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SEM MAIS LÁGRIMAS PARA CHORAR capítulo vinte e três
o
inicio o combinado era ficar no hospital apenas 4 dias até meus exames virem
com melhores resultados, mas Adam encheu tanto o meu saco dizendo que era
melhor ficar no hospital, que se eu sofresse outro desmaio eu podia bater a
cabeça ou acontecer coisa que eu acabei acatando o pedido e decidi ficar no
hospital até que completasse os 21 dias da quimioterapia e esse dia tinha
chegado. Era dia de refazer os exames para saber o quanto o câncer tinha regredido
para saber quando marcaríamos a cirurgia. Logo de manhã fui levado do meu
quarto para fazer uma série de exames pelos enfermeiros e enfermeiras. Raio x,
exame de sangue e um monte de coisas que eu já estava acostumado. Era triste,
mas meu corpo estava acostumado a ser perfurado e recortado de todos os lados.
Era terça e a a viagem de Adam para Washington seria no
próximo sábado. As passagens dele e de Xavier estavam compradas e o irmão Ariel
de Adam e Xavier estava vindo do Arizona para cuidar de mim. Ele fez questão de
vir quando soube pelo o que eu estava passando. De todos os irmãos Ariel foi o
mais preconceituoso quando Adam assumiu o relacionamento comigo. Enfim… a
viagem ia ser legal para Adam. Admito que fico com uma pontada de ciúmes
sabendo que o que ele ia fazer por lá, mas por outro lado eu quero poupar ele
desse sofrimento. Ele precisa esquecer de mim. Eu vou morrer e eu não quero que
ele fique sofrendo. Tenho certeza que essa viagem vai despertar o
cachorro/galinha/piranho que existe dentro dele. Logo ele deve estar se
divertindo e vai esquecer de mim.
Quando voltei para o quarto naquela cadeira de rodas Adam
estava sentado na poltrona lendo um livro. Ao me ver ele sorriu pra mim e se
levantou. Adam dispensou a ajuda do enfermeiro e me ajudou a levantar e a me
deitar. Ele estava tendo muito cuidado comigo desde o desmaio. Mais de 7 dias
se passaram desde a maldita fraqueza, mas ele continua o mesmo super protetor
chato que acha que um espirro pode me partir no meio. Na verdade eu estava entre
amá-lo e odiá-lo. Em alguns momentos queria jogar um monte na cara do Adam, mas
ao mesmo tempo eu me coloco no lugar dele. É normal ele querer ser super
protetor comigo.
- obrigado Adam – falei me sentando na cama e puxando o
cobertor – eu não estou aleijado. Posso caminhar sem ajuda. Sabia disso?
- sim, eu sei – falou ele afofando meu travesseiro e
ajeitando para que eu ficasse confortável – é melhor prevenir do que remediar.
Você não acha?
- acho sim – falei vendo Adam se sentar em sua poltrona a e
se inclinando para ficar perto de mim.
- você é tão bonito. Sabia? – falei penteando os cabelos
dele com meus dedos e segurando o nariz dele.
- sei sim – falou ele fazendo bico – só não mais bonito do
que você.
- o que você vai fazer se eu morrer. Já parou pra pensar
nisso?
- não – falou ele ainda com o bico – não vamos falar sobre
isso.
- vamos sim amor.
- vamos não – falou ele rindo fazendo voz de bebê e dando
risada.
- a gente precisa falar disso.
- não precisamos falar sobre nada – Adam pegou minha mão e a
mordeu e em seguida deu um beijo – eu não quero me estressar amor.
- não é estresse. Na reunião da última sexta a organizadora
disse que os casais devem falar sobre todas as possibilidades.
- é ai que está – falou ele rindo – não existe a
possibilidade de viver sem você então tecnicamente não precisamos falar sobre
isso.
- você sempre foge do assunto sabia? Um dia vai ser tarde
demais.
- não estou fugindo do assunto… é que estou muito animado
com a viagem de sábado. Xavier e eu vamos nos divertir muito.
- deixa de ser falso Adam. Você nem queria ir.
- eu estou indo porque Xavier está insistindo muito e você
disse que não se importa.
