Capítulo 03: Fiona Hilton | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

TRES

Fiona hilton

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A

bri os olhos e percebi que meu quarto estava escuro. Minha cabeça doía um pouco. Acho que bebi um pouco além da conta ontem depois do que eu descobri sobre Lucas e Leo. Os dois traidores estavam tranzando pelas minhas costas e aquilo me deixou puto. Peguei o celular e vi que não havia ligações perdidas. Parei sentado na cama quando vi que eram quase dez da manhã. Eu devia ter ido trabalhar, mas eu decidi não ir. Não queria encontrar com Lucas. Aquele traidor desgraçado. Não é como se amasse Leo, mas ele era meu namorado e isso foi a maior filha-da-putagem. Leo é de uma família rica e Lucas não. Deve ser por isso que ele fodia Lucas pelas minhas costas, mas jogava na cara de todo mundo o seu relacionamento comigo. Me levantei e fui até o banheiro dando aquela mijada. Minha cabeça doía e um pouco e eu fui até a cômoda do meu quarto e peguei um Tylenol.

Coloquei o comprimido na boca e fui até o banheiro e tomei dois goles da torneira mesmo. Escovei os dentes, lavei o rosto e penteei os cabelos tentando não parecer tão miserável. Eu não estou triste por ter perdido Leo até porque se eu quisesse reatar ele viria correndo atrás de mim. Estou puto por ter sido traído. Acho que é o pior sentimento do mundo. Sai do meu quarto e desci as escadas. Percebi uma certa conversação e antes que chegasse a cozinha minha mãe apareceu..

- bom dia meu filho – falou ela subindo dois degraus.

- bom dia mãe – falei dando um beijo no rosto dela.

- como está o meu bebezinho? – perguntou ela acariciando meu rosto.

 -eu estou bem – falei respirando fundo – estou com um pouco de fome e minha cabeça está doendo. Além do mais preciso ligar para o tio Noah. Ele deve estar bravo pro eu não ter ido trabalhar.

- não precisa ligar. Ela está na piscina com seu pai.

- ele está aqui? – perguntei confuso.

- sim. alguns familiares ficaram. Meu irmão, alguns irmãos do seu pai…

- nossa mãe! Acho que eu vou ficar o dia todo no quarto então. Vou ficar lá trancado. Estou morrendo de vergonha de todo mundo.

- meu precisa primo – falou Fiona aparecendo com uma longe neck na mão. Fiona é filha do meu tio Noah e ela é a prima que espalhou pra família toda que eu era gay quando contei isso em confidência – todo mundo entende o que você passou.

- sério? Vocês entendem? Tirando eu quantas pessoas na família pegaram o namorado fodendo com o melhor amigo?

- eu não sei, mas todos sabem como é estar por baixo. Ninguém aqui vai te julgar – falou ela tomando um gole de sua cerveja.

- Fiona está certa Logan – alou minha mãe subindo os degraus.

- okay – falei descendo as escadas.

- Logan eu quero te apresentar ao meu namorado – falou ela segurando na mão e me levando até o lado de fora. Vi um homem parado olhando para a piscina tomando uma cerveja – Parker – falou Fiona chamando a atenção do namorado – esse daqui é o meu primo.

- é bom te conhecer – falou ele apertando minha mão com um sorriso – é bom finalmente conhecer o famoso Logan.

- Fiona fala muito sobre mim?

- um pouco. Ela fala que vocês são muito próximos – falou Parker tomando um gole de sua cerveja.

- ‘éramos’ – falei chamando a atenção dele – nós éramos Parker. Até eu contar que era gay e ela sair espalhando pra família toda. Em menos de duas horas eles fizeram uma festa por eu ter me assumido. O que foi uma grande surpresa porque eu só tinha contado pra uma pessoa.

- você é exagerado demais Logan – falou Fiona rindo.

- Parker eles fizeram uma faixa escrito ‘Bem Vindos ao Gayveillon‘ e jogaram glitter em mim quando eu apareci.

- isso é sério? – perguntou Parker dando boas risadas.

- supera isso Logan – falou ela rindo Você deveria me agradecer – falou ela com um sorriso – eu já vi essa novela um monte de vezes. Você fica com medo de contar e se reprime e bla bla bla… eu te poupei um trabalhão.

