REVOLVER capítulo
dezessete
- você falou
com seu amigo?
- sim, mas
não adiantou muito. Freddy disse que depois que teve que comprar minha parte
ficou no vermelho.
T
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eddy estava sentado comigo na sala me “preparando”
para o abate. Ele estava em pé enquanto eu trocava minha roupa toda suja. Foi
me doado uma roupa bem maior do que a minha, mas qualquer coisa que não fedesse
a urina pra mim estava de bom grado.
- quanto Freddy está te pagando?
– perguntei. Acho que tinha o direito de saber quanto cada um receberia, mas
ele não respondeu nada. - quanto Freddy está te pagando? – perguntei. Acho
que tinha o direito de saber quanto cada um receberia, mas ele não respondeu
nada.
- quanto é o resgate Teddy?
- por favor, já é difícil para
mim.
- é difícil para você? – falei
levantando minha mão indignado – você corou dois dedos da minha mão enquanto eu
gritava pedindo que não fizesse.
- o quer eu podia fazer? Se eu
não o fizesse ou impedisse eles me matariam.
- você vai mesmo deixar que me matem?
- veste logo essa roupa – falou
ele virando para o outro lado.
- você vai deixar que me matem? O
dinheiro vale mais do que eu?
- quer a verdade? Sim. Você acha
que pode escolher qualquer um, tranzar com ele uma dezena de vezes e depois
desaparecer? Qual foi a última coisa que eu te disse? Que te amava.
- então é isso? Vai deixar dois
pais sem filho por causa disso?
- não, mas você está me rendendo
um milhão e meio.
- então é isso? Dois milhões pra
cada?
- estão prontos? – perguntou
Freddy, amigo e ex-parceiro de negócios de Cooper entrando.
- sim senhor.
- então vamos. já é quase meia
noite, eles já devem ter deixado o dinheiro.
Teddy amarrou meus braços e me
arrastou para fora da sala.
- vamos leva-lo para o carro.
Fui colocado dentro de um carro preto.
Meus olhos foram vendados por um longo caminho. Respirei fundo e tentei me
acalmar. Não iria me dar por vencido antes do final definitivo, a esperança é a
última que morria.
Freddy se sentou atrás de mim no
carro e dois dos sequestradores foram na frente enquanto outra carro nos
seguia. Depois de uma longa viagem Freddy mandou que eu tirasse a venda dos
olhos.
- o que você vai fazer comigo?
- bom se o dinheiro estiver lá
você volta pra casa.
- eu não sou idiota, você me
mostrou seu rosto.
- é verdade – falou ele com um
sorriso – mas não sou tão ruim, a pessoa que for te pegar vai ter a chance de
te ver com vida pela última vez, te dar um abraço e quem sabe até um beijo.
- e então?
- então você leva um tiro.
Ao ouvi-lo dizer aquilo levei um
susto. Senti uma dor incontrolável no estômago. Seja lá quem for me buscar será
a última pessoa a me ver. Comecei a ficar depressivo afinal quem não ficaria
nos últimos minutos de vida? Será que seria assim que acabaria a saga de Mike
Fabray?
O telefone celular de Freddy
tocou e ele olhou para mim e colocou o dedo na boca como sinal de silêncio. Ele
conversou alguém e pediu uma caneta para o mascarado sentado no banco do
carona. Ele entregou a caneta para Freddy que anatou o número na mão. Naquele
instante tive uma ideia, uma última salvação, mas tudo dependia de onde aquela
caneta fosse parar.
Ele escreveu o número na mão.
Parecia ser o número de uma conta bancária. Então como impulso ele colocou a
caneta no bolso direito. Eu respirei fundo aliviado. A caneta estava junto
dele. Eu precisava pegá-la. Uma caneta pode parecer inofensiva, mas nas mãos
erradas (ou certas) poderia se tornar uma arma mortal.
- tudo bem então. Combinado –
falou Freddy desligando o celular.
Olhei para o outro lado
disfarçando.
- você é um bom garoto – falou
ele rindo – se comportou bem. Não se preocupe porque vou dar um tiro bem na
cabeça. Sua morte vai ser lenta.
- é bem gratificante ouvir isso.
- não se preocupe, eu não vou
errar. Eu atiro desde os meus quinze anos quando meu pai me deu uma arma. Eu
acabei desenvolvendo o gosto pela coisa.
- matou muitos antes de mim? pode
me contar afinal eu vou morrer mesmo.
- não leve para o lado pessoal
Mike. São apenas negócios.
- matou ou não?
- não. Você será o primeiro que
eu mato.
- porque me mostrou seu rosto?
Porque tem que me matar?
- você gosta do Cooper não é
mesmo?
- gosto. Isso tem a ver com ele?
- ele já te contou que matou uma
pessoa?
