Capítulo 26: Adam White Morreu Pelos Seus Pecados: Ser Desprezível | Conto: Paixão Secreta | Temporada: 6ª

ADAM WHITE MORREU PELOS SEUS PECADOS: SER DESPREZÍVEL capítulo vinte e seis

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E

ra segunda feira. Fim de tarde. Finalmente haviam liberado o corpo dele. Meus pés não tocavam o chão. Como eu queria ter super poderes para poder mudar aquilo que não está em meu controle. Derrotar os cara maus, ser um dos mocinhos. Infelizmente eu sou apenas um cara normal com uma grande azar. Estou sempre no lugar errado, na hora errada com o cara errado. Eles sempre acabam morrendo. Tudo o que eu toco morre. Me sinto como Midas, rei de Frígia. Meu toque era maldito. Minha presença indesejada.

11 DE DEZEMBRO

CASA FUNERARIA Cheshire Family

Dentro daquela sala gelada sob a fraca luz e o chão acinzentado engoli em seco quando o legista levantou o lençol. Ele estava pálido, seu rosto estava sem vida e agora já não restava nada. Ele estava sereno, o rosto cheio de marcas assim como os braços e o pescoço.

- qual foi a causa da morte? – perguntei olhando para o legista.

- os exames preliminares indicaram overdose de heroínas, mas… extra oficialmente – falou o legista tocando o corpo dele – essas marcas são muito semelhantes a de tortura. Provavelmente esse é um caso de suicídio forçado. O detetive anotava tudo enquanto o legista dava o seu parecer. Eu não confiava no detetive. Eu lembro das palavras de Meadow.

‘É um culto doentio! Todos estão neles: A policia, seu ex-marido, sua madrasta, seu noivo!’

- você confirma que é ele? – perguntou o detetive olhando para mim.

- sim – falei tocando o rosto dele. Estava gelado. Deixei algumas lágrimas caírem – é o Adam – O sorriso que ele tinha quando me via já não estava mais lá. Ele não passava de um corpo deitado em uma mesa fria.

- Mike! Mike! – falou o detetive me acordando do meu tranze.

- o que foi? – falei olhando para ele.

- você confirma que é ele? – perguntou o detetive olhando para mim.

- sim – falei respirando fundo – é o Craig – Ele estava tão frio. O sorriso que ele tinha quando me via já não estava mais lá. Ele não passava de um corpo deitado em uma mesa fria – eu não aguento mais – falei me virando e saindo de lá e ao chegar no corredor me sentei uma das cadeiras sentindo minha cabeça doer muito forte.

- você está bem? – perguntou Zoey se sentando ao me lado.

- sim. Eu estou.

- o que nós vamos fazer Mike? – perguntou ela ansiosa.

- eu vou ter que fazer o que eles mandaram – falei olhando para ela enquanto limpava as lágrimas.

- você acha que eles nos deixarão vivos? – falou Zoey se levantando – você não pode fazer o que eles querem, Mike. Precisamos de um plano.

- esquece Zoe. Craig está morto, meu pai está em coma por ter tentando cometer suicídio. A minha vida está um caos.

- você não pode desistir. Não agora – falou ela com raiva – eu não estou pronta pra morrer.

- pois devia. A vida não vale nada. É uma droga e depois você morre.

Zoey se aproximou e deu um tapa na minha cara.

 - o que está acontecendo aqui? – perguntou o detetive chegando bem na hora. Coloquei a mão no meu rosto e Zoey olhou para mim e saiu andando pelo corredor.

- não é nada – falei ficando de pé – eu estou liberado? Quero ir ao hospital ver meu pai.

- sim – falou o detetive.

Caminhei rapidamente pelo corredor e na calçada do lado de fora enquanto Zoey sentada. Ela estava pensativa. Passou a mão nos cabelos verdes que eram jogados pelo vento e olhou para os carros que passavam na rua. Me sentei ao lado dela no chão molhado. Havia chovido durante o dia todo e por algumas horas ela havia estiado.

- desculpa – falou Zoey.

- não tem problema.

- o que vamos fazer Mike? – falou ela olhando para mim – eu não quero morrer.

- nós não vamos morrer. Eu vou fazer o que eles querem.

- Mike, eles não irão nos deixar vivos. Eles estão brincando com a gente. Só estamos vivos porque eles precisam de você.