- pode até ser, mas meu pai nunca foi o mesmo comigo desde que você contou.

- até parece – falou ela sem acreditar.

- você não acredita?

- Logan o tio Thad faz de tudo por você. Ele fez uma enorme festa de aniversário, você tem um segurança que se segue pra cima e pra baixo e que pularia na sua frente pra levar uma bala por você. Isso não é prova o suficiente de que ele se importa com você?

- se importar é uma coisa. Amar é outra – falei respirando fundo e olhando em direção ao meu pai que estava na piscina com tio Noah e tio David. Tio David é o irmão mais velho da minha mãe e é dono de um restaurante. É um solteirão.

- você acha que ele não te ama? – perguntou Fiona.

- sim – falei sorrindo – agora vai. Vai lá é conta pra todo mundo o que eu falei pra eles fazerem uma festa sobre isso.

- o que está acontecendo aqui? – perguntou tia Kylie chegando onde nós estávamos. Ela estava de biquíni com algum produto na pele. Ela estava tomando sol. Se bronzeando.

- Logan acha que o pai não ama – falou Fiona.

- Fiona sua… sua vaca – falei com raiva.

- você está brincando né? – perguntou Kylie rindo. Tia Kylie é psiquiatra e ela era a pior pessoa pra se contar uma coisa como essa. Ela ia começar a me analisar e a me julgar.

- sim. eu estou brincando.

- ele não está brincando Kylie. Ele disse que o tio Thad não o ama. Ele disse que desde que se assumiu não sente que o pai o ama.

- o peixe morre pela boca Fiona. Um dia eu te mato sua fofoqueira – falei com raiva cruzando os braços – seu nome deveria ser Fiona Hilton.

- porque? – perguntou Fiona.

- você nunca ouviu falar de Perez Hilton? O fofoqueiro das celebridade?

- porque você acha isso Logan? – perguntou tia Kylie ficando ao meu lado – porque você acha que ele mudou com você?

- vamos focar em você – falou Kylie – me fale do porque você se sente assim.

- porque você acha isso Logan? – perguntou tia Kylie ficando ao meu lado – porque você acha que ele mudou com você?

- não sei. Ele nunca conversa comigo e eu mal o vejo em casa. Sabe… - falei me sentindo mal – sabe quando você sente falta de uma pessoa. De conversar com uma pessoa… meu pai e eu nunca fazemos nada juntos. Minha mãe e eu vamos ao shopping direto. Vamos ao cinema pelo menos uma vez por mês. Até você tia Kylie – falei olhando pra ela – nós conversamos mais do que meu pai e eu conversaremos em uma vida inteira. Ele não me convida pra sair, não senta pra conversar comigo e toda vez que tento puxar assunto ele fala ‘deixa disso campão’ e pega o charuto e a cerveja e se levanta e vai pra perto dos amigos e dos meus tios.

- você já falou isso pra ele? – perguntou tia Kylie olhando param eu pai que saiu da piscina e deu um mortal caindo na água. Meu irmão Jesse e sua namorada Anne gritaram e bateram palmas enquanto tio Noah dava um mergulho na água.

- eu não! – falei fazendo cara feia - ele que é o pai. Ele é que devia reclamar por eu não passar tempo com ele. Não o contrário.

- posso ser franca com você? Tipo… amor bruto?

- pode.

- cresça Logan – falou ela movendo a cabeça negativamente – você não pode ficar aqui sentado esperando o seu pai se aproximar. Vocês não vão se tornar amigos com um estalar dos dedos. Já parou pra pensar que talvez essa barreira que existe entre vocês também foi construída por você? Meu irmão está lá rindo e se divertindo, mas eu tenho certeza que ele tem um vazio dentro dele afina você é filho. Imagina o que ele não deve estar sentindo por não conseguir uma ligação com o próprio filho.

- então porque ele não se aproxima? – falei me sentindo um pouco deprimido – eu fico até um pouco deprimido com isso… sabe…

- talvez ele tenha dificuldade em se relacionar com as pessoas em geral.

- ele nunca teve dificuldade com Jesse. Os dois vão a jogos de beisebol juntos e meu pai leva ele até pra jogar golfe nos country clube às vezes.