- eu não me importo. Você pode ir tranquilo – falei
respirando fundo e pegando a mão dele – o que você e Xavier vão fazer em Washington
mesmo?
- ele vai ser advogado em um caso e pediu o meu auxilio, mas
se você quiser eu digo que não posso ir – falou ele tocando no meu rosto.
- para com isso – falei empurrando ele de leve – pode ir
tranquilo.
- okay – falou ele um pouco sem graça. Eu queria que ele
fosse, mas estava com ciúmes e saber que ele tinha embarcado nessa pra valer
machucava um pouco, mas eu preciso ser racional e deixar a minha emoção de
lado. Se eu morrer Adam precisa me esquecer e ele precisa voltar a galinhar
para me esquecer.
- toc toc – falou uma voz feminina abrindo a porta. Era a
enfermeira Leila. Uma jovem loira de olhos azuis e corpo de boneca com um
sorriso – com licença Senhor Adam. Eu preciso que o senhor assine alguns papéis
relativos aos exames.
- eu prometo que vou daqui a pouco Leia – falou Adam com um
sorriso.
- tudo bem, espero não star incomodando.
- não está não. Pode ficar tranquila.
Leila fechou a porta e Adam olhou pra mim. Eu respirei fundo
e olhei para ele e Adam veio colocar a mão no meu rosto, mas eu empurrei e me
virei de costas pra ele.
- o que foi Mike? Porque está tão chato?
- o que foi? – perguntei me virando de volta pra ele – essa
enfermeira oferecida. Ela vem aqui no quarto e finge que eu não existo e age
como se você fosse o centro mundo, mas eu sou o paciente e não você. Ela vem
com essa voz mansa – falei tentando imitar a enfermeira – “Ainnn senhor Adam
pode assinar uns papéis senhor Adam? Oh yeah baby, isso Senhor Adam… Senhor
Adam isso, senhor Adam aquilo… gostaria que eu sentasse e rebolasse no seu
cacete senhor Adam?”
- para com isso Mike – falou ele rindo – ela não fala assim.
- então você defende ela?
- não estou defendendo. Só estou dizendo que você está vendo
chifre em cabeça de égua. Nem todo mundo tem interesse sexual no outro dessa
forma. Estamos em um hospital e você está com câncer. Acho que na vida tudo tem
limite – falou ele rindo.
- Admite Adam… você adorou levar cantada dela – falei
empurrando ele de leve como se fosse um amigo.
- que cantada Mike? – perguntou ele dando risada – ela só
veio aqui pedir pra eu assinar uns papéis.
- você é assanhado – falei cruzando os braços e tossindo –
está se achando só porque levou uma cantada. Fica ai todo sorridente.
- eu sorri porque sou educado. Você quer que eu seja mal
educado com ela? Do mesmo jeito que ela sorriu pra mim porque é educada.
- quer saber? Faz o que você quiser – falei me virando de
costas e puxando o cobertor – seja feliz e educado. Pra dificultar a minha vida você tem que ser Pan né? Pega tudo
o que respira. Seja feliz com homem, mulher, homens ou mulheres, manequim ou
estátua… seja lá o que for seja feliz
com sua vida.
- você está sendo irracional Mike – falou Adam rindo levando
tudo na brincadeira.
- Eu vou dormir um pouco – falei puto – vai lá assinar seus
papéis e faz o favor de usar camisinha.
Vi que Adam estava rindo de mim e ignorou o meu pedido. Ele
ficou lá sentado lendo o livro e eu fiquei deitado de costas pra ele com raiva.
Não deveria bancar o ciumento, mas o meu sex appeal está no nível zero e eu sei
que ele tem olhado e saciado a sua sede com outra pessoas e por mais que eu
tenha armado a droga da viagem a cada dia que passa mais paranoico eu fico.
Queria muito pedir pra ele ficar, mas eu não posso ser emocional.
Tudo o que eu queria era olhar nos olhos de Adam e pedir pra
ele ficar comigo, mas quando eu me olho no espelho eu vejo o monstro que eu me
tornei. Ele deve ter nojo de mim. Eu pareço um homem de pele pálida e olhos com
veias vermelhas estouradas e careca. Meus lábios estão sempre secos e meu bafo
não deve ser dos melhores porque tudo o que como cai mal. Ele merece alguém
melhor e eu pretendo conhecer essa pessoa antes de morrer. Na verdade esse é um
desejo que eu tenho. Esse é o meu plano post mortem ainda vivo. Adam me trai em
Washington, se apaixona e traz ele pra me conhecer, eu morro e vou pro céu
feliz, mas chifrudo… mas feliz.
