CAPITULO 17
Eu acordei no dia seguinte e Jay já tinha se levantando. Eu escovei meus
dentes e desci as escadas. Meu pai, Jakob e Jay estavam conversando enquanto
comiam alguma coisa.
- bom dia – falei indo até a geladeira e pegando o leite.
Eles responderam e continuaram conversando. Eu coloquei o leite no copo
e fiquei em pé ao lado do Jay que estava sentado e deu um beijo no meu braço e
sorriu pra mim.
- vocês vão sair? – perguntei pro meu pai e para meu irmão.
- sim – respondeu meu pai, hoje eu vou trabalhar até um pouco mais tarde
ok?
- tudo bem, e você Jake?
- alguns amigos meus voltaram do Afeganistão e nós vamos nos encontrar.
Eu vou voltar só a noite também.
- e você Jay?
- eu tenho pacientes e também devo voltar só a noite.
- tudo bem – falei – eu vou ficar aquí o dia inteiro então, não se
preocupem comigo.
Depois que terminamos de comer eu me despedi no meu pai e Jake.
- a noite eu venho te ver falou Jay me dando um beijo. Eu não queria que
ele fosse, a noite anterior tinha sido incrível e eu apenas queria ficar com
ele o dia inteiro.
- vou ficar esperando – falei dando outro beijo.
Ele então entrou no carro e se foi. Eu tinha o dia inteiro só pra mim e
não tinha nada pra fazer então decidi pegar todas as roupas da casa de lavar.
Eu fui até a escada para subir e ouvi barulhos na janela da sala como se alguém
estivesse tacando pequenas pedras na janela.
Eu fui até a janela e a abri e não ví ninguém, mas antes de fechar eu ví
um inseto voando pra fora ele provavelmente estava fazendo o barulho.
Eu subi as escadas e fui até meu quarto e peguei minhas roupas e depois
fui até o quarto do meu pai e de Jake. Eu fui até a lavanderia e coloquei as
roupas lá.
Não tinha sabão em pó e fui até a despensa peguei a chave e abri a porta
e entrei e procurei o sabão. Eu me assustei quando a porta fechou em um
estrondo.
- que droga – falei alto. – quase morro de susto.
Eu peguei o sabão e saí pela porta.
Depois de ter colocado a roupa para bater eu fui até a sala e sentei
para assistir um pouco de TV. Eu fiquei distraído com a televisão e enquanto
assistia eu ví pelo reflexo da TV um vulto passando da escada para a cozinha. Eu
olhei pra trás rapidamente e não ví nada. Provavelmente era o gato dos vizinhos
que viviam entrando dentro de casa.
Para me assegurar eu me levantei e fechei todas as janelas da casa. Fui
até os quartos a sala e por último na cozinha. Quando eu me virei eu ví uma
pessoa parada de costas pra mim na sala.
Eu me assustei muito e fiquei parado sem saber o que fazer. Eu reparei
um pouco e ví que a pessoa era muito alta.
- não me machuque – falei escorando na pia da cozinha quando eu disse
isso eu ví a pessoa mexendo os dedos. Foi quando eu reparei que tinha unhas
enormes. Era provavelmente uma mulher bem alta porque tinha cabelos compridos e
negros.
Eu me movi bem devagar para poder sair pela porta da cozinha, mas assim
que me movi um pouco pro lado eu ví a pessoa se virando lentamente e olhou pra
mim. Parecia um monstro saído de um filme. Seja lá quem for estava usando uma
fantasia assustadora.
- pegue tudo o que quiser, mas não me machuque. – eu comecei a suar
gelado e a tremer de medo.
- sabe, agora eu sinto meu coração bater – falou uma voz masculina – eu
sinto falta do jeito que você pensa.
- vai embora – falei começando a escorrer lágrima de medo nos meus
olhos.
- o jeito de apontar minhas falhas – falou uma voz feminina.
Eu realmente não sabia o que estava acontecendo. Realmente era uma
máscara porque a boca não se movia.
Seja lá quem fosse levantou as mãos e colocou na cabeça, uma de cada
lado. Então de repente girou a cabeça e quebrou o próprio pescoço fazendo um
barulho amedrontador de ossos quebrando e jorrando sangue no chão da cozinha.
Eu me assustei e quase no mesmo instante eu corri até a porta da cozinha
assustado. Tentei abrir, mas a porta estava tranca.
