Capítulo 27: Fogo do Inferno | Conto: Paixão Secreta | Temporada: 6ª

FOGO DO INFERNO capítulo vinte e sete

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P

atrick estava atravessando o campus a procura de Meadow. Ela não tinha voltado. Estava escuro e a chuva tinha passado dando lugar a uma gelada garoa. Ele estava preocupado especialmente por tudo que tinha acontecido. Ele olhava de um lado para o outro como se estivesse fugindo de algo. Ele era suspeito e se aproximava cada vez mais da biblioteca. Meadow enviou uma mensagem confusa para ele pedindo que fosse até lá então ele prontamente foi ao encontro de sua mais nova namorada. Ao subir nos degraus para entrar na biblioteca ele ouviu a voz de uma garota gritando. Ele franziu a testa tentando procurar e viu uma mulher de cabelos negros correndo.

- socorro! Alguém me ajude! – gritou a garota caindo no gramado.

- você está tudo bem? – falou Patrick atencioso caminhado até ela.

- não. não estou.

- o que aconteceu? Você está machucada?

- não. Eu estou bem – falou a garota chorado.

- como é seu nome?

- Valerie.

- eu sou Patrick. Valerie, me diga: o que aconteceu?

- eu e minha avó estávamos voltando para casa e decidimos dar uma passada na capela. Ela gosta de fazer suas orações todas as noites. Nós nos ajoelhamos e começamos a orar e de repente ela sentiu uma dor no peito e caiu no chão.

- ela deve ter tido um infarto.

- acho que sim – falou Valerie se levantando sentindo uma dor na perna.

- você está bem?

- acho que torci meu tornozelo.

- fique aqui e liguei para a emergência eu vou até a capela ver se consigo fazer algo.

- eu não trouxe meu celular.

- use o meu – falou Patrick – a senha é dois, nove, nove, três.

- okay – falou Valerie vendo Patrick correr em direção á capela. Ele estava extasiado e muito preocupado. Ao entrar na capela viu que as luzes estavam apagadas. Apenas as velas estavam acesas. Ele olhou de um lado para o outro e viu uma corpo caído no meio dos bancos. Ele se aproximou e se ajoelhou tocando o corpo da senhora desmaiada.

- você está bem? – falou Patrick virando a senhora e percebendo que na verdade era Zoey. Antes que ele pudesse dizer ou fazer algo eu me aproximei e bati com um pedaço de madeira na cabeça dele deixando-o tonto.

- conseguiram? – perguntou Valerie voltando para a capela.

- sim – falei ajudando Joe e levantar Patrick e amarra-lo no banco – e você?

- sim. A senha do celular é 2993 – falou ela me entregando.

- o que está acontecendo? – falou Patrick olhando em volta confuso e então ele se assustou ao ver o corpo de Meadow jogado no meio da capela – Meadow?

- surpresa – falou zoe acendendo a luz da capela.

- o que é isso? – perguntou Patrick.

- fim da linha – falei ficando de frente para ele – o seu plano acaba aqui.

- Mike?

Valerie veio correndo e então deu um soco na cara de Patrick que cuspiu sangue. Valerie sacudiu a mão.

- quem é você? – perguntou Patrick.

- irmã caçula de Adam – falou ela se ajeitando – Ninguém mexe com meu irmão.

- se vocês fizerem algo comigo os filhos dele morrem. Exatamente como Craig morreu.

- sim – falei mostrando o celular – só que nós temos o seu celular. Nós vamos dar uma olhadinha nele para descobrir quem é o seu parceiro. Nós sabemos que você não agiu sozinho. Quando nós descobrirmos nós vamos mandar uma mensagem para ele vir até aqui e quando vocês estiverem aqui vocês vão ter o mesmo fim que a Meadow teve. Quer dizer… Meadow te amava mesmo. Ela deu um tiro na testa por você. Você humilhou Adam todo esse tempo Patrick – falei ficando de frente a ele – e você me humilhou. E como eu já disse antes: Não existe nada mais perigoso do que um homem humilhado – cuspi na cara de Patrick.

- você está errado Mike – falou Zoe com uma faca na mão – existe sim algo mais perigoso do que um homem humilhado: uma mulher perversa – Zoe então deu duas facas nas pernas de Patrick. Uma em cada perna. Para abafar o grito Joe colocou um saco na cabeça de Patrick e puxou sufocando-o.

