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URSO TEDDY capítulo dois
lgumas semanas se passaram. O aniversário de Adam
estava próximo. Dezenove de setembro ele completa quarenta e quatro anos. Essa
data era para me deixar feliz, mas me trás muita dor. Tudo sobre Adam me
provoca dor. Ele estava cada vez mais distante e minhas visitas ao apartamento
de Teddy tornavam-se mais frequentes. Gosto de estar com Teddy porque ele me
lembra Adam quando nós éramos perdidamente apaixonados um pelo outro. Eu ainda
sou apaixonado por Adam… droga! Eu nunca vou deixar de amar esse homem. Eu estou
arrependido por estar traindo-o? Não. Eu o conheço o suficiente para saber que
ele está me traindo também. Não sei bem quem é Marisol, mas parece que os dois
estão se divertindo bastante.
O pior de tudo é que ele não
parece esconder de mim que está me traindo. Duas noites atrás ele se levantou
no meio da noite para ligar para ela. Os dois disseram coisas tão fofas um para
o outro. Adam disse coisas que ele costumava dizer a mim. Isso realmente me
machuca.
Acordei ás 05:00 da manhã devido
a minha insônia. Olhei para Adam deitado na cama, dormindo profundamente em
seus sonhos. Me atrevi a me aproximar e deitei a cabeça no travesseiro próximo
a seu rosto. Seu bafo quente agora estava em meu rosto. Fechei os olhos tentando
dormir. Eu me sentia patético tendo que me aproximar dele
enquanto dormia porque quando estava acordado ele só me desprezava. Coloquei
meu braço direito em sua barriga e a alisei. Abri os olhos e o quarto estava
todo iluminado com várias cores. Adam me puxou para cima dele e eu me sentei em
seu pau duro por baixo da cueca. Adam deu um sorriso e alisou meu rosto com sua
mão direita.
- Adam? – perguntei surpreso.
- é tão bom! – falou ele gemendo
– quando fazermos amor é que compreendo você.
- É mais que um toque ou uma palavra
que se diz – falei me abaixando e nós nos beijamos apaixonadamente.
- apenas nos sonhos podem ser
desse jeito – falou ele cochichando em minha orelha.
Quando disse isso eu abri os
olhos assustado. Adam já não estava mais ao meu lado. O relógio marcava ás
08:53. Me esqueci que Adam trabalharia
naquele sábado.
- que droga – falei me sentando
na cama – foi tudo um sonho.
Me sentei na cama limpando meus
olhos e fui direto para o banheiro. Tomei um banho demorado tentando relaxar.
Essa era a minha vida. Após o banho decidi tomar café da manhã na casa do meu
pai… ou talvez o almoço. Peguei um taxi que me deixou em frente a casa dele.
Chamei pelo interfone.
- oi? – falou a voz de alguém que
eu não conhecia.
- quem é? – perguntei confuso.
Em seguida o interfone foi
desligado. Toquei o interfone outra vez e mais uma voz a voz do desconhecido
atendeu.
- pois não?
- pode abrir por favor?
- se você não se identificar
infelizmente não vou poder.
- com licença, mas essa casa é do
meu pai. Quem é você.
Mais uma vez o interfone foi
desligado, mas dessa vez o portão se abriu. Eu entrei e meu pai abriu a porta
da frente.
- oi filho – falou ele me
recebendo com um abraço.
- oi pai. Senti saudades – falei
dando um beijo no rosto dele.
- você está bem?
- não reconheci sua voz no
interfone.
- é porque não era eu.
- quem era? – perguntei quando
entramos.
- oi Mike – falou Vanessa vindo
para um abraço.
- oi – falei abraçando-a – não
venha me dizer que foi você que atendeu?
- fui eu – falou um homem parado
na sala – me desculpe por desligar na sua cara.
- Mike – falou Vanessa se
aproximando do homem – esse aqui é Vincent. Meu irmão. Vincent, esse é o Mike,
filho do Larry.
- muito prazer – falou o homem de
olhos verdes e cabelos loiros curtos apertando minha mão.
- igualmente.
- desculpa pelo ocorrido eu
realmente devia ter pensado duas vezes.
- a culpa. foi minha. Eu devia
ter me identificado.
- Vincent veio nos visitar. Ele
está aqui a dois dias – falou Vanessa abraçando-o.
- sério? Porque não me disse nada
pai? Eu podia ter vindo. Ou será que faço mais parte da família?
- eu é que devia te fazer essa
pergunta – falou meu pai ranzinza – você não vem aqui faz três semanas. Não me
liga e nem vem aqui.