Ali deitado de costas acho que Adam pensou que eu estivesse
dormindo porque ouvi ele se levantando em silêncio para não me acordar. Ele foi
até a porta e a abriu e em seguida a fechou. Quando ouvi o som da porta se
fechando eu empurrei o cobertor e me levantei o mais rápido que pude. Calcei
minhas pantufas de Gato Tom e fui rapidamente até a porta e bem devagarzinho eu
a abri e vi o balcão que não ficava muito longe. Adam estava de frente para a
enfermeira conversando com ela. Leila pegou a prancheta com alguns papéis e
colocou em cima do balcão e Adam pegou a caneta e começou a assinar. Ela
parecia uma adolescente choradinha e Adam o daddy pronto pra dar colo pra ela.
Aquela cena me deu raiva e em certo momento ela tocou no braço dele e segurou
dando risada de algo.
- faltam só esse aqui Senhor Ada – falou a enfermeira Leia
apontando para os papéis.
- pode me chamar só de Adam – falou ele com um sorriso.
- okay – falou ela rindo e ajeitando os cabelos que estavam
amarrados em um rabo de cavalo.
- assino onde? – perguntou Adam com um meio sorriso.
- assina e rubrica… – falou ela segurando na mão dele – aqui…
e… aqui! – ela guiou a mão de Adam enquanto falava.
- okay – falou ele sorrindo pra ela – eu deveria ler o que
estou assinando? Acho que sim, sou o pior advogado do mundo.
- você é advogado? – perguntou ela parecendo interessada –
nossa… além de bonitão é inteligente.
- obrigado. você também é bonita.
- sabe… a gente podia sair pra beber qualquer dia desses –
falou Leila – só pra descontrair e conversar.
- desculpa te decepcionar, mas eu tenho namorado – falou
Adam simpático.
- Deixa de ser bobo, eu não tenho ciúmes – falou ela rindo e
tocando no braço de Adam.
- você não tem ciúmes? – perguntou Adam sorrindo.
- não.
- que bom! – falou ele com um sorriso – você não tem ciúmes,
mas eu tenho respeito e você deveria ter um pouco. Esse não é o lugar e nem a
hora de fazer essa palhaçada que você está fazendo – falou Adam mudando a
expressão ficando com raiva – eu admito que não sou santo. Já fiz muita coisa
errada e hoje em dia eu me arrependo amargamente do que fiz e eu caio morto
nesse chão antes de existir a mínima possibilidade de eu te levar pra cama –
ele terminou de assinar o papel e a enfermeira ficou vermelha e sem graça com o
que Adam disse e eu vi ele vindo em direção ao porta e sai correndo para voltar
a cama e quando percebi que não ia dar tempo eu fingi que tinha caído e quando
Adam abriu a porta ele veio na minha direção.
- Mike! – falou ele me ajudando a levantar – o que
aconteceu!
- e fui tentar levantar pra ir no banheiro e acho que
escorreguei. Esse chão é muito liso.
- você está bem? – perguntou ele me deixando sentado na
cama.
- Estou sim. Eu não bati a cabeça nem nada foi só um
escorregão.
- vai ficar tudo bem – falou ele muito preocupado – quer que
eu avise alguém o que aconteceu? Tem certeza que não se machucou?
- não chame ninguém – falei respirando fundo e esticando os
braços – eu quero um abraço e um beijo. Me perdoa pelo ciúmes?
- claro que perdoo – falou ele com um sorriso e se
aproximando deu um selinho na minha boca – também preciso pedir perdão pra
você… acho que você estava certo – falou ele acariciando meu rosto – eu deveria
tentar ver mais malicia nas pessoas.
- você está lidando com o câncer Adam. Quando você tem ou
fica tão próximo de alguém que tem você começa a perceber as pequenas coisas da
vida. Começa a dar valor nos momentos e percebe que coisas como traição são
coisas frívolas. Você começa a ver o lado bom das pessoas e esquece que s~~ao
só humanos.