- seu desgraçado – falei me juntando aos dois e metendo a faca no pescoço dele. Valerie estava ocupada tentando encontrar algo no celular de Patrick. Patrick parou de se mover enquanto seu corpo agora retalhado se reduziu a um mero cadáver.

- acho que encontrei – falou Valerie – ele tem correspondido com esse cara a mais de meses e no sábado eles trocaram mais de duzentas mensagens de texto. Só que eu não reconheço esse nome. Você reconhece?

- deixa eu ver – falei pegando o celular.

Meu coração parou ao ler aquele nome. Agora tudo fazia sentido. Patrick não me escolhei por acaso para ser estagiário. Adam e eu não nos encontramos por acaso naquele avião. Ele queria acabar com nós dois ao mesmo tempo.

- quem é Mike? – perguntou Zoe – qual o nome dele?

- Roman Orth – falei respirando fundo. Agora tudo faz sentido. O casamento fez sentido. Roman nunca gostou de Adam. Ele nunca me perdoou por eu tê-lo traído. Nunca me perdoou por ter deixado ele para ficar com Adam.

- o do casamento? – perguntou Zoe.

- ele mesmo – falei olhando as outras mensagens.

- tem certeza?

- sim – falei   lendo as últimas mensagens trocadas – Roman disse que ele e o marido chegaram aqui em Greenville ás cinco da tarde e estão hospedados no Fifth One Hotel – nesse momento eu me lembrei do vídeo no celular de Theresa. A voz do homem que estava com uma faca e um capuz. Era a voz do marido de Roman. Eles estavam juntos nessa.

- nós podemos ir até a policia Mike – falou Zoe – nós temos a prova.

- não podemos arriscar Zoe. Os filhos de Adam podem estar em perigo. Se Roman ou o marido dele ligarem para os assassinos eles podem nos matar, matar pessoas de nossas famílias. Nós nunca estaremos em paz enquanto eles estiverem por ai.

- eu concordo – falou Valerie – nós mesmos precisamos tomar conta dessa situação.

- e o que vamos fazer? – perguntou Joe.

- me amarrem – falei pegando a corda de Meadow e entregando para. Valerie. Ela amarrou minhas mãos juntas no peito e então eu me deitei no chão. Joe rasgou um pedaço da sua camisa e amarrou em minha boca.

- o que ele está fazendo? – perguntou Zoe.

- convidando alguns amigos para a festa – falou Valerie pegando o celular de Patrick e tirando uma foto minha no chão. Depois de tirar uma foto e gravar um vídeo ela anexou em uma mensagem para Roman – o que eu escrevo?

Joe desamarrou minha mão e eu tirei a mordaça da minha boca ficando de pé.

- escreve algo apelativo para fazer ele vir até aqui.

- eu não tenho nenhuma ideia! – falou Valerie pensativa.

- escreve algo do tipo… ‘temos um problema’. ‘Preciso de você’ – falou Zoey.

- Isso! –  confirmei com a cabeça – Em seguida manda a localização.

- beleza – falou Valerie escrevendo a mensagem.

- gente! – falou Joe chamando nossa atenção – olha o que eu encontrei!

Joe veio dos fundos da capela e nos mostrou um pouco do que tinha encontrado. Aquilo com certeza nos ajudaria e muito.

- prontinho! – falou Valerie me entregando o celular.

- Joe pegue todos que você puder.

- beleza! – falou ele desaparecendo. O celular vibrou na minha mão e eu surtei ao ver o nome de Roman.

- ele respondeu! – falei ansioso.

Que porra de fotos são essas? Que merda aconteceu? — Roman Orth

Não tenho tempo para explicar! Venha rápido! — Patrick Casey

Patrick? Me responde! — Roman Orth

Depois dessa última mensagem eu ignorei Roman e vi que na agenda de Patrick haviam dois nomes que eu me lembrava muito bem: Kronus e Phoebe. Encaminhei as mensagens a foto e o vídeo para os dois e devolvi o celular para Valerie.

