão se assustou porque eu estava com a faca – eu não vou te machucar – falei parando e colocando a faca em cima do balcão.

- como eu posso saber que não vai – falou ele olhando para minha máscara. Ele olhava para o rosto zangado – foi tudo mentira? – perguntou Nick – você nunca foi sequestrado? Aquela coisa que aconteceu no necrotério, o seu estupro… foi tudo uma mentira?

- eu pensei que você fosse começar diferente.

- como assim? – Nick franziu a testa.

- eu posso responder a todas as suas perguntas, mas você não quer fazer a pergunta mais óbvia primeiro?

- e qual pergunta seria essa? – Nick pareceu apreensivo.

- por quê? – falei lambendo os lábios.

- e precisa de um motivo para matar os outros? – perguntou Nick.

- não me julgue Nick.

- você é meu irmão Stanley, mas eu preciso fazer o que é certo.

- Não fique ai me julgando. Não antes de saber o porquê disso tudo.

Nick ficou em silêncio e olhou para a máscara virando-a e vindo o rosto assustado e depois o rosto feliz.

- é vingança por ter nascido com essas mãos?

- não Nick. Não tem nada a ver com minhas mãos. – falei me sentando próximo ao balcão – você quer ou não saber? – falei apontando para a cadeira do outro lado do balcão.

Nick veio caminhando apreensivo e colocou a máscara do Caralho Triplo em cima do balcão. Olhei para a máscara e depois olhei para Nick. Aquela máscara representava todas as minhas expressões. Eu não fui homem o bastante naquela situação. Eu não fui viril o suficiente para cuidar da situação da forma que deveria ter sido.

DOIS ANOS ATRÁS — JUNHO DE 2015

FELIZ

Era a primeira vez que visitava Orlando. Casey deu a luz a Caylee em nossa cidade de nascimento: Coala. Ela passou cinco meses lá com a gente e veio embora de volta para Orlando a três meses. Decidi fazer uma surpresa para ela e passar alguns dias em Orlando. Caylee atualmente tinha oito anos de idade. Ao chegar no aeroporto fu ia uma loja e comprei um Elefante de pelúcia para ela. Depois de comprar o presente de Caylee eu fui até o lado de fora do aeroporto e peguei um taxi. Dei o endereço de Casey para ele e nós seguimos viagem.

- Já chegou em Orlando? – perguntou meu irmão atendendo o telefone.

- oi? Tudo bem? Sim. Cheguei – falei brincando com ele.

- você volta quando?

- não sei Nick. Eu só vou ficar umas três ou quatro noites fora.

- tudo bem. Se precisar de algo é só me ligar.

- me deixa em paz Nick. Vou estar longe de você e já tá bom.

- não seja in grato Stan. Eu só estou preocupado. É a primeira vez que você viaja sozinho.

- vai ficar tudo bem.

Depois que desliguei o telefone prestei atenção na paisagem. Era tudo tão bonito, tudo tão lindo. Começava a escurecer e as luzes brilhavam nos prédios. Quando passamos em frente ao parque da Disney tirei uma foto. Talvez amanhã Casey, Caylee e eu possamos vir á Disney. Nick me deu dinheiro o suficiente para alugar um apartamento pro aqui ou até mesmo sobreviver a uma guerra.

Ao chegarmos no prédio onde Casey mora o taxista estacionou o carro no centro e enquanto eu pagava a corrida vi um carro saindo apressado do estacionamento cantando pneu. Paguei a corrida pegando minha mala e o presente de Caylee na minha mão. Um pequeno elefante. Subi as escadas e virei à direita indo até o apartamento vinte e três, que era o apartamento de Casey. Toquei na campainha e aguardei ansioso pelo momento em que ela abrisse a porta. Estava muito animado e feliz por poder passar alguns dias com minha irmã e minha sobrinha. Quando ela abriu a porta eu dei um grito.