- exato – falou Kylie – meu irmão tem dois filhos e se dá muito bem com um deles. Será que o problema é seu pai ou você?

- então a culpa é minha? Eu me coloquei a porra do mundo e ainda tenho que ficar no pé dele implorando que me ame?

- eu não estou dizendo pra fazer isso, mas me responde… qual foi a última vez que você chegou no meu irmão e deu um abraço e falou que o amava?

Pensei por alguns segundos, mas não me lembrei de nenhuma vez que tenha dado um beijo no meu pai.

- eu também não me lembro dele ter feito isso comigo.

- estou falando de você Logan. Você não tem o controle sobre o seu pai ou as ações dele, mas você pode fazer algo em relação ás suas ações. Seu pai tem que lidar com a própria consciência. Isso é problema dele. Você tem que fazer a sua parte para estar com a sua consciência limpa.

- odeio quando você banca a psicanalista pra cima de mim – falei cruzando os braços.

- eu sei que sou boa – falou ela rindo e tomando um gole de sua cerveja.

- então… o que eu devo fazer? Ir até e dar um abraço nele e falar que eu o amo?

- sim – falou Kylie – você vai ver como vai se sentir melhor. Você não vai ficar mais deprimido. Um de vocês dois tem que se mover e meu irmão é um cabeça dura.

- okay-  falei respirando fundo – mas eu preciso conversar com o Rodney primeiro – falei me afastando e entrando na cozinha.

- não corra Logan! – gritou minha tia – você vai ter que enfrentar algum dia.

- bom dia Loguie – falou meu avô pilotando o fogão sorrindo pra mim.

- bom dia Rex – falei chegando até a sala e abrindo a porta da frente. Rodney estava de pé próximo ao jardim fumando um cigarro – Rodney eu preciso falar com você.

- sim senhor – falou ele apagando o cigarro rapidamente e olhando para mim.

- eu quero te perguntar uma coisa. Você pode me responder?

- depende senhor – falou Rodney sério.

- depende do que?

- eu não recebo ordens do senhor. Recebo ordens do seu pai.

- o que eu quero te perguntar não tem nada a ver com meu pai.

- vamos ver o que eu posso fazer pelo senhor.

- há quanto tempo você sabia que Leo e Lucas estavam tranzando?

- senhor? – perguntou Rodney surpreso pela minha pergunta.

- você sabia que Lucas e Leo estavam juntos e isso me fez pensar se você já sabia disso faz tempo ou se você também percebeu só ontem.

- não posso responder a isso, senhor – falou Rodney desconcertado.

- porque não? Eu já sei de tudo e Leo não faz mais parte da minha vida. Eu só quero saber a quanto tempo eu estou sendo feito de idiota. Por favor Rodney – falei insistente – por favor. Eu prometo não contar pro meu pai se é disso que você tem medo. Só me conte.

- okay – falou ele lambendo os lábios olhando em volta meio desconfiado. Sempre com as mãos para trás – a mais ou menos quatro meses atrás quando teve aquela festa no country club… você se lembra?

- sim. A Festa Branca – falei me lembrando ocasião – aquela festa pra arrecadar dinheiro pra causas sociais.

- isso. Depois do discurso que o seu namorado… ex namorado fez eu o vi trocando olhares com Lucas e eles conversaram alguma coisa em particular e depois disso os dois saíram separados. Eu resolvi segui-los só por precaução e vi os dois entrando no banheiro e eu ouvi por alguns segundos enquanto tudo acontecia.

- onde eu estava nesse momento?

- a Vanity Fair foi até o evento e estavam tirando algumas fotos em família. Foi por isso que você não sentiu falta dele.

- aconteceu outra vezes depois disso? Digo… quando eu estava presente?

- sim. Algumas vezes. No aniversário da Lizzie, no ano novo, no natal, no halloween…

- okay – falei rindo de como eu fui idiota – eu entendi.

- desculpe senhor.

- e porque você não me contou?

Rodney olhou em volta e então olhou para mim.

- eu não quero perder o meu emprego Senhor Logan.

- foi meu pai… não foi?

