HISTÓRIA NUNCA CONTADA ‘PARTE 2’ capítulo vinte e cinco
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ada mais gratificante do que ser
um dos escolhidos de Carmen Morgan. Estava ansioso para poder trabalhar direto
com ela. Teria a chance de mostrar o meu valor e quem sabe um dia não conseguir
ser um dos acionistas da empresa. Carmen criou sua empresa do nada e ela
cuidava como se fosse seu próprio filho. Dezenas de ricaços já quiseram se
tornar sócios da empresa e terem partes nos lucros, mas Carmen não aceitava
qualquer um. Dizem que um dos acionistas já foi um empregado de Carmen assim
como eu. Sonhar não custa nada, afinal quem não quer vencer nessa vida?
O emprego
era praticamente toda a minha vida. Eu não tinha namorado e não tinha amigos.
Não me preocupava muito com essa parte. Fui criado em uma família que parecer
não ter evoluído com o mundo. Meu pai e minha mãe nunca me aceitaram por
completo. Eles diziam que me amavam e que não me tratavam diferentes, mas eu
sei que eles no fundo eles oravam pedindo que Deus me curasse.
Sempre fui o
aluno número um da classe e nunca tive
muito tempo para descobrir minha sexualidade. Enquanto eu estudava meus colegas
de classe estavam ocupados demais tentando entrar na calça um dos outros. É
claro que isso me proporcionou uma ótima faculdade e um emprego dos sonhos, mas
minha sexualidade ficou inexplorada. Tenho dezenove anos de idade e ainda sou
virgem. É difícil de acreditar, mas a minha criação me transformou em uma
pessoa muito excêntrica em relação a essa sexualidade não explorada. Sou gay?
Sou hétero? Sou bissexual? Esse foi um dos motivos de ter ido embora de casa
tão jovem.
Tive um
namorado uma vez nos tempos de colégio, mas não durou muito afinal das contas
não correspondi da forma que ele esperava. Hoje em dia os jovens estão cheios
de hormônios e o sexo se tornou algo tão sem valor e sem sentido. Sei que
príncipes encantados não existem, mas eu realmente gostaria de encontrar alguém
que faça eu me sentir diferente. Não apenas uma coceira no meio das pernas.
Sou modesto,
não me acho um cara muito atraente. Tenho pouco mais de um metro de setenta se
altura. Tenho a pele clara. Meus cabelos são castanhos escuros e minha boca
pequena com lábios médicos. Tenho alguns pelos nos braços e nas pernas, mas meu
corpo no geral é praticamente liso. Meus olhos é o que chama atenção das
pessoal afinal eu tenho um olho azul e o outro castanho escuro, mas não sei se
chamam atenção no bom sentido porque a maioria é apenas curiosa.
Nunca fui
facilmente identificado como homossexual porque não tenho trejeitos. Viver com
minha família não me permitiu. Tive que ser hétero porque meu pai odeia gays e
não esconde de ninguém o que pensa sobre eles. Quando me perguntam se eu tenho
um tipo especifico de homem eu dou risada. É engraçado as pessoas quererem
saber esse detalhe sobre mim. Nunca parei para pensar o tipo de homem que eu
gosto porque eu só namorei mulheres. Já fiz sexo com mulher, uma vez. As vezes
eu tenho vontade de explorar minha sexualidade com homens, mas por outro lado
sinto essa angustia e acabo desistindo dessas loucas ideias. Masturbação existe
pra isso.
Morava perto
do trabalho. divida um apartamento com mais duas pessoas. Precisava morar no
centro para estar perto do trabalho, mas o custo era caro e para que eu morasse
sozinho era difícil. Não conseguiria nunca bancar tudo sozinho.
Era
sexta-feira e estávamos no fim do expediente o relógio marcava quase cinco da
tarde. Carmen saiu da sala para anunciar o terceiro convocado.
- Anthony Sullivan, Andrew Potter e Tina Bullock –
falou ela com sua voz estridente, autoritária, mas também compreensiva – venham
até minha sala por gentileza.