ASSUSTADO

A noite havia apenas começado, mas já estava um pouco frio. Não trouxe agasalhos o suficiente. Deveria ter me preparado um pouco melhor para as noites frias de Orlando. Depois de tocar a campainha mais uma vez eu ouvi sons dentro do apartamento de Casey. Coloquei o elefante na frente do meu rosto e quando ela abriu eu dei um grito animado.

- Surpresa! – falei alto com um largo sorriso que logo se transformou. Casey estava com a mão na boca chorando. Ela tinha um olho roxo e seu nariz sangrava.

- Stanley?! – perguntou Casey surpresa.

- Casey? O que aconteceu?

- não é nada – falou ela entrando.

Fui até Casey e fechei a porta do seu apartamento. Joguei o boneco elefante no sofá e fui até Casey que se escorou no balcão da cozinha chorando.

- o que diabos aconteceu? Quem fez isso com você? – falei colocando minhas mãos em seu ombro.

- um cara que eu conheci ontem em uma festa…

- ele te bateu? Precisamos chamar a policia!

- não! – falou Casey parecendo assustada – não podemos chamar a policia. Ele é policial.

- um policial fez isso? – falei olhando em volta ouvindo Caylee chorar algo. Ela só tinha oito meses de vida a essa altura – onde está Caylee?

Casey não me respondeu nada. Olhei em volta procurando pelo bebê e finalmente cheguei até o quarto de Casey. Caylee estava chorando esperneando. Ela estava sem a fralda deitava em cima de um lençol branco que estava sujo de sangue. Sangue que parece ter saído dos órgãos genitais de Caylee.

Senti uma pontada no coração ao ver aquilo. Olhei para trás e Casey estava chorando na porta.

- ele fez isso com ela – falou Casey!

Peguei Caylee nos braços e sai correndo do apartamento chamando por ajuda. Casey saiu logo atrás de mim assustada.

- Cala a boca Stan! Ele me ameaçou com uma arma! – falou ela olhando para mim – ele disse que vai matar Caylee e eu.

- ele estuprou sua filha de oito meses de idade Casey. Ele estuprou! – falou olhando para o bebê em meus braços.

- que gritaria é essa? Estou tentando assistir televisão! – perguntou uma mulher abrindo a porta. Uma mulher negra que parecia ter pouco mais de trinta anos de idade.

- com licença – falei me aproximando com Caylee nos braços – será que você pode chamar a emergência?

A mulher olhou para Caylee com sangue nas partes intimas e depois olhou para o rosto de Casey e depois olhou para mim.

- tudo bem, eu chamo! Entrem! – falou ela pegando o celular e ligando para a emergência. Eu me sentei no sofá da casa da garota e Casey se sentou ao meu lado. Caylee continuava a gritar e se espernear.

- alô? Aqui quem fala é Loretta Fleming. Vocês poderiam mandar uma ambulância, por favor? Tem um bebê de…

 - oito meses! – falei completando a frase e me levantando.

- oito meses e uma garota de…

- vinte e dois – falou Casey.

- um bebê de oito meses e uma garota de vinte e dois anos que estão machucados. Parecem que eles foram agredidos – a garota fez uma pausa – isso, esse é o endereço, obrigada – falou a garota desligando o telefone e olhando para nós – eles estão a caminho.

- obrigada – falou Casey olhando para Caylee que continuava a chorar.

- me desculpa por atrapalhar sua noite – falei entregando Caylee para Casey.

- não tem problema – falou Loretta indo até a porta e trancando-a – o que aconteceu? – perguntou Loretta olhando para Caylee.

- eu sou Stanley e essa é minha irmã Casey – falei apertando a mão de Loretta – Casey disse que foi pra uma festa ontem e conheceu um policial e trouxe ele para casa. Ela disse que o policial abusou de Caylee e depois bateu nela e ameaçou mata-las se contasse algo a alguém.

- isso é terrível! – falou Loretta.

- horrível – falei apreensivo.

- Meu marido é melhor em situações como essas – falou Loretta sem graça – eu nem sei o que dizer, ele está trabalhando agora logo deve chegar.

- não tem problema Loretta. Você já ajudou bastante nos recebendo.

