A
|
Capítulo 3
DIA 3 — 02h00min ás 03h00min
quele gostoso cheiro de terra molhada permeou meu
nariz. Tinha boas lembranças quando se tratava de chuva. Quando pequenos minha
irmã e eu sempre pulávamos na lama quando estava chovendo. Geralmente minha mãe
corra atrás de nós gritando dizendo que iriamos ficar cobertos de terra, mas
meu pai sempre dizia ‘Se acalma mulher, deixe-os se sujarem’ e ele sempre dava
boas risadas enquanto minha irmã e eu corríamos de um lado para o outro no
parque. O cheiro que sentis agora era o mesmo. A chuva caia fraca lá fora. Abri
os olhos e percebi que estava deitado no colo de Ted que também dormia
profundamente. Pensei que tinha tirado apenas um cochilo, mas o meu corpo
estava novamente descansado. Todo aquele cansaço havia desaparecido.
Olhei para o relógio na prede e
vi que marcava duas horas e três minutos da manhã. A lareira estava quase se
apagando. Me levantei e fui até a janela e percebi que estava chovendo lá fora.
Uma fraca chuva, mas o suficiente para deixar o chão totalmente molhado e
enlameado. Não era possível. Era como se tivesse chovido e a chuva agora fosse
fraca. Apenas alguns minutos tinham se passado desde que dormi.
- Pessoal! – falei alto chamando
a atenção de todos – Pessoal!
Benjamin foi o primeiro a
acordar. Ela engoliu em seco e olhou em volta.
- eu dormi – falou Benjamin. Ted
se levantou e Dorothy e Rodolfo se levantaram. Rose, Anita e Misty foram às
últimas a acordarem.
- não foi só você. Todos nós
dormimos.
- não tem problema – falou
Benjamin olhando para o relógio – foi só um cochilo. Falta muito para
amanhecer.
- Não. Eu acho que aconteceu de
novo.
- como assim? – perguntou Ted.
- está chovendo e o chão está
todo molhado. É como se uma forte chuva tivesse se tornado fraca. Como isso
aconteceu em poucos minutos?
- eu não sei – falou Rose se
levantando – eu acho que foi só um cochila.
- não. Kyle está certo – falou
Ted se aproximando da lareira – nós colocamos lenha – falou ele vendo que o
fogo quase estava se apagando.
- é verdade – falou Benjamin –
como isso é possível?
- eu não sei – falei olhando em
volta – talvez seja algo no ar ou… eu não sei. É como se estivéssemos dormindo
por horas.
- mas é impossível – falou
Dorothy se levantando – eu estou faminta.
- eu também – falou Anita.
- mas se estamos dormindo por
horas porque sempre acordamos uma hora depois? Nós acordamos aqui meia noite,
ontem á uma da manhã e hoje ás duas. Porque estamos acordando em horas tão
exatas?
- eu não sei – falou Ted – mas
nós estamos definitivamente dormindo por vinte e quatro horas seguidas.
- acho que antes de chegarmos a
qualquer conclusão devemos comer outra vez e bebermos água – falou Rodolfo – eu
também estou faminto.
- eu vou ao banheiro – falou
Misty se levantando – vem comigo – falou ela segurando a mão de Anita.
As duas subiram as escadas e
Benjamin foi até o armário da cozinha e trouxe a mochila com cereais e alguns
enlatados. Ele colocou quatro garrafas de água em cima da mesa.
- temos que economizar – dividam
a água com alguém.
Dorothy pegou a garrafa e dividiu
com seu marido Rodolfo. Rose e Benjamin dividiram outra garrafa, Ted pegou a
garrafa e tomou um longo gole. Ele parecia faminto.
- pega – falou Ted vindo até o
sofá. Eu estava sentado no braço do sofá olhando pela janela. Eu estava intrigado
com tudo aquilo.
- eu não quero.
- você precisa beber água. Não
sabemos quanto tempo vamos ficar vai. Vai! Bebe – falou ele autoritário com a
garrafa em punho.
- tudo bem -peguei a garrafa e dei três goles devolvendo
para Ted que tomou o último gole.
- o que você está pensando?
- na minha infância.
- tem boas lembranças? –
perguntou Ted olhando para fora da janela da cabana.
- tenho ótimas lembranças. Meu
pai estava vivo e é a melhor lembrança que eu tenho – falei deixando um breve
sorriso escapar – naquela época minha família se amava e o imbecil do meu
padrasto não fazia parte da minha vida.
