CAPITULO 15
- me perdoa – falei me levantando da cama um pouco aflito. – eu não quis
dizer isso, quer dizer eu não...
- não tem problema – falou Jay tentando me acalmar.
- a culpa é minha sim – falei alisando minha cabeça – eu posso ter dados
falsas esperanças para Kyle. Eu sou muito agradecido pelo o que ele fez por mim,
eu o amava, mas não sei se sinto a mesma coisa agora. Quando ele preferiu
apagar minha memória de alguma forma esse sentimento foi embora.
- mas você mesmo disse que se beijaram – falou Jay ainda sentado na
minha cama.
- eu sei, quando eu me lembrei eu senti uma sensação de nostalgia afinal
ele foi meu primeiro amor, foi ele quem deu o primeiro beijo, mas eu não sinto
o mesmo que sinto por você Jay.
Eu então fui até a janela respirar um ar mais puro.
- eu tenho que conversar com ele.
- tudo bem, você pode conversar com ale amanha então Jack, eu não tenho
pressa.
- tudo bem – falei me sentando na cama – amanhã eu vou ir vê-lo outra
vez.
Jay então foi embora e logo me deitei esperando pelo dia seguinte em que
eu teria que conversar com Kyle.
Na manhã de sábado me levantei e tomei um café da manhã enquanto
conversava com meu pai.
- hoje eu estou pensando em ir conversar com Kyle pai.
- têm certeza? – perguntou meu pai.
- sim – falei tomando um copo de leite – eu conversei com Jay ontem e
sinto que não posso seguir em frente enquanto não esclarecer as coisas.
- você estão bem outra vez? – perguntou meu pai.
- sim – respondi com um sorriso – eu tenho medo de ter visitado Kyle em
um momento de carência. Eu posso ter dado falsas esperanças pra ele.
- você quer que eu te leve?
- eu gostaria.
- mas, eu só posso agora de manhã. Pode ser?
- acho que sim – respondi. A verdade é que eu estava nervoso. Eu sabia
por tudo o que Kyle tinha passado e não queria decepciona-lo, mas eu sabia que
era o certo a fazer.
- assim que você terminar me avisa que nós podemos ir.
- tudo bem – respondi. Meu pai se levantou e meu irmão entrou na
cozinha.
- bom dia – falou ele.
- bom dia.
Eu me meu irmão estávamos muito bem, mas não tínhamos o que conversar.
Afinal nunca tínhamos sido amigos todos esses anos.
- tudo bem? – arrisquei querendo puxar algum assunto.
- tudo e você?
- sim.
Nós ficamos em silêncio e assim foi até que eu terminei de comer. Depois
que terminei coloquei luvas na mãos e limpei onde estava sentado e lavei minhas
louças. Eu joguei as luvas fora e subi as escadas para chamar meu pai para
podermos ir.
Depois de algum tempo dentro do carro finalmente chegamos onde Kyle
morava. Ele parou na frente da casa e olhou pra mim e viu que eu estava ansioso
e nervoso.
- não precisa fazer isso agora, nem hoje.
- eu preciso – falei respirando fundo – vai ser pior se eu ficar com
isso na minha mente.
Nós saímos do carro e fui até a porta e logo Lara atendeu a porta.
- bom dia – falei.
- bom dia – falou ela dando um sorriso.
- o Kyle já está acordado?
- está sim, pode entrar.
Eu entrei e meu pai ficou sentado no sofá com ela enquanto eu subia as
escadas. Quando cheguei na porta dele eu bati.
- Kyle sou eu Jack.
- pode entrar – falou ele.
Eu abri a porta e ele estava sentado na cama.
- desculpa – falou ele.
- quer que eu te ajude? Falei indo até a cama.
- se não for incomodar.
Eu peguei as pernas dele e enquanto ele se ajeitava na cama escorando na
cabeceira eu coloquei as pernas dele pra cima.
- obrigado – falou ele.
- não foi nada.
- se senta aquí – falou ele batendo na cama.