- sim – falou Rodney – mas ele não fez por mal. Ele disse que não queria que você se machucasse e que você não acreditaria em nada do que dissesse por que você ia achar que era implicância dele. Ele disse que você tinha que descobrir por si só.

- e todo esse tempo ele aturou Leo mesmo sabendo o que ele estava fazendo comigo?

- sim – falou Rodney – ‘aturar’ é a palavra correta. Ele disse que você achava que ele implicava com seus namorados e que dessa vez ele não diria nada. Deixaria você descobrir.

- obrigado Rod.

- o senhor não vai contar nada a ele… né senhor Logan?

- não se preocupe Rodney. Eu não vou falar nada. Além do mais eu não deixaria ele te mandar embora nem se ele quisesse. Apesar de sempre olhar pra mim com cara feia eu gosto de você. Confio em você. Você é um cara legal.

- obrigado pela confiança senhor. Significa muito.

- obrigado você por me dizer a verdade – falei voltando para dentro de casa.

Ao chegar na sala eu ti tio Noah com a toalha nos ombros. Ele sorriu para mim ao me ver.

- está melhor Logan? – falou ele passando o braço por trás de mim.

- estou sim tio. Desculpa por não ter ido trabalhar hoje. Eu não estou muito bem e além do mais eu não queria topar com o Lucas.

- não se preocupa com isso sobrinho. Eu mandei ele pra puta que pariu hoje cedo.

- sério?

- sim – falou meu tio – você achou que ele continuaria a trabalhar lá depois do que fez com você?

- obrigado tio – falei abraçando-o. O que eu percebi abraçando o meu tio é que aquilo era natural. Eu o abraçava mais do que o meu próprio pai. Sempre tive mais intimidade com ele e isso me perturbava um pouco.

- agora vá se divertir garoto. Se quiser tirar folga o resto da semana ou o resto do mês… eu não ligo – falou ele com um sorriso – só não se sinta mal pelo o que aconteceu. Não gaste nenhum minuto do seu dia sofrendo por quem não merece.

- obrigado pelo conselho tio – falei apertando os lábios. Estava realmente agradecido. Olhei para o lado de fora da casa e pensei em me refrescar um pouco. Meu pai estava lá e seria uma boa hora pra começar uma conversa – acho que vou tomar um banho de piscina.

- a água está uma delicia – falou ele tomando um gole de sua bebida.

Subi as escadas indo ao meu quarto e colocando a minha sunga. Vesti o meu robe e ao chegar do lado de fora olhei em direção das piscinas. Meu pai, tio Noah e tio David estavam tomando banho. A piscina era enorme. Ela era comprida e no fim dela do outro lado havia uma jardim japonês e um gazebo com alguns sofás para poder descansar ou dormir em um fim de tarde. A parte mais rasa da piscina tinha o azulejo como um jogo de xadrez. A parte mais funda eram azulejos verdes que deixavam a água em um lindo tom de verde. No centro tinha uma fonte duas cachoeiras que ficavam nas laterais.

- vai finalmente enfrentar o problema? – perguntou Kylie.

- eu vou tomar um banho de piscina – falei respirando fundo – vamos ver o que acontece.

- tira esse robe e mostra esse corpão filho – falou minha mãe chegando.

- para mãe. Está me constrangendo na frente da família.

- é o nosso passatempo – falou Fiona chegando com uma garrafa de Gatorade – toma. Vai te ajudar na ressaca – falou ela com um sorriso soltando a se sentar no colo no namorado que estava sem camisa tomando sol.

- obrigado – falei abrindo e tomando um gole. Era horrível, mas eu tomei mesmo assim.

Caminhei até a piscina e joguei meu robe em uma cadeira perto da beirada. Coloquei o meu Gatorade na beirada da piscina e tapando o nariz eu dei um pulo na piscina. Nadei até o outro lado da piscina e sai do outro lado.

- bom dia Logan – falou tio David.

- bom dia tio.

- bom dia garoto – falou meu pai olhando pra mim.

- bom dia pai – falei com medo de fazer o que Kylie tinha dito. Ele estava conversando com tio Noah e os seus dois filhos menores – gêmeos – que tinham nove anos pularam na piscina. Eles estavam com pistolas de água.

