E
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capítulo vinte e cinco
TODO MUNDO SE
MACHUCA
m uma
escala de um a péssimo esse tinha sido o pior dia da minha vida. Era difícil
não pensar no que Lea passou nas mãos de nosso tio Teddy. Que tipo de homem
pervertido faz isso com uma criança? Que tipo de homem abusa de um autista e
depois o empurra na piscina para encobrir os vestígios? Aquela revelação com
certeza tinha afetado á todos e Ralf com certeza não conseguiu esconder o
quanto aquilo tinha afetado. Lea parecia um pouco chateada. Ter contado tudo
aquilo com certeza trouxe as lembranças de volta á flor da pele. Não via a hora
de fazer essa cirurgia e acabar com aquela dor que eu sentia. Era física e
emocional. Me sentia um imprestável naquela cama de hospital.
Já faz três horas que Rupert tinha ligado para o Dr. Bryan dizendo que
tinha conseguido um outro doador. Tudo
oque sabia é que ele estava vindo de Los Angeles. Era um velho conhecido
de Rupert. Aquela esperava estava me matando e com certeza fome estava me
consumindo. Não via a hora de acabar com aquela parte da minha vida de ter uma
vida normal. Não posso reclamar. Não tinha nenhum doador e agora tenho dois.
Não tenho do que reclamar a não ser da demora para receber meu novo rim.
- ele não te ligou? – perguntei para Dr. Bryan. Todos ainda estavam no
meu quarto ansiosos. Lea e Ralf estavam calados e pensativos.
- não – falou Dr. Bryan – ele disse que o doador está vindo.
- ele não vem?
- não. Rupert precisou voltar para Los Angeles, mas em algumas semanas
ele estará retornando.
- OK – falei respirando fundo.
- fica calmo – falou Ralf – vai dar tudo certo.
Novamente fiquei em silêncio e dessa vez não fui eu quem quebrou o gelo.
Foi o celular de Lea que tocou. Ela olhou na tela e depois olhou para mim.
- é a mamãe.
- manda ela ir se ferrar.
- para com isso – falou Ralf.
- você viu o que Lea disse. Ela não me considera um filho. Porque eu
devo considera-la uma mãe?
- só deixa isso pra lá – falou Lea – vou atender e já volto – falou ela
saindo quarto.
Depois que Lea saiu do quarto Ralf olhou para mim e pareceu pensativo.
Ele ficou me olhando e eu ficava desviando
olhar, mas aquilo começou a me incomodar.
- o que é? – perguntei olhando para ele.
- não é nada eu só… estou envergonhado. Não devia ter ido para cima do
Teddy – falou Ralf olhando para a camiseta. Havia algumas manchas do sangue de
Teddy.
- você fez foi pouco. Podia ter matado ele.
- não diga isso – falou Ralf – eu não devia tê-lo matado – falou Ralf
chateado. Ele realmente estava triste por ter ido para cima de Teddy. Ralf
deixou claro que ele não gostava de tirar vidas. Nem mesmo quando estava na
guerra então aquele era um assunto delicado para ele.
O celular do Dr. Bryan tocou e na mesma hora fui prestar atenção na
conversa dele. Bryan trocou algumas palavras e logo eu percebi que era com
Rupert. Quando Dr. Bryan desligou ele olhou para mim.
- o que foi? Aconteceu alguma coisa? O avião com o doador caiu?
- não – falou ele rindo do meu sarcasmo – Rupert ligou para avisar que o
voo e Los Angeles para Miami atrasou em uma hora e é por isso que ele ainda não
chegou. O doador estará chegando dentro de duas horas.
- OK – falei olhando para Ralf – nós temos duas horas – falei tentando
em levantar.
- o que está fazendo?
- me ajuda a levantar. Nós precisamos ir para em um lugar – falei
respirando fundo – foi até bom esse voo se atrasar um pouco.
- você quer ir no banheiro? – perguntou Ralf me ajudando a se sentar na
cadeira de rodas.
- não. Nós vamos em um cartório.
Dr. Bryan e Ralf se entreolharam e depois olharam para mim.
- em um cartório? – perguntou Ralf confuso.
- sim.
- para que?
- nós vamos nos casar – falei segurando a mão de Ralf.
- casar?
- sim. Esse é o meu último desejo. Eu quero me casar com você.
- você está sendo pessimista – falou Dr. Bryan.
- Dr. Bryan você pode olhar para mim e dizer que não existe chance de
que eu morra ou rejeite o rim do doador?
