Capítulo 25: Por Que Você Trouxe uma Arma Para a Festa? | Conto: Paixão Secreta | Temporada: 6ª

POR QUE VOCÊ TROUXE UMA ARMA PARA A FESTA? capítulo vinte e cinco

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orque a maioria das histórias de terror americana começa com uma garota seminua? Correndo de um bandido com a faca em punho? A verdadeira história de terror é aquela que nos remete ao horror. Ir a um shopping ou a escola sem saber que ali dentro haverá um tiroteio. Um maluco com metralhadora que atira do alto de um prédio. Não saber se um avião irá se chocar contra o seu prédio ou se um maluco em um carro vai te atropelar no meio da rua. O verdadeiro horror de um americano é ser livre porque sempre haverão aqueles que acham que você é livra de mais… ou de menos. O dia 9 de novembro ficará marcado em minha memória. Foi o dia em que meu pesadelo começou.

Ainda era de manhã. Mal tinha conseguido dormir naquela noite. Era pouco mais depois das nove da manhã. Já tinha enviado dezenas de mensagens fofas para Craig. Dezenas de mensagens pedindo perdão. Estava me sentindo tão culpado com tudo aquilo. Craig visualizava minhas mensagens e não respondia. Estava puto comigo mesmo. A noite passada tinha sido um desastre. Desci as escadas e percebi que Jason já tinha ido embora. Ontem quando o pai foi para o hotel ele estava desmaiado no sofá. Zoe estava sentada na cozinha tomando café da manhã.

- bom dia – falou Zoe quando cheguei vestindo o robe.

- o que é que tem de bom – falei me sentando perto dela e tomando um gole de seu café.

- ainda está chateado por ontem?

- você não ficaria?

- eu nem sei o que dizer. Não imagino o que faria em uma situação como essa.

- eu nasci sozinho e vou morrer sozinho. Meus pais me abandonaram quando criança e eu afasto as pessoas que tentam se aproximar de mim. Eu sou uma maldição ambulante.

- pare de falar essas coisas sobre você Mike.

- mas é a verdade. Eu tenho um homem maravilhoso em minha vida e eu digo o nome do meu ex na cama.

- você precisa voltar a ir semanalmente no psiquiatra.

- vai se ferrar.

- é sério Mike. Você mesmo disse que foi a psiquiatras e psicólogos a sua vida inteira. Talvez seja hora de voltar. Você não está conseguindo lidar com todas as suas emoções.

- eu só espero que ele ainda queira se casar comigo.

- você quer se casar com ele?

- quero – falei respirando fundo.

- você tem certeza?

- você quer mesmo saber a verdade?

- sou sua melhor amiga no momento Mike. Desembucha.

- Eu quero sim me casar com Craig. Eu o amo. Acho que o amo. Gosto da companhia dele. Ele tem sido um homem maravilhoso.

- mas… - falou Zoe.

- mas… - eu respirei fundo – eu tenho medo de me casa com Craig e Adam se divorciar de Jason e ficar disponível de novo.

- Adam não te merece Mike.

- ai que você se engana Zoey. Tem alguma coisa errada no casamento de Adam e Jason. Jason ontem estava triste e cabisbaixo pelo casamento de Adam estar sendo um fracasso. Adam vive chorando e me mandando mensagens dizendo pra me afastar de Craig. Tem alguma coisa que eu não estou vendo.

- ou talvez você só esteja paranoico se recusando aceitar que se apaixonou por um cachorro sem vergonha.

- eu não sei. Quando estou perto de Adam sinto uma coisa ruim vindo dele.

- deve ser a presença dele mesmo.

- é sério Zoey – falei rindo – tem algo de errado com Adam.

- sabe o que é isso? Seu corpo inventando desculpas para ficar próximo de Adam. Seu amor por ele é doentio.

- exatamente o que Craig disse ontem a noite.

- talvez ele esteja certo. Já parou pra pensar nisso?

- Olha eu sei que não acredita em mim – falei me levantando e indo até a geladeira – mas eu sei que tem algo de errado ali. Não sei  oque é, mas eu coloco minha mão no fogo por ele.