Eu me sentei do lado dele e tirei meu tênis e subi meus pés.
- que bom que voltou – falou ele sorrindo.
- também estou feliz de ter voltado.
Ele e olhou e se aproximou para me dar um beijo. Ele encostou os lábios
nos meus, mas antes que avançasse eu disse que queria falar com ele.
- preciso falar com você – falei.
- tudo bem – falou ele me dando um sorriso.
Eu estava triste por ter que magoá-lo.
- Kyle, tem uma coisa que eu não te disse o dia que eu vim aquí.
- puxa acho que é sério – falou Kyle.
- eu conheci uma pessoa nesse tempo em que não lembrava de nada.
Ele ficou olhando para a TV ligada e não disse nada.
- você gosta dele?
- muito – falei.
- onde você o conheceu?
- ele é meu psicólogo.
Ele ficou sem dizer nada ainda olhando para a TV.
- é por causa da minha condição? – perguntou ele.
- não, claro que não. – falei olhando pra ele. – não tem nada a ver com
isso Kyle.
- me desculpe por te perguntar isso. Eu sei que você não é superficial,
especialmente com isso.
- não se desculpe, eu é que peço perdão se eu te dei falsas esperanças,
eu devia ter sido mais claro quando vim aquí outro dia.
- você não sente nada por mim?
- sinto. Eu gosto de você, você tem uma parte importante da minha vida,
mas não te amo como antes.
Ele ficou calado como se estivesse processando tudo o que eu tinha dito.
- sabe, eu pensei que minha vida tinha acabado, até antes de ontem
quando você apareceu. Eu ainda gosto muito de você Jack.
- me perdoa – falei.
- não precisa se desculpar. Eu gosto muito de você. No passado eu fiz
uma escolha ruim e eu paguei por isso. Tudo o que eu queria era te defender e
isso é o que eu ganho.
Eu tinha ficado triste por tê-lo magoado, mas não escolhemos a quem
amar.
- então... você estão namorando?
- sim… quer dizer… não pelo menos até que eu conversasse com você.
- eu fico feliz por você Jack, verdade.
- eu fico feliz por você Jack, verdade.
- mas, isso não é tudo Kyle. O fato de não namorarmos não quer dizer que
não podemos ser amigos. Eu quero estar presente para te ajudar a voltar a fazer
tudo o que fazia antes do acidente. Eu sei que não vai ficar 100%, mas você não
pode passar o resto dos seus dias deitado e depressivo.
- seu namorado não vai se importar.
- não. Na verdade ele iria adorar te conhecer.
- se você acha que não tem problema eu gostaria de conhece-lo também.
- você pode jantar lá em casa hoje. Eu vou chama-lo para jantar e assim
vocês se conhecem.
- tudo bem. Eu vou indo então. Espero você e a Lara em casa.
- que horas?
- por volta dás 20:00
- tudo bem, vou estar lá.
Eu dei um abraço nele.
- me desculpa se eu te magoei, eu estava nervoso e com medo de te
magoar, mas devo confessar que me sinto bem.
- não se preocupe com isso – falou ele me dando um beijo no rosto.
- obrigado – falei.
Ele pegou meu rosto e me deu um selo na boca.
- me desculpe – falou ele. – não sei de onde vaio isso.
- eu preciso saber se você realmente concorda com isso. Se eu for ser
seu amigo eu preciso saber que você não vai sofrer por me ter por perto.
- me desculpe não devia ter te beijado. Confie em mim. Quando você
começou a falar eu realmente pensei que não aguentaria, mas o fato de saber que
você está bem, feliz e está disposto a ficar perto de mim para levantar faz eu
me sentir bem melhor.
- confio em você. Te vejo hoje a noite então. Beijos
Falei saindo do quarto e descendo as escadas pegando meu pai conversando
com Lara.
- como ele está filho?
- bem – falei descendo o último degrau. – Lara você e Kyle vão jantar
hoje lá em casa. Não é só para fazer companhia, você está convidada também.
- não se preocupe – falou ela. – estaremos lá.
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