Dr. Bryan ficou em silêncio e Ralf se abaixou ficando na minha altura.
Ele levou a mão até meu rosto e eu coloquei minha mão por cima e a mantive.
- você quer se casar comigo?
- sim. Eu te amo. Não quero morrer sem me casar com você. Esse é o meu
desejo. Você não quer se casar comigo?
- quero, mas se a cirurgia der certo você ainda vai querer ficar casado
comigo?
- claro. Porque não?
- amor é o único motivo? – perguntou Ralf.
- sim Ralf. Eu te amo – falei respirando fundo.
- não precisa mentir – falou ele olhando fixamente para mim.
- Olha… passar por toda essa situação acaba te dando um a nova
perspectiva de vida. Saber que existe a chance de eu morrer, não amanhã, não
daqui á cinquenta anos, mas hoje! Muda o seu modo de ver as coisas. Eu te amo
Ralf e eu não quero viver outro dia que não seja sendo seu marido – falei
aproximando o rosto do dele e dando um beijo na sua boca – além do mais eu
tenho três milhões no banco e se eu morrer esse dinheiro vai para meu parente
mais próximo. Eu não tenho herdeiros então a minha mãe… Bonnie. Bonnie vai
ficar com o dinheiro. Se alguma coisa acontecer comigo você deve ficar com o
dinheiro Ralf. Você vai poder seguir com a vida com mais facilidade. É o que
meu pai ia querer.
- tudo bem – falou Ralf – mas você não pode sair do hospital.
- ele está certo – falou Dr. Bryan – eu não vou deixar você sair do
hospital. Mesmo que você assine os papéis dizendo que está abrindo mão dos
tratamentos para ir se casar eu vou te declarar incapaz de tomar decisões para
sua própria saúde. Eu não vou deixar você sair desse hospital. Eu conheci seu
pai por anos e é isso que ele iria querer.
- o que eu faço? Eu quero me casar com Ralf antes da cirurgia.
- eu posso trazer o juiz de paz até aqui.
- ótimo. Será perfeito. Apenas Ralf e eu.
- significa que não estou convidado? – perguntou Dr. Bryan.
- claro que está – falei olhando para Dr. Bryan – nós precisamos de
testemunhas.
- eu vou organizar tudo pra você – falou Dr. Bryan – mas só se você me
prometer que não vai mais adiar a cirurgia.
- prometo – falei voltando a ficar de pé. Voltei a me sentar na cama
então eu me deitei. Meu corpo doía e eu estava cansado. Não aguentava mais.
Precisava daquele rim.
- eu vou tentar agilizar tudo. Vou trazer um juiz de paz e trazer as
quatro testemunhas – falou Dr. Bryan indo até a porta e olhando no relógio – eu
volto em no máximo duas horas.
- por favor, não demore mais do que isso.
- não vou demorar – falou Dr. Bryan abrindo a porta.
- obrigado – falou Ralf agradecendo Dr. Bryan. Percebi que o olhar dele
tinha mudado um pouco. Ele estava sem esperanças e eu podia ver em seu olhar.
Ele não podia fazer isso comigo. Não hoje, não agora. Eu sou a pessoa sem
esperança porque sou eu que estou passando por tanta coisa.
- o que foi? – perguntei para Ralf quando me aconcheguei novamente na
cama do hospital.
- não é nada – falou Ralf se sentando na poltrona.
- você não quer se casar?
- não é isso – falou ele respirando fundo e se recostando na poltrona –
eu só quero que você faça essa cirurgia. Quero que você fique bem.
- você está bem? Você tentou se matar a menos de uma semana e está aqui
me dando apoio e em nenhum momento eu perguntei como você está.
- eu estou bem. De verdade. Não se preocupe comigo – falou ele puxando
minha mão e segurando junto a dele.
- você não precisa ser um soldado quando está comigo. Pode ser só um ser
humano.
- é só o meu jeito – falou Ralf olhando para mim. Ele tentava mostrar
que estava bem. Ele era bom nisso.
- nós dois vamos passar por isso.
Antes que Ralf pudesse dizer algo nós ouvimos um barulho e uma grande
movimentação. Nós estávamos no segundo andar do hospital, mas deu pra perceber
que foi um acidente de carro.
- o que foi isso? – perguntei olhando para a janela.
- eu vou ver. Fica calmo – falou Ralf antes de sair pelo quarto.
