VIVENDO MANIPULADO capítulo vinte e três
E
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stava
intrigado com a mochila que tinha desaparecido. Eu estava deitado no colo de
Adam assistindo a um filme com as luzes apagadas, mas tudo o que eu conseguia
pensar era no que tinha acontecido naqueles últimos dias. Roman pedindo
desculpas para mim e Adam, Scott dizendo que
não tinha nada a ver com o que tinha acontecido com o vazamento do vídeo de
sexo e o pior de tudo o projeto fábrica de manequins ainda estava ativo, seja
lá quem for o idealizador do projeto, ele ainda estava vivo e ainda não tinha
alcançado seu objetivo.
Pelo
que tinha entendido no passado o projeto consistia em me derrubar. O criador
queria me ver por baixo de qualquer maneira. Eu pensei que tinha sido um dos
candidatos a presidência, mas essa ideia tinha sido derrubada quando Scott
tinha me entregado a mochila com duas pastas pretas. Enquanto eu estava no
banho alguém tinha entrado no apartamento e roubado a mochila e a pessoa
provavelmente não sabia que eu tinha tirado uma das pastas que continuavam
embaixo da cama. Tudo o que eu queria era a chance de saber o que diabos tinha
nela, eu queria saber quem eram os envolvidos e queria saber qual o objetivo
disso tudo.
Depois
de mais quarenta minutos sem prestar atenção no filme eu desisti. Eu me sentei
e bocejei.
-
está cansadinho? – perguntou Adam alisando minhas costas.
-
muito.
-
já vai dormir?
-
acho que sim – falei me levantando.
-
acho que também vou – falou ele se levantando.
-
se quiser ficar pode ficar eu realmente não me importo.
-
não, eu vou sim. Amanhã vamos ficar acordados até mais tarde po0r causa do ano
novo então vou me deitar.
Ele
desligou a televisão e nós dois fomos para o quarto. Eu arranquei minha roupa e
fiquei só de cueca. Eu me deitei e Adam deitou-=se ao meu lado de cueca também.
Ele desligou as luzes e eu me virei de costas e ele me abraçou por trás e fez
conchinha comigo. A verdade é que sono era a última coisa que eu teria aquela
noite. Minha adrenalina estava a mil e tudo o que eu queria era ler o maldito
arquivo embaixo da cama. Para piorar Adam tinha resolvido dormir abraçado
comigo.
-
boa noite – falou ele se apertando em mim e beijando minha nuca.
-
boa noite – falei de olhos abertos. O jeito seria esperar ele dormir e pegar o
arquivo e ler lá de fora.
As
horas foram passando e parecia que Adam não dormiria nunca, mas por volta dás
22:12 ele finalmente pegou no sono. Eu esperei ele dormir bastante para me
levantar. Eu não sabia se Adam estava envolvido nessa história toda, mas se ele
estivesse a última coisa que eu queria era dar pistas de que eu sabia de algo.
Exatamente
ás 23:22 Adam tirou a mão de mim e se virou de costas. Era a chance perfeita.
Eu tirei o cobertor de cima de mim e quando coloquei o pé no chão senti um
pequeno choque nos pé.
-
ai – falei puxando ele rapidamente – que droga é essa – falei sussurrando.
Eu
então coloquei novamente meus pés no chão, mas dessa vez não senti nada. Eu me
ajoelhei no chão e bem devagar enfiei a mão debaixo da cama e puxei a pasta e
fiquei de pé. Eu olhei para trás e Adam deu um suspiro. Ele estava dormindo. Eu
então dei passos bem leves e fui até a porta do quarto que era de correr, abri
e fechei ao chegar na cozinha acendi a luz e coloquei a pasta em cima do
balcão. Eu então me sentei em uma das cadeiras de apoio e abri o arquivo. Na
capa estava escrito “THE MANNEQUIN FACTORY”.
Eu
respirei fundo e antes de virar a folha eu ouvi a voz de Adam.
-
Mike?
-
eu então fechei o arquivo rapidamente e apaguei a luz da cozinha e voltei para
o quarto.
-
oi amor.
-
o que você está fazendo?
-
nada… estou só… estava com sede.
-
tudo bem – falou ele desligando a luz do abajur e voltando a dormir. Eu então
fechei a porta do quarto e fiquei na completa escuridão. Quando eu me virei eu
reparei em algo. Havia algumas pequeninas luzes espalhadas pela sala. Na
verdade eu me surpreendi por ter conseguido vê-las acho que a adrenalina no meu
corpo ajudou. Eu olhei de um lado para o outro e consegui encontrar quatro luzes em lugares diferentes.