- Nós não sabíamos se Vincent
ficaria muito tempo. Desde que dei a luz a Rachel não tenho muito ido ao
trabalho. Tenho passado muito tempo em casa por causa da Rachel. Seu pai e eu
conversamos e eu decidi vender minha parte na empresa.
- sério?
- sim. Adam está passando por uma
fase difícil na empresa…
- eu que o diga – falei baixo.
- …para não deixa-lo com mais
problemas decidi arranjar um comprador e foi quando eu me lembrei de Vincent.
Ele passou recentemente no exame da ordem.
- que bom.
- Ontem tivemos uma reunião com
Adam e Vincent aceitou comprar minha parte.
- que bom. Espero que goste.
- eu vou – falou ele soltando
Vanessa.
Olhei em volta procurando Rachel.
Notei que também não ouvi nenhum barulho de seu choro.
- Onde está a Rachel? Estou com
saudades da minha irmãzinha.
- e como – falou meu pai me
provocando.
- lá em cima dormindo – falou
Vanessa
- ainda? – falei brincando.
- graças a deus, ela chorou a
noite toda – falou Vanessa – eu estava até preocupada. Pensei em levar ela para
o hospital.
- mãe de primeira viagem – falou
Vincent.
- você tem filhos?
- um garoto – falou ele abrindo a
carteira e me mostrando a foto de um garoto de mais ou menos onze anos no colo
do pai – se chama Stan.
- a cara do pai – falei
devolvendo a foto.
- e então? já está indo embora? –
perguntou meu pai.
- para com isso pai. Me desculpa
não ter vindo aqui, mas é que… - antes que
dissesse outra coisa parei.
- Vamos te dar um pouco de
privacidade – falou Vanessa.
Ela e Vincent subiram as escadas.
- e então?
- qual a desculpa da vez? –
perguntou meu pai de braços cruzados. Notei que agora ele tinha uma tatuagem no
pescoço com o nome de Rachel.
- as coisas não estão indo muito
bem em casa – falei respirando fundo.
- sério? Entre você e Adam?
- sim – falei me sentando no sofá
com os olhos cheios de água – eu estou traindo ele.
- Mike? – falou meu pai sentando
de frente para mim.
- eu sei! O senhor deve me achar
um canalha.
- nunca imaginei que houvesse
problemas entre vocês.
- não existe problemas entre nós
dois. O problema sou eu e Adam gosta de jogar isso na minha cara.
- o que ele disse?
- não é o que ele disse. Ele
disse apenas a verdade.
- filho, ninguém disse que iria
ser fácil ser casado.
- eu sei. Eu me odeio por ter
desistido tão facilmente.
- você não desistiu. Você apenas
tomou uma decisão errada.
- eu não consigo pai. Adam olha
pra mim com tanto desprezo. Eu me sinto sufocado.
- sabe o que eu fazia quando você
era pequeno e estava triste?
- o que?
- pegava seu Urso Teddy. Era seu
urso preferido e mesmo assim você o guardava dentro do guarda roupas. Você me
disse que não queria enjoar dele. Por isso o guardava.
- bom… parece que eu não mudei
muito.
- como assim?
- o nome dele é Teddy… do meu… do
homem.
- o home com quem você tem
dormido?
- sim.
- talvez você deva fazer com o
Teddy de agora o que fez com seu urso. Deixá-lo de lado.
- eu quero muito fazer isso, mas
eu tenho medo de não conseguir manter essa decisão.
- você não sabe como é ruim ver a
pessoa que você ama te desprezar e te tratar como lixo. Jogando todos os
problemas da vida dele em você.
- lembre-se filho: “Casal feliz é
o que briga por tudo, mas não se separa por nada” – falou meu pai colocando a
mão no meu ombro me reconfortando.
Meu pai sabia sempre o que me
dizer.
- obrigado paizão. Você sabe como
me animar. – falei abraçando ele.
- por nada – falou ele dando um
beijo no meu rosto- e então? Como vão as coisas com Roman?
- eu não o vejo a um tempo. Ele
tem estado meio distante. Eu não o culpo. Não é fácil descobrir que você
transou com seu próprio filho.
- parece que você levou numa boa –
falou meu pai.
- Bom. Tirando o fato de ter
ficado dois meses sem dormir com Adam porque não aguentava o toque de outro
homem. Sim. Acho que estou acostumado as surpresas da vida.
- não se preocupe. Tenho certeza
que ele vai superar isso.