- Eric! Kyle! – falou tio Noah para os filhos – fiquem só na parte rasa que é a parte xadrez.

- okay papai - falou um deles jogando água no outro.

Meu pai e meus tios conversavam sobre algo que eu não entendi muito bem o que era e sinceramente não me importava muito. Em certo momento meu pai nadou até o outro lado da piscina e eu fiz o mesmo ficando perto dele. Eu apenas ouvia o que eles falavam. Tentando criar coragem pra dizer algo pro meu velho. Eu não tinha coragem e engoli o meu medo com outro gole do horrível Gatorade. Eles estavam conversando e eu decidi que nadaria até a outra ponta da piscina e voltaria e então eu o diria. Dei um mergulho e com muito fôlego consegui chegar do outro lado da piscina. Parei lá de longe e respirei fundo. Mergulhei novamente e nadei rapidamente batendo braço após braço até chegar onde eu estava. Parei em baixo da cachoeira e deixei ela cair um pouco em cima de mim.

- isso é idiotice – falei pra mim mesmo. Meu estômago doía. Sentia como se fosse fazer algo errado ou cometer um crime – é meu pai. Não vou fazer nada de errado – falei saindo de baixo da cachoeira. Meu pai estava rindo de algo e ele pegou a lata de cerveja de Corona e ele tomou um gole e amassou a lata jogando pra fora da piscina.

- eu entendo o que você quer dizer… - falou meu pai comentando sobre algo que Noah disse – …vamos lá e eu te mostro.

- pai… - falei baixo – pai – falei tocando no ombro dele – pai!

- o que foi? – perguntou ele olhando para mim através dos seus caros óculos escuros. Ele lambeu os lábios e eu me aproximei dele meio sem e dei um beijo no lado direito do seu rosto e o abracei – eu te amo pai. Abracei e o mantive junto a mim por alguns segundos e então eu o soltei.

- okay – falou ele rindo – também te amo campeão – falou ele batendo a mão no meu ombro duas vezes e se virando. Ele nem olhou pra mim ao dizer aquilo. Noah e David tinham saído da piscina e ele saiu caminhando para sair também.

- isso é sério pai? – falei com raiva dele.

- o que? – perguntou ele olhando pra mim.

- eu venho aqui e te abraço e digo que te amo tentando conversar com o senhor e você vai sair? – falei pegando a garrafa de Gatorade e jogando longe – tia Kylie não sabe de merda nenhuma – falei me virando e colocando os braços pra fora da piscina eu abaixei a cabeça e me deitei. Era humilhante ficar mendigando o amor e afeição de alguém que claramente não está disposto a me dar.

- o que foi campeão? – perguntou meu pai colocando a mão nas minhas costas. Nesse momento tia Kylie ia passando – Kylie! Querida – falou meu pai sorrindo – será que você poderia trazer uma bebida pra mim e pro meu filhão.

- boa tentativa – falei limpando os olhos.

- eu quero cerveja e Logan quer…

- outra psiquiatra – falei olhando pra Kylie.

- eu trago suco pra ele – falou ela indo.

- me traga um charuto também se não for incomodar – meu pai voltou sua atenção para mim – o que foi filho? O que está te chateando?

- não é nada pai. Esquece. Vamos continuar com a nossa dinâmica. Tem funcionado até agora.

- nem pensar – falou ele tirando os óculos e colocando na beirada da piscina. Kylie trouxe tudo o que pedimos e meu pai agradeceu a ela – me fala o que está te aborrecendo – falou ele abrindo a cerveja e tomando um gole.

- não é nada – falei tomando um gole do meu suco.

- nenhum de nós sai daqui até que você me fale o que está acontecendo.

- o senhor nem me abraçou quando eu te abracei. Que tipo de pai é o senhor? Nós não conversamos, não… não fazemos nada juntos. Quando o senhor quer ir assistir algum jogo no estádio o senhor chama o Jesse. Se quer jogar golfe o senhor chama o Jesse.

- mas isso é porque você odeia essas coisas – falou ele rindo e pegando o charuto e colocando na boca. Ele o acendeu e depois de uma tragada ele colocou no cinzeiro – você odeia golfe e você não assiste o jogo nem na televisão.

