M
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XVI
C é para Cruel
inha cabeça estava levemente inclinada repousada no
travesseiro. O relógio na cabeceira da cama marcava quase nove da noite. A cama
de Clyde era tão macia que minha vontade foi de dormir ali mesmo. Ao meu lado
estava Cory fumando seu cigarro. Ele parecia sereno. Seu corpo parecia brilhar
com a fraca luz do quarto. Nossas cinturas estavam cobertas com o lençol da
cama. Deslizei minha mão pela barriga de Cory até chegar em seu peito e me
aproximei dando um beijo em seu ombro e em seguida em seu peito passando
carinhosamente al íngua. Cory olhou para mim e me abraçou me puxando junto
dele. Segurou em meu queixo e me fez beijá-lo.
- o que fazemos agora? –
perguntei acariciando o rosto de Cory enquanto ele pressionava os lábios
assoprando a fumaça em seguida.
- precisamos voltar para a festa
– Cory apagou o cigarro no cinzeiro e colocou sua mão sobre a minha.
- a minha mão não te incomoda
nenhum pouco? – levantei a mão direita e Cory a segurou levando até seus lábios
e começando a dar beijos.
- nenhum pouco.
- posso te confessar uma coisa?
- claro – falou Cory – na verdade
eu exijo que você confesse tudo para mim.
- como assim? – perguntei me
virando me deitando de lado de costas para Cory. Ele se deitou de lado e me
pressionou contra seu corpo. Senti seu membro flácido me tocar enquanto ele me
abraçava me mantendo junto a ele.
- eu sou um detetive. Um dos
melhores da cidade. Se você não confessar eu vou acabar descobrindo – falou ele
rindo e dando um beijo no meu ombro deslizando a mão pela minha barriga até
chegar em meu peito. Ele deslizou os dedos pelo meu braço – se você mentir, eu
saberei. Se estiver com medo, eu saberei. Se você fingir… – Cory pressionou seu
corpo bem próximo ao meu deslizando carinhosamente seu membro pela minha bunda
– …eu saberei – ele riu ao dizer aquilo – então não esconda nada de mim. Isso
só faria nossa relação enfraquecer. Você é jovem, Um garoto. Ainda tem muito o
que aprender, mas eu já sou um homem e não tenho tempo para rodeios então não
precisa medir as palavras ao conversar comigo. Se você se sentir mal, se eu
disse algo que não gostou, se tiver algo que queira me dizer: apenas diga. Eu
não sou seu pai. Eu posso te punir de maneiras que ele nunca poderá – Cory deu
um beijo no meu ombro e virou meu rosto vindo por cima de mim.
- tudo bem – falei olhando
fixamente para ele.
- e então? Tem algo para me
dizer?
- não. Nada – passei os braços
por Cory e acariciei suas costas.
- certeza?
Me lembrei do celular que
encontrei na cena do crime de Krista. Ele não significava muita coisa para mim,
mas talvez fosse algo importante para a policia. Cory estava certo. Era melhor
contar de uma vez.
- na verdade…
Amantes que pudesse dizer algo
alguém bateu na porta do quarto com muita força. Eu levei um susto e Cory deu
um pulo se levantando e vestindo sua cueca e a calça jeans. Eu continuei
deitado na cama com o lençol cobrindo parte do meu corpo.
- o que foi? – perguntou Cory
abrindo a porta. Era Clyde. Ele abriu a boca para dizer algo e me viu deitado
em sua cama. Percebi que ele engoliu em seco. Ele parecia surpreso por me ver
ali? Ou surpreso por me ver em sua cama?
- é que… - Clyde lambeu os lábios
apreensivo – Randy acabou de ligar e… aconteceu algo.
Cory olhou para trás e em seguida
saiu do quarto fechando a porta. Aproveitei que ele tinha saído e vesti minha
roupa. Com exceção da cueca que ainda estava molhada no banheiro. Ao abrir a
porta percebi que havia uma certa agitação no andar de baixo. Cory e Clyde
conversavam quase que em silêncio. Bem baixinho. Clyde olhava para mim as
vezes. Passei por Clyde e Cory e desci as escadas. Anne passou correndo por mim
e subiu as escadas. A Blacke, Omar, Luís e Judy estavam conversando na cozinha.