- já.
- e mesmo assim você ficou com
ele?
- claro. A pessoa que ele matou
merecia morrer.
- quem decide isso? Quem decide
se uma pessoa merece morrer ou não?
- você acha que eu mereço?
- ele tirou algo de mim, então
vou tirar algo dele.
- como assim? O dinheiro já não é
o bastante? O que ele tirou te tirou de tão precioso?
- meu irmão – falou ele me encarando
sem piscar.
- mas ele me disse que matou um
assaltante…
- sim. Meu irmão. Ele não merecia
uma chance?
- ele sabe?
- claro que não. Meu irmão era um
bandido, mas merecia uma segunda chance. Eu me aproximei dele esperando o
momento em que poderia me vingar e finalmente esse dia chegou. Ele tirou a
pessoa que mais amava nesse mundo e a justiça não fez nada. Ele nem foi preso.
Apesar de tudo o que meu irmão fez ele merecia uma segunda chance… ele nem
estava armado. não quero mais falar sobre isso – falou ele olhando para o
número anotado na mão.
Agora eu tinha certeza de que
tinha que colocar meu plano em ação. Respirei fundo e depois de alguns minutos
de viagem finalmente chegamos em algum lugar.
- falta quinze minutos – falou
Freddy olhando no relógio – vamos esperar aqui e depois da meia noite vamos até
lá pegar o dinheiro.
- Freddy… - falei olhando para
ele – será que posso falar em particular com você?
- sobre?
Olhei para os dois na frente e
não respondi.
- vão esperar lá fora.
- ok – falou um deles enquanto os
dois saiam e se afastavam do carro. A noite devia estar fria porque os dois
passavam as mãos no braço tentando se esquentar.
- o que foi?
- olha… já que essa é minha
última noite vivo será que eu não podia… - falei levando minha mão até a perna
dele.
Olha eu não sou como alguns caras
por ai que, como seu namorado Adam o nome dele né? Eu não sou como ele ok? –
falou Freddy agressivo.
- me desculpa – falei me
afastando tentando parecer envergonhado – eu não consigo evitar sabe…
- como assim?
- a dois anos atrás eu fiz
algumas visitas ao psiquiatra e ele me classificou como um viciado em sexo… é
vergonhoso eu sei…
- você é viciado em sexo?
- sim – respondi. Eu estava no
meio de um plano naquele momento. Um plano improvisado.
- olha, eu sei que vou te matar e
tal, mas não leve para o lado pessoal.
- é difícil não levar.
- é só tentar – falou ele.
- sinto muito pelo seu irmão –
falei colocando a mão na perna dele.
- sabe o seu problema não é tão
ruim assim – falou ele olhando para fora do carro – você quer mesmo?
- não quero te obrigar. Os gays
já tem fama de tentar converter todo hétero. Não quero que pense isso de mim,
mas a verdade é que eu vou morrer e tudo o que penso é em todos que vou perder
– falei pegando no dele e apertando de leve. Estava um pouco duro.
Ele olhou mais uma vez para for a
e não disse nada. Ele queria então eu abri o zíper da calça e enfiei a mão
dentro abaixando a cueca e tirando o pau para fora. Fechei os olhos e coloquei
na boca começando chupar. Ele deu uma gemida.
- meu deus… – falou ele começando
a ficar com o pau duro como rocha. Passei a língua até que ficasse bem duro e
ele estivesse totalmente envolvido. Levei minha mão esquerda na perna dele como
se estivesse alisando-as, mas na verdade estava tirando a caneta de leve.
- está gostoso? – perguntei
olhando para a cara dele.
- agora eu entendo – falou ele
empurrando minha cabeça de volta.
Chupei mais um pouco enquanto
arrastava com o dedão a caneta. Quando metade dela estava de fora do bolso eu
usei dois dedos para tirá-la. Assim que a tirei levei minha mão até minha
cintura e coloquei-a dentro do meu bolso. Fingi que estava me masturbando
quando fiz isso.
Agora que já tinha pegado eu
comecei a masturba-lo para que gozasse logo. Ele percebendo em mandou parar.
- não faz isso. Quero meter nessa
sua bundinha.
- mas você disse que não era esse
tipo de cara.
- essa é sua última trepada. Quer
ou não?
- você tem camisinha?
- não precisa.
- eu não posso… - antes que
terminasse ele deu um tapa na minha cara – sai do carro.
Eu sai do carro e fiquei parado
lá de fora enquanto ele saia e dava a volta.
- abaixa a calça.
- tudo bem – falei abaixando a
calça e a cueca me aproximando de costas. Ele se escorou no carro e começou a
se masturbar. Ele abriu minha bunda e colocou a cabecinha na entrada.