Ted ficou pensando no que tinha
dito. Ele parecia intrigado em como eu tinha sido afetado pela morte do meu
pai. Aquele lugar estava fazendo com que velhas feridas se abrissem. Na
Universidade eu não costumava perder muito tempo pensando na minha vida, mas
por algum motivo aqui é tudo o que consigo pensar. Talvez seja a falta de
estímulo.
Benjamin abriu um dos cereais e
carne enlatada e nós comemos. Anita e Misty voltaram e se juntaram a nós na
lareira. Rose havia colocado mais lenha. As luzes da sala estavam quebradas e
as do quarto pareciam estar enferrujadas. A lareira era a única escapatória
daquela cabana. Lá fora nunca amanhecia.
- nós precisamos de um plano –
falou Rodolfo.
- concordo – falou Ted –
precisamos ter certeza de que o tempo não está parando ou algo assim.
- você acha que o tempo está
parando? – perguntou Benjamin.
- olha, eu não sei – falou Ted
tentando não se alterar com o sarcasmo no tom de voz de Benjamin – ninguém
sabe. Tudo o que sei é que estamos dormindo e acordado na mesma hora.
- tem um jeito de sabermos –
Benjamin se levantou e foi até o porão. Alguns minutos depois ele voltou com um
pedaço de carne e jogou em cima da mesa – Se o tempo estiver parando essa carne
não apodrecerá. Se quando acordarmos da próxima ela estiver podre significa que
estamos dormindo vinte e quatro horas e acordando no dia seguinte.
- Se nossa teoria estiver correta
nós acordaremos ás três da manhã da próxima vez – falou Misty.
- exatamente – falou Benjamin
recolhendo toda a comida e guardando. Fiquei com a sensação de que todos nós
não ficamos satisfeitos, mas ninguém estava disposto a enfrentar Benjamin pela
liderança.
- eu queria tato por der um banho
– falou Misty.
- eu também – falou Dorothy rindo
– acho que agora é o que mais sinto falta.
Me levantei e caminhei em direção
ás escadas. Ainda usava o terno de Ted.
- onde você vai? – perguntou Rose
curiosa.
- pro meu quarto.
- você já não dormiu o
suficiente? – perguntou Rodolfo.
- eu vou dar uma olhada no quarto
pra ver se encontro algo que deixei passar. A última vez que sai pra dar uma
olhada encontrei lenha e comida – falei continuando a subir.
- vou com você – falou Ted vindo
rapidamente atrás de mim. Ao chegarmos no topo da escadas fui até o quarto e
quando Ted entrou me sentei na cama.
- fecha a porta – falei para ele.
- o que foi? – perguntou ele
quando fechei a porta.
Eu tirei a arma e as balas e
coloquei em cima da cama.
- o que é isso? – Ted pareceu bem
assustado ao vê-la.
- eu encontrei no carro.
- porque você não disse a
ninguém? – Ted se aproximou e pegou a arma.
- você confia no Benjamin? Porque
eu não. Prefiro estar com algo para me defender caso algo aconteça.
- e porque está mostrando pra
mim?
- eu confio em você – falei
tirando o terno de Ted e colocando em cima da mesa.
- vamos guarda-la – falou Ted
pegando a arma e as balas e caminhando até o canto do quarto. Ele começou a
bater no chão de madeira com o pé até que encontrou o que queria. Ele levantou
o carpete e arrancou lentamente o pedaço de madeira arrancado. Ele então
colocou a arma e as balas lá dentro colocando de volta a madeira do piso
quebrada cobrindo com o carpete – prontinho – falou ele se levantando.
- obrigado – falei me sentando na
cama.
- pelo o que?
- por confiar em mim.
- não por isso – falou Ted de pé
se escorando na cômoda pensativo – eu estou morrendo de fome.
- eu também – falei rindo.
- daria tudo por um pouco mais de
comida.
- nós podemos pegar a arma e
ameaçar Benjamin – falei fingindo que estava com a arma na mão – ‘Ou me dá a
comida ou estouro seus miolos’.
- foi bom eu ter guardando a arma
– falou Ted rindo.
- na verdade tenho ideia melhor –
falei indo até o paletó de Ted e tirando de lá quatro barras de cereal que eu tinha
pego. Os olhos de Ted brilharam ao vê-las.
- onde você pegou isso?
- quando encontrei lá embaixo.
Quer? – falei oferecendo duas a ele.
- obrigado – falou Ted pegando da
minha mão imediatamente abrindo uma delas e dando uma mordida – o que você
acha?