- okay – falou ela com um sorriso sem graça – aceita um copo de água? – perguntou Loretta.

- aceito sim, obrigado.

Loretta pegou dois copos de vidro e os encheu com água dando um para mim e outro para Casey. Nós todos nos sentamos no sofá e tomamos nossa água. Quando vimos às luzes vermelhas e azuis piscando nós nos levantamos e abrimos a porta do apartamento. Casey e eu saímos correndo na direção das escadas e quando descemos vimos dois policiais: um homem de olhos azuis e bigode e uma mulher loira.

- parados! – falou a mulher apontando a arma para nós.

Parei bruscamente de correr e levantei a mão. Casey não conseguiu, mas ela parou.

- se deitem no chão, agora! – gritou a policial mulher.

- vocês não entendem – falei me ajoelhando – nós somos as vítimas!

- cale a boca e fique parado! – gritou a policial.

O policial que se chamava Frank Affleck se aproximou de Casey e viu que ela estava machucada e o bebê ferido.

- está tudo bem – falou o policial para a parceira – o que aconteceu?

- ela foi estuprada – falou Casey.

- e porque você está machucada?  -perguntou a policial. Em seu uniforme estava seu nome: Lana Tucker.

- porque ele me bateu em seguida – falou Casey chorando.

- foi seu marido senhora? – perguntou o policial Frank.

- não. Foi um policial – falei logo de cara.

- do que está falando? – perguntou a policial Lana olhando para mim.

- foi um policial que bateu nela e abusou do bebê

- qual o nome dele? – perguntou o policial Frank.

- ele disse que era Thomas, mas acho que era um nome falso – falou Casey tentando enfiar a mão no bolso – eu tirei uma foto com ele ontem a noite – falou Caylee.

- deixa que eu pego – falei pegando o celular de Casey e entrando na galeria. Depois de passar algumas fotos encontrei uma da noite passada.

- é esse! – falou Casey.

O policial Frank pegou o celular e levou até a policial Lana e eles conversaram entre si. Parece que eles conheciam o policial.

- e você quer prestar queixa? – perguntou o policial Frank.

- claro que ela quer!

- cala a boca que eu não falei com você! – falou o policial Frank olhando para mim.

Olhei para cima e vi que Loretta estava meio escondida nas sombras com o celular ligado filmando tudo o que acontecia.

- sim – falou Casey olhando para mim – eu quero prestar queixa.

- olha vai ser difícil provar que ele fez isso – falou o policial Frank em um tom sarcástico como se quisesse que ela desistisse – vai ser muito difícil.

- mas ela quer. Ela já disse que vai prestar queixa! – falei enfrentando.

- se não calar a boca vou te levar preso por desacato – falou o policial Frank. A policial Lana veio e acalmou o parceiro.

- se acalma Frank – falou Lana se afastando e pedindo que uma ambulância fosse enviada até o local.

Olhei para o alto e vi que Loretta continuava a filmar toda a ação da policia. Quando a ambulância finalmente chegou ela levou a nós três para o hospital.

ZANGADO

Estávamos todos no hospital. Casey estava sendo atendida por um médico e Caylee por outro. Eu estava sentado na recepção enquanto três policiais conversavam entre si. Um deles era o policial Frank, o outro policial era a Policial Lana. O outro policial chegou logo em seguida. Em seu uniforme tinha seu nome: Roderick Maddox. Eles ficavam conversando entre si e olhando para mim. Aquilo me deu muita raiva, me deixou zangado. A forma que eles estavam tratando todo o caso.

O policial Roderick veio andando na minha direção com um sorriso no rosto.

- boa noite! – falou o policial estendendo a mão até mim – Eu sou o policial Roderick Maddox, você é…

- Stanley… Echevarria – falei apertando a mão dele.

- okay – falou Roderick se sentando ao meu lado – me diz o que aconteceu. Os meus colegas me contaram, mas quero ouvir de você.