-
que diabos é isso? – falei andando em direção a uma delas. A que eu fui estava
próxima a porta de entrada. Eu fui andando em direção a ela com o dedo esticado
e assim que toquei nela eu acendi a luz da sala. Eu agora estava com o dedo em
uma pequena bolinha preta. O engraçado é que essa bolinha que eu puxei estava
grudada na parede com um fio. Eu fui puxando e a parede foi descascando e foi
quando eu percebi.
-
câmera de vídeo – falei soltando.
Eu
então andei rapidamente até a porta do quarto e apaguei a luz da sala. Eu abri
para ver se conseguia ver luzes lá dentro e não consegui. Eu então fui andando
em direção ao cama e quando me aproximei levei um pequeno choque. Eu então me
abaixei e puxei o carpete e fez um pequeno barulho, mas Adam não se moveu.
Tinha um fio embaixo dele. Um fio escapelado. Era por isso que Adam e eu
estávamos tomando choques as vezes quando estávamos descalços.
Alguém
tinha colocado câmeras de vídeo por todo o apartamento. Eu me levantei e vesti
minha roupa. Rapidamente, mas silenciosamente. Eu realmente não queria que Adam
acordasse. Por isso que a mochila tinha desaparecido. Alguém deve ter visto
pelas câmeras que eu estava com ela e veio buscar. Então eu tinha que sair
daquele apartamento o mais rápido o possível.
Eu
então fui até a sala e assim que fechei a porta eu peguei o arquivo e abri
rapidamente em cima do balcão. As primeiras folhas tinhas instruções:
O PROJETO MANNEQUIN FACTORY (“FÁBRICA DE MANEQUINS”) FOI
CRIADO DIA DOZE DE SETEMBRO DE DOIS MIL DE ONZE A PEDIDO DE 000989240
(CONSULTAR LIVRO DE REGISTROS NESSE ARQUIVO). ESTE ARQUIVO CONTÉM O REGISTRO DE
TODOS OS ENVOLVIDOS NESSE PROJETO. OS RELATÓRIOS ENVIADOS POR SEUS PARTICIPANTES
ESTÃO RELACIONADOS EM OUTRO LIVRO QUE ESTÁ ANEXADO A ESSE ARQUIVO. OS
RELATORIOS SÃO ENVIADOS MENSALMENTE.
O RESUMO DETALHADO DE TODO O PROJETO ESTÁ EM POSSE DOS
CRIADORES DO PROJETO. NELE CONTÉM TODOS OS OBJETIVOS DURENTE TODO O PROCESSO.
ENCLUINDO O OBJETIVO FINAL. OS ENVOLVIDOS PODEM ESTAR LIGADOS DIRETAMENTE OU
NÃO. NESTE ARQUIVO ESTÃO APENAS AS INFORMAÇÕES BÁSICAS. TODO O RELATÓRIOS E AS
INFORMAÇÕES ESTÃO NO SEGUNDO ARQUIVO ANEXADO A ESTE.
As
folhas seguintes continham espécies de fichas sobre várias pessoas incluindo as
foto. Eu então olhei para essas fotos com atenção enquanto passava página por
página rapidamente:
-
Roman Orth… - falei passando a página – Apollo Pteiffer o assistente de Adam,
Scott Jackson e Roderick Steele.
Continuei
passando, mas algumas pessoas eu não reconhecia. Passei alguns 10 rostos aos
quais não reconheci até que cheguei ou último.
-
Benjamin Knight o novo porteiro do prédio. – senti um calafrio nesse momento. –
foi ele, ele que deve ter colocado essas câmeras! – falei fechando a pasta na
mesma hora. Graças a deus Adam não estava nesse arquivo.
Eu
corri até o quarto, acendi a luz e fui direto ao guarda-roupas e peguei minha
carteira e meu celular.
-
Mike? o que está acontecendo? – falou Adam olhando para mim e apertando os
olhos.
-
eu não sei – falei colocando uma blusa de frio com capuz.
-
onde você vai uma hora dessas? São quase meia noite.
-
por favor Adam, fique aqui – falei saindo do quarto, trancando a porta com a
chave e colocando ela em cima da mesa. Em seguida eu abri a porta do
apartamento e depois de olhar para os lados eu olhei para os lados e não vi
ninguém. Eu então apertei o botão do elevador, mas decidi descer pelas escadas.
Eu
tinha que ver meu pai. Será que ele estaria em segurança? E se ele reconhece
alguns rostos daquele arquivo talvez eu tivesse mais respostas. Eu desci pelas
escadas rapidamente e logo cheguei ao térreo. Benjamin trabalhava a noite e com
certeza foi ele que entrou no apartamento para pegar a mochila. Seja lá pra
quem ele trabalha a pessoa não queria que eu lesse aqueles arquivos. Eu tinha
que sair de lá se que ele me visse.