- sobre o que está acontecendo?
- isso.
- não sei. As vezes penso que
estamos dormindo por horas e horas e as vezes eu apenas sinto que estamos todos
os mortos.
- eu não pensei nessa
possibilidade – falou Ted mastigando lentamente como se as minhas palavras o
fizessem pensar que essa possibilidade fosse real.
- nada faz sentido aqui. Onde
estamos? O que aconteceu? Porque não nos lembramos de nada?
- Não sei. Talvez uma guerra
tenha acontecido – falou Ted se sentando ao meu lado na cama. Eu abri uma das
barras e cereal e comecei a comer. Dei duas mordidas e lambi os lábios olhando
pela janela. As gotas da chuva batiam como alfinetes fazendo um pequeno som.
- a essa altura eu não descarto
nada.
- Espero que não – falou Ted – do
contrário isso significaria que minha noiva pode estar morta.
- sinto muito. Espero que ela
esteja bem.
- e você? Tem alguém especial que
gostaria que estivesse vivo?
- sinceramente? Não. Ninguém.
- a relação com sua família era
tão ruim assim?
- digamos que antes disso tudo eu
já sentia que eles estivessem mortos. Não me visitavam, não me ligavam, não se
importavam comigo.
- deve ser uma barra passar por
isso tudo… digo… sobre seu pai.
- devo concordar. Eu sinto falta
de uma figura paterna na minha vida.
- eu nunca me vi como uma figura
paterna. Nem depois que minha noive disse que estava grávida – falou ele
lambendo os lábios terminando de comer sua barra de cereal – Você acha que eu
possa ser uma boa figura paterna?
- pra mim?
- sim. Se você quiser. Eu posso
te dar alguns conselhos ou… não sei… só estou tentando ajudar.
- sim. Acho que você vai ser um
ótimo pai. Você tem meio que ‘me protegido’ desde que acordamos aqui.
- é um dom natural – falou ele com
um meio sorriso constrangido parecendo envergonhado.
- também acho – falei respirando
fundo terminando minha barra de cereais. Peguei a embalagem da mão de Ted e
juntei com a minha escondendo atrás de um velho guarda roupas.
Enquanto voltava até a cama
alguém bateu na porta Ted a abriu. Era Misty.
- Benjamin está chamando vocês –
falou Misty olhando para mim e depois para Ted saindo com um meio sorriso.
Nós descemos as escadas e ao
chegarmos na sala vimos que todos pareciam preparadas para algo. Nós nos
juntamos a todos e Benjamin olhou para mim.
- encontrou algo?
- não.
- porque vocês estão vestidos
assim? – perguntou Ted vendo que Rose, Rodolfo, Anita e Benjamin com panos
tapando os narizes.
- nós decidimos enterrar os
corpos que encontramos no porão. Está começando a cheirar mal aqui – Benjamin
jogou um pedaço de pano para que Ted também tapasse o nariz.
- eu quero ajudar – falei olhando
para Ben.
- tem certeza?
- sim – falei indo até Anita e
pegando o dela.
- obrigada – falou Anita
parecendo aliviada por não precisar ir.
Nós descemos até o porão seguindo
Benjamin que apontou para duas pás. Rose pegou uma e eu peguei a outra. Ao
chegarmos lá Ted retirou a lona de cima dos corpos que estavam em decomposição
cheios de larvas. Rose e eu saímos pela porta que dava até o lado de fora e ao
chegarmos lá fora sentimos a chuva na nossa pele. Era bem fraca como uma garoa.
Nós começamos a cavar uma grande
cova para aqueles três corpos. Apesar da chuva uns vinte minutos depois eu
sentia o suor escorrendo pela minha testa. Retirei o pano do meu nariz para
poder respirar.
- estou morta de cansada – falou
Rose parando e se sentando em uma grande rocha próxima a uma árvore.
- deixa que eu continuo sozinho –
falei continuando a cavar.
- terminaram? – perguntou Rodolfo
gritando.
- sim. Podem trazer.
Me afastei um pouco da cova e vi
Ben, Ted e Rodolfo trazendo a lona com os corpos em cima. Eles os colocaram
dentro da cova e cobriram com a lona. Rose se levantou, mas Ted não deixou. Ele
pegou a pá que estava com ela e nós dois começamos a jogar a terra por cima.
Era uma cova rasa, mas o suficiente para cobrir o corpo.
- fico pensando no porque eles
fizeram isso – falou Rose.
- espero nunca descobrir – falou
Ben de braços cruzados observando enquanto Ted e eu cobríamos os corpos.