26 MINUTOS depois

Roman desceu do taxi ao lado de Rodger e depois de jogar um bolo de notas para dentro do taxi sem se importar com o valor. Roman parecia irritado e sua feição não escondia isso. Rodger seguiu Roman enquanto eles caminhavam pelo deserto campus da universidade. Eles usavam longos casacos e olhavam desconfiado para os lados. Eles não queriam ser vistos e estava putos com as mensagens de Patrick. Eles não sabiam o que tinha dado errado, mas a situação poderia colocar todo o plano a perder.

- Sr. Orth – falou uma voz masculina surgindo do lado esquerdo. Roman colocou a mão no bolso para pegar a arma que trazia consigo, mas logo reconheceu Kronus. Phoebe estava ao seu lado.

- o que estão fazendo aqui? – perguntou Roman.

- nós recebemos a mensagem de Patrick – falou Phoebe.

- o que diabos aconteceu? – perguntou Rodger.

- não sabemos – falou Kronus – Patrick disse que deveríamos esperar você chegar.

- porque? – perguntou Roman.

- eu não sei  -falou Phoebe já com as luvas na mão – mas parece que teremos que limpar uma tremenda bagunça.

- Mike não pode morrer! – falou Roman olhando me volta. Ele alterou a voz – ele é a porra do centro de toda essa operação. Se ele morrer não teremos acesos ao dinheiro e vocês não terão o pagamento.

- se eu fosse você não brincaria com isso – falou Kronus mostrando a arma -  nós somos assassinos profissionais. Cobramos pelo serviço e somos exemplares no nosso trabalho. Não nos queria ver trabalhando de graça. Por vingança.

- costumamos deixar uma tremenda bagunça – falou Phoebe rindo – podemos ir agora?

- vamos! – falou Roman.

Roman, Rodger, Theresa e Bryon seguiram em direção a capela que estava totalmente apagada. Apenas algumas luzes vinham do local e pareciam ser luzes de velas. Quando chegaram a capela Roman tirou a arma do bolso e deu empurrou a porta entreaberta vendo o clima sombrio que lá habitava. Ele viu o corpo de Mike caído no chão imóvel. Rodger entrou logo em seguida e Kronus e Phoebe entraram atrás deles.

- Patrick? – falou Roman com a voz grossa em alto e bom som – você está ai?

- parece que não tem ninguém aqui – falou Rodger se aproximando,

- vocês estão sentindo esse cheiro – falou Roman olhando para o chão percebendo que ele estava encharcado. Ele levantou o pé e viu que havia uma cheiro estranho no ar.

- parece que houve uma tempestade aqui dentro – falou Theresa passando na frente de Roman e Rodger dando um chute no corpo de Mike caído no chão – vocês vã obter que arquitetar outro plano. Esse daqui está morto.

- não acredito que ele fez isso! – falou Roman chutando um dos bancos com raiva.

- isso significa que não receberemos? – falou Bryon olhando para Roman que se assustou ao ouvir um baque. Em seguida o som de uma trancada.

 - o que diabos é isso? – perguntou Rodger assustado.

A porta da capela tinha sido trancada pelo lado de fora.

- espera um pouco – falou Theresa se abaixando e virando o corpo percebendo que não era Mike e sim Patrick – filhos da puta! – falou Theresa se levantando.

Nesse momento começou a chover novamente, mas não do lado de fora e sim do lado de dentro. Um bocado da água caiu em cima de Roman que olhou para o alto. Ele me viu. Ele sabia que estava sem saída. Zoe e Valerei estavam ao meu lado jogando mais da ‘água’ que na verdade era acelerante.

- Mike? – falou Roman surpreso.

- isso é acelerante – falou Bryon correndo em direção ao porta.

- tenha uma ótima estadia no inferno, filho-da-puta! – acendi o isqueiro e com um sorriso no rosto eu o soltei. Ele caiu no chão e o fogo começou a se alastrar pelo chão ensopado com Acelerante. O fogo pegou na calça de Roman que estava coberto pelo liquido. Ele se desesperou e começou a bater na calça, mas o fogo se espalhou cada vez mais pelo seu corpo. Uma pena que não pude ficar para ver o fim do show.