- então faça isso hoje a noite durante a festa. Depois que a Fogueira for acesa – falou Zoey ficando de pé – eu já até arrumei minha fantasia.

- você vai de que?

- vou de Harley Quinn. ;e você?

- vou de nada. Já não basta ter que ir a essa festa. Se tem uma coisa que eu não estou com vontade é de ir em festas.

- você que sabe. Eu estou animada.

- aposto que Joe vai se vestir de curinga – falei colocando suco em um copo e pegando uma banana.

- acertou – falou ela rindo.

- acho que alguém está apaixonada.

- não estou – falou ela jogando uma maçã na minha direção e eu a peguei no ar.

- está sim. Você fica dizendo que eu estou caído pelo Adam, mas a verdade é que você está caidinha pelo Joe. Apaixonadinha.

Meu celular começou a tocar e eu peguei correndo achando que era Craig, mas na verdade era Vanessa.

- Mike?

- Vanessa?

- Sim. Como você está?

- estou bem. E você? Como vai? E meu pai?

- estamos bem. Na verdade estamos em Greenville. Decidimos passar o fim de semana aqui.

- que bom. Vocês podem ficar hospedados aqui na casa do meu namorado.

- não precisa. Nós estamos no hotel aqui no centro. Nós estamos bem. Na verdade queria saber se poderíamos almoçar todos juntos.

- Claro. Vou enviar para você a localização de um restaurante maravilhoso.

- tudo bem – falou ela animada.

Enviei a ela a localização do restaurante Life of Pie. Eles faziam tortas maravilhosas para servir durante o almoço e o jantar. Gostava de comer lá pelo menos duas vezes na semana com Craig. Convidei Zoey para ir comigo ao almoço, mas ela disse que já tinha um encontro marcado com Joe. Cheguei ao restaurante primeiro do que meu pai e Vanessa. Ao me ver Rachel correu na minha direção e me deu um abraço.

Meu pai estava com um sorriso no rosto assim como Vanessa. Deu um abraço e um beijo nos dois e nós nos sentamos.

- é tão bom ver vocês sorrindo – falei aliviado. Pensei que meu pai estava depressivo ou algo do tipo, mas agora ele parecia bem melhor.

- é bom te ver Mike – falou Vanessa se sentando.

- e você pai? Como vai?

- vou bem – falou ele sorrindo para mim – melhor agora que estou com você. Faz tempo que não te vejo.

- Eu estava preocupado com o senhor. A última vez que veio aqui aprecia meio transtornado com algumas coisas. Fico feliz que a terapia esteja funcionando.

- está sim – falou meu pai olhando para Vanessa e ela concordou com ele.

- e como vai a vida meu filho? Ainda namorando o seu chefe?

 - sim – falei colocando bastante comida na boca. Não queria entrar em detalhes. Queria mostrar para meu velho que estava feliz. Não queria vê-lo deprê.

O almoço transcorreu normalmente. O pude notar é que Vanessa fez a coisa certa aconselhando meu pai a terapia. Ele estava bem mais feliz. Quando saímos do restaurante decidimos passar um pouco em um parque que tinha lá perto do restaurante..

- a torta estava maravilhosa – falou Vanessa segurando na mão de Rachel enquanto ela tentava se soltar para correr atrás de alguns patinhos.

- eu gostei da de frango – falou meu pai – sempre foi minha favorita.

- Eu tive uma quedinha pela de amora, mas a de maçã estava divina – falou Vanessa.

- eu gostei da torta de carne moída – falou Rachel – estava divina.

Todos nos começamos a rir e eu a segurei pegando no braço. Dei um beijo no rosto dela.

- em que hotel vocês estão hospedados?

- no Chateau Resort – falou Vanessa – perto do aeroporto.

- sei qual é – falei girando com Rachel no braço.

- você poderia ir para lá para nós assistirmos a um filme ou algo assim. Uma noite me família.

- Hoje eu não posso porque tem uma festa na universidade, mas amanhã eu vou.

- combinado – falou Vanessa.

- vou ficar ansioso esperando sua chegada – falou meu pai passando o braço por trás de mim me deixando junto a ele.