Eles estavam ao telefone.
Na sala a esposa de Blacke
assistia ao noticiário ao lado de Lola. Parei atrás do sofá e comecei a prestar
atenção. O noticiário mostrava uma casa grande, quase como uma mansão. Havia
viaturas e curiosos ao redor da casa.
- …o Corretor Paul Faber
McCaffrey e o chef Harry Crawford Duncan foram encontrados mortos dentro de sua
casa depois que vizinhos ouviram barulhos estranhos. Uma das vizinhas descreveu
o que achou ser ‘um grito selvagem.’ Um dos vizinhos decidiu ir até a casa para
saber se tudo estava bem e encontrou a horrível cena do crime que ele descreveu
como sendo ‘Macabra e Horripilante’.
Senti como meus pés não tocassem
o chão. Meu coração bateu rápido e minha boca ficou seca.
- Stan! Você está bem? –
perguntou Cory me puxando pelos braços me fazendo olhar para ele. Não consegui
responder apenas sinalizei positivamente com a cabeça.
- uma testemunha que não quis ser
identificada disse ter visto o que pareceram ser oito indivíduos usando
fantasias de palhaços bizarros. A testemunha ainda disse que eles pareciam
‘alegres e ansiosos por algo. Saltitavam enquanto caminhavam em direção a casa.
A testemunha disse ter ligado para a emergência, mas por acharem que se tratava
de um trote eles desligaram o telefone’. A testemunha ainda disse…
Nesse momento a repórter parou de
falar e colocou a mão no ouvido como se estivesse recebendo noticias.
- você não ia pra lá hoje? –
perguntou Clyde.
- sim. Eu ia.
- você ia? – perguntou Cory
confuso.
- sim, mas como… como nós dois…
- eu entendi – falou Cory sério –
pelo menos você está a salvo. Ele olhou para mim de cima em baixo como se
estivesse conferindo.
Nesse momento todos vieram até a
sala. Todos vidrados na televisão.
- …novas informações – disse a
repórter – acabamos de confirmar que ao que parece as vitimas foram torturadas
antes de serem assassinadas a facadas. Além disso recebemos a confirmação de
que os suspeitos escreveram com sangue nas paredes – ao que parece, sangue das
vítimas – algumas frases. Não sabemos ao certo… - a repórter mais uma vez parou
de falar e colocou a mão no ouvido - … recebi a informação agora de que temos
imagens exclusivas do interior da casa.
Nesse momento uma imagem apareceu
na TV. Parecia ter sido filmada com o celular de Paul ou o de Harry. Parecia a
filmagem do celular de Krista.
- o que está escrito? – perguntou
a esposa de Blacke no sofá.
- parece que é… - falou Judy
tentando ler enquanto a filmagem mostrava letra por letra – ‘P é para Paul’. ‘H
é para Harry’
Em seguida a filmagem do celular
embaçou um pouco e em seguida mostrou a linha de baixo.
- ‘S é para?’ – Lola pareceu
confusa.
- Stanley! – falei engolindo em
seco. Falei em um tom bem baixo de voz, mas parece que todos ouviram e assim
como eu ficaram apreensivos. Seja lá quem vez aquilo sabia que eu estaria lá
naquela noite.
- quem mais sabia que você
estaria lá? – perguntou Cory.
- um monte de gente…
- isso é irrelevante! – falou
Clyde – eles podem ter lido as mensagens no celular de Paul e visto que Stan
estaria lá, mas não apareceu.
- nós precisamos colocar você em
um lugar seguro – falou Cory – você não pode mais ficar naquele hotel.
- você pode morar aqui! – falou
Clyde interrompendo Cory – a casa é grande e tem espaço o suficiente.
- e minha amiga Mya? Ela pode vir
pra cá também?
- claro! – falou Clyde apertando
os lábios – por quanto tempo vocês precisarem.