Zoe, Valerie e eu corremos em direção as escadas da parte de cima da capela rapidamente e nem nos preocupamos em descer com calma. Quando chegamos do lado de fora nós pulamos no gramado. As janelas da capela começaram a explodir com o calor. Nós conseguíamos ouvir os gritos e foi quando eu vi Roman sair pela janela da capela e cair no gramado agonizando.

- vocês estão bem? – perguntou Joe.

- sim, estamos – falei me levantando e ajudando Valerie a se levantar.

- precisamos sair daqui! – falou Joe segurando na mão de Zoey enquanto os dois corriam. A escuridão da campus foi iluminada pelo fogo que se formou. Nós corremos o mais rápido que conseguimos e três quadras depois nós paramos. Vimos carros do corpo de bombeiros passando apressados em direção ao campus. O som das sirenes tomaram conta da noite.

- faça a ligação! – falei olhando para Valerie que pegou o celular de Patrick e ligou para a emergência.

- alô? Eu gostaria de denunciar um sequestro – isso! – falou Valerie olhando para mim – duas crianças e uma mulher estão presos em um porão. O endereço é Rua Dr. Scripps Lake, número 543, San Diego, Califórnia – Valerie desligou o celular em seguida e então se aproximou de um bueiro e jogou ele dentro. Ela olhou para mim e eu fui em direção dela dando um abraço forte. Feliz por tudo estar acabado.

A rua agora estava cheia de curiosos que foram até a avenida principal saber o que estava acontecendo. Podia-se ver a fumaça da camela lá no alto transformando a linda noite em uma cena de horror e tragédia.

- o que fazemos agora? – perguntou Zoe.

- voltem para o campus. Valerie e eu vamos para o hospital ver meu pai – falei olhando no celular de Valerie. Era quase uma hora da manhã.

Todos nós nos assustamos quando dois carros bateram no cruzamento. Uma parte dos curiosos havia se ferido no acidente, mas nenhum deles pareceu ter sofrido algo grave. Pelo o que vi os dois carros ficaram bem amassados. A tragédia apenas aumentava da tranquila cidade de Greenville.

12 de dezembro

Valerie e eu pegamos um taxi para chegar ao hospital onde meu pai estava em internado em coma. Quando cheguei a recepção e dei meu nome eu vi Vanessa no canto. Ela parecia desesperada e ansiosa. Eu deixei a recepcionista falando sozinha e me aproximei de Vanessa. Os meus passos aumentaram cada vez mais.

- Vanessa?

- Mike! – falou ela me abraçando quando finalmente cheguei perto dela.

- o que foi? Porque você está chorando.

- o Larry teve uma parada e acho que ele morreu – falou ela desesperada.

- não! – falei sentindo um aperto no coração – não pode ser verdade.

Olhei para o lado e vi uma correria e algumas ambulâncias chegando. Vi então um médico caminhando rápido na nossa direção ele parecia apressado.

- nós conseguimos recuperá-lo – falou o médico para Vanessa.

- ele não morreu? – perguntei sentindo uma ponta de esperança.

- quem é você?

- sou filho dele.

- não. Seu pai esta estável no momento. Vamos observá-lo durante a noite.

- Doutor! – gritou uma enfermeira.

- eu preciso ir. Estamos com pouco pessoal, sofremos cortes recentemente – falou o médico.

- o que aconteceu? – perguntei lambendo os lábios.

- um acidente. Dois carros se chocaram. Parece que um dos motoristas estava bêbado e o outro em alta velocidade.

O médico se foi e Vanessa se sentou aliviada. Ela parecia estar rezando ou algo parecido.

- onde está Rachel?

- está com Steve. Eu não queria que ela viesse até aqui.

- desculpa não ter aparecido antes. Eu estava resolvendo algumas coisas e não deu pra vir antes. Valerie está aqui comigo.

- a irmã do Adam? – perguntou ela surpresa.

- sim. Está lá fora ligando para o namorado.

- Mike! Mike! – falou Zoey entrando pela porta do hospital ao lado de zoe. Ela estava com a mesma roupa da antes e ela agora estava cheia de sangue.

- Zoey? O que acontece?

- o acidente! – falou ela olhando para as mãos que ainda estavam sujas de sangue.

- o que tem o acidente? – falei olhando para a enfermaria vendo um homem que eu conhecia sentado recebendo atendimento. Eu deixei Zoey para trás e me aproximei. Era Oliver. O irmão de Adam. Ele parecia bêbado.