Voltei para a casa de Craig já bem tarde. Quase quatro horas da tarde. Liguei para Zoey e ela disse que já estava no campus ajudando com a decoração da festa. A irmandade que ela participava ficou encarregada da decoração desse ano. Por outro lado a minha irmandade ficou encarregada de conseguir lenha para a fogueira, mas eu claramente não estava ajudando e nem pretendia. Decidi de uma vez por todas que não iria fantasiado para a festa. Uma bermuda, uma camiseta e um tênis. Esse era o meu look. Doa a quem doer. Eu não estava nem um pouco afim de festejar. Durante o resto da tarde enchi a caixa de mensagens de Craig pedindo perdão e implorando para que ele me perdoasse.

A festa se aproximava a cada ‘Tic’ e a cada ‘Tac’ do relógio. O sol se pôs e a noite se tornou escura. Peguei um Uber que me levou até o lugar da festa. A fogueira ainda não havia sido acesa. Os alunos cantavam em coro o hino da universidade. A medida que caminhava em minha mente tudo acontecia em câmera lenta. Não sentia os meus pés tocarem o chão. Eu por outro lado fui até o meu antigo quarto e cai deitado na cama. Olhei novamente no celular e levei um susto quando Zoey apareceu já vestida.

- Mike eles já vão acender a fogueira.

- tudo bem – falei largando o celular em cima da cama e segurando na mão de Zoey. Nós encontramos Joe no andar de baixo vestido como curinga. Saindo da minha universidade vi dois irmãos saindo com máscaras. Uma das máscaras tinha três rostos com narizes vermelhos compridos e o outro usava uma máscara de um palhaço misturado com um elefante.

Nós saímos da casa e seguimos pelo campus em meio a multidão de alunos. O Palco armado do lado esquerdo trazia o reitor que dizia algumas palavras de orgulho. Enquanto caminhávamos ouvi alguém chamar meu nome.

- Mike! – falou uma voz masculina.

 Olhei para trás e vi Stanley e seu namorado policial Clyde Holloway.

- vocês vieram! – falei surpreso apertando a mão dos dois.

- sim – falou Clyde – não conhecemos muito  bem a cidade e estávamos loucos para sair do quarto do hotel.

- imagino que deve ser barra ter que passar pelo o que estão passando.

- agora estamos um pouco mais tranquilos. Seu namorado nos garantiu que o nosso caso é praticamente ganho.

- ele é bom no que faz – falei olhando em direção ao palco. Todos começaram a contagem regressiva. Dez, nove, oito, sete, seus, cinco, quatro, três, dois, um…

Um homem vestido de palhaço caminhou com uma tocha em direção a fogueira e ateou o fogo que começou a se alastrar. Todos começaram a gritar histéricos. Uma música alta começou a tocar e houveram alguns estouros que jogaram tinta no ar transformando todos em palhaços. Literalmente. Mesmo aquele que não forma fantasiados ficaram cobertos de várias cores.

- Vem Mike! – falou Zoey me puxando para chegar mais perto para ser golpeado com a tinta em pó.

- eu não estou afim de festejar Zoey.

- esquece isso Mike. Vem festejar. Pelo menos por uma noite.

Olhei para trás e estendi a mão e Stanley segurou e Clyde segurou na dele e nós finalmente entramos no meio da multidão. Alguém passou com copos vermelhos de bebida e cada um de nós pegou um. Todos nós pulávamos e dançávamos em meios aos estudantes. Em certo momento as bebidas já não estavam mais na nossa mão. Mais uma vez houveram estouros e mais tinta foi jogada no ar. Uma névoa colorida se espalhou. O calor da fogueira nos alcançava a medida que adentrávamos a multidão. Nós não tínhamos escolha. Era como entrar no metrô em Nova York. Você entre mesmo sem se mover.

- está se divertindo? – perguntou Zoey segurando em minha mão.

- estou sim! – gritei levantando os braços. Fechei os olhos e deixou meu corpo ser levado pela música. Outra vez houve um estouro e mais tinta foi jogada no ar. Esqueci minha vida, esqueci meus problemas, política, contas, dividas, amor e ódio. Sentia um nó em minha garganta enquanto pulava no meio da multidão. Stan e Clyde estavam abraçados e se beijando. Olhei para o outro lado de Zoey estava abraçada com Joe também se beijando. Trocando caricias.