Me levantei
e fui até a sala de Carmen. Fui logo atrás de Andrew que parecia animado. Isso
ou ele estava tentando se destacar e “puxar o saco” de Carmen.
- fechem a
porta por gentileza – falou ela se sentando. Como fui o último a entrar, fechei
a porta e parei logo ao lado de Tina. Uma mulher descendente de latinos. Muito
bonita para meu azar. O problema com as mulheres bonitas é que se o cliente por
homem eles não te darão a chance de mostrar o talento e Carmen não está nem ai,
afinal tudo o que ela quer é agradar o cliente.
- provem
para mim que eu depositei a confiança nas pessoas certas – falou ela deslizando
na mesa três dossiês. Cada um de nós pegou um e abriu. Havia detalhes de uma
empresa chamada Partners Advocacy.
Uma advocacia localizada em San Diego.
- quero que
vocês leiam esse dossiê, preciso que devorem cada palavra que está escrita.
Vocês precisam conhecer a empresa.
- não
precisa se preocupar – falou Andrew – vou ficar o fim de semana todo lendo esse
arquivo.
- é uma
pensa Andrew – falou Carmen – preciso que você decore tudo até amanhã à noite.
O cliente conseguiu encaixar uma reunião para amanhã e espero que todos estejam
lá.
- sim
senhora – falou Andrew.
- esse
cliente em particular é meio “difícil de lidar” então eu espero um pouco de
jogo de cintura por parte de vocês.
Não sei
muita atenção ao que ela falava e li o inicio do dossiê. A empresa havia sido
fundada há alguns anos por um advogado chamado Adam White.
- você acha
que consegue Sr. Sullivan – perguntou Carmen chamando minha atenção.
- sim Carmen.
- ótimo –
falou ela com um sorriso – o jantar está marcado para amanhã ás vinte horas no Lan Casters’. Estejam todos lá sem
atrasos. Estou falando com você Sr. Sullivan. Tente não atrasar como fez duas
vezes essa semana e três vezes na outra.
Andrew e
Tina gostaram de me ver levar bronca porque os dois disfarçaram para não rir de
mim. Era bom saber o tipo de pessoas com que eu lidaria.
- é bom que
estejam rindo – falou Carmen – no fim da noite eu escolherei um de vocês para
estar a frente de tudo.
Aquilo
chamou nossa atenção. Precisava me esforçar para que aquela chance fosse minha.
Precisava compensar pelos atrasos.
- estão
dispensados – falou Carmen – tenham um bom dia.
Ao sair da
sala eu tentei não ligar para Andrew e nem para Tina. Andrew principalmente.
Era bom saber que o filho da puta que eu tinha escolhido ria pelas minhas
costas de mim.
- Anthony posso falar com você? –
perguntou Andrew, mas eu não liguei e continuei andando até minha mesa, mas ele
continuou me chamando – desculpa ter rido de você lá dentro.
- é bom
saber o tipo de pessoa que você é – falei parando e olhando para ele – apesar
do seu ego ser enorme eu te escolhi porque pensei que poderíamos nos ajudar,
mas vejo que você é só mais um do resto.
- já pedi
desculpas pelo o que aconteceu.
- foda-se
suas desculpas – falei seguindo até minha mesa.
Assim que
sai do trabalho fui direto para meu apartamento. O casal ao qual eu dividia o
aluguel eram namorados e para minha sorte toda a sexta-feira a noite eles
saiam. Seria o ambiente perfeito para que eu pudesse estudar o tal dossiê.
Fiz um
macarrão instantâneo e fui para meu quarto assim que ele ficou pronto. Não seria fácil decorar tudo aquilo em tão
pouco tempo, mas eu não teria escolha.
A empresa
havia sido fundada a quase dez anos atrás por dois irmãos, Adam e Xavier
Stanford. A empresa cresceu muito todos esses anos até que se expandiram e se
tornaram uma enorme advocacia com vários sócios.