- eu sei Zoey, mas eu não sei  oque fazer.

- você conseguiu falar com Adam?

- não. Liguei algumas vezes no celular dele, mas foi direto para a caixa de mensagens – respirei fundo – tem muita coisa em minha cabeça Zoe. Eu não sei se consigo lidar com tudo isso.

- por favor não me diga que também vai tentar cometer suicídio?

- talvez… deve ser o único jeito de sair dessa bagunça. Amanhã é a leitura do testamento de Craig e depois do enterro vou ter que transferir o dinheiro para essas contas.

- eles vão nos matar logo em seguida – falou Zoey se levantando.

- sim. bem provável. E o pior é que não podemos confiar na polícia.

- porque não?

- pelo o que a Meadow disse no dia do tiroteio.

- Tem algo de errado com o que a Meadow disse naquele dia – falou Zoey pensartiva.

-  oque quer dizer?

- culto? Isso não é um pouco estranho? Levando em consideração que Stanley Anthony estava aqui?

- acha que ele tem algo a ver com isso?

- não, mas é muita coincidência que Stanley Anthony esteja aqui na Carolina do Norte e Meadow diga aquelas coisas sobre culto. E se ela soubesse que Stan estava aqui? Ela que mandou a gente ir para a empresa.

Após a morte de Craig Stan e Clyde voltaram para a Flórida. Com Craig morto eles não tinham defesa e Stan provavelmente seria preso. Eu tentei ligar para a fonte que Craig tinha, mas não consegui contato. Pedi desculpas pelo o que tinha acontecido, mas eles entendiam a minha dor. A morte de Craig não deveria ter acontecido.

- eu não entendo o que você quer dizer com isso.

- Mike preste atenção – falou ela respirando fundo tentando organizar as ideias.

- o que nós sabemos sobre o tiroteio que aconteceu no campus?

- sabemos que foi falso.

10 DE DEZEMBRO

SEDE DA ROYALTY GROUP

Antes da sair da sala me inclinei e passei os dedos fechando os olhos de Ally. Minhas pernas tremiam. Meu coração estava destruído. Pobre Ally. Foi tragada para toda essa bagunça. Tudo o que ela queria era ser a melhor. Estava abaixado olhando para Ally. Passei a mão no rosto limpando uma lágrima que escorreu pelo meu rosto quando Zoe veio até a porta da sala.

- Mike! – falou ela agitada.

- o que foi? – perguntei olhando para ela.

- você tem que ver isso!

Segui Zoe pelo corredor e quando chegamos ao saguão vimos que a televisão estava ligada. Joe estava com o controle na mão. O noticiário mostrava o campus e o tiroteio que havia acontecido.

- Recebemos agora a confirmação de o número de vitimas fatais do tiroteio é zero. A policia confirmou que foram usadas balas de borracha. O individuo vestido de palhaço deixou a arma jogada na grama e não foi encontrado. Testemunhas disseram que o suspeito seria um homem de aproximadamente um metro e noventa e destro.

- ninguém morreu? – perguntei confuso.

- não – falou Zoe – eram balas de borracha. Alguns ficaram feridos, mas não foi nada grave. Parece que foi apenas uma pegadinha.

- menos mal – falou Joe olhando para nós dois – o que fazemos agora?

- eu vou para o hospital ver o meu pai – falei me lembrando o que tinha acontecido.

- você quer que nós vamos com você? – zoe tocou meu ombro.

- não precisa. Voltem para o campus.

- eu te ligo – falou ela me dando um abraço – espero que fique tudo bem com seu pai.

- eu também – falei olhando em direção ao corredor onde Ally estava.

11 DE DEZEMBRO

Todo o tiroteio foi na verdade uma pegadinha de mau gosto de um aluno. Essa é a versão oficial da policia que até o momento não encontrou o suspeito e nem a roupa. A arma que foi deixava no gramado do campus não tinha digitais.

- e se não foi uma pegadinha – falou Zoey conspirando – e se o que aconteceu no campus tiver ligação com o que aconteceu na empresa?

- eu não sei como se encaixa…

- Mike, você não está pensando. Stanley Anthony está em Greenville na mesma noite em que um homem fantasiado de palhaço encena um tiroteio. Tudo isso seguido de Meadow falando coisas sobre culto e dando nomes de pessoas que até agora se provaram ser vitimas. Ela disse que seu ex- marido estava envolvido e descobrimos que ele em sendo chantageado a meses. Ela disse que sua madrasta estava envolvida e seu pai tenta cometer suicídio. Ela finalizou dizendo que seu noivo estava no meio e ele está morto.