- eu não moro aqui, eu vim fazer uma visita surpresa pra minha irmã. Quando cheguei ela estava machucada e a filha sangrando na cama. Ela disse que saiu com um policial que disse se chamar Thomas. Ela disse que o policial a ameaçou e bateu nela e estuprou Caylee – senti meu estômago revirar ao dizer aquilo.

- okay, tem amis alguma coisa?

- além do que ela me contou tudo o que sei é que vi um homem entrando em um carro no estacionamento e saindo cantando pneu. Casey disse que era ele.

- entendo – falou Roderick.

- você não deveria estar anotando tudo isso que estou dizendo?

- Olha… Stanley… - falou Roderick tentando parecer calmo – não vamos nos precipitar aqui. Não podemos acabar com a carreira de um bom policial baseando-se em especulações. Precisamos de provas.

- não se preocupe – falei respirando fundo – logo eles vão pegar o DNA desse imbecil nos genitais da minha sobrinha,

- ai é que está o problema – falou Roderick – Acabei de falar com a médica e os genitais foram lavados. Vocês não deveria ter dado banho na vitima antes de trazê-la.

- banho? – falei com raiva – nós não demos banho. Ela estava toda suja de sangue e nós a trouxemos exatamente assim. Suja.

- acho que estamos todos nos excedendo. O médico fez o exame e disse que ela foi lavada – falou o policial Roderick olhando para trás. A médica estava logo atrás apertando a mão da Policial Lana e do Policial Frank.

- vocês fizeram isso! – falei engolindo em seco com raiva e me levantando e caminhando na direção deles – vocês estão encobrindo tudo!

- se você não ficar quieto eu vou chamar a segurança – falou a médica. Em seu crachá estava seu nome. Krista Gallardo.

- não precisa – falou Frank.

- infelizmente às vezes isso acontece – falou o policial Roderick – parece que foi tudo um mal entendido – ele colocou a mão em meu ombro.

- vamos indo – falou a policial Lana indo junto com o policial Roderick.

O policial Frank pegou o celular e olhou as horas. Antes de ir ele olhou para mim e se aproximou.

- e se por acaso vocês encontrarem alguma evidência de que esse crime realmente aconteceu traga até nós. Eu farei de tudo para que sua irmã perca a guarda da filha – falou o policial Frank apertando os lábios e colocando a mão no meu ombro como se estivesse simplesmente fazendo seu trabalho.

Olhei para trás e vi que Casey já havia sido atendida. Ela estava com Caylee nos braços. Ela se sentou na dura cadeira da recepção e eu me sentei ao lado dela. Nós não tínhamos nada a dizer. Olhei para Casey e passei o braço por trás dela.

- eles disseram que Caylee vai ficar bem – falou ela com os olhos cheios de lágrimas.

- Vai sim. Todos nós – falei respirando fundo.

Nick parecia hipnotizado pelas minhas palavras. Percebi que ele sentiu o mesmo que eu. Ele sentiu tudo o que eu vivi naquele dia. A alegria, o suto e a raiva. Nick olhou para a máscara e a virou em cima do balcão. Ele percebeu que aqueles três rostos tinham um significado.

- isso aconteceu mesmo? – perguntou Nick.

- Sim. Aconteceu. Tudo. Eu precisava fazer o certo – falei respirando fundo. Eles acobertaram o caso e transferiram o policial para o distrito onde trabalho. Acontece que ele continuou cometendo crimes e para acobertá-lo eles o colocaram no programa de proteção a testemunha.

- mas porque eles fariam tudo isso por um policial? Se ele é corrupto e pedófilo era melhor prendê-lo de uma vez.

- recentemente uma das pessoas do meu culto descobriu o nome do policial – falei mostrando a mesma foto que tinha usado naquela noite. A foto que Casey tinha tirado com o policial naquela noite. O nome dele é Leroy Parker.

- Pakrer? – perguntou Nick – eu já ouvi esse sobrenome.

- sim. Parker é o sobrenome do psicólogo da policia que estava me obrigado a beber aqueles comprimidos.

- eles são irmãos?

- sim. Leroy é Padrasto de Quinn. O namorado de Tessa, Troy, é filho de Leroy.