Vi que algumas enfermeiras conversavam entre sim e então ouvi algumas
delas dizendo que teriam que ir até a emergência. Fiquei ansioso e fechei os
olhos respirando fundo. Aquilo me assustava. Desde o aeroporto qualquer
movimentação ou barulho me fazia ficar extremamente nervoso. Ralf entrou pela
porta e a fechou.
- o que foi?
- um acidente de carro na porta – falou ele voltando a se sentar na
poltrona.
- nossa, será que foi sério?
- não sei. Foi tudo o que a enfermeira me falou.
- espero que estejam bem – falei voltando a me acalmar.
- eu preciso ir em casa – falou Ralf olhando para mim.
- o que vai fazer?
- só preciso ir para casa tomar um banho e pegar algumas coisas para
passar as noites com você. Afinal a recuperação não é nada fácil.
- tudo bem, só não demora.
- não vou – falou ele dando um selinho na minha boca. Ele acariciou meu
rosto e ficou me olhando por alguns segundos – te amo.
- também te amo.
Eu estava me segurando. Ralf saiu pela porta e assim que ele a fechou eu
me inclinei para o lado e vomitei. Minha cabeça doía e quando eu olhei para o
chão eu vi sangue. Passei a mão na boca limpando e apertei o botão chamando
pela enfermeira. Quando ela entrou ela veio correndo até mim.
- você está bem? – perguntou ela pegando o balde para que eu vomitasse
mais. Mais um jato de sangue saiu da minha boca. A enfermeira veio com um pano
e limpou minha boca.
- o que está acontecendo comigo?
Ela não quis responder e apenas continuou limpando minha boca. Eu sabia
que estava morrendo e muito mais rápido do que a médica imaginou. Ela disse que
eu tinha duas semanas.
- você vai ficar bem por enquanto – falou a enfermeira colocando me
ajudando a levantar. Eu me sentei na cadeira de rodas e ela chamou a camareira
para trocar a roupa de cama.
Eu sabia que não tinha muito tempo nas mãos e a partir dali era uma
ladeira. A tendência era piorar. As enfermeiras tiveram que me dar outro banho
antes que eu pudesse voltar para a minha cama.
- eu estou piorando, não é?
- sim. Você precisa dessa cirurgia hoje – falou a enfermeira enquanto eu
me deitava na cama – você vai ficar bem. O doador está a caminho e a equipe
está preparada.
- obrigado – falei me deitando.
- se precisar de alguma coisa não hesite em chamar.
- obrigado de novo.
A enfermeira saiu do quarto e eu
peguei meu celular. Precisava fazer algo para me distrair. Quase quarenta
minutos se passaram e nem Ralf e nem Dr. Bryan tinham retornado. Liguei para
Ursula.
- Max?
- oi Ursie. Tudo bem?
- estou ótima. E você?
- estou piorando. O doador ainda não chegou de Los Angeles e eu estou
quase ficando louco.
- o que eu poso fazer para te ajudar?
- você pode ser minha madrinha de casamento.
- do que está falando?
- Ralf e eu decidimos nos casar.
- hoje?
- hoje – falei me sentindo um pouco animado – esse é o meu último desejo
caso algo de errado aconteça durante a cirurgia.
- nossa… seria uma honra – falou Ursula rindo – eu posso levar a Laila?
- claro. Eu preciso de duas madrinhas.
- que horas será? – a qualquer momento dentro de uma hora.
- então nós já vamos.
- não precisam se enfeitar e coisa e tal. Seremos só nós e as
testemunhas.
- tudo bem. Vou ligar para Laila e pedir que me encontre no hospital.
- estarei aguardando vocês.
Desliguei o telefone e fechei os olhos tentando cochilar. Eu tinha
aquele pressentimento de que algo estava errado ou prestes a dar errado. Tinha
medo de que não conseguisse aguentar até a hora da cirurgia. Fechei os olhos
por quase trinta minutos e acabei cochilando. Meu corpo andava tão cansado e
dolorido ultimamente.
Para a minha sorte eu não tive pesadelos. Não tive sonhos e não tive
nada. Eu apenas apaguei. Acordei com um barulho irritante bem perto de mim e
logo percebi que era o meu celular. Vi que era uma ligação do Dr. Rupert. Eu
rapidamente atendi o telefone.
- alô?
- Max é o Dr. Rupert.
- oi Rupert.
- como você está?
- piorando a cada minuto.
- não se preocupe vai dar tudo certo.
- eu sinceramente espero que sim – falei respirando fundo você não vai vir para Miami agora?