- acha que Meadow inventou tudo isso.

- não, ela não inventou isso do nada – falou Zoe – acho que Meadow agiu sob as ordens de alguém. Seja lá quem for essa pessoa é uma das pessoas que receberá o dinheiro quando você depositar esse dinheiro.

Olhei para a rua e vi os carros passando sob uma poça de água. Havia uma folha caída no chão. Lembrei da chuva e da sensação que ela causava em meu corpo. Não estava pronto para abrir mão dessa sensação.

- vamos! – falei me levantando.

Zoe e eu pegamos um taxi até o campus. Ligamos para Joe e pedimos que ele nos encontrasse em frente a biblioteca. Era pouco mais das seis da tarde. O sol começava a se por. Estava frio e Zoe e eu estávamos de mãos dadas. Meu coração batia forte. Talvez estivéssemos errado. Talvez estivéssemos prestes a cometer um crime. Vários Talvez estavam na equação, mas eu ia fazer de tudo para conseguir sair vivo daquilo e fazer os culpados pagarem. Alguns minutos esperando e vimos Joe se aproximando com uma mochila na mão. Ele usava um boné tentando esconder o rosto.

- trouxe tudo o que eu pedi? – perguntou Zoe pegando a mochila.

- sim, o que vocês pretendem fazer? – falou ele visivelmente nervoso.

- pretendemos descobrir a verdade – falou Zoey.

- vamos! – falei seguindo na frente e entrando na biblioteca.

Haviam poucas pessoas lá. Algumas conversavam com Meadow que acabou se tornando uma espécie de mártir. Ela tinha sido uma das vitimas do tiroteio falso. Tinha quebrado um dedo e conseguido uma marca roxa nas costas e um corte no rosto. Ela nem percebeu quando entramos. Estava extasiada com toda a atenção que estava recebendo. Zoe e eu nos sentamos em uma mesa com um grande livro tampando nossos rostos e Joe foi para as prateleiras se esconder.

Por volta das sete horas da noite a biblioteca ficou vazia. Os últimos dois alunos além de nós se despediram que Meadow que olhou para o computador conferindo as horas. Vanessa deveria estar se perguntando onde eu estava. Tinha dito que passaria a noite no hospital com ela.

- garotos a biblioteca vai fechar! – falou Meadow se aproximando. Zoe abaixou o livro e ela viu que era nós.

- nossa! São vocês – falou ela com um sorriso – nem vi que vocês tinham chegado.

- já vai fechar? – perguntou Zoe.

- sim. a hora passa rápido.

- desculpa – falei me levantando – não tem mais ninguém aqui? Só nós?

- sim, só vocês.

Joe nesse momento fechou a porta da biblioteca e a trancou. Meadow olhou para trás assustada e viu ele.

- o que está fazendo? – perguntou ela com aquele sorriso bobo.

- nós viemos fazer algumas perguntinhas – falou Zoey colocando a mochila em cima da mesa. Meadow olhou assustada para ela.

Meadow saiu correndo tentando alcançar o celular que ficou em cima do balcão. Antes que ela conseguisse Joe pegou o celular. Ela olhou para ele estarrecida e com muita raiva. Meadow se virou e Zoe passou uma corda pelo pescoço dela e começou a puxa-la. Eu peguei uma cadeira e coloquei no centro da biblioteca e Zoe colocou ela sentada lá.

- o que vocês estão fazendo? – falou Meadow tentando se soltar enquanto Zoey amarrava as mãos dela para trás – Socorro!

Joe se aproximou e deu um tapa na cara dela fazendo com que ela se calasse.

- cala a boca sua piranha! – falou Joe.

- nós queremos respostas Meadow – falou Zoey ficando de frente para ela.

- eu não sei do que vocês estão falando! – falou ela fazendo cara de chorona – vocês estão alucinando. Estão drogados.

- você escolhe – falou Zoey pegando uma furadeira dentro da mochila que Joe trouxe ela ligou na tomada e se aproximou de Meadow – ou você responde as nossas perguntas ou eu te furo como uma peneira.