- foda-se! – falei correndo na direção da fogueira e passando por ela eu subi no placo. Levantei os braços e soltei um grito. Sai correndo no meio da multidão e dei um pulo caindo nas mãos da multidão que começou a carregar de um lado para o outro. Eu estava todo sujo com a tinta amarela, vermelha, azul e verde que foram jogadas. Mais uma vez houve o estouro e uma névoa se formou enquanto eu era carregado na multidão. Eu acabei ficando tonto e quando me colocaram no chão eu vomitei. Tinha perdido a conta de quantos copos de bebida tinha tomado.

Olhei para trás e agora estava fora da multidão. Haviam algumas amigas tirando selfies e eu me aproximei a elas.

- quantas horas?

- uma da manhã – falou uma delas que tinha o cabelo platinado.

A hora tinha passado voando. Meu corpo doía de tanto pular e dançar. Não foi tão ruim aparecer na festa afinal de contas, mas eu precisava descansar um pouco. No caminho de volta passei pro um monte de gente fantasia de Curingas e Pennywises. Reconheci também algumas das máscaras dos crimes que aconteceram a pouco tempo. Alguns estavam com facas falsas correndo atrás de garotas. Todos éramos adultos, mas festas como essas revelavam o nosso lado adolescente. Acho que é verdade quando dizem que idade é um estado mental.

Acho que essa era a primeira vez que chegava na minha fraternidade e não tinha ninguém dentro da casa. Subi as escadas e fui até o meu quarto e peguei o meu celular que estava em cima da cama. Nada de Craig. Escrevi uma mensagem perguntando como estava a festa em Nova York e me levantei indo para frente do espelho. Fiquei encarando minha patética maquiagem de palhaço. Graças as bombas de tintas que foram jogadas agora eu estava em todas coras da cabeça aos pés.

- você está ai! – falou alguém na porta do meu quarto.

- que susto – falei olhando para Stan – onde está o policial? Esqueci do nome dele.

- Clyde – falou ele respirando fundo – está lá na multidão – falou ele se sentando na minha cama – ele acabou encontrando alguns policiais fazendo a segurança da festa e ficou lá conversando. Sabe como é.

- entendo – falei apertando os lábios.

- onde está Zoey?

- eu não sei acho que está lá na multidão também ou talvez tenha escapado para dar uns amassos no namorado – falei rindo.

Nós dois ficamos em silêncio e então meu celular vibrou. Peguei o celular imaginando ser uma mensagem de Craig, mas na verdade era a mensagem de um celular desconhecido. ‘Eu te Amo’ dizia a mensagem: ‘Me Perdoe’.

- o que é? – perguntou ele se aproximando de mim.

- uma mensagem de um número desconhecido. Algumas declarações de amor. Provavelmente é engano.

O celular começou a tocar e eu me assustei deixando-o cair no chão. Peguei o celular e vi que a tela estava quebrada. Não conseguia nem ver o nome de quem ligava.

- que merda! – falei olhando para o celular.

- O iPhone mais caro com a tela mais quebrável – falou Stanley rindo.

- concordo.

Quase que ao mesmo tempo em que concordei com Stan ouvi uma correria. Passos de aproximando do meu quarto e vi Zoey. Ela estava com uma expressão pálida. Ela parou próxima a porta e eu percebi que ela estava em estado de choque.

- o que foi Zoe?

- alguém te ligou? – perguntou ela eufórica.

- sim, mas a tela do meu iPhone se quebrou – falei chegando mais perto ainda dela – o que aconteceu?

- ele cometeu suicídio! – falou Zoey

- quem? – perguntei nervoso.

Nesse momento ouvi barulho de tiros e a multidão correndo. Nós três fomos até a janela e de lá vimos os alunos correndo após ouvirem o som de tiros. ‘Pá! Pá! Pá! Pá! Pá!’ o som continuava enquanto alguns estudantes caiam no chão em meio a fria noite. Tentei focar e vi que próximo a fogueira havia um o que parecia ser um homem com roupa de palhaço atirando em todas as direção.