- me soltem! Eu estou bem – falou ele empurrando o médico.

- Oliver! – falei olhando para ele. Ele tinha apenas alguns arranhões no rosto e um pequeno corte na testa.

- Mike! Você por aqui?

- era você naquele carro?

- sim – falou ele respirando fundo se levantando da maca.

- não saia daqui! – falou o médico – a policia vai quer conversar com você – falou o médico aparentemente bravo – vamos atender a outra vítima.

- ele está em estado grave! – falou a enfermeira. Os dois deixaram Oliver de lado com uma gaze na testa e foram atender a outra vitima do acidente.

- você está bêbado? – perguntei com raiva.

- bebi só um pouco – falou ele com a fala mansa.

- você é irresponsável – falou Valerie chegando até nós e dando um tapa na cara de Oliver – o que você está fazendo aqui? Bêbado desse jeito?

- eu vim tentar acertar as coisas com Adam.

- Mike! – falou Zoey chamando a minha atenção. Olhei para ela e vi todo  o sangue me seu corpo.

- Zoey, de quem é essa sangue?

- depois que você e Valerie foram embora Joe e eu nos aproximamos para ver o acidente que tinha acontecido e foi quando eu o vi desmaiado no banco. Eu não consegui me conter e fui até ele. Arranquei ele para fora do carro e tentei fazer a ressuscitação.

- quem?

Valerie e eu olhamos para a cama que trazia a outra vítima.

- qual o nome da vítima? – perguntou o médico – precisamos notificar a família.

- estou com a carteira de motorista – falou a enfermeira olhando – é Adam Harper White.

- é o Adam! – falou Zoey.

- você matou o Adam! De novo! – falei com raiva de Oliver dando um soco na cara dele. Ele cambaleou e acabou caindo no chão de tão bêbado.

- vou ligar para o Xavier – falou Valerie saindo da sala chorando com o telefone na mão.

- vem Mike! Não vale a pena – falou Zoey segurando em minha mão me levando para onde Vanessa estava. Nós nos sentamos e Zoey foi até a enfermaria tentar conseguir alguma noticia de Adam. Não demorou para Valerie voltar de lá de fora com os olhos vermelhos.

- eu liguei! Ele estará aqui em breve.

- eu sinto muito Mike – falou Vanessa me abraçando. Meu pai e o homem que eu amo entre a vida e a morte enquanto o meu noivo estava em um necrotério.

Parecia que tudo acontecia em câmera lenta. Quando Zoey voltou tudo  oque ela conseguiu arrancar da enfermeira é que Adam estava em cirurgia e que graças ao cinto de segurança ele não tinha morrido na hora. Ele não corria perigo e tinha quebrado o pulso da mão esquerda e um corte do lado direito do abdome. Os médicos disseram que ele ainda corria perigo de vida.

No meio de tudo aquilo o suicídio de meu pai acabou ficando em segundo plano. A pergunta que todos fazem quando alguém comete suicídio é: Porque? Porque? Porque? Olhei para Vanessa e tive medo de tocar no assunto.

- está tudo bem? – perguntou ela segurando minha mão.

- porque ele fez isso Vanessa! – falei olhando para ela e sendo direto. Não conseguia pensar em outra maneira – porque ele tentou cometer suicídio?

- a mais ou menos dois meses ele descobriu que tem um tumor no cérebro. Ele foi a todos os médicos, os melhores, mas nenhum deu esperanças a ele. É inoperável.

- porque ele não me contou?

- ele não queria que você sofresse.

- porque você não me contou antes?

- Ele não também não me contou. Eu descobri a duas semanas quando encontrei os exames escondidos. Quando eu o confrontei ele me fez prometer que não te diria nada. Que você não merecia sofrer.

- eu daria qualquer coisa pra dizer eu te amo uma última vez.

- ele sabe! – falou Zoey passando o braço por mim e me abraçando.

- Código azul! Código azul! Precisamos do Dr. Castillo.

- é o médico do Larry – falou Vanessa se levantando – eu vou ver o que está acontecendo.

- eu também vou.

- não! – falou Valerie – fique aqui Mike. Deixe apenas ela ir.