- você disse que queria rola e
vai ter uma. Não me venha com frescura de camisinha – falou ele enfiando de uma
vez.
Eu tremi minhas pernas e coloquei
a mão na boca para abafar a dor. Ele enfiou sem lubrificar nem nada e a medida
que entrava e saia doía muito. Estava com a caneta pronta para enfiar nele e
apesar de ser o momento perfeito, eu não sabia dirigir e não tinha ideia de
onde estava o jeito era aguentar.
Para minha sorte o babaca sofria
de ejaculação precoce e logo senti ele se contraindo e enchendo meu cu de
porra. Estava ardendo quando ele finalmente tirou o pau de dentro de mim.
Eu me afastei e vesti a cueca e a
calça.
- entra no carro – falou ele
guardando o pau e abrindo a porta. Eu entrei e me sentei com cuidado.
Esperamos por vários minutos até
que os dois capangas chegaram de volta.
- Freddy, o Teddy me ligou e
disse que eles já deixaram o dinheiro lá – falou um deles quando entraram no
carro.
- vamos indo – falou Freddy.
Eles ligaram o carro e seguimos
viagem até o local da troca
Depois de dez minutos chegamos a
uma rua praticamente deserta e o carro foi parado.
- vocês dois ficam aqui – falou
Freddy – eu vou leva-lo.
- sim senhor – falou um dos
capangas entregando uma arma para ele.
- liguem para os outros dois e
digam para ficarem aqui fora com vocês.
- pode deixar – respondeu o que
estava no banco do carona pegando o celular.
Freddy saiu por uma porta e eu
pela outra. Ele colocou a arma nas minhas costas e entramos no estacionamento
de um prédio abandonado. Estava escuro a não ser por algumas luzes acesas lá no
final.
Paramos atrás de uma parede e
Freddy apontou para um latão preto na parte iluminada. Do outro lado vi que
tinha alguém parado.
- você vai até lá, pega o
dinheiro e trás pra mim.
- ok.
- você me entendeu.
- entendi – falei respirando
fundo – quando você vai deixar eu me despedir?
- sabe, eu mudei de ideia – falou
ele se aproximando de mim e esfregando o pau na minha bunda – gostei demais de
te foder, acho que vou ficar você por algum tempo.
Quando disse isso eu enfiei a mão
no meu bolso, tirei a caneca e enfiei na perna dele.
- haaaa seu desgraçado – gritou
Freddy caindo para trás.
- Mike? – falou o homem a
distância. Eu não reconheci quem era.
Sem olhar para trás corri em
direção ao latão e ao chegar lá enfiei a mão e tirei uma bolsa preta. Era o
dinheiro. Corri em direção ao homem de camisa branca. Ele estava muito longe eu
não o reconheci.
Eu corri com todas as minhas
forças apesar de toda a dor que sentia. O homem correu em minha direção
- seu filho de uma puta – falou
Freddy.
Eu olhei para trás e vi Freddy
caído no chão com a arma na mão. Ele apertou o gatilho e ouvi um barulho alto.
Eu cai para trás na hora. Senti uma dor enorme nas costas, mas não senti nada
além disso.
Desesperado olhei para trás e o
homem que corria na minha direção estava caído no chão.
- Não! – gritei alto deixando o
dinheiro para trás.
Podia ser Adam, meu pai Larry,
Meu pai Ray… qualquer um.
Ao chegar perto ele estava
sangrando.
- por favor não morre – falei
colocando a mão na ferida no peito.
- Mi-Mike… - falou ele
engasgando.
- você vai ficar bem – falei
chorando.
- você está bem – falou ele
sorrindo – eu te amo.
- também te amo.
Foi a última coisa que ele disse
antes de finalmente parar de se mexer e fechar os olhos. Ouvi seu último
suspiro antes que finalmente morresse. Sua camisa branca estava sujo de sangue.
Alguns pingos chegaram a cair em seu tênis. Era seu tênis preferido.
Estava com raiva. Triste, aflito
e com muita raiva.
Eu me levantei e comecei a andar
de volta em direção a Freddy que estava caído no chão. Chega de chorar, chega
de perdão.
Ele estava tentando tirar a
caneta da perna e não me viu chegar. Quando viu era tarde demais e tudo o que
ele sentiu foi o gosto de sangue quando chutei a cara dele do mesmo jeito que
ele fez comigo.
Eu me abaixei peguei a caneta da
perna dele a tirei do mesmo jeito que a enfiei. Freddy gritou e gemeu de dor.
Eu peguei a caneta e enfiei no pescoço dele. Agora ele apenas gemia enquanto se
engasgava com o próprio sangue.
Olhei
para trás e nem acreditei que ele tinha morrido. Meu corpo ficou mole e eu vi
tudo ficar preto antes de desmaiar.
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