- isso significa ‘sim, eu te perdoo’? – perguntou ele rindo.
- sim. eu te perdoo – falei abraçando-o e dando um selinho
na boca dele.
- você quer mesmo que eu vá nessa viagem? Eu posso ficar e
passar o sábado com você – falou ele me fazendo carinho e esfregando o queixo
no meu pescoço me fazendo cócegas.
Eu tinha a chance de olhar para Adam e dizer que não. Dizer
que eu queria que ele ficasse comigo o sábado todo, mas eu não podia voltar
atrás, não agora. Eu tinha o meu plano ‘post mortem ainda vivo’ e tinha que
seguir passo a passo.
- pode ir Adam. Você vai no sábado de manhã e volta no
domingo a noite. Eu vou sobreviver sem você.
- Eu não sei se confio você ao Ariel.
- pode confiar. Eu não lembro direito a cara dele, mas se
ele é seu irmão deve ser homem suficiente pra cuidar de mim.
- espero que sim – falou Adam rindo e me forçando a deitar
dizendo que era melhor que eu não me levantasse mais.
- toc toc – falou uma voz feminina. Estava pronto para dar
um pulo da cama, mas vi que era Vanessa. Logo reconheci sua doce voz – podemos
entrar?
- Vanessa! – falei animado me sentando na cama vendo a
barriga dela.
- claro que podem – falou Adam dando um beijo no rosto dela
e olhando para o homem que a estava acompanhando.
- Adam, Mike; esse daqui é Timothy Jacobs – falou ela dando
uma risadinha sem graça – meu namorado.
- pra Timothy.
- prazer Adam – falou ele com um sorriso – esse daqui é o
famoso Mike? – falou ele se aproximando.
- sim – falei apertando a mão dele lembrando do meu pai. Vanessa
estava seguindo em frente e eu me lembrei de quando descobri do romance dos
dois a muito tempo atrás.
- Mike, você está bem? – perguntou Adam chamando minha atenção.
- sim eu estou – falei sorrindo para Timothy e apertando a mão
dele – você é o famoso namorado que Vanessa sempre fala, mas nunca apresenta?
- acho que sou eu mesmo – falou Timothy rindo e abraçando
Vanessa – nós viemos ao hospital fazer a ultrassom do bebê – Falou ele passando
a não na barriga da Vanessa.
- sério? – perguntei curioso – já sabe o sexo?
- sim – falou Vanessa sorrindo e olhando para Adam e para
mim – vocês querem saber ou querem esperar quando nascer?
- quero esperar! - falou Adam.
- eu quero saber – falei ao mesmo tempo.
- vamos esperar Mike – Adam falou olhando para mim.
- e se eu morrer?
- queremos saber – falou Adam olhando para Vanessa.
- é menina – falou ela mostrando a imagem do ultrassom.
- vamos ter uma menina! – falou Adam contente me dando um
abraço – Jullie sempre quis ter uma irmã mais nova – falou Adam dando risada
contente – minha garotinha – falou ele pegando a foto do exame e chegando perto
de mim – viu só Mike?
- sim. uma menina – falei rindo e vendo a foto Adam deu um
beijo na minha testa. Eu senti vontade de chorar porque existia a chance de eu
não vê-la nascer, mas eu me mantive otimista pela minha filha.
- vocês vão me fazer chorar – falou Vanessa rindo e limpando
os olhos.
- não chora Vanessa – falou Adam rindo.
- Vanessa o Timothy já está sabendo de todo o rolo?
- sim – falou Timothy respondendo por ela – Vanessa me
contou toda a história. O filho que ela carrega é de vocês.
- sim – falei rindo.
- sinto muito pelo seu pai Mike – falou Timothy – eu amo a
sua irmã Rachel. Ela é muita esperta e eu me apeguei muito rápido a ela.
- obrigado Timothy – falei rindo e também limpando meus
olhos – ela vai precisar de um pai – falei parando de rir e chorando de
verdade. Adam veio até mim e me abraçou – ele nunca vai conhecer a neta – falei
abraçando Adam forte e pressionado o rosto molhando o peito dele com minhas lágrimas.