- eu preciso…

- ela está certa – falou Zoey olhando para Vanessa que caminhou apressada pelo corredor.

- okay! – falei nervoso.

Vanessa se foi e desapareceu por mais de uma hora. Meu rosto estava inchado e ensopado de lágrimas. Estava sentado naquela cadeira dura fazia algumas horas. O detetive do departamento de policia de Greenville e o médico que atendeu Oliver estavam conversando a quase oito metros de distância em outro corredor. Eles não queriam que eu ouvisse. Eles tinham medo que eu não aguentasse a verdade. No fundo eu sabia o porque de Vanessa não ter voltado. Essas últimas horas me deixaram anestesiado. Não havia nada que eles pudessem me dizer que fizessem eu me sentir melhor.

Levantei um pouco a cabeça e olhei para o relógio na parede que marcava pouco mais das duas da manhã. Respirei fundo e fiz algo que não tinha costume de fazer: orar. Eu pedi que meu pai estivesse vivo. Que eu pudesse ouvir sua voz. Que eu pudesse dizer uma última vez alguma palavra de carinho. Era tudo o que eu queria.

- como você está? – falou Zoey aparecendo e se sentando ao meu lado.

- porque? – falei olhando para Zoey – eu não sei o que dizer. A minha vida é uma desgraça do começo ao fim. Deveria ter sido eu e não ele.

- está falando do Craig?

- de quem mais seria? Todo mundo ao meu redor morre.

- não diga isso Mike – falou ela olhando para as manchas de sangue na roupa.

- o que eu vou fazer agora?

- eu não sei – falou Zoey triste.

- eu devia ter ouvido o conselho dele. Devia ter fugido – falei me lembrando de Adam.

Ouvi passos se aproximando de Zoey e eu. Ele não se atreveu a dizer nada. Ficou lá parado olhando enquanto eu chorava. Olhei para cima e vi Oliver parado. Eu não consegui me conter e fui pra cima dele.

- eu te odeio! – falei olhando para Oliver. Um médico e um enfermeiro que estavam próximos conseguiram me segurar e me conter. Oliver não tinha expressão em seu olhar. Ele parecia em estado de choque. Ainda não tinha acreditado no que tinha acontecido – me soltem – falei olhando para trás e vendo Vanessa se aproximar.

- ele morreu Mike – falou ela colocando a mão no rosto começando a chorar – e dessa vez é de verdade.

- meu pai morreu? – falei sentindo a dor de dizer aquela palavras.

- sim – falou ela sendo consolada por Valerie.

- se desgraçado! – falou Xavier chegando onde estávamos e dando um soco na cara de Oliver. Ele caiu no chão e Xavier foi por cima dele e começou a deferir socos e mais socos no rosto de Oliver. Eu podia ter feito algo, mas era gostoso assistir alguém destruindo a cara dele. Ele merecia cada soco.

- Parem! – falou Zoey segurando Xavier. Joe se aproximou e ajudou ela a tirar Xavier de cima de Oliver que se levantou com alguns cortes amais no rosto e um olho inchado.

- como está Adam? – perguntou Xavier olhando para mim.

- está em cirurgia – falei chorando.

- e porque você está chorando?

- meu pai morreu – falei sentindo meu peito ser apertado – ele morreu – a minha relação com meu pai Larry foi sempre de amor e ódio, mas o amor supera tudo. eu o amava. Nós dois tínhamos cometido erros, mas eu era seu filho e ele era meu pai. Xavier se aproximou de mim e me abraçou.

Senti o chão se desfazendo sob meus pés. O calor do inferno me queimando. O mesmo inferno que abrigava Roman e Patrick agora  pairava sob meus pés. Cai de joelhos e comecei a chorar. Era tudo minha culpa. Minha e de mais ninguém. Precisava ser forte. Não era fácil perder duas pessoas de uma só vez.

Não tenho muito o que dizer sobre esses últimos capítulos. O que posso dizer é que sim, teremos uma SÉTIMA TEMPORADA. Uma temporada mais calma, Mike merece um descanso dos problemas. Um descanso mais do que merecido. O título desse capítulo veio da canção 'Hellfire' do Blackcat Manor. Até o próximo capítulo. não esqueçam de deixar o voto e o comentário. Um abraço.