Adam White é
o dono majoritário com mais de cinquenta por cento das ações da empresa. Ele
tem trinta e nove anos de idade é casado e tem dois filhos. No ano passado,
2011, a empresa foi uma das trinta empresas que mais faturaram na América.
- “o
vigésimo oitavo homem mais rico do mundo nesse ano” – falei alto lendo uma
parte grifada onde mostrava o quanto era avaliado toda a fortuna dele. Não pude
acreditar de inicio, mas ele valia muito. Talvez seja por isso que Carmen o
queira tanto como nosso cliente.
Fiquei
distraído lendo a ficha e fazendo anotações importantes e a hora passou rápido.
Ouvi o barulho da porta do apartamento se abrindo e olhei no relógio que
marcava quase quatro da manhã. Josh e Eve. Esse é o nome do casal de namorados
que eu dividia o apartamento.
Tentei não
prestar atenção no que eles faziam afinal pareciam que eles estava trepando na
sala mesmo. Ouvi o barulho algo de vidro quebrando e em seguida Eve dando
risada.
- vai
acordá-lo – falou ela rindo.
- O
apartamento já não tem quase nada e eles ainda quebram o que tem – falei baixo.
A luz do meu abajur estava ligada e iluminava praticamente apenas a parte do
quarto onde estava tentando ler.
Olhei para a
parede e vi uma barata enorme subindo. Eu peguei um tênis meu próximo a cama e
joguei na parede acertando em cheio.
É claro que
o apartamento não é dos melhores, mas é o que conseguia pagar com meu salário
tão perto do meu trabalho. O aluguel tinha um preço exorbitante e com certeza
não valia o investimento. Se é que pode se chamar de investimento aquele
“muquifo”.
Não sei bem
que horas eu peguei no sono, mas dormi em cima do dossiê.
Meus olhos
ardiam bastante com a luz do sol que entrava pela janela do quarto andar do
prédio. Olhei para os lados e passei a mão no rosto limpando a baba que sujou a
cama e os papéis.
O relógio no
criado-mudo marcava em vermelho que já era quase uma hora da tarde. Me levantei
rapidamente me despreguicei. Precisava ler novamente todo aquele arquivo antes
do jantar. Arranquei minha roupa e fui direto para o banheiro e tomei um banho
gelado. Vesti minha roupa e sai pela
porta do meu quarto.
Eve e Josh
estavam tomando café da manhã.
- boa tarde
– falou Eve.
- parece que
alguém andou aprontando a noite – falei chegando até o balcão.
- você
também saiu pra curtir? – perguntou Josh.
- não.
Fiquei trabalhando até tarde.
- seus olhos
me assustam – falou Eve olhando para meus olhos de cores diferentes.
- obrigado
por ser tão sincera Eve.
- ao
contrário de Eve, eu acho que seus olhos são perfeitos. São únicos. As pessoas
devem ficar curiosas ao verem.
- não se eu
puder evitar – falei pegando uma das torradas e dando uma mordida – e nem pense
que vou usar as lentes quando estiver em casa porque eu não vou usar.
Eve e Josh
não eram amigos de longa dará. Pelo contrário. Ao chegar em San Jose respondi o
anuncio no jornal de um casal procurando alguém para dividir o aluguel. Foi a
partir dai que nossa história começou. Não tenho muitos amigos aqui e gosto de
pensar que eles são mais do que colegas.
- uma barata
– falou Eve pisando em cima.
- sua
nojenta – falei tentando não olhar.
- será que
dá pra alguém comprar veneno? – perguntou Eve.
- por falar
em veneno – falou Josh – será que você já tem o aluguel desse mês?
- melhor do
que isso – falei indo rapidamente até meu quarto e trazendo um bolo de dinheiro
– tenho a minha parte do aluguel dos próximo seis meses – falei entregando o
dinheiro.
- perfeito –
falou Josh pegando o dinheiro.
- vê se não
esquece de comprar o veneno porque pelo o que percebi o senhorio não vai
dedetizar esse lugar e não é por falta de pedir, porque eu mesmo já pedi umas
mil vezes.