- vai ficar tudo bem amor – falou ele com a voz calma
acariciando minhas costas.
Tentei me controlar e vi que Vanessa também estava
emocionada. Parei de chorar porque poderia ser perigoso para o bebê.
- eu já parei de chorar – falei respirando fundo – você também
para Vanessa.
- tudo bem – falou ela rindo.
- Vanessa e eu vamos passar algum tempo aqui em Seattle com
vocês – falou Timothy – decidimos ter o bebê aqui. Será mais fácil para você – Timothy
olhou para mim.
- sério?! Que bom – falei animado.
- acho que é a melhor ideia. Timothy trabalha com eventos e
ele dispensou alguns trabalho em San Diego e encontrou alguns trabalhos por
aqui.
- obrigado Timothy – falou Adam apertando a mão dele e dando
um abraço – significa muito.
- qualquer coisa por vocês – falou Timothy com um sorriso.
- é verdade que Zoey e Xavier estão juntos? – perguntou Vanessa.
- sim. é verdade – falei rindo e olhando pra ela – a couve
flor e sua amiga de gravidez está dando uns pegas no meu cunhadão.
- e Vanessa deu uns pegas nele – falou Timothy apontando
para Adam.
- sim – falou Adam rindo – bem vindo a família Tim. Aqui
todo mundo já deu um pega em todo mundo.
- família animada – falou ele rindo.
Vanessa e Timothy foram embora depois de uns trinta minutos
porque eu comecei a me sentir muito cansado. Acabei dormindo um pouco antes do
almoço e eu tentei comer um pouco da comida doo hospital e eu consegui segurar
um pouco o que era um grande milagre. Na parte da tarde Adam me levou para dar
uma volta no jardim do hospital. Esse passeio no jardim era uma grande merda porque
ele me levava na cadeira de rodas e não me deixava levantar para esticar as
pernas especialmente depois que eu fingi a queda.
- pelo amor de Deus, Adam. Deixa eu levantar para esticar as
pernas – falei arrancando uma rosa do jardim quando passamos.
- nem pensar. Você vai acabar caindo.
- mas o intuito do Doutor Cody e da Doutora Alma terem
recomendado passeio não era pra ver a
paisagem e sim esticar as pernas e sentir prazer. Eu estou passando raiva
sentado aqui.
- quanto as pernas eu resolvo rapidinho – Adam parou a
cadeira próximo a um banco e ele se sentou pegando a minha pernas e levando ao
colo dele, ele começou a fazer massagem.
-- pelo amor de Deus – falei colocando a mão na cara – se você
não me deixar levantar eu vou jogar essa cadeira ladeira a baixo. Lembra do que
eu fiz no aeroporto? Eu tenho coragem, capacidade e experiência em fazer
loucuras.
- tudo bem, estava só brincando – falou ele se levantando. Eu
me levantei e Adam passou o braço por trás de mim e eu amarrei a corda do roupão
para não abrir e nós começamos a caminhar.
- viu só? Não é tão ruim me deixar caminhar.
- eu me sinto culpado por você ter desmaiado e batido a
cabeça Mike. Eu não quero ser culpado de você cair de novo.
- a culpa não é sua amor da minha vida. você não tem
controle de tudo o que acontece comigo. Não pode ficar se culpando pelas coisas
as quais você não possui controle.
- se eu tivesse controle sob a sua vida você estaria curado
e nesse momento estaríamos nas Bahamas ou no Caribe tomando banho de dia e
fodendo muito a noite.
- nem me fala. Eu adoro Seattle, mas o clima aqui é frio
demais. O sol quase não aparece – falei
rindo – combina com a minha situação atual.
- por enquanto. Quando você ficar curado vamos pra um lugar
ensolarado. Chega de chuva.
- eu não tenho nada contra as chuvas. Foi com uma chuva que
nossa história começou.
- como assim? – perguntou ele confuso.
- é coisa minha. Você não entenderia.
- sabe… eu queria te agradecer – falou Adam parando embaixo
de uma árvore florida.
- agradecer o que?
- por ter falado comigo sobre o meu pai. Eu tinha muita
raiva dentro de mim sabe e… e desde que você me forçou a falar sobre ele eu me
sinto bem melhor.