Enquanto cobríamos os corpos
ouvimos lobos uivando bem próximos a nós. Foi um ouvi alto e longo que fez com
que todos nós olhássemos para trás. Algumas folhas se moveram e Ben segurou no
braço de Rose puxando-a.
- corram! – gritou Benjamin e
Rose correndo para dentro do porão.
- deixa a pá – falou Ted – venha
Kyle!
Joguei a pá para o lado e comecei
a correr enquanto a chuva engrossava embasando minha visão. Vi o momento em que
Ted chegou até o alçapão do porão e ficou lá gritando.
- Venha Kyle.
Eu corri com todas as minhas
forças, mas antes que pudesse avançar mais do que dois passos tropecei em uma
pedra caindo no chão. Benjamin me viu caído e percebeu que algo estava atrás de
mim. Ele decidiu não esperar e fechou o alçapão. Quando consegui me levantar
olhei para a densa floresta e vi dois olhos amarelos brilhantes. Podia ouvir o
som de seu grunhido preparado para atacar.
Dei a volta na cabana para entrar
pela porta da frente, mas vi um grande logo de pelos Negros e olhos amarelos
onde estava o carro. Pulei a cerca da varanda e sai correndo em direção a porta
e o lobo veio correndo na minha direção faminto. A distancia entre mim e a
porta era grande e o lobo de tamanho sobrenatural parecia que iria estraçalhar
minha garganta. Fechei os olhos próximo a janela e me encolhi esperando sentir
ele me derrubar, mas antes que ele chegasse ouvi o som de tiros. Três tiros.
Abri os olhos e vi que o lobo
estava caído a cem metros de mim. Ele ainda estava se movendo. Olhei para cima
e vi Ted. Ele estava na porta e se inclinou e segurou na gola da minha camisa e
me arrastou para dentro enquanto eu quase que engatinhava.
Quando Ted fechou a porta
Dorothy, Anita e Misty empurraram os sofás para poder travar a porta para que o
lobo não pudesse entrar.
- o que era aquilo? – perguntou
Rodolfo assustados.
- lobos! – falei ofegante
sentindo a adrenalina a mil – lobos.
- eram enormes – falou Anita –
não pareciam lobos.
- onde diabos você arranjou essa
arma perguntou Benjamin olhando para Ted que jogou a arma em cima do sofá e foi
para cima de Benjamin pressionando-o na parede.
- seu desgraçado! Você ia
deixa-lo lá!
Rodolfo se aproximou dos dois
tentando separá-los, mas ao invés de separa-los Rodolfo levou um soco de
Benjamin enquanto ele tentava acertar Ted que caiu no chão e os dois começaram
a rolar.
- eu só fiz o que era certo. Ele
estava lá fora e aqui dentro havia sete pessoas faça as contas – Benjamin
tentou acertar Ted que se esquivou e conseguiu acertar o joelho na barriga de
Benjamin que fraquejou por um momento e Ted conseguiu ficar de pé.
- chega! – falei segurando no
braço de Ted – eu estou bem. Eu estou bem.
- graças à arma!
- onde vocês arranjaram essa
arma? – perguntou Dorothy.
- eu a encontrei quando fui dar
uma olhada no carro – falei confessando.
- porque você não nos falou sobre
ela? – perguntou Rodolfo se levantando com ajuda de Benjamin que se desculpava
pelo soco.
- porque eu não confio nele –
falei apontando para Benjamin – vejo que tomei a decisão correta. Ela ia me
deixar lá fora.
- esse não é o momento para
brigas – falou Rose – é só eu que estou mais preocupada com os lobos gigantes
lá fora?
- como eles ficaram desse
tamanho? – perguntou Anita olhando pela janela percebendo que o lobo ferido não
estava mais lá.
- vocês viram os olhos? – falei
olhando para Benjamin – eram amarelos e pareciam brilhar no escuro.
- eu não sei o que eles são, mas
tenho certeza de que tem algo a ver com as coisas estranhas que estão
acontecendo nessa cabana – falou Ted.
- você tem toda a razão – falou
Benjamin – nós temos problemas maiores do que as picuinhas que existem entre
nós. A partir de agora devemos confiar um nos outros.
- eu não vou confiar em você.
Você ia me deixar lá fora.
- se coloque no meu lugar Kyle –
falou Benjamin – se o lobo entrasse aqui todos nós estaríamos mortos. Eu só
tomei a decisão inteligente.