- Okay – falou Cory – aqui é
melhor.
- tudo bem.
- vocês vão para a cena do crime?
- não – falou Cory – nós bebemos
o dia todo. A turma que está de plantão cuida disso por hoje – falou Cory
caminhando até a cozinha e pegando uma cerveja na geladeira. Eu me sentei em
uma cadeira próxima ao balcão e apoiei os braços e respirei fundo.
A esposa de Blacke desligou a TV
e decidiram ir embora. Omar e Luís também foram embora junto com Vince e sua
namorada e Eric. Ficamos apenas Clyde, Anne, Cory, Judy e Lola. Todos se
despediram e disseram para que eu ficasse bem.
Depois de um tempo eu fiquei
apenas sentado na cozinha pensativo. Anne estava cuidando de Aaron e Judy e
Lola estavam sentados do outro lado do balcão. Clyde e Cory estavam conversando
próximos á geladeira dividindo uma cerveja.
- vai ficar tudo bem – Cory se sentou
ao meu lado e colocou sua mão em cima da minha. Ele ainda estava sem camisa.
- eu sei – falei sentindo uma
aflição – acho que vou lá em cima arrumar a bagunça no quarto.
- Não. Não precisa. Eu arrumo –
falou Cory se levantando – fique aqui e descanse.
- tem certeza?
- tenho! – Cory se aproximou e
deu um selo em minha boca – eu não vou demorar – ele acariciou minhas costas.
- não se preocupa! – disse Lola –
nós vamos ficar de olho nele. Judy confirmou com a cabeça.
- eu vou lá em cima arrumar o seu
quarto – falou Clyde colocando a mão no meu ombro.
- tudo bem. Obrigado.
- não por isso – Clyde subiu as
escadas ao lado de Cory e meu celular tocou. Logo de cara vi que era Mya.
Peguei o telefone rapidamente.
- Mya? – perguntei aflito.
- acabei de ver na TV o que
aconteceu! Graças a deus você atendeu! Você está bem?
- sim. Estou, e você?
- sim. O que aconteceu? Você não
foi?
- não. Eu acabei desistindo.
- graças a deus Stan! – falou Mya
animada do outro lado – estou tão feliz por você não ter me ouvido. E usou uma
péssima amiga e dou péssimos conselhos.
- eu também estou feliz por não
ter ouvido seus conselhos – falei rindo. Naquela situação era melhor rir do que
chorar – você falou com a Quinn? Ela deve estar arrasada.
- sim. Ela está sem chão.
- diga á ela que eu sinto muito.
- vou dizer – Mya respirou fundo
e ficou em silêncio por alguns segundos – você já está no hotel?
- não. Na verdade não vou voltar
para o hotel. O pessoal acha melhor eu ficar longe desse hotel e em um lugar
mais seguro então vou ficar hospedado na casa do Clyde alguns dias e eu
consegui um quarto para você.
- sério? Ainda bem. Eu ia morrer
de medo naquele hotel sozinha com esses assassinos a solta.
- quando você chegar de Cocoa
Beach passa no hotel, pega suas coisas e vem pra casa do Clyde. Vou te mandar a
localização.
- combinado. Te vejo amanhã.
- até amanha.
Desliguei o celular e percebi que
Lola e Judy estavam olhando para mim. Elas estavam me encarando.
- o que foi?
- não é nada… - Lola parecia
apreensiva – é que eu não sei o que faria se fosse comigo. Acho que surtaria.
- ele não tem que se preocupar
com nada. Tem um detetive e um policial disposto a protegê-lo.
- é verdade – falou Lola rindo.
- que nada – falei me levantando
e pegando a jarra de água na geladeira colocando-a em um copo – pelo menos isso
de bom na minha vida – falei me sentindo mal por Paul e Harry.
- e como você está se sentindo? –
perguntou Lola.
- em relação a que?
- deve estar uma confusão ai na
cabeça. Você está com Cory, mas na verdade estava afim de Clyde…
- você contou pra ela? –
repreendi Judy.