- Socorro! – gritou Meadow outra vez.

Com raiva Zoey ligou a furadeira e enfiou na perna de Meadow enquanto eu dei a volta e tape ia boca dela impedindo que ela gritasse. Ela se contorceu enquanto minha mão abafava seus gritos.

Quando Zoey tirou a furadeira do buraco que tinha feito na perna de Meadow ela vomitou e eu tirei minha mão deixando oque ela vomitasse.

- quem mandou você dizer aquelas coisas? – perguntou Zoe com respingos de sangue no rosto.

- eu não sei de quem vocês estão falando – falou ela lambendo os lábios – eu não sei de nada, sou só uma bibliotecária.

Fui até o balcão onde Joe havia deixando o celular de Meadow e eu peguei. Tentei ver o que havia em seu celular, mas havia uma senha bloqueando.

- qual é a senha do seu celular?

- eu não vou dizer – falou ela respirando fundo – você podem me torturar a noite toda.

- isso é fácil – falou Joe – coloque o chip dela no meu celular e nós veremos os contatos salvos.

A expressão de Meadow mudou ao ouvir Joe dizer aquilo. Ela percebeu que não tinha saída.

- tudo bem, tudo bem – falou ela ansiosa – eu digo – O que nenhum de nós percebeu é que Meadow se remexeu na cadeira e conseguiu afrouxar um pouco as mãos que Zoe amarrou com pressa. Ela estava pouco a pouco conseguindo se soltar.

- então fala. Talvez nós deixemos você sair com vida – falou Zoe.

- okay – falou ela engolindo em seco – vocês estão certos. Alguém me mandou dizer aquilo.

- quem? – perguntei ansioso.

- ele queria que vocês fossem até a empresa.

- pra encontrar aqueles assassinos? – perguntou Joe.

- eu não sei. Eu não fiz perguntas. Ele mandou e eu obedeci.

- quem? – perguntei outra vez.

- Patrick.

- Patrick? – perguntei confuso – porque ele faria isso?

- ele estava apenas querendo o que é dele de direito. Enquanto Craig estava em festas extravagantes era Patrick que controlava a empresa. Desde que a esposa de Craig morreu ele tem deixando a empresa de lado. Se não fosse Patrick – que deu a ideia da fusão – a empresa teria falido e Craig não teria se importado.

- ele era o beneficiário? – perguntei.

- não. Esse é o problema – falou Meadow – por mais que Patrick se esforçasse e desse o melhor de si Craig não se importava. Quando a mulher dele morreu ele fez o que? Colocou Drake como beneficiário.

- como Patrick sabe disso? Apenas Craig, Drake e a empresa sabiam esses detalhes.

- Patrick conseguiu subornar um dos funcionários da seguradora que enviou uma cópia com a página onde diziam os nomes e os valores.

- como você sabe isso tudo? – perguntou Zoe – pensei que você não fizesse o tipo de Patrick.

- eu não faço, mas Patrick disse que tinha algo em mim. Disse que sou uma mulher determinada e poderosa que ainda não tinha descoberto todo seu potencial. Ele disse que se sentia atraído por mim – falou ela rindo – nós estamos apaixonados. Ele me ama.

- sua idiota ele está te usando! – falou Zoe – foi ele que se vestiu de palhaço e atirou no campus?

- não – falou ela – foi Adam. Patrick disse que se ele não o fizesse cortaria fora o braço de um dos seus filhos.

- você é uma piranha maluca! – falou Joe com raiva.

- como você pôde fazer isso? – falei com nojo dela. Meadow conseguiu se soltar cada vez mais.

- ele me ama – falou Meadow – ele confiou em mim. Disse que eu tinha capacidade. Disse que quando recebesse o dinheiro nos casaríamos. Teríamos filhos. Ele terminou com a antiga namorada por minha causa.

- você vai morrer sua vaca! – falou Zoe pegando uma arma que ela tinha trago escondido e apontando para a cara de Meadow.

Joe e eu nos assustamos. Demos um passo para trás.

- onde você arrumou isso? – perguntei assustado.

- você acha mesmo que eu ando desarmada? – falou ela apontando para a testa de Meadow – essa desgraçada tem que morrer.

- eu não sei se devemos fazer isso.

- você viu o que ela fez com a Alisson. Ally morreu por causa dela.