- meu Deus! – falou Zoey colocando a mão no rosto.

- vamos embora daqui – falou Joe segurando na mão de Zoey. Quando olhei para trás vi que Stanley já tinha saído correndo preocupado com Clyde. Nós saímos do quarto e descemos as escadas e vimos que alguns irmãos tinham entrado e colocando armários e estantes na frente da porta.

- o que aconteceu? – perguntou Joe.

- um atirador! – falou Sky se aproximando de nós – está atirando para todos os lados.

- Ally? – falei vendo Ally encolhida em um sofá.

- Mike! – falou ela assustada.

- o que está fazendo aqui? Não deveria estar em Nova York?

- sim. Deveria. Eu voltei para trás porque Craig nunca apareceu.

- Craig não foi?

- não. Eu voltei segundos antes de começarem a atirar

A gritaria continuou e Zoe, Ally e eu fomos até a janela e vimos enquanto todos corriam em todas as direções. Foi então que uma figura oira se jogou contra a janela fazendo com que nos assustássemos. Era Meadow. Ela estava com as mãos cheias sangue. Parece que tinha se ferido.

- Meadow! – falei assustado – deixa ela entrar! – gritei olhando para Sky.

- É um culto, Mike! – falou Meadow olhando para trás – Um culto doentio!

- do que você está falando?

- Estão todos nele. A polícia, seu ex marido, sua madrasta! Seu noivo! – Meadow olhou para trás assustada – você precisa ir até a Royalty e tentar descobrir… - Meadow olhou para trás novamente e começou a gritar – Não. Por favor, não! - O mascarado atirador apontou a arma para Meadow disparando. Ela bateu contra o caiu.

- precisamos sair daqui – falou Joe chamando nossa atenção. O Atirador olhou para dentro da nossa fraternidade e deu um tiro na porta. ele começou a atirar contra ela enquanto nós fugíamos pela porta dos fundos. Nós conseguimos sair e corremos pelo campus até conseguir chegar a estrada principal. A policia já havia chegado e começava a prestar assistência para as vitimas. Eu continuei a andar e Zoe, Joe e Ally olharam para mim.

- onde você vai? – perguntou Ally.

- precisamos ir até a Royalty – falei olhando para trás – vocês não ouviram o que a Meadow disse antes de morrer? Precisamos ir até lá e descobrir o que está acontecendo.

- Vamos no meu carro! – falou Joe correndo em direção ao seu carro. Nós entramos e seguimos viagem pela estrada. Quando nós saímos do carro eu olhei para Zoey e impedi que ela continuasse.

- quem cometeu suicídio? – falei olhando para Zoey.

- seu pai – falou ela com lágrimas nos olhos.

- não e possível. Como você sabe disso?

- sua madrasta me ligou. Vanessa.

- é mentira – falei continuando a andar enquanto entravamos no prédio. Quando chegamos ao andar Ally colocou a senha e nós nos dividimos. Fomos a sala de todos sócios e procuramos por alguma coisa que pudesse nos ajudar. Eu fui até a sala de Adam.

- não é mentira Mike – falou Zoey parada na porta da sala de Adam.

- como você tem certeza?

- Vanessa não estava mentindo. Ela estava chorando. Disse que ele tomou uma overdose de remédios.

- isso é mentira! – gritei com todas as forças sentindo meu pulmão explodir – deve ter alguma coisa nessa droga de sala que ajude – falei empurrando o computador de Adam para o lado. Quando fiz isso eu coloquei as duas mãos na cabeça e respirei fundo.

 - o que é isso? – falou Zoey se aproximando e pegando um pequeno fio preto. Olhei e percebi que ela estava de joelhos olhando em baixo da mesa..

-  oque você está procurando?

- esse é um fio de fibra ótica Mike.

- o que é isso?

- é uma escuta – ela se levantou e puxou o fio que foi fazendo um buraco na parede a medida que ela puxava – está vendo só? – falou ela apontando – havia uma escuta aqui o tempo todo.

- mas quem colocou?

- Craig. Não vê? O prédio é dele.

- não. Eu duvido que ele seja capaz disso.