-
ok – falei me esgueirando para trás dos prédios em meio a escuridão. Eu joguei
a pasta por cima do muro e em seguida subi em cima de uns contêiner de lixo e
coloquei a mão no muro gelado para pular do outro lado. Era alto, mas eu tinha
que arriscar. A noite estava fria e minhas pernas doeram quando elas tocaram o
chão com a força do impacto. Primeiro eu pense que tinha quebrado as duas e eu
não consegui levantar de imediato, mas em seguida consegui e sai andando e
mancando um pouco.
Eu
tinha que ser rápido, não demoraria para Adam abrir a porta do quarto e vir
atrás de mim. Adam não tinha nada a ver com isso e ele não podia ficar em
perigo. Eu então comecei a correr com a pasta na mão e me vi no escuro da noite
procurando por um taxi. Eu corri três quarteirões até que finalmente vi um
carro branco virando a esquina. Era um taxi. Eu então pulei na frente dele.
-
Hey! Hey! Pare! – gritei balançando a mão esquerda no ar.
O
carro então parou eu dei a volta rapidamente e entrei.
-
por favor, me leve para a rua Rua JFK nº 909.
-
eu não posso – falou o taxista – eu acabe ide ser solicitado.
-
eu te dou U$ 200,00 – falei tirando da carteira e mostrando para ele.
O
taxista olhou para meu rosto e pegou o dinheiro.
-
logo estaremos lá – falou ele começando a dirigir o carro.
Eu
então coloquei o capuz na cabeça e fechei as janelas do carro. Eu não podia ser
reconhecido e ninguém poderia saber onde estava. Eu não sabia com o que estava
lhe dando, mas eu sabia que era algo grande. Durante a viagem eu fiquei tentado
a abrir a pasta, mas não tive coragem. Ver o nome de Felix me abalou muito.
Aparentemente todos a minha volta estavam apenas me vigiando. Em quem eu podia
confiar? Felix tinha sido o grande amor da minha vida e ele tinha me traído.
Certamente não podia confiar em mais ninguém. Havia outra pasta. E se a foto de
Adam estivesse nela?
Depois
de vinte minutos o taxi parou na porta da casa do meu pai.
-
o senhor espera até eu entrar? – falei pagando a corrida.
-
sem problemas – falou ele.
Eu
então sai do carro e fui direto até o interfone e apertei inúmeras vezes. O
taxista esperou e esperou e em seguida alguém atendeu.
-
pois não? – falou a voz do meu pai.
-
pai sou eu, Mike!
-
filho? Aconteceu alguma coisa?
-
por favor pai, estou com medo.
-
tudo bem – falou ele desligando o interfone e apertando o botão para o portão
se abrir.
Eu
sinalizei para o taxista e ele partiu e eu entrei e fechei o portão e logo meu
pai abriu a porta da frente.
-
filho? – falou meu pai siando pela porta da frente.
Eu
corri até ele para um abraço. Ele me abraçou e eu o abracei mais forte do que
nunca.
-
você está bem? – falou ele me levando para dentro.
-
estou sim.
-
Larry? O que está acontecendo? – falou Vanessa do topo da escada.
-
é o Mike Vanessa.
-
Mike? – falou ela descendo.
Eu
então tirei minha blusa de frio e joguei em cima do sofá.
-
você está bem Mike? – perguntou meu pai nervoso. – aconteceu alguma coisa com
você e com Adam?
-
não. O Adam está bem – falei ofegante.
-
e você?
-
não, eu não estou.
-
me diz o que aconteceu?
-
pai, eu não tenho muito tempo, eu só preciso que faça uma coisa por mim.
-
me diz filho, eu posso te ajudar? Chamar a policia?
-
não – falei indo até a cozinha de colocando o livro em cima do balcão.
Vanessa
e ele vieram atrás de mim.
-
pai, eu preciso que olhe bem essas fotos e me diga se você reconhece alguém.
-
tudo bem – falou ele parando ao meu lado no balcão.
Eu
fui para o final e comecei a passar as fotos. Uma por uma.
-
e então? – fale3i mostrando a primeira, a segunda, a terceira.
-
não reconheço nenhum.
Quando
eu mostrei a quinta foto ele parou.
-
espera – falou ele – esse aqui é o T.J., ele trabalha comigo.
-
ele conhece você a muito tempo?
-
sim. Conheci ele um pouco depois de sua mãe morrer.
Não
sei porque mas aquela frase do meu pai ficou ecoando em minha mente. Será que a
morte da minha mãe teria algo a ver com esse projeto? Será que esse projeto
iria tão longe?
-
o que você faz com uma foto dele? – falou meu pai tentando ver a capa da pasta
– onde você arranjou esse livro?
-
pai, por acaso você conhece esse homem? – falei mostrando a foto de Benjamin.