- não posso. Tenho alguns pacientes aqui em Miami, mas estarei de volta
dentro de dois meses. Eu queria estar ai com você.
- eu vou sentir sua falta. Você tem ajudado o Ralf e tem me ajudado de
uma maneira que eu nunca vou poder agradecer.
- é muito importante pra mim você dizer isso. Fico realmente feliz –
falou Rupert do outro lado da linha – você não precisa se preocupar. Liguei
param eu amigo e ele disse que estará pousando em Miami em menos de dez
minutos. Logo ele estará ai.
- tudo bem. Estou ansioso pela chegada dele.
- eu vou ligar mais tarde para saber como você esta se recuperando da
cirurgia.
- tudo bem.
- boa sorte.
- obrigado.
Assim que desliguei o celular a
porta se abriu e eu tive certeza de que estava morrendo. Eu vi Ralf entrar pela
porta com o uniforme militar. Aquilo era uma alucinação. Era o mesmo uniforma
que ele usou no aeroporto. Ele caminhou até mim e parou a uma certa distância
com as mãos para trás.
- Ralf?
- gostou? – perguntou ele olhando para mim.
- porque você está com seu uniforme?
- eu fiquei imaginando que deveria vestir algo diferente já que vamos
nos casar.
- nossa… você está… lindo! – falei me sentando na cama limpado meus
olhos.
- gostou mesmo?
- adorei.
Ralf se aproximou e me e volveu em seus braços. Ele aproximou o rosto e
nós demos um beijo.
- e eu? O que eu vou usar?
- o que você está usando agora – falou Ralf.
- mas você está tão lindo e eu com essa roupa feia de hospital.
- acho que eu posso resolver esse problema – falou Ursula chegando a
porta. Ao lado dela estava Laila.
- olá – falei abraçando Ursula e em seguida Laila.
- o que é isso? – falei olhando para as mãos de Laila.
- eu te trouxe um terno – falou ela me mostrando – achei que você fosse
gostar. Ninguém merece se casar com essa roupa de hospital.
- obrigado – falei abraçando Ursula novamente.
Peguei o terno e me levantei. Eu caminhava com dificuldade, mas
conseguia caminhar. Ao chegar na porta do banheiro eu olhei para Ralf e ele
entrou comigo. Ele sabia que eu precisava de ajuda.
- eu estou amarelo -falei tirando
a roupa do hospital.
- você está lindo.
- não. Eu estou horrível e você é fofo por mentir – falei olhando para
Ralf enquanto ele me ajudava a vestir a calça.
Depois de vestir a calça eu vesti a camiseta e Ralf abotoou meus botões
e eu vesti o terno. Me olhei no espelho e percebi que fiquei um pouco melhor do
que com a roupa do hospital.
- está pronto para isso? – falei olhando para Ralf.
- claro que estou – falou Ralf se colocando atrás de mim e me abraçando
– eu te amo.
- obrigado por realizar esse último desejo. Ralf me abraçou por trás e
beijou meu pescoço. Ele fechou os olhos e manteve sua boca em meu pescoço me
fazendo cócegas. Fechei os olhos e deixei uma lágrima cair. Não me perdoaria se
eu morresse. Deixar Ralf para trás e todas as pessoas que gostam de mim.
Ralf me ajudou a calçar os sapatos e assim que terminamos Ralf abriu a
porta e eu tive uma surpresa. Dr. Bryan já estava lá. Ele estava acompanhado de
três homens.
- você conseguiu? – perguntei para Dr. Bryan enquanto Ralf me ajudava a
sair do banheiro.
- consegui – falou Dr. Bryan – esse daqui é Sr. Sullivan, o juiz de paz.
E esse daqui é o Sr. White o escrevente.
- muito prazer – falei agradecendo a presença dos dois.
Vi que ao lado de Bryan havia um homem. Alto, olhos azuis, cabelos
grisalhos e eu notei uma certa serenidade em seu rosto.
- e você? – falei olhando para
ele – quem é você?
- me desculpe- falou ele se aproximando e estendendo a mão – eu sou o
Dr. Gray. Gray Forbes.
- você é meu novo médico? é você que vai realizar minha cirurgia?
- não. quer dizer, eu sou médico, mas hoje eu estou aqui para te doar um
rim.
- você que é o amigo de Rupert?
- Sim. Eu mesmo.
- Eu fui até o aeroporto busca-lo – falou Dr. Bryan.
- olha eu nem sei como te agradecer. Você está salvando minha vida.
- não é por nada.
