C
|
UM
até que a morte nos separe
asamento
é difícil. William Shakespeare disse uma vez que ‘o casamento faz de duas
pessoas uma só, mas o difícil é escolher qual delas será’. Não que eu esteja
reclamando da vida que tenho agora, mas quando se é solteiro você faz suas
próprias escolhas. Quando se é casado você tem que tomar as decisões com o seu
parceiro. Uma criança no meio dificulta ainda mais essa tomada de decisão. Em
outra época eu estaria no carro de minha chefe Morgan Provoost – ex esposa de Gray – e nós estaríamos em
seu conversível sob o sol quente de Los Angeles a caminho da Pegasus. Mas isso
foi antes. Estamos em dois mil e dezoito e as coisas mudaram de lá pra cá.
Agora eu estou sentado em no sofá assistindo um programa de decoração de
ambientes enquanto dou a mamadeira para o meu filho: Kurt Griffin Forbes.
Ele é um lindo bebê de olhos negros e pele morena. Ele tem o
sorriso mais lindo do mundo. Eu posso parecer até um papai coruja, mas as vezes
eu choro olhando para ele. Imaginando que um dia eu fui como um: apenas um bebê
chorando e bebendo. Sorrindo para estranhos sem saber que a maldade estava ao
meu redor. Era manhã de quarta feira e nesse momento meu marido Gray Kennedy
Forbes deve estar no hospital cuidando de seus pacientes ou então está na
Pegasus correndo atrás dos caras maus ou em alguma investigação criminosa. A
empresa cresceu bastante de lá pra cá – mas é claro – eu não estava lá para ver
isso.
Quando Gray descobriu a existência de um filho chamado Max
Loudorn nós sofremos um abalo no nosso casamento. Gray sempre foi um cabeça
dura que coloca o bem estar dos filhos acima de mim. Inclusive de mim e as
vezes isso me machuca. Quando eu pedi um tempo do nosso casamento Gray pediu
perdão pelo o que tinha feito e disse que as coisas mudariam. Ele disse que
ficaria em casa cuidando dos filhos enquanto eu estaria lá fora correndo atrás
dos caras maus, mas eu não aceitei. Eu disse que Kurt era meu primeiro filho e
eu queria estar presente. Queria ver os primeiros passos, a primeira vez que
ele usasse o penico e todas as coisas que todo pai de primeira viagem é doido
para presenciar. Eu não me importo de ficar com Kurt em casa. Tudo o que eu
queria era que Gray me respeitasse. Eu posso não ser filho dele, mas sou o seu
marido e preciso que ele entenda que não estou aqui para competir com seus
filhos.
Pouco mais de um ano se passou desde que tudo aconteceu e
Kurt agora tem um ano e seis meses de idade. Não tenho do que reclamar de Gray
e depois do primeiro obstáculo do nosso casamento ele melhorou bastante.
Inicialmente Max viveria em Los Angeles com seus dois maridos soldados, mas o
clima foi tão intendo que eles acabaram se mudando para Miami e é lá que eles
vivem desde então. As vezes Gray tenta abraçar o mundo e por mais que ele seja
o pai biológico de Max eu percebi que não existia aquela afinidade e mesmo
assim eu fiquei ao lado dele e sorri o tempo todo porque eu sou seu parceiro e
preciso apoiá-lo em suas decisões. Uma hora ou outra eu sabia que Max ia se
afastar e foi o que aconteceu.
As vezes sento saudades daquela vida agitada, mas entre
estar na Pegasus e estar com Kurt eu prefiro estar em casa com ele. Ele era um
bebê calmo na maior parte das vezes, mas eu preferia quando ele estava
bagunçando e gritando. Ele é o meu primeiro filho e eu quero que ele seja bem
agitado. Daquelas crianças que faz os pais irem a escola toda semana porque
estava se comportando mal. Quero que ele seja tudo o que eu não fui. Quero que
ele se divirta e aproveite a vida. Se tem uma coisa que eu não serei é como o
meu pai foi para mim. Vou amá-lo incondicionalmente.
Meu pai faleceu a alguns meses. Me senti mal por algumas
semanas, mas algumas sessões com Ally – irmã de Eve – me ajudaram a entender
que estar triste por ele ter partido era um bom sinal. Significava que eu o
tinha perdoado. Que tudo o que ele tinha feito acabou ficando para trás. Meu
pai e minha mãe tinham ido embora desse mundo e eu acabei abdicando o sobrenome
de meu pai. Quando me casei com Gray eu abri mão do sobrenome ‘Blake’ e agora
meu sobrenome é Forbes. Foi Ally que me aconselhou a tomar essa decisão. Ela
disse que seria uma forma de dizer a mim mesmo e ao universo que eu queria
começar uma nova história. Diferente da que eu vivi. Resumindo: Eu quero ser
para meu filho a família que eu nunca tive.