- então porque o senhor não me chama pra fazer coisas que eu gosto? Como ir ao cinema? Ou ir a praia? Ou acampar ou até mesmo tirar uma noite na semana pra assistir filmes, comer pipoca, beber e jogar conversa fora… sei lá tem tantas coisas que eu gosto de fazer e eu sempre faço sozinho ou com o Lucas. E pelo o que percebi não deveria ter depositado minha confiança nele.

- nós podemos fazer tudo isso se você quiser. Okay? Nunca foi minha intenção deixar você de lado. Além do mais não tem praia em Washington.

- o senhor é rico. A gente pega um avião e em algumas horas estamos em Miami ou em Orlando ou em…

- eu entendi – falou ele pegando a cerveja e tomando um gole – nós podemos tirar uma noite por semana pra fazermos o que você quiser. Okay?

- okay – falei olhando pra ele e tomando meu suco.

- pode ser no sábado? Você tem uma televisão gigante no seu quarto. Nós podemos assistir alguns filmes.

- o senhor vai poder? Porque quase todo sábado o senhor tem reunião com o presidente ou com um embaixador ou com o cara do TI. Quando não tem reunião o senhor sai com o Jesse ou com a minha mãe.

- não. Não tem reunião marcada e se tiver eu vou pedir que reagendem para o domingo.

- tem certeza? Não quero que o senhor se encrenque por minha causa.

- tenho sim meu filho – falou ele colocando a mão no meu ombro – você é homem o suficiente pra me enfrentar eu vou ser homem o suficiente pra ter um tempo pra você.

- obrigado – falei rindo sem graça me sentindo importante – depois do que aconteceu ontem é tudo o que eu quero.

- vem aqui dar um abraço no pai – falou ele abrindo os braços e eu me aproximei deitando a cabeça em seu ombro – papai te ama, okay? Nunca se esqueça disso – falou ele acariciando minhas costas – eu não quero que você vá morar no apartamento que Charles te deu porque eu não quero você longe de mim – falou ele me soltando – você é meu caçula e eu sei que te protejo em excesso, mas é porque eu te amo.

- eu sei disso pai e eu agradeço.

- okay – falou ele dando um beijo na minha bochecha – eu ganho um beijo?

- ganha – falei me aproximando e beijando a bochecha. A barba pinicou minha boca como da primeira vez.

Meu pai pegou o charuto e colocou na boca e pegou a cerveja e seu óculos e saiu caminhando até onde Noah e David estavam sentados na parte rasa da piscina conversando. Decidi sair da piscina e me sentar na beirada e me virei e forcei meu braço para cima ficando de quatro na piscina.

- Eita campeão! – falou meu pai gritando do outro lado. Eu olhei para ele que já estava novamente com os óculos escuros – Não se sinta mal pelo o que aconteceu ontem. Foi o Leo que perdeu esse rabão gostoso – falou ele dando uma risada e colocando o charuto na boca.

- para com isso pai – falei me virando e voltando a me sentar.

Ele voltou a conversar e ninguém pareceu ligar para o que ele disse. Meu pai sempre era muito brincalhão, mas aquela brincadeira foi diferente pra mim. Dizem que toda brincadeira tem um fundo de verdade e eu fico pensando se ele pensa aquilo mesmo. Eu tomei um gole do meu suco e fiquei observando meu pai sentado com as pernas na piscina enquanto a água escorria pelo seu corpo. O sol brilhava em sua pele enquanto ele assoprava fumaça do charuto e tomava um gole de sua cerveja. Meu velho estava com uma bermuda e naquele momento desejei que ele estivesse de cueca. Lucas era um traidor, mas ele estava certo sobre meu pai. Meu pai é muito gostoso. A forma que ele estava sentado fazia parecer que ele tinha um enorme volume na bermuda.

Tomei um gole do meu suco e voltei a entrar na piscina. Fiquei na beirada olhando pro meu pai enquanto ele jogava conversa fora com os amigos. As pernas peludas estavam molhadas e os braços do meu pai estava rígidos deixando os músculos a mostra. Olhei para os lados e percebi que ninguém estava ligando pra mim. Levei a mão esquerda para dentro da água e tirei meu pau pra fora movendo lentamente a mão enquanto observava meu pai conversar e jogar água no rosto de Noah que revidou. Minha mão se movia lentamente, mas meu pau estava duro como pedra entre meus dedos se deslizavam vagarosamente enquanto eu olhava para o gostoso que é meu pai.