- socorro – gritei batendo nela e girando a maçante. Eu olhei pra trás e
não tinha mais ninguém.
Eu fiquei respirando ofegante e olhei em todas as direções e não tinha
sinal de ninguém. Eu peguei uma faca dentro da gaveta e fui andando bem devagar
para chegar até a sala e assim que cheguei lá também não tinha ninguém.
- puta merda – falei ficando mais calmo - será que eu estou ficando
louco?
Aquilo não podia realmente ter acontecido porque todas as portas e
janelas estavam trancadas. Não tinha sangue nenhum em lugar algum. Era
provavelmente coisa da minha cabeça por ter feito sexo? Eu não sabia a
resposta, mas já estava mais calmo. Eu me sentei no sofá e deixei a faca lá
mesmo e fechei os olhos respirando fundo e ouvindo a televisão.
Depois de mais ou menos 3 horas depois eu já tinha me esquecido o que
tinha acontecido e fiquei mais calmo assistindo a TV.
- eu preciso falar com Jay sobre isso.
Eu peguei meu celular e liguei pra ele.
- olá Jack – falou Jay.
- Jay, aconteceu uma coisa comigo.
- você está bem? – falou ele meio paranoico.
- eu estou bem.
- então o que aconteceu? – perguntou ele mais calmo.
- eu acho que estou tendo alucinações. Jay eu juro que ví uma pessoa
fantasiada na cozinha quebrando o próprio pescoço.
- olha eu não sei exatamente o que está acontecendo ,mas
psicologicamente falando você teve um surto . você passou por muita coisas
esses dias especialmente ontem a noite. Não se preocupe. Se acontecer outra vez
é só você fechar os olhos e pensar que é tudo da sua cabeça. Quando eu chegar
hoje a noite nós conversamos mais calmamente sobre isso.
- eu estou com medo.- falei meio triste e assustado.
- não fique – falou Jay – faça o que eu disse e se acontecer de novo
você me liga ok?
- ok, um beijo.
- outro – falou ele desligando.
Eu me acalmei mais uma vez. Agora que ele tinha explicado eu realmente
fiquei mais tranquilo sobre o que tinha acontecido.
Depois que eu fiz o almoço e comi eu coloquei as roupas na secadora e
fui até a sala para poder assistir um filme que eu tinha reservado.
Depois de mais ou menos 20 minutos assistindo ao filme o telefone de
casa tocou e eu atendi.
- boa tarde – falou o porteiro do condomínio.
- bom dia.
- tem uma moça aquí na porta querendo te ver Jack.
- tudo bem pode deixar entrar.
Era Kamylla. Eu precisava de companhia e tinha ligado pra ela passar a
tarde comigo. Eu esperei um pouco e logo ela bateu na porta.
Eu abri a porta e levei um susto.
- Amy? O que você está... eu pensei que fosse...
- oi Jack, posso entrar.
- pode, como você descobriu onde...
- foi fácil. É só subordinar uma recepcionista que trabalha com seu
ex-marido e você consegue o que quer.
Ela entrou e ficou em pé na sala.
- eu queria muito vir aquí conversar com você, mas Jay nunca concordou.
Eu quero me desculpar pelo meu comportamento naquele dia.
- não tem problemas, você quer tomar alguma coisa? Você parece meio
cansada. – eu fale isso reparando que ela parecia meio abatida.
- água falou ela me seguindo até a cozinha.
- sabe, Jay não confia mais em mim, eu pensei tudo bem, mas uma parte de
mim precisava do seu perdão para poder continuar.
- tudo bem – falei sorrindo e me virando abrindo a geladeira.
- mas sabe, foi difícil ter vindo aquí porque uma parte de mim me
mandava fazer outra coisa.
- eu sei que pode ser difícil as vezes fazer a coisa certa. – eu peguei
a água e fui até a pia e peguei um copo.
- exatamente, mas eu pensei bem e as minhas duas partes concordavam em
algo.
Eu enchi o copo de água e me virei para entregar.
- em quê? – perguntei me virando.
Assim que me virei senti uma picada no pescoço. Ela tinha enfiado uma
seringa no meu pescoço e injetando algo em minha veia.
- nisso – falou ela tirando a seringa.
Eu comecei a me sentir fraco e tonto eu não consegui mais sentir minhas
mãos e larguei o copo que caiu no chão.