- você mesmo viu o que Ally disse. Ele não compareceu a Nova York. Está em outro lugar

- com licença – falou uma mulher chegando até a porta – eu estou procurando Mickey Fabray – falou ela com um sorriso. Havia um homem ao seu lado.

- Kronus? Phoebe? O que estão fazendo aqui?

- Perdoe-me meu rapaz, mas meu nome é Theresa Doyle e esse é meu parceiro Bryon Giroux – Eram os anfitriões da festa The Roulette.

- o que estão fazendo aqui a essa hora?

Antes que eles respondessem os dois sacaram uma arma cada um e fez com que Zoe e eu fossemos até a sala de reuniões. Joe já estava lá. Ally ainda não estavam. Torcia para que ela tenha conseguido fugir para pedir ajuda.

- o que diabos é isso? – falei nervoso – o que vocês fizeram com Adam?

- você é uma praga em nossos planos – falou Theresa fechando a porta de vidro – nós tivemos que improvisar.

- do que estão falando? – falei olhando para Zoe e depois para Theresa e Bryon – o que vocês querem conosco?

-  não nos leve a mal Sr. Fabray. Bryon e eu não queremos nada com vocês. Nós somos assassinos profissionais.

- os melhores da Dark Web – completou Bryon – nós fomos contratados para matar o Sr. Rufus Greggory McCormick.

- o que vocês fizeram com Craig? Ela está bem?

- Não. Ele não está bem. Ele está morto em seu quarto de hotel – falou Bryon – quando for encontrado o autópsia revelará que ele teve uma overdose. O empresário era viciado em heroína – falou ele rindo.

- precisamos admitir que ele lutou bastante – falou Theresa rindo – Ele tentou não dizer nada, mas eu sou – como dizem… - perita na arte da tortura – Theresa abriu uma mala com vários instrumentos lá dentro.

- o que ele disse a vocês?

- que na verdade o nossos patrão não é mais o herdeiro de toda a grana do Sr. McCormick. É você. Nós dissemos isso a ele e sabe o que ele disso? – falou Theresa olhando para Bryon.

- disse que nos paga um milhão a mais para te matar.

- dois milhões se levarmos a sua cabeça dentro dessa mala – falou ela ajeitando – acho que ela cabe aqui.

Zoey e Joe não diziam nada. Eles estavam muito assustados. Eles sabiam que não sairiam vivos de lá.

- na verdade ele disse uma terceira opção – falou Theresa pegando um papel em seu bolso – quando você receber o dinheiro do seguro de Craig você precisa transferir todo o valor para essa conta. Precisa liquidar a empresa e transferir todo o valor para essa outra conta – falou ela me entregando outro papel.

- estamos entendidos? – perguntou Bryon – você tem três opções: Morrer, cabeça dentro da mala ou ficar calado e fazer o papel de garoto tristonho até receber o dinheiro.

- Eu não vou fazer nada – falei ficando de pé.

Bryon olhou para Theresa e os dois deram uma risada. Eles achavam mesmo que iria, me obrigar a fazer algo? Eles estavam muito enganados.

- eu recomendo que você se sente – falou Theresa com a voz autoritária.

- vocês não podem fazer isso. Eu vou até a policia assim que sair daqui – falei dando a volta na mesa. Zoe e Joe continuavam em silêncio. Olhei para eles e voltei a olhar para o casal a minha frente.

- Sr. Fabray – falou Bryon caminhando dois passos na minha direção – acho que Theresa e eu não fomos muito claros quanto as nossas intenções. Por algum motivo você acha que o que está acontecendo aqui é um jogo. Não. Só é um jogo quando você tem chance de vencer, mas você já perdeu. No momento em que entrou no nosso caminho.

- eu vou até a policia – falei com raiva – eu não vou ser chantageado.

Nesse momento Ally veio caminhando até a sala de reuniões com alguns papéis na mão. Ela não percebeu o que estava acontecendo. Ela abriu a porta trazendo algo.

- Mike eu acho que encontrei…

Bryon virou para trás e deu um tiro no meio da testa de Ally que foi jogada contra a parede de vidro e deslizou-se jorrando sangue até que caiu no chão. Zoe começou a gritar histérica e Joe a abraçou. Meu coração disparou e não consegui me mover.