- muito obrigado – falou Ralf se aproximando dele e apertando sua mão.
Ralf apertou forte a mão de Gray e agradeceu pelo o que ele estava fazendo.
- Max se você não se importar eu convidei Gray para ser a quarta
testemunha.
- não tem problema. Na verdade será uma honra.
- podemos começar? – perguntou o juiz de paz.
- podemos – falei segurando na mão de Ralf.
O juiz de Paz se colocou á nossa frente. Laila e Ursula ficaram do nosso
lado direito. Gray e Dr. Bryan ficaram do lado esquerdo.
- Estamos aqui hoje para celebrar a união de duas pessoas que se amam. Estamos
aqui para celebrar não só o amor, mas a união. O fato de estarmos dentro desse
hospital mostra o comprometimento dos noivos. Eles estão preparados para se
unir como um só. Uma só alma, uma só pessoa, um só coração. Hoje, Max
e Ralf estão aqui para nos mostrar que nunca é tarde demais. Nunca é cedo
demais. Muitos dizem que não há nada de mágico no casamento, mas eu acredito que
apenas o fato de estarmos aqui reunidos é prova o suficiente para nos mostrar
que o casamento não é sobre tradição. É sobre o amor e união.
Meu corpo estava cansado, mas eu estava feliz por estar ali ao lado de Ralf.
Nunca imaginei que um dia eu me casaria com ele. Quando ele apertou meu pescoço
naquele quarto eu não imaginava que era assim que nós acabaríamos. Eu estava
cansado, mas estava disposto a ficar de pé o tempo que precisasse.
- vocês querer dizer alguma coisa antes da troca de aliança? – perguntou
o juiz de paz.
- eu quero dizer que estou feliz por ter Ralf nesse momento da minha
vida. Eu tenho passado por tantas coisas e saber que eu tenho um homem como ele
ao meu lado é reconfortante. Mesmo que algo dê errado na cirurgia de hoje eu
vou morrer um pouco mais feliz por saber que eu pude mostrar ao mundo que eu
fui capaz de amar de ser amado.
- e você Ralf? Quer dizer alguma coisa?
- Tudo o que eu tenho a dizer é que você salvou minha vida. Nunca pense
o contrário. Você não foi o inicio dos meus problemas você foi a solução. Por tantos
anos eu estive preso a sentimentos aos quais eu não entendia e você foi capaz
de me mostrar o caminho. Foi a sua luz que iluminou o meu caminho até aqui. Nós
teremos um caminho longo a partir de hoje então não se atreva a morrer naquela
mesa de cirurgia – falou Ralf acariciando minha bochecha.
- e agora… – falou o juiz de paz fazendo um certo suspense – a troca de
alianças.
Eu olhei para Ralf e Ralf olhou para o juiz de paz e nós percebemos que
esquecemos uma parte importante de tudo aquilo. As alianças.
- eu sabia que estava esquecendo alguma coisa – falou Ralf tentando
encontrar uma solução.
- usem as nossas – falou Ursula tirando a aliança do dedo e Laila fez o
mesmo.
- vocês se casaram? – perguntei confuso.
- essa daqui me pediu em casamento – falou Laila.
- pois é aconteceu do nada – falou Ursula – eu pensei, que diabos? O que
eu tenho a perder? O que eu estou esperando?
- obrigado – falou Ralf pegando uma aliança e depois eu peguei a outra.
- essa é a parte que eu mais gosto do amor – falou o juiz de paz – Pelo
o que percebo vocês passaram por maus bocados para estarem aqui hoje.
- muitos – falei rindo.
- O amor é assim. Tem origens humildes, pois vem de seres imperfeitos. Nós
somos imperfeitos e o amor é o processo de construir algo belo com coisas
simples. Max, Ralf… que estes anéis sejam um lembrete visível de seus
sentimentos um pelo outro neste momento. Lembrem-se de que vocês encontraram um
ao outro em meio os problemas e dificuldades e que um não será nada sem o
outro.
- Max, eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser meu
companheiro, meu melhor amigo, meu amante e confidente. Receba-a e saiba que eu
te amo – Ralf colocou a aliança no meu dedo e em seguida eu segurei a mão de Ralf.
- Ralf, eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser meu
companheiro, meu melhor amigo, meu amante, confidente, meu soldado e meu herói.
Receba-a e saiba que eu te amo – eu tentei colocar a aliança no dedo de Ralf,
mas era muito pequena então tive que colocar em um dedo qualquer. Ralf rui ao
me ver tentar colocar a aliança em seu dedo.