- sim.
- olha só quem acordou? – falou
Vanessa com Rachel nos braços descendo as escadas.
- o meu deus! Como ela cresceu
falei indo até Vanessa.
- olha só quem veio te ver? Seu
irmão mais velho.
- possa pegá-la?
- pode.
Vanessa colocou Rachel em meus
braços.
- oi garotinha – falei dando um
beijo no rosto dela – aproveite enquanto pode. Seu irmão está meio que ferrado
agora. – falei suspirando – quem me dera pudesse voltar e ser um bebê tão fofo
quanto você. Rachel deu uma risada.
- e então Mike? Vai ficar para o
almoço?
- eu queria, mas eu preciso me
desfazer de um Urso Teddy – falei olhando para meu pai.
- vai lá filho. – falou ele
pegando Rachel.
- prometo que amanhã eu venho pra
ficar o dia inteiro – falei dando um beijo no rosto de meu pai.
- vou te esperar.
- até amanhã – falou Vanessa
dando um beijo no meu rosto.
- da um abraço no seu irmão por
mim.
- dou sim.
Sai da casa do meu pai e peguei
um taxi até o apartamento de Teddy disposto a terminar com tudo. Teddy abriu a
porta do apartamento só de cueca.
- oi Mike – falou ele me
recebendo com um beijo na boca.
- oi Teddy – falei entrando.
- desculpa a bagunça. Teve uma
pequena festinha aqui ontem.
- estou vendo – falei pegando uma
camisinha usada e lacrada no chão.
- desculpa – falou ele pegando a
camisinha.
- tudo bem – falei respirando
fundo.
- o que foi? – perguntou ele –
não está com raiva né? Afinal nós não temos compromisso.
- não. E é exatamente sobre isso
que venho conversar com você.
- espera só um pouco – falou ele
se desfazendo de todo o lixo no chão. Incluindo outras camisinhas pelo chão.
- ok – falei me sentando no sofá.
- aceita algo para beber?
- não.
- então? – falou ele se sentando
ao meu lado e puxando minha perna para cima da dele – o que é tão importante?
- olha Teddy, sei que não temos
compromisso como você mesmo acabou de dizer, mas eu sinto na obrigado de vir
aqui e dizer que não podemos mais nos ver.
- o que? Por que?
- olha eu tomei uma dúzias de más
decisões no passado e todas elas me fodera no futuro, não quero que você se
torne uma delas. O tempo que passamos juntos foi bom, mas eu preciso me dedicar
ao meu esposo. Eu o amo e por mais que ele me faça sofrer não posso
simplesmente correr para os braços de outro homem sempre que tivermos uma
briga.
- eu te entendo – falou ele se
afastando de mim no sofá.
- você entende?
- mais ou menos.
- mais ou menos?
- eu entendo o que quer dizer.
Você é apaixonado pro seu esposo e por isso não pode se afastar dele.
- exato.
- o que eu devo fazer com você?
- comigo?
- eu estou apaixonado por você.
Se seguir essa lógica significa que não devo me afastar de você.
- você não está apaixonado pro
mim. Eu contei pelo menos quatro camisinhas usadas no chão.
- não significa nada. Você
transou comigo inúmeras vezes e mesmo assim continuou apaixonado por seu
parceiro.
- você não entende – falei me
levantando – eu não sinto o mesmo por você.
- você não pode simplesmente sair
desse relacionamento.
- qual relaciona… quer saber?
Essa conversa já se prolongou demais.
- se você quiser ir embora vá,
mas vá com consciência de que está deixando um homem que é apaixonado por você.
- você não é o primeiro – falei
saindo do apartamento.
Após sair do apartamento de Teddy
decidi ir para meu apartamento a pé. Teddy só podia estar de brincadeira com
minha cara. Ninguém se apaixona assim tão rápido. Não me interessa se ele acha
que me ama.
No caminho havia um restaurante
ao qual eu decidi almoçar. Sentei-me a mesa e após fazer meu pedido peguei meu
celular na esperança de ter uma mensagem de Adam. Como sempre não havia nem
sequer uma ligação. Guardei meu celular. Após o término da refeição paguei e
sai do restaurante em direção a minha casa.
Dei alguns passos na rua a
caminho de casa e não demorou muito para que notasse algo estranho. As pessoas
começaram a me encarar e a cochichar.
- que diabos é isso? – falei
baixo tentando entender.
Não demorou muito para que
notasse um certo alvoroço logo atrás de mim. Ao olhar para trás notei uma
porção de pessoas andando atrás de mim. Eu parei de andar e as pessoas também
pararam. Algumas câmeras agora me rodearam.