- vocês não vão conseguir detê-los. Nós vamos ficar juntos.

- vocês não vão ficar juntos. Você vai pro inferno.

- talvez – falou Meadow – mas eu quero garantir que vocês não consigam descobrir mais nada através de mim.

- nós vamos – falou Joe – nem que tenhamos que te torturar a noite toda. Nem que eu tenha que cortas pedaço por pedaço de sua carne com uma faca.

Meadow tinha um sorriso no seu rosto. Uma prepotência. Ela parecia decidida a não abrir a boca. Ela estava perdidamente apaixonada por Patrick. Capaz de participar do assassinato de pessoas inocentes para ficar ao lado do seu amado.

- você não tem coragem – falou Meadow instigando Zoe – você é uma covarde.

Vi Zoe tentar Apertar o gatilho, mas ela não consegui. Seus olhos estavam vermelhos de raiva e sua mão tremeu. Ela tirou o dedo do gatilho, mas continuou com a arma apontada para ela.

- eu o amo e você nunca vão conseguir sentia metade do amor que nós temos.

- eu já amei de verdade – falei com nojo dela – isso que você está sentindo não é amor. É uma doença.

- você não sabe o que é amor Mike – falou ela – Patrick me contou tudo sobre você. Você foi jogado de um lado para o outro como uma boneca de borracha. Passou na mão de vários milionário e poderosos, mas ninguém quis ficar com você porque você não passa de uma prostituta barata que eles comem antes de voltarem para a casa. Para ficar com o verdadeiro amor. Não passa de um Gimp. Um escravo sexual.

- você acha que sabe o que é amor verdadeiro?

- Você está olhando para o rosto do amor verdadeiro! – Meadow soltou uma das mãos e segurou na arma de Zoe. Ela não tentou tirar a arma na mão de Zoe. Pelo contrário. Ela apertou o gatilho dando um tiro na própria testa. Impedindo que ela dissesse qualquer coisa que nós perguntássemos. Zoe deu um grito histérico enquanto o corpo de Meadow ficava mole na cadeira. Joe abraçou Zoe e não deixou ela ver enquanto Meadow lentamente falecia.

Peguei a arma que estava no chão e limpei as digitais de Zoe e então Joe e eu soltamos ela da cadeira e a colocamos deitada no chão com a arma na mão. Me sentei de frente para o computador de Meadow e escrevi um breve bilhete de suicídio. Usei o trauma do falso tiroteio como uma desculpa para sua morte.

- precisamos sair daqui – falei segurando a mão de Zoey.

Quando saímos da biblioteca já era noite. Nós corremos em direção a capela que havia no campus. Ela estava aberta, mas não havia ninguém. No caminho Joe foi até o lago e jogou a arma e a mochila com tudo o que tinha lá dentro. Quando chegamos na capela nós ficamos inicialmente em silêncio

- ninguém vai acreditar que ela se matou – falou Joe – ela tem um furo na perna. Eles vão saber que ela foi torturada.

- Eu sei. E eles vão achar que a mesma pessoa que matou Craig também matou Meadow.

- o que vamos fazer? – perguntou Zoey – nós sabemos que Patrick é um dos assassinos. Podemos ir até a policia.’

- não. a policia não vai nos ajudar – falei tentando pensar em algo – além do mais não podemos arriscar a vida dos filhos de Adam.

- com licença! – falou uma mulher na porta da capela. Havia começado a chover. Joe, Zoey e eu olhamos assustados prontos para atacar, mas a mulher parecia inofensiva. Não tinha mais do que um metro e sessenta e cinco e cabelos negros e muito longos.

- Valerie? – falei reconhecendo ela.

- Mike? - falou ela sorrindo e vindo até mim para um abraço.

Era Valerie White. A irmã mais nova de Adam. Fazia muito tempo que eu não há via e a nossa relação não foi das melhores para dizer a verdade.

- o que você está fazendo aqui?

- eu vim te ver. Na verdade é uma coincidência te encontrar aqui. Na verdade eu decidi dar uma passada na capela para fazer uma oração.

- Valerie, esses são Zoe e Joe. Amigos meus.

- oi! – falou Zoe encolhida sentada.

- Prazer – falou Joe. Eles pareciam suspeitos de algo. Não souberam disfarçar.

- então… o que você veio fazer aqui?