- meu rabão é gostoso pai? Então come. É seu – falei em um tom baixo aumentando a velocidade com que eu movia minha mão. Eu não podia me mexer então mordisquei meu lábio inferior enquanto minha mão se deslizava pra frente e para trás. Comecei a ficar ofegante sentindo o gozo chegar. Minhas pernas se contorciam dentro da água enquanto eu tentava disfarçar. Me imaginei de quatro a beira da piscina e meu pai se aproximando e afastando a cueca para o lado vendo o meu cuzinho.

- que rabão gostoso campeão! – falou meu pai em meus sonhos enquanto me via piscar o cuzinho.

- é seu pai – falei rebolando torcendo para ele me tocar.

Minha mão movia-se na punheta e Meu pai olhou diretamente pra mim e eu não soube o que fazer porque eu tinha chegado ao gozo.

- caralho! Cacete! – exclamei baixinho sentindo a porra saindo do meu pau enquanto meu pai olhava fixamente para mim. Ele levou o charuto até a boca e assoprou a fumaça olhando para mim. Eu lambi os lábios que estava seco e apertei o pau.

- está tudo bem com você campeão? – perguntou meu pai olhando pra mim e lambendo os lábios.

- to sim pai – falei sorrindo e guardando o pau discretamente de volta na cueca. Com a outra mão eu peguei a lata com o suco e tomei um gole – eu bati punheta pro meu pai – falei para mim mesmo. Aquela frase soou perturbadora. Não acreditava que tinha feito aquilo. Talvez fosse o tesão da noite passada afinal eu cheguei a chupar Leo no banheiro, mas não cheguei a gozar. Talvez seja isso. Maldito Lucas que ficou elogiando meu pai. Ficou colocando coisas na minha cabeça. E convenci que tinha sido apenas um lapso o que tinha acabado de fazer. Sai de novo da piscina e voltei a me sentar. Percebi que quando sai meu pai olhou pra mim, mas dessa vez não fez nenhum comentário. Meu pai é um homem brincalhão e eu tenho certeza que é coisa da minha cabeça. Estou morrendo de vergonha de fazer o que fiz, mas as circunstancias me fizeram fazer o que fiz.

- eu sou idiota – falei tomando meu suco olhando pro meu pai que levantou a lata de cerveja brindando e eu de longe levantei a minha lata de suco brindando com ele.

- cheguei! – falou uma voz masculina conhecida. Era Jay. Em uma mão ele tinha um charuto apagado e na outra uma lata de cerveja – que a festa comece – falou ele rindo. Estava sem camisa apenas de bermuda usando um chapéu cinza. Ele tinha uma tatuagem de dragão que cobria o peito esquerdo e se enrolava no braço. É um homem realmente gostoso. Se tivesse chegado a alguns minutos era pra ele que eu teria batido punheta. Eu dei risada de mim mesmo imaginando o que tinha feito. Foi só uma decisão estúpida em um momento estúpido. Na verdade pensar em meu pai como um ‘homem gostoso’ era estranho agora que o tesão tinha passado.

- oi Logan! – gritou Jay entrando na piscina e se sentando com os rapazes. Meu pai deu i isqueiro para ele acendeu seu charuto.

- oi tio Jay – falei acenando e ele acenou de volta.

No fim de tudo tia Kylie tinha razão sobre conversar. Não tem porque ficar sofrendo pensando no que não aconteceu e no que poderia acontecer. Foi só conversar com meu pai e ele reservou um tempo pra mim. Sei que ele é um homem ocupado e fazer esse sacrifício por mim significa muito. Ele me ama e o meu medo era que ele não amasse. Terminei de beber meu suco e voltei a entrar na água e dessa vez afundei todo o corpo. Eu estava tranquilo com minha consciência. O que aconteceu nunca acontecerá.

Mais um capítulo para vocês. Espero que estejam gostando até agora. Eu estou adorando escrever essa estória. Não esqueçam de deixar um voto e um comentário. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.