- o que é isso? – falei
perguntando para um dos câmeras.
- papai chegou – falou Stephen
saindo do meio da multidão.
- pa-pai! Que saudades – falei
indo para o abraço. Era realmente um saco ter que fingir ser filho dele.
Ele deu um beijo no meu rosto e
prolongou o abraço.
- que droga está fazendo aqui? –
falei baixo com um sorriso falso na cara.
- estou gravando cenas para a
minha campanha – falou ele me soltando e batendo a mão no meu ombro. Ele tinha
um grande sorriso no rosto.
- que droga, você ainda vai
concorrer?
- olha a atitude garoto – falou
ele abraçando-me pelo ombro e fazendo pose.
- minha vontade é de revelar
tudo. – falei sinalizando para as câmeras ainda com o sorriso moribundo
estampado na cara.
- não sei porque.
- você me enganou e quase matou o
Roman. Você mandou a policia lá em casa e Roman quase morreu.
- eu já disse que não era minha
intenção – falou ele começando a andar comigo ao seu lado.
- não acredito em você.
Nós dois atravessamos a rua e Stephen
cumprimentava as pessoas.
- ser presidente é o meu maior
sonho.
- o meu maior sonho é que você
perca.
- o único mal que eu te fiz foi
deixar você tranzar com seu pai biológico.
- você fala como se fosse normal
– falei parando.
- Sr. Governador – falou o dono
de uma cafeteria.
- olá – falou meu “pai” apertando
a mão do homem.
- por favor, seria uma honra ter
o senhor e seu filho em meu estabelecimento… por minha conta é claro.
- não por favor – falou Stephen –
faço questão de pagar a conta, afinal não sou melhor do que ninguém.
Eu revirei os olhos.
Nós entramos na cafeteria e logo
estávamos sentados no meio dos outros civis. Os câmeras continuaram de fora.
Vários repórteres também.
- logo nos foram servidos duas
xícaras de café com bastante creme.
- e então: Pai! Parece que você
tem subido nas pesquisas.
- exatamente – falou ele bebendo
um gole do café.
- você me dá nojo – falei tomando
um gole – você me enganou.
- olha filho… Mike, quero te
dizer uma coisa – falou ele desconcertado – eu quero…
- não quero ouvir nada que tenha
a dizer.
- sinto muito. Me perdoa por ter
te enganado e te manipulado.
Eu sinalizei com a cabeça
esperando por mais.
- o que? – perguntou ele.
- é só isso?
- só isso o que?
- não vai se desculpar por ter
acabado com a minha? Ou com a vida do Roman e de todos ao meu redor?
- Mike, você é muito jovem não
entende o que é preciso para se estar no poder.
- bom deus, não me deixe estar no
poder nunca.
- você não pode me jugar.
- sim, eu posso e vou te jugar.
- você vai ter que me perdoar um
dia – falou ele sorrindo para as câmeras.
- esse dia não é hoje – falei
fingindo um sorriso.
- senhor governador, pode ter
certeza que terá nosso voto – falou o dono da cafeteria voltando.
- muito obrigado eleitor de bem,
pode ter certeza que você será ouvido quando eu estiver na casa branca. Você e
todas as pessoas que choram por um pais que deve seguir as ensinamentos de
nosso fundadores.
- você tem sorte, não é todo
mundo que tem um pai como o seu – falou o homem apertando minha mão.
- pois é… - falei sorrindo.
Após os repórteres fazerem uma
pequena entrevista com Stephen as filmagens terminaram. A multidão se
dispersou.
- bom… - falei me afastando – até
nunca mais.
- Mickey, espera.
- o que foi?
- eu gostaria de agradecer –
falou ele me seguindo.
- eu te odeio sabia?
- porque?
- porque você me enganou.
- Mickey – falou ele suspirando –
eu já pedi desculpas.
- acho melhor ir para um lugar
com mais pessoas porque acho que sou capaz de te matar aqui mesmo. Você não
sabe do que sou capaz quando estou com raiva.
- Mike, eu já disse que te
considero um filho.
- infelizmente eu não te
considero um pai.
- ai. Essa doeu.
- você deixou eu transar com meu pai. Você sabia
que Roman era meu pai e deixou nós dois namorarmos e sermos íntimos.
- eu já disse que descobri depois
que vocês já tinham terminados e além do mais eu menti, o Roman…
- nada muda o fato de você ter
acabado com minha vida.
