MIKE, O ESTRANHO capítulo vinte e três
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stava dentro da piscina de água transparente que
agora estava manchada de vermelho. Ninguém sabia ao certo o que tinha
acontecido. Tudo o que sabiam é que eu estava dentro da piscina envergonhado.
Minha expressão não conseguia esconder o que eu sentia.
- você se cortou? – perguntou Adam procurando algum corte.
Todos da mesa se levantaram para
ver e viram a piscina cheia de sangue. Meu pai se levantou e veio ver também.
Sai da piscina com ajuda de Adam
e me sentei na beirada. Gray veio até mim procurando pro machucados.
- será que o sangue veio da mão? – perguntou Adam encabulado.
- pega toalhas pra mim? –
perguntou Gray.
- claro – falou Adam indo pegar
dentro da casa.
- Mike você está bem?
- estou.
Logo Adam veio e trouxe toalhas
pretas pra mim.
- o que é isso? – perguntou meu
pai.
- não é nada pai, um dos
machucados sangrando.
- vamos, eu te levo pra casa –
falou meu pai.
Eu me levantei enrolado na toalha.
- eu vou com vocês – falou Gray
se levantando e pegando a chave em cima da mesa.
- não – falei.
- O que? – Perguntou Gray. Gray
sabia de onde tinha vindo o sangue porque ele sabia dos problemas que eu tive
em casa com meu pai. Agora ele entende o porque de eu não querer fazer sexo com
ele.
- quero você bem longe mim –
falei envergonhado. Não queria que Gray descobrisse o que tinha acontecido
comigo.
- me deixa ir com você.
- quer saber? Nós nunca vamos dar
certo Gray – falei usando a última artimanha que tinha.
- você está terminando comigo?
- sim. Me deixa em paz – falei me
levantando. Me doía muito estar terminando com Gray, mas eu não podia arriscar
que ele descobrisse de onde o sangue realmente vinha.
Me levantei com a ajuda de meu
pai e Gray ficou lá parado sem saber o que fazer ou o que dizer.
- vamos – falou meu pai.
Nós fomos até o carro e eu entrei
e me sentei no bando de trás e meu pai logo ligou o carro e fomos embora.
- o que aconteceu? Onde você está
machucado? – perguntou meu pai.
- o sangue saiu no meu machucado
na mão.
- uma pena a festa estava ótima.
- verdade – falei e logo fomos
embora.
Ao chegar em casa tomei um banho
doloroso. Tentei limpar o sangue das minhas pernas e a pior parte de todas foi
lavar meu ânus. Depois disso tudo fui para a cama e dormi. Acordei no domingo
por volta dás onze da manhã. Fui até a cozinha assim que me levantei e percebi
que meu pai não estava. Chamei pro ele, mas ele não respondeu. Subi as escadas
e fui aos dois quartos de hospedes e ele não estava dormindo lá então fui até o
quarto dele e meu pai estava deitado na própria cama. Tinha sido um avanço.
Fui até a cozinha e fiz o café da
manhã e depois que terminei subi para acordar meu pai.
- pai acorda – falei abrindo a
porta.
- que horas são? – falou ele se
revirando na cama.
- quase onze da manhã. Eu
preparei o café da manhã.
- deita aqui com o pai deita –
falou ele batendo a mão na cama.
Fui até ele e me deitei ao lado
dele e ele me abraçou dando um beijo no meu rosto.
- eu já te disse que te amo?
- eu também te amo pai.
- eu sei que não digo isso
sempre, mas eu tenho muito orgulho de você, do homem que você se tornou.
- obrigado – falei olhando para o
teto. – será que a mamãe também diria o mesmo se me visse hoje?
- não tenha dúvidas – falou ele.
- é engraçado né? Como nossa vida
passa tão rápido. – falei.
- é, e acaba de repente. – falou
ele – sua mãe se foi tão rápido, as vezes eu sinto que ela não viveu tudo o que
queria. Eu tenho esse medo.
- Y.O.L.O.
- o que é isso? – perguntou ele.
- significa: “você só vive uma
vez”. É uma gíria idiota.
- não entendo nada dessas siglas
e gírias que vocês usam atualmente.
- não precisa entender a sigla
pai. “você só vive uma vez” quer dizer que devemos viver a vida ao máximo por
que só temos uma vida.