- por favor, pare de tomar
decisões ‘inteligentes’ daqui pra frente – falou Ted – se você quer mesmo que
confiemos uns nos outros é hora de sairmos do ‘cada um por si’ para o ‘um por
todos e todos por um’.
- eu concordo – falou Dorothy –
ninguém fica para trás de agora em diante. Não sabemos se aquelas coisas são e
não sabemos que se existem outras coisas dessas lá de fora.
- e a partir de agora chega de
monopolizar a comida – falou Ted.
- Okay – falou Benjamin
concordando – desde que não existam mais segredos – falou Benjamin olhando para
mim.
- Okay. Sem segredos – falei me
sentando no sofá me sentindo aliviado por estar vivo.
Todos nos sentamos e por vários
minutos tudo o que fizemos foi ficar em silêncio ouvindo o barulho da chuva. Lá
fora apenas a escuridão abitava. Imaginava se os lobos ainda estavam lá.
- pelo menos aquele cheiro de
morte não existe mais – falou Anita quebrando o gelo.
- a não ser os nossos – falou
Misty fazendo com que todos rissem. Fazia dias que não tomávamos
- menos eu – falei mostrando que
estava molhado.
- se aqueles lobos não estivessem
lá fora eu juro que ia tomar um banho de chuva – falou Rose.
- acho que todos merecem água –
falou Benjamin distribuindo outras garrafas de água para que todos dividissem.
De certa forma ele estava certo em regrar. Não sabíamos quanto tempo ficaríamos
lá naquela cabana.
Um som parecido com um baque fez
com que todos nós nos calássemos e prestássemos atenção.
- vocês ouviram isso ou fui só
eu? – perguntei olhando para cima.
Novamente o ‘baque’ fez com que
nós nos levantássemos.
- está vindo lá de cima – falou
Rodolfo.
Nós subimos as escadas e fomos
até os nossos quartos, mas não havia nada lá.
- acho que foi o vento lá de fora
– falou Misty.
Como se destruindo a teoria de
Misty novamente ouvimos o baque e ele vinha lá de cima. Nós olhamos para o alto
e percebemos de que havia um sótão naquela cabana, mas onde era a entrada?
- parece que está vindo do sótão
– falei olhando em volta procurando por alguma abertura no teto, alguma escada,
mas não encontrei nada.
Ted pegou um pedaço de madeira e
começou a bater no teto até que ouviu um som diferente ao bater a madeira.
Estava empoeirado e o gancho que faria a escada subir estava para o lado de
dentro como se alguém tivesse se trancado e puxado o gancho para que ninguém
abrisse.
- é aqui – falou Ted limpando a
poeira percebendo que a porta estava fechada.
- aqui! – falou Benjamin
entregando o pé de cabra para Ted que o enfiou pelo pequeno buraco até que
conseguiu abrir fazendo com que uma escada se abrisse bem na fossa frente.
- cuidado, pode ter alguém ai –
falei segurando no braço de Ted.
- não se preocupe – falou Ted me
mostrando o pé de cabra.
- onde está a lanterna? –
perguntei para Benjamin que desceu as escadas e voltou com a lanterna me
entregando.
Subi as escadas logo atrás de Ted
iluminando o caminho e quando chegamos ao sótão percebi que havia uma
tranqueira. Caixas e caixas de só deus sabe lá o que.
- tem alguém ai? – perguntou Ted
enquanto avançávamos lentamente.
Ouvimos o som que parecia ser de
ratos se movendo.
- espero que não sejam mais
corpos – falei para Ted.
- tem alguém ai? – perguntou
Benjamin lá de baixo.
- não me machuquem – falou uma
voz feminina do lado esquerdo. Quando eu a iluminei vi que era uma garota de
uns vinte e três anos de cabelos brancos e um vestido vermelho.
- não vamos te machucar – falei
para a garota.
- quem é você? – perguntou Ted.
- Lucinda Romano Carroll.
- Lucy? – perguntei
reconhecendo-a.
- Kyle? – perguntou ela olhando
para mim.
- vocês se conhecem? – perguntou
Ted.
- sim. Nós temos aula de Direito
Penal juntos – falei indo ate ela me abaixando.
- onde eu estou? – perguntou
Lucy.
- você está acordada desde
quando?
- não sei. Deve fazer mais ou
menos uma hora que eu acordei – falou ela com a voz rouca tentando se lembrar –
eu estava a caminho da biblioteca para estudar para aprova e… não me lembro de
mais nada. Tudo o que me lembro é de acordar aqui.