- eu vim aqui para me redimir – falou ela segurando na minha mão e me levando a um dos bancos e nós dois nos sentamos – eu vim aqui te contar uma história.

- que história?

- eu fiquei sabendo que você e Adam não estão indo nada bem.

- e quem te contou isso?

- Oliver. Ele me contou sobre todo esse lance de vocês e então eu decidi dar um fim nisso.

- olha eu tenho problemas demais para me preocupar com Oliver ou Adam.

- Mike, você precisa me ouvir.

- okay – falei respirando fundo – mas seja rápida.

- eu serei breve, não é uma história longa – falou ela ajeitando os cabelos – eu sei que você pensa que Adam fingiu a própria morte porque estava falindo e queria o dinheiro do seguro, mas não é bem assim.

- então é como?

- O que você não sabe é que um Ser Desprezível chamado Oliver Harper White foi viciado em jogo durante quase toda sua vida. Ele apostava em tudo o que podia. Apostava o que tinha e o que não tinha.

- Adam nunca me falou sobre isso.

- claro que não. Adam ama Oliver e a última coisa que ele queria é manchar o nome do irmão. Oliver perdeu a casa, a primeira esposa e a guarda dos filhos. Ele começou a beber enquanto sua vira entrava em ruinas. Adam por sua vez tentou ajudar Oliver. Tentou ajudar a reergue-lo. Ele se propôs a pagar por alguns meses de reabilitação para Oliver que não aceitou. Oliver disse que estava ciente dos seus erros e que estava disposto a parar de aposta. Adam então deu a Oliver cem mil dólares para ele pagar as dividas de jogo. Ao invés de pagar ele apostou todo o dinheiro e perdeu mais de um milhão de dólares. Quando os agiotas vieram cobrar o dinheiro Oliver disse que Adam era seu fiador. Eles cobraram juros. O que era um milhão passou a ser dois, três, quatro… Adam já estava passando por maus bocados na empresa e eles começaram a ameaçar os filhos.

- foi por isso que Adam fingiu sua morte?

- sim. foi a única saída que ele encontrou. Os agiotas receberam o que queriam e os filhos de Adam ficaram em segurança.

- então isso tudo foi culpa do Oliver?

- sim. Adam morreu por ele e não por fome de poder. Ele não podia te contar. Na verdade ele queria te manter longe de toda essa história para que os agiotas não te ameaçassem ou fizessem algum mal.

- eu fui tão idiota – falei com raiva de mim – eu sempre joguei na cara de Adam que ele sempre deu mais valor ao dinheiro do que a mim.

- isso não é verdade Mike. Você faz bem ao meu irmão. Adam sempre foi um homem rabugento de poucas palavras. De certa forma um machista e até um pouco homofóbico. Te conhecer fez com que ele mudasse a forma de ver o mundo. Você foi uma boa influência na vida do meu irmão. Eu não entendo bem a sexualidade Adam.

- Pan! – falei interrompendo ela.

- o que você disse?

- Adam é Pansexual. Eu nem sabia que existia esse termo até pouco tempo, mas é assim que Adam se define.

- viu como você é especial? Ele poderia se apaixonar por qualquer pessoa da terra e se apaixonou por você. Até ele sabe o bem que você causou a ele. Eel se tornou um novo homem.

- me sinto um idiota Valerie.

- não se sinta assim Mike. Só espero que pelo menos agora você consiga ver o meu irmão com outros olhos. Ele não é essa homem ganancioso que você pensa.

- obrigado – falei abraçando ela – obrigado de verdade. Você fez algo maravilhoso em vir me contar isso.

- de nada – falou ela me abraçando de volta – o que eu puder fazer para que você e Adam se deem bem eu faço.

- na verdade tem mais uma coisa que você poderia fazer – fiquei de pé e olhei para Zoe e para Joe.

- o que?

- você precisa ter certeza de que está aberta a fazer o que eu pedi.

- eu não estou entendo – falou Valerie confusa – Tem algo acontecendo?

- sim. Agora é minha vez de te contar uma história sobre um outro ser desprezível.

Espero que tenham gostado do capítulo. Matar Craig foi uma das coisas mais difíceis que fiz, mas foi necessário. O título do capítulo de hoje é a junção das músicas 'Die For Your Sins' do Central Disorder e 'SCUMBAG' de Bro Safari. Um abraço e até ao próximo.