- de nada meu amor – falei acariciando seu peitoral
escondido na camisa – você não vê a aureola sob a minha cabeça? quando eu
morrer pede pro papa me canonizar.
- você não tem nada de santo Mike. Já fui pra cama com você
e sei do que você é capaz e do que você gosta – falou ele rindo e dando um
selinho na minha boca.
Quando voltamos para o quarto a enfermeira Leila que agora
estava mansinha e sem graça nos disse que o resultados dos meus exames tinham chegado
enquanto estávamos lá fora e que o Dr. Cody e Dra. Alma tinha pego os mesmos e
levado para analisa-los. Eu fiquei ansioso ao saber daquilo. Quase não odiei
Leila, mas logo lembrei de como ela era oferecida e voltei a odiá-la.
- estou tão nervoso – falou Adam sentado na poltrona
balançando a perna – eu acho que vou morrer se eles não vierem logo.
- não quer ir dar um passeio lá fora? – talvez ele quisesse
fumar para ficar menos nervoso.
- não precisa – falou ele segurando minha mão e apertando
forte – eu quero estar aqui quando eles vierem.
- toc toc – falou uma voz feminina chegando na porta. Podia
ser Leila, podia ser Vanessa, mas dessa vez era a Dra. Alma que chegou com um
sorriso ao lado do Sr. Cody Lennox.
- boa tarde Mike – falou ela com um sorriso dando um beijo
no meu rosto – como você está?
- me diga você doutora. Esse homem aqui está quase quebrando
meus dedos de tão nervoso – falei sacodindo a mão.
- desculpa Amor – falou Adam rindo e apertando a mão do Dr. Cody.
- como você está Mike? Firme? – falou Dr. Cody apertando
minha mão.
- firme doutor Firme e esperançoso
- Dra. Alma e eu estávamos dando uma olhada nos seus exames,
no raio x, nos exames de sangue… enfim, em todos os resultados da série de
exames que você fez hoje.
- não enrola doutor. O senhor vai matar ele – falei rindo e levando
minha mão até ombro de Adam que estava
sentado e nervoso.
- infelizmente nós não
temos boas noticias – falou Doutora Alma – o seu tratamento está sendo agressivo
e o seu câncer regrediu, mas não está dentro das nossas expectativas. Pela
agressividade da quimio misturava com a radio esperávamos que ele tivesse diminuído
um tamanho considerável, mas os resultados mostram que ele dá um passo para trás
e dois para frente.
- que merda – falou Adam segurando em minha mão e apertando
os lábios.
- sinto muito – falou Dr. Cody.
- então é isso doutor? Eu sou terminal?
- não – falou Doutora Alma soltando um sorriso que estava
escondido – o Dr. Cody me falou sobre um amigo que ele tem na Alemanha que está
fazendo uma nova triagem para um tratamento experimental e ele acha que você se encaixa.
- tratamento experimental? – perguntou Adam com os olhos
vermelhos olhando para o Dr. Cody.
- sim – falou ele – meu amigo é um grande médico e cientista
e tem obtido excelentes resultados com pacientes terminais e eu mandei os seus
exames e toda a sua ficha e ele analisou e disse que você é perfeito para o
tratamento.
- o que é esse tratamento? – perguntei curioso.
- é uma imunoterapia. Você basicamente vai tomar algumas pílulas.
Nada demais.
- só isso? Pílulas?
- sim. é experimental e a taxa de sucesso tem sido de 73%.
- se eu não fizer esse tratamento experimental e continuar
com a quimioterapia e a radioterapia quais são as minhas chances?
- Mike! Você vai fazer esse tratamento – falou Adam.
- eu só quero saber Adam – falei olhando para o médico –
qual a porcentagem de eu realmente melhorar se continuar com o tratamento
atual?
Dt. Cody e Dra. Alma se entreolhara me olharam para mim.
- os cálculos dizem que você tem 7% de sobrevivência – falou
Dra. Alma.
- você precisa aceitar o tratamento Mike. Dr. Grünewald é um
excelente médico e você está recebendo uma oportunidade que 99% dos pacientes não
recebem. Você merece essa chance depois de tudo o que passamos. A culpa foi
minha por você não ter descoberto o seu câncer com antecedência e eu fiz de
tudo para que você se tornasse paciente dele. Não desperdice essa chance.