- nós também – falei ajudando
Lucy a se levantar.
Nós ajudamos Lucy a descer as
escadas e ela pareceu perplexa ao ver todas aquelas pessoas que logo se
dispersaram. Ao cegarmos na sala Benjamin deu uma garrafa de água para Lucy e
uma barra de cereal para que ela comesse.
- vocês também não se lembram de
nada? – perguntou Lucy dando uma mordida na barra de cereal.
Todos balançaram a cabeça
negativamente. Lucy parecia cansada apesar de ter acabado de acordar. Olhei
para o relógio e vi que faltavam poucos minutos para ás três horas da manhã.
- pessoal vocês estão cansados? –
perguntei me levantando.
Ao olhar em volta vi que Rodolfo
estava sentado chão dormindo nas pernas de Dorothy que estava dormindo estirada
no sofá.
Eu bocejei e senti o cansaço
preencher meu corpo. Nem consegui me sentar no sofá e apenas cai no chão de
braços abertos. Bocejei uma última vez olhando para o alto. Ted estava sentado
no sofá dormindo ao lado de Lucy que deixou a garrafa de água cair no chão e
que agora dormia profundamente. O pedaço de carne em cima da mesa foi a última
coisa que vi antes de cair novamente no sono.
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
CAPITULO 23 Jake tinha me ligado dizendo que o assassino de Kenny tinha se entregado. Eu nem acreditei quando ele disse: Rup...
-
CAPITULO 26 O médico me disse que a única saída seria a cirurgia, mas os riscos tinham duplicado. Eu tinha decidido não arriscar. E...
-
UMA NOITE MUITO DIVERTIDA capítulo vinte E stávamos no bar a mais de uma hora. Como Arthur tinha dito ele ...
-
MINHA SEGUNDA CHANCE capítulo vinte O filme estava chato como sempre. Era assim que eles queriam nos entr...
-
RENASCIMENTO capítulo dezoito E stava tendo um sonho colorido até demais para mim. Parecia um carnaval de animais. Anda...
-
C apítulo Trinta e Doi s MELANCOLIA E ra sexta-feira. Faltava um ...
-
XVII Cruel Obsessão P assei praticamente todo o domingo dentro do quarto saindo algumas vezes para poder ...
-
TODOS NÓS TEMOS SEGREDOS capítulo seis S entia vontade de rir. Eu tinha aparecido naquele mundo para destr...
-
TODOS IRIAM INVEJAR capítulo onze P or mais que eu não quisesse ter contato com Charley eu tive que eng...
-
CAPITULO TREZE Peter Frank / Cecelia Hall A caminho da convenção de tatuadores que reuniam os melhor...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
Acompanho seu trabalho desde a 1a história. Você é genial. Sou revisora e escrevo poesias. Fico impressionada com sua imaginação. Entro toda hora aqui só pra ver se tem algum capítulo novo. Por favor, continue.
ResponderExcluirObrigado Natasha vou continuar sim, um beijão
ExcluirSe deve continuar? Pq não tem mais caps? Quero mais 20 na minha mesa logo de manhã u-u
ResponderExcluirOkay, sem brincadeiras, eu me apaixonei e estou cada vez mais entretido <3 Não vejo a hora de ler o próximo <3
-Juliano.
Pensei que não vingaria e que ninguém gostaria, mas já que gostaram vou continuar :)
ExcluirTomara que já tenha mais caps prontos <3 Não vejo a hora de ler mais <3
ExcluirOs lobos me lembraram Teen Wolf kkkk Lobos grandes com olhos amarelos xD
-Juliano.
Nossa achei uma mistura de jogos mortais com casa Muda, achei interessante intrigante é será que eles estão mortos, eles estão no purgatório, acho que kyler deve ficar com o Ted.continuar.
ResponderExcluirValeu pelo comentário rycharlen ;)
ExcluirNem se atreva a parar! Kk
ResponderExcluirBrincadeira à parte... muito bom o conto! Envolvente logo de cara, muito intrigante e um tanto assustador; estou super curioso pra saber o que acontecerá!
Abraço.
Domingues, Lucas.
OBrigaddoooooooooooo Lucas ;) Não vou parar.
ExcluirE só fica mais interessante. Passo a semana trabalhando, e mal tenho tempo de acessar a página dos contos. Mas a leitura do acumulado, aos fins de semana, tem sido regra! Que conto, Escritor! Sensacional! E deve continuar não! VOCÊ É OBRIGADO A CONTINUAR! Rsrs'
ResponderExcluir