- prometo
que vou pedir outra vez – falou Josh guardando o dinheiro no bolso.
Peguei mais
duas torradas e voltei para meu quarto para continuar meu árduo trabalho da
noite passada. A noite não estava tão longe e eu começava a ficar mais e mais
interessado na vida de Adam White, mas acima de tudo: não queria decepcionar
Carmen.
Por volta
dás cinco da tarde fui até a lavanderia no fim da rua pegar o meu terno. Ele
estava pronto para ser usado.
Voltando da
lavanderia entrei rapidamente no meu prédio e subi as escadas em passos rápidos
até que finalmente entrei em meu apartamento. Ao entrar eu bati a porta do
apartamento. Eve estava enrolada na toalha saindo do quarto.
- aconteceu
alguma coisa?
- Não. Só
estou nervoso com o trabalho de hoje – falei indo até meu quarto.
Joguei o
terno em cima da cama e coloquei a mão na cabeça respirando fundo. Precisava me
concentrar. Quanto mais chegava perto desse jantar, mais nervoso eu ficava.
Me olhei no
espelho uma última vez antes de sair de casa. Não costumava usar terno. Havia
usado poucas vezes a vida e realmente não gostava porque me fazia coçar. Tentei
parecer normal apesar de estar morrendo sufocado dentro daquilo. Nem tinha
saído de casa ainda e já estava louco para tirar aquela roupa. Estava ansioso e
nervoso por esse jantar no Lan Casters’.
Não sabia o que esperar de Adam, afinal tudo o que sabia sobre ele eu tinha
lido naquele dossiê e não tinha sido muita coisa. Só espero que tudo ocorra bem
nessa noite. Se eu conseguir esse cliente talvez eu consiga ser um destaque aos
olhos de Carmen.
Cheguei ao Lan Casters’ por volta dás sete e
quarenta da noite eu cheguei ao restaurante. Cheguei ao Maître na porta do
restaurante.
- boa noite
– falei tentando chamar a atenção dele que não se preocupou comigo.
- boa noite
– falou ele olhando para mim – têm reservas?
- sim, eu
sou convidado de Carmen Morgan.
- Carmen? –
perguntou o Maître.
- sim.
- você deve
ser Anthony – falou ele com um sorriso – ela me disse que você seria o último a
chegar.
- sim, mas
eu não estou atrasado – falei seguindo ele para dentro do restaurante.
Nós seguimos
pelo restaurante que era muito extravagante e chique. Foi nesse momento que
percebi que não iríamos comer na parte comum e sim do lado de fora do
restaurante em uma parte reservada separada por uma porta de vidro de correr.
Lá só tinha algumas mesas, maiores do que as que ficavam do lado de dentro além
do mais a vista era muito mais bonita e dava direto para a praia.
- boa noite
– falei chegando á mesa. Apenas Andrew e Tina estava lá.
- boa noite
– falou Tina – você está atrasado.
- não estou
não. Cheguei vinte minutos antes.
- quem está
atrasada é Carmen – falou Andrew enquanto eu sentava.
- ela ainda
não chegou?
- não –
falou Tina – provavelmente foi buscar o Dr. White para o jantar.
Esperamos
por um bom tempo que eles chegassem. As horas foram passando e nós pedíamos
para o garçom mais e mais bebida. No início bebidas alcóolicas, mas depois nós
ficamos só no refrigerante.
O relógio já
marcava mais de dez da noite e apenas nós três ainda estávamos lá. Apesar de
ser um grande atraso não era nada incomum empresários atrasem para os jantares
afinal eles geralmente são homens ocupados. O jeito era ficar lá esperando eles
chegarem.
- você não
quer outra bebida? – perguntou Andrew.
- não
obrigado.
- tem
certeza? – perguntou ele novamente.
- pra que?
Você quer me embebedar?
- valeu a
tentativa – falou Tina.