- acabou bebê? – falei pegando a mamadeira e me levantando
com Kurt nos braços. Fui até a cozinha e deixei a mamadeira em cima do balcão.
Virei Kurt e comecei a balança-lo e dar tapinhas leves em suas costas para ele
arrotar. Caminhei até a sala e fiquei observando a televisão até que Kurt arrotou
e vomitou nas minhas costas – essa é a parte que menos gosto em você falei olhando para ele e sorrindo – mas eu te
amo tanto – falei subindo as escadas e chegando até o quarto dele.
Tirei minha camisa e embolei jogando no chão. Troquei a
fralda de Kurt que estava cheia de urina e depois de passar o talco e colocar
uma nova fralda eu peguei ele nos braços e dei um cheiro gostoso nele que
gargalhou.
- o bebê está cheiroso! – falei sentindo o perfume dele –
seu outro pai pode ser bom em revascularização do miocárdio, colocar ponte de
safena e marca-passo, mas eu sou o mestre em trocar fraldas – falei rindo – e
ninguém é melhor do que eu.
- papa! – falou Kurt rindo.
- isso mesmo! – falei saindo do quarto e descendo as
escadas. Coloquei Kurt no chão da sala junto de seus brinquedos e coloquei a
babá eletrônica em cima do balcão da cozinha. Peguei o tablet e vi a imagem dele
brincando no chão. Subi as escadas e peguei uma nova camisa e vesti. A camisa
suja eu levei para a lavanderia.
Peguei o celular e enviei uma mensagem para Gray: ‘Ele me
chamou de papai outra vez’ – falei enviando a mensagem. Ele nunca dizia Papai
quando estava perto de Gray e ele não acreditava que ele estava dizendo.
Segundo Gray eu era um papai de primeira viagem bobão que estava ouvindo
coisas.
‘Não acredito em você’ – respondeu Gray com uma cara
sorridente.
- filho da mãe – falei indo até a sala e me sentando no
chão. Liguei a câmera do meu celular e apontei para o rosto de Kurt que ficava
tentando pegar o celular – fala ‘papa’ Kurt. Mostra pro filho da mãe do Gray
que eu não estou ficando maluco.
Kurt não dizia nada e apenas babava e segurava um pato de
borracha e sacodia ele de um lado para o outro.
- fala papai, fala! – falei rindo – fala pra eu poder jogar
na cara dele.
- Gray! – falou ele rindo.
- não filho! – falei rindo e parando de filmar – nada de
Gray, é pra falar papai.
- papai! – falou ele apontando para mim.
- Que droga! – falei ligando o celular de novo – fala papai.
Fala.
- Griffin! – falou ele apontando para mim.
- não é papai, mas estamos no caminho – falei sentindo meu
celular vibrar. Era uma mensagem de Gray.
‘Desista’ – escreveu Gray – ‘ele não vai dizer’.
Olhei para uma das câmeras de vigilância e sem que Kurt
visse eu mostrei o dedo pra ele. Nossa casa tinha um sistema de vigilância em
que qualquer um de nós podia acessar através de um site no celular. Havia uma
câmera na sala e uma em cada quarto.
- papai, papai, papai! – Kurt começou a bater palmas e
repetir a palavra papai. Eu corri com o celular e comecei a filmar enquanto ele
dizia várias e várias vezes a palavra papai.
A campainha tocou nesse instante e eu larguei o celular e peguei
Kurt nos braços e fui até o interfone.
- quem é?
- sou eu! – falou Holly.
- entra logo! – falei abrindo o portão e quando Holly chegou
Kurt estava novamente no chão com seus brinquedos.
- alguém em casa? – perguntou Holly entrando pela porta da
cozinha com a caixa na mão.
- tem sim, pode entrar – falei abraçando ela – você trouxe?
- sim – falou ela me entregando a caixa com os donuts. Holly
trazia todas as manhãs uma caixa com rosquinhas para mim. Ela sempre dava um a
escapada quando estava indo ou voltando para a Pegasus ou então para algum
trabalho de campo.