- eu não vou desperdiçar doutor – falei apertando a mão de
Adam e respirando fundo – eu aceito o tratamento. Preciso ver a minha filha nascer.
- obrigado – falou Adam se levantando e abraçando Dr. Cody
com força.
Vanessa veio me visitar na hora certa. Se eu tivesse
recebido essa noticia antes teriam recusado o tratamento porque estava cansado
de lutar, mas a minha menina precisa de mim e eu preciso de Adam. Hoje eu
percebo mais do que nunca que eu quero viver. Falei tanto em morrer e falei
tanto para Adam aceitar que eu morreria que eu mesmo não estou preparado. No
fundo eu tinha esperança de que o câncer estivesse regredindo e que a cirurgia
já fosse marcada, mas mais uma vez voltamos ao inicio. A imunoterapia é minha última
chance. Espero que esse tratamento experimental funcione porque eu não tenho mais lágrimas
para chorar. Eu cansei de sofrer e lutar.
Desculpem estar tão omisso essa semana. Estou naquela época do mês em que estou correndo atrás de psiquiatra e remédio, mas na segundo eu já devo estar normalizado e vou postar com mais frequência para vocês. O título do capítulo de hoje veio da música 'No Tears Left to Cry' da Ariana Grande. Espero que tenham gostado desse capítulo, não esqueçam de deixar a opinião nos comentários (que me motiva a continuar com mais frequência) e não esqueça também de deixar o seu voto que é muito importante. Compartilhe com seus amigos que gostam de ler sobre a temática. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
Logo abaixo tem as minhas redes sociais e links para comprar as minhas obras na Amazon ou para fazer doações no PagSeguro ou sendo meu Patrão. Tem também os links dos convites para fazerem parte dos meus grupos do Whatsapp. Espero que tenham gostado desse capítulo e até o próximo. Um abraço.
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Não sei porque mas toda vez que leio as aventuras de Mike e Adam eu acho que a música "where u belong" cabe perfeitamente neles 😍
ResponderExcluirNunca ouvi essa música, mas vou procurar ouvir :) valeu
ExcluirNossa que enfermeira oferecida, adorei a resposta que o Adam deu a ela, sinceramente vc e um otimo escrito, eu olho cada dia pra ver se voce postou um capitulo novo. Voce tem muito talento e sou um fiel seguidor teu, continua assim, esperando ancioso pro proximo capitulo, Quero so ver o que o Adam vai aprontar nessa viagem, so espero que ele nao se apaixone e nao traicione o Maike. Espero ancioso. Parabens :)
ResponderExcluirAbraços.
Valeu pelo comentário Maikon. Feliz de você estar gostando e MUITO OBRIGADO por comentar. Agradeço muito. :)
ExcluirE um prazer estar lendo, trabalho maravilhoso, ancioso pelos proximos capitulos. Abraços
ExcluirTo aquí pensando o que Adam vai fazer nessa viagem! E quero ver se o irmão dele vai contar pro Mike a verdade do que ele aprontar ! Ancioso demais pros próximos capítulos! Abraços
ResponderExcluirContinua, nao para nao, saudades de vc. abraços
ResponderExcluirAmigo, vc sumiu, nao postou nada mais, to com saudades dos teus contos, aparece amigo, saudades
ResponderExcluirEu estou agoniado,descobri essa historia semana passada, em uns 4 dias li desde o primeiro capitulo da primeira temporada,terminei ontem e estou agoniado pra saber o desfecho, só fiquei triste por tanto sofrimentondo mike,e confesso que me deu uma depre, pra amanhecer hoje cheguei a sonhar com os personagens do conto, eu me envolvi de uma forma no conto, que as vezes me pego pensando em como esta a saúde do mike hehehe nervoso por nao ter noticias...
ResponderExcluirAo escritor: voce escreve nto bem, eh envolvente a maneira de escrever.
Poxa, desistiu da história? 🥺
ResponderExcluirEu não aceito que o Mike morra,não depois de TUDO o que ele passou!!
ResponderExcluir