- olha
Anthony você é meu amigo, mas ‘amigos
amigos negócios a parte’ – falou Andrew.
- eu sei –
falei para Andrew – mas porque precisamos destruir uns aos outros? Não podemos
trabalhar em conjunto para conseguir o cliente.
- em que
mundo cor de rosa você vive? – perguntou Tina – Carmen pode escolher um de nós
para se tornar sócio um dia, você acha mesmo que ela escolherá nós três?
Antes que a
conversa continuasse Carmen chegou ao restaurante. D3e longe nós a vimos com um
vestido azul e ao seu lado havia um homem de terno que parecia ser o perfeito
acessório para ela. Era um homem alto, bonito e parecia ser bem simpático ao
longe.
Nós três nos
levantamos e assim que eles chegaram nós todos cumprimentamos Carmen que em
seguida nos apresentou ao colírio que tinha acabado de chegar.
- Esse daqui
é o Dr. White – falou ela.
- Não
precisa tanta formalidade – falou ele cumprimentando Tina depois Andrew – me
chamem de Adam – falou ele apertando minha mão.
- muito
prazer Adam – falei me apresentando – sou Anthony Sullivan.
- bom te
conhecer Anthony – falou ele se sentando.
- vocês já
pediram? – perguntou Carmen.
- na verdade
esperamos vocês – falou Andrew.
- uma pena –
falou Adam – Carmen e eu decidimos de última hora jantar em outro restaurante,
mas vocês podem pedir se quiser, nós fazemos companhia á vocês.
- eu pelo
menos não estou com fome – falei tentando deixar o jantar de lado.
- também não
– falou tina seguida por Andrew.
- você tem
uns jovens bem ambiciosos aqui – falou Adam para Carmen – eles não querem nem
comer apenas para poder fechar negócio.
-
ambiciosos, sim – falou Carmen – mas será que vão conseguir te convencer a
fechar negócio? Essa é a questão aqui – falou Carmen olhando para mim.
Não entendi
o porque dela me encarar por tanto tempo, mas ela me encarou antes de voltar a
olhar para Adam.
- então –
falei para Adam – fiquei impressionado quando li que sua empresa ficou entre as
que mais se destacaram no país não passado. É um grande feito.
- concordo –
falou Tina – uma grande empresa precisa de uma grande divulgação é como dizem:
a propaganda é a alma do negócios, tenho certeza que ficará satisfeito com o
que a Freedon pode fazer pela sua
empresa.
- Tenho que
discordar Tina, sim a propaganda é a alma do negócio, mas acho que a alma está
na empresa afinal a Partners Advocacy pode ser considerada uma empresa familiar
já que o Sr. White, desculpe – falou Andrew rindo – já que Adam trabalha com o
irmão.
- parece que
eles fizeram a lição de casa – falou Adam rindo – vou ter que pedir licença –
falou Adam pegando um cigarro e se levantando da mesa.
Ele se foi e
Carmen pediu um champanhe. Ela tomou um gole e olhou para cada um de nós.
- vocês irão
matar o cliente com tantas informações – falou Carmen – vocês parecem
desesperados tudo que o Dr. White precisa é relaxar e ele vai nos escolher.
Vocês precisam relaxar também pro favor bebam esse champanhe enquanto eu tenho
uma conversinha com o Sr. Sullivan – falou Carmen se levantando. Levei um susto
quando ela disse que queria ter uma conversa comigo. Ela deu alguns passos e eu
continuei sentado.
- me
desculpa – falou ela olhando pra mim – seu sobrenome não é Sullivan?
- é sim
senhora.
- então se
levante e venha comigo.
Olhei para
tina e Andrew e eles tentaram disfarçar, mas eles fizeram uma expressão de
vitória. Um a menos.
Me levantei
e segui Carmen para fora do restaurante longe da vista de Andrew e Tina. Assim
que chegamos de fora do restaurante ela parou e se virou olhando para mim.
- Carmen me
desculpa se eu fiz algo errado.
- suas
palavras, não minhas. Você acha que fez algo errado?