- não tem problema. Eu não conto
pra ninguém – falou Lola.
- foi o que Judy me disse antes
de te contar – respirei fundo apreensivo – não tem confusão. Eu simplesmente
aceitei que não adianta estar afim de algo que nunca vou ter. Não quero ser
esse tipo de gay que fica desejando que um hétero seja gay. Ele gosta de mulher
e eu aceito, segui em frente. E pra ser totalmente sincero… - falei respirando
fundo – eu não tinha percebido o quanto Cory era…
- …gostoso? – falou Judy.
- …dotado? – falou Lola.
- …romântico! – completei – suas
doentes – tomei a água e coloquei o copo na pia – ele é romântico sabe. Não
parece pelo jeitão dele.
- os durões são sempre os mais
carinhosos – falou Lola.
- concordo! – falou Judy olhando
no celular – acho que já vou embora.
- me dá uma carona? – perguntou
Lola.
Judy concordou e ela elas se
despediram de mim. Depois que elas se foram fiquei sozinho no andar de baixo.
Como estava todo mundo no andar de cima ocupado decidi não ir atrapalhar. Eu fechei
a porta de vidro da cozinha e a tranquei. Em seguida fiz o mesmo com a porta da
sala. Sentei-me no sofá e peguei o controle remoto.
Liguei a TV e o noticiário ainda
falava sobre os recentes assassinatos em Orlando. A repórter ainda estava de
frente a casa de Paul e do lado na tela apareciam fotos de palhaços. Aumentei o
volume da TV para ouvir com clareza o que ela diria.
- graças a gravações das câmeras
da casa da vítima a policia já conseguiu identificar seis das oito fantasias
usadas pelos assassinos. Uma das máscaras era a de o rosto de um palhaço
feminino com o rosto desfigurado, a segunda era de um palhaço demoníaco com
seis chifres e os dentes para fora. Era o palhaço que aparecia no vídeo do
assassinato de Krista. O terceiro o rosto de um palhaço com dentes no lugar dos
olhos. O quarto um demônio com chifres de bode e maquiagem de palhaço, o quinto
um palhaço gordo com cabelo desgrenhado colorido com os dentes de fora com
olhos amarelos e a boca rasgada com os dentes de fora. O último era uma mascara
de palhaço com três rostos. O do lado direito com sorriso a do meio com a boca
aberta e a do lado esquerdo com cara de triste. Esse era o outro palhaço que
aparecia no vídeo de Krista. O que achei que tinha cara de ‘bonzinho’, mas que
na verdade tinha três feições diferentes.
Aquelas máscaras me fizeram
sentir um calafrio na espinha. Era hora de contar a todos sobre o celular que
encontrei.
- a policia começa a investigar
de quais lojas as máscaras podem ter sido compradas enquanto isso…
A TV se desligou de uma vez e
antes que desse um pulo do sofá e saísse correndo vi Cory no reflexo da televisão.
Ele pegou o controle do sofá e desligou.
- não é bom para você ficar
assistindo á essas coisas.
- eu sei, só queria saber se eles
tinham descoberto mais algumas coisas.
- não fique assistindo o noticiário.
Se quiser saber algo me pergunte e eu te conto. Não confie nos noticiários
algumas informações podem não ser verdadeiras e você vai ficar paranoico sem
precisão – Cory deu a volta no sofá e se sentou ao meu lado passando o braço
por mim e me puxando junto dele.
- você sabe alguma coisa?
- sim. Eu liguei para o Detetive Bowers
– que assumiu o caso – e ele me disse algo que não foi divulgado para a mídia.
- o que?
- o sangue usado para escrever
aquelas frases na parede era sangue de porco, assim como na casa de Krista. Além
das frases que forma mostradas no vídeo nas portas e janelas estavam escritos “Porcos”.
- o que isso quer dizer?
- você se lembra de Charles
Manson? Ele e seu culto assassinaram Sharon Tate entre tantas vítimas nos anos
sessenta.
- sim eu me lembro. Assisti algo
na TV sobre isso.