- mas como eles se juntaram a você?

- eles não se juntaram. Acontece que nas primeira semanas em que estava trabalhando na delegacia o delegado Hugo Thornton me pegou mexendo em alguns arquivos na sala dele. Ele me pressionou e eu contei tudo a ele. O delegado Hugo prometeu me ajudar. Ele disse que não aguentava a injustiça. O que eu não sabia é que o delegado Hugo Thornton foi o delegado que colocou Leroy no programa de proteção a testemunhas. Hugo fingiu que estava me ajudando e contou aos amigos e familiares de Leroy que eu estava investigando. Isso inclui Lana, Frank e Roderick. Eles começaram a matar pessoas inocentes e escrever meu nome nas paredes para que eu fosse preso. Eu não matei ninguém que não merecesse. Eles mataram inocentes.

- mas porque fariam isso tudo para proteger esse Leroy Parker? – perguntou meu irmão.

- não é só o Leroy. É a linhagem. Todos os homens e mulheres da família Parker trabalharam da policia. Eles têm uma reputação limpa na cidade. O Chefe de Comissários da Policia é Andrew Parker. Ele é avô de Leroy.

- o que isso quer dizer? – perguntou Nick apreensivo.

- Randy Anderson era ex-parceiro de Leroy na policia e um grande amigo. Troy Fletcher (ex-namorado de Tessa) é filho de Leroy. Ryan Riley (ex-namorado de Casey) é amigo de Troy. Brian Richardson é amigo de Troy. Dr. Henry Parker é irmão de Leroy. Latoya Cox é esposa de do Dr. Henry Parker e Quinn Thomas é enteada de do Dr. Henry Parker. Eles nunca estiveram do meu lado e nunca fizeram parte do meu Culto. Eles só queriam proteger a família e a linhagem e saíram matando. Aquele Jogo de ‘Verdade e Consequência’ foi armação deles tentando me incriminar. E aquele dia que aqueles homens me estupraram foi armação deles. A minha sorte é que algumas pessoas que estavam lá aquele dia estavam do meu lado e fingiram estar do lado deles. Foi por isso que consegui escapar. Pelas pessoas que continuaram fiéis a mim.

- e porque você demorou tanto para executar esse plano?

- Quando eles começaram a matar um monte de gente inocente querendo colocar a culpa em mim e no meu culto com aquela baboseira de ‘não sagrada’ e ‘linhagem de abelhas’ a minha Coulrofobia e a minha Apifobia atacaram. Eu tive que parar e cuidar de mim.

- e quem está do seu lado? – perguntou Nick.

- eu não posso dizer. É uma promessa que eu fiz a todos.

- eu sou seu irmão.

- eu não posso contar – falou colocando o cotovelo em cima do balcão com o braço levantando – a menos que você se junte a nós.

- eu não sei se posso – falou Nick.

- você não pode ser fraco. Você precisa ser forte. Se você não for forte  o suficiente você não pode fazer parte.

- qual o objetivo de vocês? – perguntou Nick.

- o nosso objetivo principal é encontrar Leroy Parker e fazê-lo pagar pelos crimes que cometeu. Ao entrar no meu culto você passa a ser parte da minha família. Se você conhece alguém que merece ser punido nós puniremos pra você. Se no caminho nós encontramos alguém que merece ser punido: ele será morto. Se alguém ficar em nosso caminho: é morto. Se alguém ajudou Leroy a sair impune: Ele será morto. Eu disse uma vez e vou dizer de novo: Ou você está comigo ou está contra mim.

- tudo bem – falou Nick pensativo – vocês são como justiceiros? Fazendo justiça com as próprias mãos?

- Sim, mas nós temos disciplina. Funciona como uma colmeia. Eu sou a abelha rainha: sem perguntas, sem porquês e sem reclamação. Se algo precisa ser feito esse algo será feito. Esse Culto não começou quando eu fugi de casa vindo para Orlando. Começou muito antes do que você pensa.