- alguém tem que ser o cara mal!
- só pra você saber, Adam e eu
pretendemos vender o apartamento que você me deu. Não vamos vender por agora
porque estamos passando pro alguns problemas financeiros, mas em breve.
- sério? Não se deve dar ou
vender um presente.
- não se deve colocar câmeras
escondidas para espionar alguém.
- tudo bem – falou ele colocando a mão no meu
ombro.
- ok – falei chacoalhando o ombro.
- até a próxima – falou ele piscando o olho e
sinalizando com a mão enquanto se afastava.
Não dei muita atenção e segui meu
caminho até em casa. O relógio agora marcava pouco mais das quatro da tarde. As
horas passaram rápido apesar dos acontecimentos. Esses encontros com Stephen
geralmente eram monótonos, mas esse conseguiu ser diferente e realmente me
distraiu. Talvez seja minha atual situação com Adam.
Ao chegar no meu prédio pretendia
passar bem rápido pela entrada de pedestres e ir para meu apartamento, mas
infelizmente o porteiro não tinha os mesmos planos que eu.
- boa tarde senhor White.
- senhor White é o sobrenome do
meu marido. Eu não sou propriedade dele, por isso quando nos casamos eu não
aceitei seu sobrenome. Meu sobrenome é Krigsman-Fabray.
- sinto muito.
- tudo bem – falei seguindo.
- Sr. Fabray
- pois não? – falei parando.
- tem algumas cartas para você.
Eu voltei e peguei as cartas. O
porteiro voltou a fazer seu trabalho.
- como é seu nome?
- Bart.
- olha Bart, me desculpa por ser
tão babaca esses últimos dias. Eu estou passando por alguns momentos difíceis…
você deve entender.
- entendo sim. Todos temos dias
ruins.
- pois meus dias ruins se
transformaram em semanas.
- não se preocupe comigo. Eu não
levo para o lado pessoal.
- obrigado por ser compreensivo.
Até mais – falei passando as cartas. Várias contas, todas para Adam. Não havia
nenhuma para mim.
- não existe a mínima chance de
eu entregar essas cartas para Adam – falei retornando. Devolveria as cartas
para Bart.
Estava no meio do caminho de
volta quando cheguei a última. Era um envelope branco sem remetente. Eu parei
no meio do corredor e a abri. Havia apenas um papel dobrado com uma frase:
“HÁ UMA CASA
EM NOVA ORLEANS, ELES A CHAMAM DE O SOL NASCENTE”
Fiquei realmente sem entender o
que dizia aquela carta. Olhei o envelope mais uma vez e ele não tinha
remetente.
- algum problema?
- nenhum Bart – falei entregando
as cartas para ele – será que você pode entregar para meu marido?
- posso sim senhor.
- são más noticias e eu não quero
trazer más noticias para ele.
- sem problemas.
- obrigado – falei voltando ao
meu apartamento.
Li a carta mais uma vez e
tentando entender, mas não me veio nada a mente. Eu então abri a gaveta do
criado mudo ao lado da cama e joguei a carta lá dentro.
- é assustador – falei me
levantando.
Não tinha nada para fazer o dia
inteiro a não ser escrever meu livro. Era um saco ter que escrever esse livro
de mentiras. Sempre me imaginei deixando um legado. Algo para que as pessoas se
lembrassem de mim. Não me refiro as inúmeras fitas de sexo vazadas, mas algo
que realmente mudasse o mundo. Pensei que talvez esse livro pudesse vidar a
vida das pessoas, mas já não estou escrevendo verdades e sim um monte de
mentiras bilaterais. E nenhum dos dois lados é verdadeiro. Estou desmotivado.
As vezes penso em desistir, mas isso resultaria em um processo milionário
contra mim. Eu já não tinha mais escolha. Os rostos que vejo todos os dias são
os mesmos. Apenas os nomes mudam. Todo dia é como se estivesse desperdiçando um
dia de minha vida.
Peguei um copo de suco e
sentei-me no sofá com meu notebook. Estralei os dedos e abri o arquivo. Era
hora de contar mentiras.
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O rupert nao tinha morrida na terceira temporada. O mike tem q ficar com o adam sim . E por q o jay fez aquilo . Mike e adam
ResponderExcluirGente isso ta pior que efeito borboleta kkkkkk. então quer dizer que foi crepúsculo agora, não passou de uma estória do próprio mike???
ResponderExcluirgostei do rumo em que aconteceu... fiquei mais aliviado kkkkkkk...
No mais, ta bacana .