- eles usavam o sangue das vítimas
para escrever “Porcos” nas portas e janelas. Isso quer dizer que agora
trabalhamos com a teoria de que esses oito assassinos são oito malucos fãs de Charles
Manson.
- e vocês acham que isso é apenas
sobre Charles Manson?
- Sim. Charles Manson
infelizmente ainda possui seguidores mesmo depois de preso. Ele não é o único líder
de um culto maluco que tem seguidores – falou Cory respirando fundo – mas não
se preocupe. Em breve vamos pegá-los e a cidade ficará segura de novo.
- espero que sim – falei deitando
minha cabeça no ombro de Cory.
Fiquei lá deitado por um tempo e
fechei os olhos. Sentindo o perfume de Cory. Quando abri os olhos percebi que Cory
também tinha fechado os olhos dele. Ele estava cansado. Pela TV vi que Clyde
estava aos pés da escada parado olhando para nós dois. Achei estranho ele ficar
ali parado me observando e eu me virei para trás e ele desceu dois degraus.
- prontinho! – falou Clyde forçando
um sorriso – seu quarto está pronto.
- obrigado por me deixar ficar Clyde.
De Verdade – me levantei do sofá e Cory fez o mesmo.
- não tem problema – falou Anne
descendo as escadas – você pode ficar o quanto quiser.
- como eu faço com as minhas
coisas?
- liguei para um policial no
distrito e ele foi até o hotel pegar as suas coisas. ele deve chegar logo.
- Okay – falei respirando fundo.
- por mais que eu queira ficar eu
preciso ir – Cory apertou a mão de Clyde e deu um beijo no rosto de Anne. Em
seguida bagunçou o cabelo de Aaron – vejo vocês na segunda.
- até segunda amigo – falou Clyde
apalpando as costas de Cory.
- me leva até a porta? – Cory olhou
para mim.
- claro – apertei os lábios e
andei lado a lado com Cory até a porta. Nós saímos e ao chegarmos lá fora Cory desativou
o alarme – eu preciso te dizer algo – de frente para ele eu respirei fundo.
- o que foi?
- o dia que eu fui na cena do
crime de Krista eu encontrei um celular.
- celular? – perguntou Cory.
- no inicio eu achei que fosse o celular
de Krista, mas vocês disseram que o celular de Krista foi encontrado na cena do
crime então eu fiquei com o celular.
- mas o que faz esse celular
especial? – perguntou Cory cruzando os braços.
- nele tem fotos de Krista, o vídeo
que mostra os dois palhaços que a assassinaram.
- e você manteve isso em segredo?
Até agora?
- sinto muito. Sei que foi
burrice e imaturo, mas eu não sabia o que fazer.
- onde está esse celular?
- espera. Tem mais… - minhas mãos
estavam suadas – eu comecei a receber mensagens de uma tal de Meggie pedindo
ajuda dizendo que estava em perigo e que só eu podia ajuda-la.
- onde está o celular? – perguntou
ele de novo.
- no hotel. Dentro da mala que o
policial vai trazer.
- esquece. Eu mesmo vou ao hotel
buscar suas coisas – Cory deu a volta no carro e entrou colocando o cinto de
segurança.
- Okay – falei respirando fundo –
tá com raiva de mim?
- você não podia ter feito isso. Sabia
que eu posso te prender por obstrução a justiça e ocultação de prova?
- e você vai me prender? –
perguntei me apoiando na janela do passageiro?
- o que você acha? – Cory se
inclinou e nós demos um selinho. Cory se manteve e demos um beijo mais quente. Sua
língua era tão gostosa quando o resto do corpo.
- a gente conversa mais tarde –
falou Cory saindo com o carro.
O carro de Cory desapareceu no
horizonte e quando olhei para frente vi um casal parado na calçada. Era um homem
banco de olhos verdes e uma mulher negra de olhos castanhos. Cada um deles
estava com um cachorro. Tinham saído para passear.
- boa noite vizinho! – gritou a
mulher acenando. O homem fez o mesmo.