- tudo bem irmão – falou Nick colocando o cotovelo em cima da mesa e segurando em minha mão – eu estou dentro.

- fez a coisa certa – falei sorrindo.

- só me responde uma pergunta – falou Nick ainda segurando em minha mão – quantas pessoas fazem parte do Culto?

- Com você e comigo são doze pessoas. Quatro dessas pessoas foram presas na noite do ‘Enxame’. Eles continuam fiéis a mim e se sacrificaram para que nós consigamos atingir o nosso objetivo. Respondendo sua pergunta: Somos nove ao todo.

- só mais uma pergunta – falou Nick curioso.

- tudo bem… - falei soltando a mão dele – eu disse sem perguntas, mas você é meu irmão. Pode perguntar tudo o que quiser.

- estava nos seus planos se apaixonar pelo Clyde?

- Não – balancei a cabeça negativamente – Não planejei e sinceramente… – fiz uma breve pausa respirando fundo – não achei que fosse me apaixonar por um Policial depois de tudo o que aconteceu com Casey e Caylee – pressionei os lábios lembrando de Clyde – toda Abelha Rainha precisa de um Zangão – falei rindo – a única coisa ruim disso tudo é ter machucado Clyde no processo.

- ele te ama – falou Nick segurando minha mão apertando os lábios.

- espero que você tenha razão – falei apertando a mão de Nick.

- ele faz parte do Culto? – perguntou Nick.

- Não. Claro que não – falei soltando a mão dele e me levantando para voltar a fazer o meu sanduiche – Clyde tem mania de ser certinho. Ele é o tipo de policial que entregaria a própria mãe se ela tivesse cometido um crime. Ele não acredita em justiceiros. Ele não gosta nem de assistir o filme do Batman.

- me diz quem está no culto. Você disse que me contaria se fizesse parte.

- você ainda não faz parte – falei colocando o presunto, tomate e o alface entre os pães – você precisa de uma máscara e de uma fantasia.

- eu posso comprar uma! – falou Nick – tem uma loja fazendo liquidação depois que passou o Halloween.

- muito engraçado – falei rindo.

- o que tem de engraçado?

- Nick eu não compro minhas fantasias em qualquer loja. Esse é o primeiro passo para ser pego. Eu as desenho e entrego os rascunhos para alguém fazer. São feitas sob medida e exatamente da forma que eu encomendo. Eu olho para o membro do culto e faço uma fantasia baseando-se em sua personalidade. As máscaras não são aleatórias. Todas as máscaras tem um significado.

- tudo bem – falou Nick – só me diz o nome de uma pessoa que está no grupo. Por favor.

- quer mesmo saber? – perguntei levando o pão até a boca e mordendo um pedaço.

- quero.

- Cory DeLarosa – falei me sentando á mesa.

- você está falando sério? –perguntou Nick surpreso.

- sim. Porque você acha que Cory estava andando junto com Ricky. Ele fez amizade com o Ricky para se tornar intimo e arrancar alguma informação de onde Leroy poderia estar. Qualquer informação que possa ajudar.

- ele liberou o vídeo?

- não. Eu conversei com o Cory hoje e ele disse que Ricky liberou o vídeo depois que o babaca do prefeito deu ordem para que Ricky não fosse punido. Por isso que eu me aproximei de Frank. Talvez conseguisse algo também. Pelo o que parece eles nem se lembram de mim e de Casey e de nada do que aconteceu. Pra você ver o tanto que eles se importam conosco.

- foi isso que vocês foram fazer hoje? – perguntou Nick.

- você realmente não entendeu a parte de ‘sem perguntas’, né?

- eu te amo Stan e quero acabar com esse cara tanto quanto você. Ele não pode sair impune depois do que fez á nossa irmã.

- bem vindo à família – falei apertando a mão no meu irmão outra vez. Mais um que havia sido recrutado para o Culto.

Depois de refletir e muitas mensagens de vocês, estou de volta ;) Obrigado a todos que se importaram em mandar uma mensagem de carinho pra mim. Significou muito. Um abração e um beijo a todos :)