- não?
- está me
perguntando se fez algo errado?
- não, eu
não fiz.
- ótimo
porque não posso ter erros essa noite e é por isso que te chamei aqui. Preciso
que você convença o cliente a assinar o contrato – falou ela tirando de sua
bolsa a papelada.
- porque
precisa ser eu?
- Dr. White
é o tipo de homem que gosta da companhia de outros homens.
- você quer
dizer… gay?
- sim.
- porque não
pode ser Andrew? Porque eu sou gay? É por isso que me escolheu?
- eu não
sabia que você é gay, até agora – falou ela me encarado – eu te escolhi porque
você é o melhor e eu vi potencial em você. Se você é gay isso vai tornar o
trabalho mais fácil.
- como você
sabe que ele é?
- porque eu tentei
flertar com ele e não deu certo. Ou ele é gay ou é realmente fiel á esposa.
- ele não é
meu tipo. Tem idade pra ser meu pai.
- eu não
estou pedindo que o ame. Só estou dizendo para flertar, acredite Dr. White é o
tipo de homem que se casou apenas para manter ás aparências. Ele tem trinta e
nove anos de idade e tenho certeza de que um garoto da sua idade é um doce para
ele.
- e se ele
quiser…
- você não
precisa fazer nada que não queira, mas você precisa convencê-lo á assinar o
contrato e eu sei que você é o único capaz disso. Por favor Sr. Sullivan não me
decepcione – falou ela voltando a entrar no restaurante.
Respirei
fundo com o contrato na mão e voltei para dentro do restaurante com o contrato
na mão. Eu o coloquei em cima da mesa e coloquei um pouco da bebida.
Andrew e
Tina acharam estranho eu ter ido e depois voltado e eles ficaram mais curiosos
ainda ao ver o contrato comigo, mas isso não foi o bastante para eles
desistirem.
A noite foi
passando e Carmen continuava a pedir mais e mais bebida para ela e Adam só que
eu percebi que ela não bebia e apenas Adam bebia. Ele já estava todo animado e
Andrew e Tina também fingindo estar um pouco alterados ara se tornarem mais
íntimo dele.
O
restaurante foi se esvaziando e por volta dá uma da manhã eu vi Carmen
conversar com o gerente do local e em seguida ela entregou dinheiro a ele. Uma
pacote bem gordo. Depois de um tempo o restaurante apagou as luzes do lado de
dentro completamente vazio e apenas nós estávamos lá. Eu tomava alguns goles,
mas não muito o que me deixou com o mesmo copo mais de duas horas.
Ninguém
falava de negócios e foi quando Carmen nos surpreendeu ao se levantar.
- preciso ir
– falou ela se levantando – será que posso confiar o Dr. White a vocês?
- claro –
falou Tina – eu vou cuidar bem dele – falou tina.
- Espero que
sim – falou Dr. White olhando pra mim.
- chame um
taxi para ele quando conseguir o contrato assinado – falou Carmen se abaixando
e falando em minha orelha.
Depois que
Carmen se foi nós continuamos a conversa e eu apercebi que Adam já não
conversava muito e apenas observava. Aprecia pensativo. As vezes ele me
encartava e outra vezes percebi que ele encarava Tina e Andrew.
Depois que
Carmen se foi o assunto basicamente morreu e ficamos sem muito o que falar a
não ser de negócios.
- porque
Carmen te entregou o contrato? – perguntou Andrew cochichado.
- ela disse
que não importa o que aconteça nós devemos levar ele assinado. Importa qual de
nós – falei mentindo. Não queria fazer o que ela tinha pedido. Não conseguia
ser assim tão frio ao ponto de ter que flertar com alguém que eu não gosto e
que não é meu tipo.
Foi nesse
momento que Dr. White se levantou.
- se me
permitem eu vou ao banheiro.
Alguns
segundos depois dele ter ido ouve um certo barulho.
- que droga
– falou Tina se levantando rapidamente. Andrew tinha derramado bebida na roupa
dela.