- o que você... – tentei falar me sentindo cada vez mais fraco e minha
respiração cada vez mais pesada.
- não se preocupe – falou ela se afastando e me olhando caindo e
tentando me segurar nas coisas – isso não vai te matar.
- por favor... pegue o que quiser... tem dinheiro e diamantes no
cofre... – falei sentindo que teria um ataque pânico e me sentindo um pouco
claustrofóbico já que mão conseguia me mover.
- sabe – falou ela dando dois passos até mim dizem que o melhor amigo
das garotas são os diamantes... Marilyn Monroe – falou ela sorrindo – Marilyn
disse isso, mas sabe quem era meu melhor amigo? Jay.
Eu finalmente caí no chão de barriga pra cima. Eu não sentia mais o meu
corpo. Só conseguia mexer bem devagar minha cabeça e minha boca.
- por favor – falei começando a suar – o que você fez comigo?
- nada – falou ela se ajoelhando ao meu lado – ainda.
Eu estava caído no chão olhando para o teto, estava tonto e suado, mas o
pior de tudo é que não sentia nada do pescoço pra baixo.
- o que vai fazer comigo? – perguntei ofegante.
- sabe que eu não sei? – falou ela se levantando e pegando um copo de
água na geladeira. – eu pensei que Amy não chegaria até aquí.
Eu achei estranho o que ela tinha acabado de dizer.
- você é Amy.
Ela olhou pra mim e jogou o copo no chão.
- eu não sou a Amy. Você acha mesmo que essa vadia chegaria até aquí sem
minha ajuda? – ela falou isso com a voz diferente e com uma atitude mais
agressiva.
- Amy... – falou tentando levantar minha cabeça.
- já disse que não sou a Amy – falou ela dando 3 passos em volta da mesa.
– meu nome é Britney.
Eu não entendia nada do que estava acontecendo.
- então você achou que poderia roubar o marido da Amy e sair impune.
- por favor...
- não adianta implorar – falou Britney.
Ela pegou uma faca e veio andando até mim.
- você não vai sentir nada – falou ela.
- o que você vai fazer? – minha voz estava rouca e eu me sentia fraco.
- Quero saber por que Jay me trocou por você. Com certeza não é algo por
fora, então vou ter que ver o que você tem dentro de você.
Ela então rasgou minha camisa com a faca e cortou logo abaixo do meu
peito. Um corte de aproximadamente 40 centímetros na diagonal.
- eu não senti nada, mas fiquei tonto ao ver o sangue saindo.
- não faça isso – falei me sentindo tonto. Ela enfiou a mão de começou a
olhar dentro como se tivesse algo dentro de mim.
- não tem nada aquí – falou ela.
Ela se levantou e ficou olhando pra mim como se estivesse pensando. O
sangue escorria pela faca. Eu já não conseguia dizer mais nada. Eu tinha
desistido.
Ela então se ajoelhou e cortou minhas pernas. Do pé até na coxa. Nesse
momento eu desmaiei.
Eu estava em pá em, um parque de diversões. O tempo era escuro e
nublado. Os brinquedos funcionavam e as luzes piscavam, mas não tinha mais
ninguém além de mim.
Eu ví uma mulher vindo em minha direção. Eu não a reconheci no inicio
mais assim que se aproximou eu ví que era minha mãe.
Eu corri até ela e dei um abraço nela.
- que saudades mãe.
- eu também filho.
Eu nunca tinha visto minha mãe pessoalmente, mas era como se eu a
conhecesse desde pequeno.
- porque você se foi?
- eu não escolhi – falou ela com um sorriso no rosto. Ela usava um
vestido azul enorme.
- eu sei – falei olhando para ela.
- você tem que ser forte Jackson. – falou ela alisando meu rosto.
- eu não sei se consigo.
- você é meu filho – falou ela se virando e o vento forte fazendo seu
vestido voar.
- mãe, eu fiz a escolha errada?
- eu confio na escolha que você fez – falou ela olhando pra mim sorrindo
e olhando para o céu e andando até a neblina.
Eu abri meus olhos devagar. Edu estava fraco e pálido, mas em contra
partida não sentia nada. Amy estava sentada na mesa comendo alguma coisa. Eu
estava deitado em sangue.
- Amy – falei fraco.
- me desculpa – falou ela olhando pra mim – eu não encontrei nada.
Eu não sabia mais como lutar então desmaiei outra vez. Assim que abri os
olhos eu ví que ela estava me puxando pelas pernas.