- você entendeu o nosso acordo Sr. Fabray? – falou Bryon com as luvas de couro.

Eu olhei para Ally morta no chão e olhei para ele.

- e se eu for a policia? – falei sentindo meu coração disparar.

- Os filhos e a ex esposa do seu namoradinho serão mortos – falou Theresa mostrando o celular para mim. Era um vídeo de Jullie, Christian e Megan presos em um lugar sujo. Eles estavam imundos e abraçados.

- isso é ao vivo? – falei pegando o celular.

Bryon pegou o celular dele e digitou alguma coisa. Alguns segundos depois um homem encapuzado entrou na sala onde eles estavam e olhou para a câmera.

- sim é ao vivo – falou o homem mostrando a faca e saindo da sala.

- então não é o Adam?

- não – falou Bryon – nosso plano original era convencer Adam a se casar com o filho de Rufus. O papel de Adam era convencer Jason a querer a empresa e no instante que ele o fizesse seu querido pai morreria. Adam então transferiria todo o dinheiro para essas contas que agora está em sua mão.

- então vocês vem chantageando Adam por meses?

- nove meses para ser mais exato – falou Theresa – o engraçado é que ele fez tudo ao pé da letra até que encontrou você na maldita festa de casamento. Foi quando ele começou a vacilar.

 - é por isso que Adam queria que eu me afastasse de Craig. Ele não queria que eu me metesse nisso tudo.

- Heyy! – falou Theresa batendo palmas – temos um garoto esperto aqui.

- quem seria tão ganancioso ao ponto de fazer tudo isso por causa de dinheiro?

- você tem duas contas na ilhas Cayman – falou Bryon – são duas pessoas gananciosas que estão pagando caro para ter sua cabeça naquela mala então eu sugiro que siga as nossas recomendações. Você tem até dia o fim dessa semana. Cada dia que passar e você não fizer o que pedimos a cabeça de um dos três será cortada fora. Bryon e Theresa ainda usavam suas luvas de couro pretas.

Theresa pegou o celular da minha mão e eu olhei para trás. Zoey e Joe estavam nervosos e loucos para irem embora. Eu respirei fundo sem saber o que fazer.

- não se preocupem com ela – falou Theresa apontando para Ally – O Limpador virá em uma ou duas horas. Até amanhã ele conseguirá apagar qualquer vestígio que ela tenha deixado nessa sala. E nessa terra. Os dois olharam para mim assustados.

- o que eu faço? – falei me sentando na cadeira.

- você precisa fazer o que eles mandaram – falou Zoey.

- só tem um probleminha – falei me lembrando da noite que assinei a papelada de Craig – na noite que eu assinei os papéis que me tornavam beneficiário eu levantei no meio da noite e retirei um dos papéis que estavam no monte e joguei fora. Quando a seguradora perceber que está faltando um dos papéis – e eles vão perceber – ele será anulado. O antigo beneficiário continua.

- espera – falou Zoey – aquele cara disse que não dois gananciosos, certo?

- sim – falei confuso.

- isso significa que quando descobrirem que você não é o beneficiários eles vão querer te matar. A nós todos. Nós três somos testemunhas. Eles só nos deixaram ir porque eles acham que tem esse trunfo sobre nós.

- sim, mas não podemos ir até a policia porque se não eles matam os filhos de a ex esposa de Adam.

- nós precisamos de um plano Mike.

Zoey se levantou e então o celular dela vibrou. Ela viu que era uma mensagem. Ela leu e guardou o celular.

- era a Vanessa – falou Zoey – o seu pai não morreu. Ele está em coma no hospital;

- então é verdade? – falei me levantando.

- sim – falou Zoey – sinto muito.

- eu preciso ir vê-lo – falei caminhando para fora da sala. Antes de sair eu me abaixei e fechei os olhos de Ally.

Deixem o comentário e o voto de vocês. Espero que tenham gostado. O título desse capítulo vem da canção 'Why'd You Bring a Shotgun to the Party?' da banda The Pretty Reckless. Um abraço a todos.