-
não que eu me lembre – falou ele solhando para mim – Mike o que está
acontecendo? Me diz…
-
eu não posso pai, eu não sei oque está
acontecendo… - falei nervoso.
-
filho se estiver com algum problema…
-
eu já disse que não sei – falei gritando. Eu olhei para Vanessa e depois para
ele – sinto muito
-
filho onde conseguiu essa foto? E porque tem a foto do T.J. aqui?
-
pai, lembra quando meu vídeo de sexo vazou?
-
sim.
-
não foi o Scott… o cara que eu fiz sexo que vazou o vídeo…
-
então quem foi?
-
eu não sei pai – falei colocando a mão na cabeça. – pai existe essa coisa
chamada “Fábrica de Manequins” em que estou envolvido – falei mostrando a
primeira filha da pasta.
-
sim – falou ele e Vanessa lendo.
-
bom… eu não sei bem do que se trata, mas todas as pessoas desse portfólio foram
contratadas para infernizar minha vida – falei colocando em cima do balcão e me
sentando na cadeira.
Eu
vi o rosto do meu pai enquanto passava. Ele com certeza reconheceria menos
pessoas do que eu, mas ele e Vanessa ficaram intrigados. Eu me levantei e
peguei um copo de água na geladeira.
-
eu não entendo filho – falou ele passando as páginas – você está me dizendo que
essas pessoas, incluindo o T.J. foram colocadas em nossas vidas?
-
exatamente – falei mostrando a foto de Benjamin – esse é o porteiro do meu
prédio.
-
eu vi Roman e Roderick – falou meu pai.
-
pois então? Eles só estiveram na minha vida para provocar atrasos.
-
filho, nós precisamos chamar a policia.
-
eu não sei pai. E se a policia não conseguir resolver nada? E se a policia
estiver envolvida? – eu falei isso pensando em Felix.
Eu
mal terminei a frase e o meu celular tocou. Era Adam.
-
alô.
-
Mike? Você está ficando louco?
-
Adam, onde você está?
-
estou aqui na portaria. O Benjamin disse que você não saiu. Onde você está?
-
Adam… eu vou te falar uma coisa e você não pode demonstrar reação. Diga apenas
sim – falei isso colocando a ligação no Viva-voz
-
sim – falou ele.
-
Adam, o Benjamin, nosso porteiro instalou câmeras em todo o nosso apartamento
para nos vigiar. Não enfrente ele e nem demonstre que sabe de alguma coisa
porque ele não está sozinho e eu não sei do que ele é capaz.
-
mas Mike… isso tem alguma coisa a ver com o Scott? Ele inventou alguma?
-
não diga o nome Scott! – falei alto.
-
não se preocupe, eu me afastei de Benjamin. Eu estou voltando para o
apartamento.
-
Adam, o Scott não vazou o vídeo de sexo.
-
quem foi? – perguntou Adam.
-
fui eu – falou uma voz atrás de nós.
Eu
me virei e vi Roman na porta de entrada.
-
Roman? – falei vendo ele parado.
-
o que está fazendo aqui? – falou meu pai dando dois passos.
-
Larry por favor. – falou Vanessa segurando o braço dele.
-
por favor, não tenham medo – falou ele levantando as mãos – eu estou limpo, não
tenho armas, não tenho escutas… - falou ele se virando de costas levantando a
camisa que usava e mostrando que não tinha armas. Ele levantou as pernas das
calças e mostrou que estava realmente limpo.
-
Mike? Mike? – falou Adam no telefone.
-
eu preciso ir – falei desligando – o que está fazendo aqui Roman?
-
Mike, não é o que você está pensando…
-
não adianta mentir Roman. Eu vi sua foto no arquivo.
-
não é o que você pensa…
-
o que eu penso? Eu sempre estive certo sobre você! Todos me avisaram sobre
você! – falei alto.
Ele
abaixou as mãos.
-
você é um canalha que só entrou na minha vida para me infernizar.
-
não pense que você conhece sua vida Mike, porque você não sabe de absolutamente
nada! – falou ele.
-
o que você pode saber da minha vida? – falei nervoso – me diz Roman, o que você
sabe sobre minha vida que eu não sei?
-
de tudo – falou ele colocando a mão rapidamente no bolso.
Nesse
momento eu ouvi um estouro alto. Eu vi que Roman parou de falar na hora e de
repente caiu para frente. Um homem de terno estava parado atrás dele com uma
arma. Roman estava caído no chão e o homem atrás dele
deu um passo para frente.
- vocês estão bem? – perguntou o
homem.
- sim. – responderam meu pai e
Vanessa ao mesmo tempo. Aquilo tudo havia sido muito estressante porque senti
minhas pernas fraquejarem e perdi a consciência milésimos antes de bater no
chão.
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