- me deixa – falei com a voz rouca...
- não posso – falou ela. – Me perdoa e chorando – Falou Amy se
ajoelhando – eu não queria fazer isso.
- tudo bem, tudo bem, liga pra ambulância. – falei fraco.
- não posso – falou ela se levantando – se Jay vir o que eu fiz com você
ele nunca vai me perdoar, não se preocupe Jack eu cavei um túmulo pra você –
falou ela apontado pra fora da cozinha. O sol estava se pondo e eu ví um monte
de terra. Ela tinha cavado um buraco no quintal.
- Amy, por favor – falei começando a chorar.
- Patrícia – falou ela sorrindo.
Eu ví que a mão dela tremeu.
- eu tenho que te colocar no buraco. – falou Amy.
- não precisa – falou Patrícia. – vamos chamar a ambulância – falou ela
cochichando. – temos que falar baixo se não a Britney vem.
Amy estava enlouquecendo. Ela estava mudando de humor, voz e
personalidade.
- eu voltei – falou Britney.
Ela começou a me puxar pelas pernas, era como se toda vez que ela trocasse
de personalidade até sua força fosse alterada, ela parecia mais forte e agora
me puxava com facilidade.
- por favor, não faz isso. – falei enquanto eu já estava na grama
deixando um rastro de sangue. Eu tentei me olhar e eu estava branco e roxo, minha
cabeça estava doendo e eu mal conseguia ficar com os olhos abertos. Começava a
escurecer e Amy ou sei lá quem me largou e foi até a cozinha e depois de
procurar acendeu as luzes. Eu queria gritar, queria pedir socorro, mas vinha
voz mal saída.
Assim que chegou perto do buraco ela me colocou com cuidado, o que era
irônico vendo o que ela tinha acabado de fazer comigo, minhas pernas, meus
braços, peito e barriga estavam cortados. As feridas eram grandes e se abriam a
medida que ela me colocava no buraco.
Ela pegou a pá e começou a jogar terra nas minhas pernas.
- serás que ninguém vai me salvar? Será que é assim que eu vou acabar? –
foram as perguntas que vieram em minha mente enquanto ela jogava terra que ia entrando
nas feridas.
- só pra você saber – falou ela parando – sua amiga Kamylla veio até
aquí. Eu disse que você tinha saído e que eu era empregada. Você não pode
gritar já que estava desmaiado.
Era meu fim. Por estranho que pareça eu tinha aceitado. Eu tinha feito o
que minha mãe tinha dito. Eu lutei até o final, mas aquele era o final.
- quem está aí? – perguntei.
- Britney, Patrícia e Amy. – falou ela sorrindo.
- por favor, me mata antes, eu não quero morrer enterrado vivo. – eu
falei com os olhos vermelhos. Lágrimas corriam por eles. Lágrima também
escorria pelo meu nariz.
- ok – falou ela rindo e indo pulando até a cozinha muito feliz.
Ela voltou duas coisas na sem nada na mão e me perguntou.
- eu tenho uma faca e tenho comprimidos.
- nenhum – falei engolindo seco. – a pá. – falei fraco.
- você quer que eu bata na sua cabeça com a pá.
- sim – falei fechando os olhos bem devagar e abrindo.
- ok – falou ela largando a faca e a caixa de remédios.
Ela se levantou e pegou a pá.
- vou bater bem forte para te desmaiar. – falou ela sorrindo – depois eu
só vou parar de bater quando ver seu cérebro saindo pelo nariz.
Eu fechei os olhos esperando.
- Jack, saiba que isso não é pessoal, nós poderíamos até ser amigos, mas
eu preciso do meu marido. Na verdade foi ele quem me mandou fazer isso.
Eu abri os olhos e fiquei olhando para ela.
- é verdade, meu marido ainda me ama. Eu sou o amor de Jay, ele disse
que eu só o teria se algo acontecesse com você.
Começou a correr águas dos meus olhos, eu sabia que Jay nunca diria uma
coisa daquelas, eu sabia que ele não me trairia, Amy estava louca.
- me perdoa, eu não queria que você morresse sem saber a verdade.
- ok – falei fechando os olhos.
- tudo bem falou – ela levantando a pá, mas antes que ela descesse com
toda a força e acertasse minha cabeça eu ouvi alguém gritando.
- Jack!
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