- me
desculpa Tina – falou Andrew – não sei como derramei.
- não tem
problema – falou ela – vou ao banheiro tentar limpar.
- OK – falei
bebendo um gole da minha bebida pensando.
- no que você
está pensando? – perguntou Andrew agora que estávamos só nós dois.
- não sei é
que… começo a achar que escolhi a carreira errada.
- como
assim?
- pensei que
quando tivesse a chance eu faria de tudo para conseguir fechar o negócio, mas
agora eu percebo que sou fraco.
- olha essa
é a hora e quem eu devia te encorajar a desistir, mas você é meu amigo. Você
pode fazer isso se quiser. Seja lá o que for.
- não sei –
falei sentindo a brisa do vento. Estava tudo tão silencioso. Havia apenas dois
funcionários conosco. Um garçom e o gerente que esperava nós sairmos de lá.
Andrew e eu
ficamos vários minutos em silêncio e o tempo passava e começava a ficar mais
frio.
- você não
acha que Tina já está a muito tempo no banheiro? – perguntou Andrew.
- será que
aconteceu alguma coisa com ela?
- não sei,
ela tomou umas á mais.
- me deixa
ir averiguar – falei me levantando e procurando pelo banheiro, antes de entrar
no banheiro feminino a porta se abriu.
- Tina? –
falei surpreso – porque você demorou tanto?
- digamos
que eu acabei de fechar negócio – falou ela dando três passos e eu pulei na
frente dela fazendo-a parar.
- você o
que?
- Dr. White
gostou do que viu – falou ela se referindo ao sexo que acabou de ter no
banheiro com ele.
- sério?,
mas eu pensei que ele fosse gay.
Nesse momento Dr. White saiu do banheiro
feminino.
- o que você
falou? – perguntou Dr. White saindo do banheiro.
- nada
senhor.
- você disse
que achou que eu fosse viado – falou ele vindo até mim parecendo irritado.
- não
senhor.
- o que está
acontecendo? – perguntou Tina.
- não sei –
falei tentando me afastar, mas ele segurou meu braço. Levei um susto quando ele
fez aquilo
- Andrew –
falou Tina indo até lá fora chamando por ele.
- tá achando
que sou viado é? Quem te falou isso?
- Sinto
muito Sr. White não quis insinuar nada.
- você é
gay? – perguntou ele.
- sou sim
senhor.
- então é
por isso. Pergunte a sua amiga o que acabei de fazer com ela no banheiro.
- tudo bem
senhor – falei tentando me soltar.
- você quer
viadagem explícita? – falou ele me soltando e eu me virei para ir para fora,
mas ao me virar ele me chutou me fazendo bater a cabeça em uma das mesas e cair
olhando para o teto.
Nesse
momento ouvi um grito de socorro. Era Tina. Dr. White veio até mim e começou a
me chutar. Foram vários chutes. Um atrás do outro e sem nenhum pingo de
hesitação.
A dor que
senti foi intensa especialmente quando ele veio até meu rosto e deu um chute na
minha cara me fazendo ficar tonto e sentir uma dor incrivelmente cortante em
minha boca. foi quando o sangue começou a jorrar porque ele tinha arrancado um
dos meus dentes no chute.
Andrew veio
rapidamente para tentar segurá-lo, mas ele pegou uma cadeira e ameaçou jogar em
Andrew que por sua vez parou e continuou onde estava.
Dr. White se
ajoelhou em cima de mim e começou a dar socos no meu rosto. Um soco no direito,
um no esquerdo, no direito, no esquerdo, um no esquerdo, no direito… minha cara
começou a inchar e o gosto de sangue.
- sua bicha
– falou ele segurando em meus cabelos e em seguida cuspindo no meu rosto.
Nesse
momento ele se levantou cambaleando e os dois funcionários do restaurante correram
na direção dele o derrubando no chão. Adam se contorceu tentando se soltar, mas
não conseguiu e eu fiquei lá deitado no chão.
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