O juiz de paz mostrou a certidão e Ralf e eu assinamos. Em seguida foi a
vez das testemunhas. Ursula, Laila, Bryan e depois Gray.
- Max e Ralf. Ninguém além de vocês mesmos detém o poder de proclamá-los.
Porém, vocês nos escolheram como anunciantes desta boa nova. E assim, tendo
testemunhado sua troca de votos diante de todos que estão aqui e é com grande
alegria que nós declaramos que vocês estão casados. Os noivos podem se beijar.
Ralf aproximou o rosto do meu e nós nos beijamos. Todos bateram palmas e
eu me agarrei em Ralf para não cair.
- você está bem? – perguntou Ralf.
- estou cansado – falei sentindo ele e Gray me colocarem na cama.
- você vai ficar bem – falou Ralf se inclinando – te amo – falou ele
beijando minha boca.
- também tem amo.
- onde está o nossos doador? – perguntou a Dra. Columbus entrando no
quarto.
- sou eu – falou Dr. Gray apertando a mão da médica – Dr. Gray Forbes.
- muito prazer Dr. Forbes. sou a Doutora Taisha Columbus e eu estaria
fazendo o transplantes de vocês.
- a cirurgia será agora? – perguntei olhando para ela.
- nós precisamos testar Dr. Gray. Vou pedir um hemograma completo apenas
para verificar se há alguma doença e para podermos confirmar a compatibilidade.
Acredito que o Dr. Gray seja O negativo?
- sim. Eu sou – falou Dr. Gray.
- perfeito – Os exames serão apenas uma formalidade.
- obrigado doutora.
Assim que Dr. Gray, Dr. Bryan e Dra. Columbus se foram eu olhei para Ralf.
- você pode procurar a Lea para mim?
- oi? – perguntou Ralf.
- a Lea. Ela saiu para atender o telefone faz umas duas horas e não
voltou. Eu queria que ela estivesse aqui.
- ele não sabe? – perguntou Ursula em seguida tapando a boca.
- o que eu não sei?
- me desculpa – falou Ursula saindo do quarto e Laila foi com ela.
- o que Ursula está falado?
- Não é nada – falou Ralf indo até a porta e fechando-a.
- você está mentindo. Me diz o que aconteceu? Onde está Lea?
- Max não é…
- se você não em contar eu não vou assinar o consentimento da cirurgia.
- OK – falou Ralf se sentando na cama e segurando minha mão.
- o que é? Diga de uma vez.
- Sabe aquela hora que eu disse que houve um acidente?
- sim – falei sentindo meu coração bater rápido.
- era a Lea.
- ela foi atropelada?
- sim – falou Ralf apertando forte minha mão.
- eu quero vê-la.
- Max você precisa saber de outra coisa.
- ela morreu?
- Não. Não. Ela está bem – falou Ralf me acalmando.
- o que foi?
- As testemunhas disseram que ela se jogou na frente do carro.
- mas ela está bem?
- sim.
- eu sabia que era muito para ela lídar – falei triste por toda essa
coisa de Teddy – você não está mentindo?
- não. Eu nunca mentiria para você. Ela está viva, mas quebrou um braço
e a bacia. Ela vai levar um tempo para se recuperar.
- eu vou ficar vivo. Por você, por ela. Eu vou ficar bem.
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Aí meu coração quase n resiste a esse capítulo. Já está melhor do pé moço!? Abraço.
ResponderExcluirNunca imaginei que vc traria o Gray. Deu uma saudade do Gray e do Griffin. E o filho que a Morgan ia dar para eles? Como está a vida de ambos? Griffin aceitou de bom grado essa doação? Eu sei q é outra história, mas bateu saudade deles. Quanto a essa história, so posso pedir, implorar para que Ralf e Max enfrentem tudo sempre juntos.
ResponderExcluir"Dr. Gray. Gray Forbes." Confesso que li e reli várias vezes essa parte só para ter certeza do nome que eu lera. Preciso dizer que lacrimejei lendo isso? Que sacada sensacional incluir meu saudoso Príncipe nesse enredo. Gostaria muito de ver mais dele nessa estória...
ResponderExcluirA.
Estou entendendo certo? *o* está tendo um Crossover? como não percebi antes *o* sdds de "Príncipe Impossível" <3 será que poderia ter uma 2° temporada? e como o Amiguinho ali perguntou, Griffin aceitou bem a doação?
ResponderExcluir