- vamos tomar o café da manhã se
não via esfriar. – falei me levantando.
Eu desci e meu pai lavou o rosto
e me seguiu.
Nós nos sentamo-nos à mesa da
área e começamos a comer.
- estava sentindo falta desse
momento em que comíamos juntos. – falei.
- eu também.
Antes que eu desse um gole do
suco o interfone tocou.
- é só falar que alguém chega pra
atrapalhar – falei.
- deixe que eu vou ver. – falou
meu pai.
Ele se levantou e atendeu o
interfone e ficou lá por um tempo.
- quem é? – gritei.
Ele veio até a porta da cozinha.
- é o Gray – falou meu pai – vai
querer vê-lo?
- Claro… as coisas ficaram meio
estranhas entre nós dois ontem.
Meu pai foi até a porta e ele
logo apareceu.
Ele estava com a roupa da festa.
- Olá Gray – perguntei sentado na
mesa.
- bom dia – falou ele com um
sorriso vindo até mim.
- vou deixar vocês a sós.
- falou meu pai se levantando e indo para a
sala.
- então – falou Gray sentando-se
á mesa comigo – o que aconteceu ontem com você?
- me desculpa por ter sido tão
grosso com você ontem, mas o que eu disse é verdade. Nós não vamos dar certo.
Vamos ser apenas amigos. O que você acha?
- eu gosto muito de você Mike.
Não sei se amizade é o que eu quero de você.
- bem, amizade é o que eu tenho á
oferecer – falei tentando parecer autêntico.
- eu respeito você por isso. Não
entendo bem os motivos de você ter mudado tanto seu discurso, mas eu te
respeito.
- obrigado por compreender.
- posso pelo menos ter um último
dia com você? Quer dizer, não quero que nossa última lembrança juntos seja você
sangrando na piscina de Adam me dando um fora
- tudo bem. Você merece.
- vem aqui – falou Gray
aproximando o rosto do meu me dando um selinho. Em seguida correspondi ao beijo
enfiando á língua em sua boca.
Passei as mãos nas costas dele e
o abracei. Ele estava com pegada, mais do que o habitual. Ele enfiou a mão
dentro da minha camisa nas costas e ficou alisando ele. Eu parei um instante de
beija-lo e olhei bem fundo nos olhos dele e alisei o rosto com a barba loira
clara:
- eu não posso fazer sexo com
você.
- Longe de mim. Eu também não
quero. Só quero ficar um tempinho com você.
- você veio da festa? –
perguntei.
- sim – falou Gray bocejando.
- vamos lá pro meu quarto. Você
pode se deitar e tirar um cochilo.
Nós fomos andando até a sala e
meu pai assistia a televisão e eu me sentei ao lado dele.
- pai nós vamos lá pro meu quarto.
Gray e eu vamos apenas conversar, OK?
- sem problemas – falou meu pai.
Nós então subimos as escadas e ao
chegar ao meu quarto Gray caiu na cama.
- estou quase morto – falou ele.
- pois você só vai morrer depois
de me contar o que aconteceu na festa depois que eu fui embora.
- ok – falou ele.
Fechei a porta do quarto e me
deitei ao lado dele.
- e então, o que aconteceu?
- bom depois que você se foi Adam
teve que esvaziar a piscina, lavar e depois encher.
- e ele fez isso ontem?
- claro, nós nem tínhamos tomado
banho ainda quando você resolveu encarnar a Carrie.
- Por favor não me lembre da noite passada.
- depois de uma hora a piscina
estava pronta para ser usada. As crianças foram se deitar e ficaram só os
adultos.
- ai é que a putaria rolou né? –
falei.
- que nada, ficamos apenas
conversando a noite toda. Rimos bastante, falamos de você.
- sobre mim?
- claro., mas não vou te contar o
que falamos, mas garanto que só falamos coisas boas.
- o que mais?
- Foi isso. Comemos, bebemos,
conversamos, tomamos banho de piscina. Foi uma ótima festa.
- o azar foi meu que perdi um
festão.
- a festa só não foi melhor
porque você não estava lá.
- sei...
- é sim. – falou ele olhando pra
mim – vira de costas – pediu Gray.
Me virei de costas e ele se
aproximou de mim e me abraçou por trás. Nós ficamos em silêncio por alguns
segundos e logo ouvi ele roncando e aproveitando que estava lá fechei os olhos
e dormi.
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