- boa noite! – levantei a mão
acenando. Quando pensei em me virar para entrar na casa os dois atravessaram a
rua na minha direção.
- desculpa incomodar, mas nossos
somos novos na vizinhança. Nos mudamos para a casa no fim da rua – falou a
mulher estendendo a mão – eu sou Loretta Fleming e esse é meu marido Gerald Smith.
- prazer – falou o homem com um
sorriso apertando minha mão.
- igualmente – voltei a cruzar os
braços.
- só queríamos nos apresentar. A vizinhança
parece ótima.
- sim. Parece. Na verdade eu
estou me mudando hoje para cá então não conheço muito bem.
- sério? – perguntou o homem.
- sim.
- então temos mais em comum do
que imaginava – falou a mulher rindo. O homem também começou a rir e eu fiquei
sem graça com aquela situação.
- enfim… foi bom te conhecer…
- Stanley.
- até mais Stanley – falou Loretta
se afastando com o homem.
Ao voltar para dentro de casa vi
Anne, Clyde e Aaron assistindo TV. Passei por eles e subi as escadas. Quando estava
na metade Clyde chamou minha atenção.
- deixei toalha em cima da cama e
um roupão para você poder vestir até que suas roupas cheguem.
- Okay, obrigado.
- disponha.
Ao chegar no quarto fechei a
porta e já fui arrancando a roupa indo direto para o banheiro. Tomei um longo
banho e admito que senti um pouco de dor ao lavar o ânus. Certa ardência e um
pequeno desconforto. Lavei com sabonete e usei o shampoo que estava na prateleira
para lavar meus cabelos. Meu corpo estava cansado. Provavelmente vou dormir por
horas a fio.
Me sequei antes de sair do
banheiro e enrolei a toalha na cintura. Ao contrário do que Clyde tinha dito o
roupão não estava em cima da cama como ele disse. Fui até o guarda roupas e
comecei a procurar. Não estava em nenhum lugar. No meio dessa procura minha
toalha caiu, mas não me importei. Simplesmente a peguei e joguei em cima da
cama. Me ajoelhei no chão e me inclinei olhando em baixo da cama. ‘Onde diabos
se meteu?’ – pensei comigo mesmo antes de me levantar.
Ao me virar dei um pulo.
- Clyde?! – rapidamente peguei a
toalha em cima da cama e me enrolei nela.
- Sinto muito. Devia ter batido –
falou ele sem dar muita importância ao que tinha acontecido e ao que tinha
visto. Eu ali de quatro no chão totalmente exposto – eu disse que deixei o roupão
aqui, mas esqueci em cima da minha cama – falou ele esticando a mão.
- Okay – Peguei usando uma mão
enquanto com a outra segurava a toalha bem firme
- enfim… fique a vontade. A minha
casa é sua casa – falou ele com um sorriso.
- obrigado.
Clyde saiu e fechou a porta. Aproximei-me
da porta e a tranquei virando a chave duas vezes para garantir que não acontecesse
de novo. Coloquei o roupão e peguei meu celular aguardando Cory chegar com minhas
roupas. Aquela tinha sido uma noite estressante de um dia maravilhoso. Pelo
menos não estou mais hospedado naquele hotel. Estava em um lugar seguro.
Obrigado a todos pelos comentários. Feliz que gostaram no último capitulo. Espero que tenham gostado desse.
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Adorei o capítulo, adoro esses histórias nós transporta para dentro da história, fico aguardando ansioso para o próximo. Em relação ao Clyde aí tem.
ResponderExcluirIsso só fica cada vez melhor. A gente sempre se excita, literalmente, com as cenas de sexo, e acaba achando que a estória vai acabar ali. Mas você sempre surpreende com o que vem depois. Muito bom!
ResponderExcluirJá começo acha o contrário... que quem vai sair decepcionado nessa história vai ser o coitado do Cory!
ResponderExcluirEstou amando seu conto! Continue assim...
Domingues, Lucas.
Genteee... Eu tô com impressão de que esses novos vizinhos não se mudaram pra lá por acaso heim!? 🤡🤡
ResponderExcluir