- titia veio te ver – falou Holly pegando Kurt nos braços e
enchendo ele de beijos.
- ele disse ‘papai’. Ele me chamou de papai – falei com a
boca cheia vendo Holly se aproximar.
- sério? – perguntou ela com um sorriso.
- sim – falei dando outra mordida.
- hey! Vai com calma garanhão – falou Holly rindo.
- desculpa – falei colocando a caixa em cima do balcão – é
que Gray não me deixa comer besteiras – falei rindo – se casar com um médico é
um porre e você é minha salvadora – falei lambendo os lábios e comendo um
último pedaço – você sempre acerta as minhas favoritas.
Gray e eu sempre fomos muito diferentes quando se trata de
topo físico. Ele sempre teve um corpo forte, musculoso de dar inveja. Eu por
outro lado sempre fui cheinho e nos últimos meses ficando apenas cuidando de
Kurt eu acabei engordando uns oito ou dez quilos. Claro que no começo eu fui
muito inseguro quanto a isso, mas desde que Gray e eu nos conhecemos ele deixou
bem claro que me acha gostoso do jeito que eu sou e que ele se apaixonou por
mim e não pelo meu corpo. A questão dele não gostar que eu coma besteiras é que
ele tem medo que eu desenvolva alguma
doença.
- pois é… – falou ela rindo – eu preciso ir se não Morgan
vai desconfiar.
- tudo bem -falei
pegando Kurt – obrigado Holly você é um amor.
- por nada – falou ela rindo e caminhando até a porta.
- quase esqueci de perguntar – falei chegando ao jardim –
como você e Kiff estão? Ele fez o pedido?
- nem me fale do Kiff – ele levantou as mãos com uma cara
não muito animada – Achei que ele fosse fazer o pedido semana passada. Ele
pegou uma caixinha e se ajoelhou no chão e sabe o que tinha dentro? Um pen
drive estilizado do Zelda. Você acredita?
- sério?
- Sim. sério – falou ela com raiva Ele se ajoelhou pra me
mostrar a porcaria de um pen drive que comprou no eBay. Vou te contar, viu. Se
você acha um porre estar casado com um médico imagina como é namorar um hacker e
nerd.
- desculpa – falei rindo dela – eu não devia rir, mas eu queria
estar lá pra ver a sua cara quando ele abriu a caixinha.
- muito engraçado – falou Holly rindo e Kurt começou a rir
também.
- viu só? Até Kurt achou engraçado.
- você é o bebê mais fofo do mundo, sabia? – falou Holly
apertado a bochecha dele – até amanhã.
- até – falei acenando e segurando na mão de Kurt – dá tchau
pra tia Holly.
- tchau! – falou Kurt acenando.
- obrigado pelos donuts.
Quando Holly se foi eu coloquei Kurt novamente junto com
seus brinquedos. Terminei de comer os donuts na cozinha que era o ponto cego.
Coloquei uma música ambiente e coloquei Soda em uma taça e me sentei no sofá
para assistir enquanto Kurt brincava com seus brinquedos. Uma música da Alicia
Keys começou a tocar e eu entrei nas mídias sociais para dar uma olhada. Em
certo momento Kurt se levantou do sofá e trouxe um de seus brinquedos para mim.
Um camelo de pelúcia que Morgan havia dado de presente no dia que ele nasceu.
Era o pelúcia favorito dele.
Me levantei do sofá e fui até a cozinha colocar um pouco
mais de refrigerante na taça. A verdade é que eu adoraria tomar um espumante,
mas eu não ia beber enquanto olhava meu filho. Uma música mais agitada começou
e eu me atrevi a dançar alguns passos. Com a taça em uma mão e os olhos vidrados
no aplicativo de mídia social.
- cara, para de twitter, pelo amor de Deus – falei ao ver um
tweet sem noção do nosso novo
presidente.
Comecei a dar alguns giros enquanto balançava de um lado
para o outro. A vida não era tão ruim assim. Estava em casa cuidando do meu
filho enquanto meu marido um cirurgião cardiotorácico estava trabalhando.
- Kurt! Dança com o papai! – falei girando e tomando um gole
do refrigerante.
Enquanto girava as coisas começaram a acontecer em câmera
lenta. De relance eu vi o momento em que Kurt subiu no sofá, na cabeceira e
caiu no chão de cabeça.
- Kurt! – falei soltando a taça e correndo até ele. O
som do vidro se quebrando foi o plano de
fundo do choro que se seguiu. Kurt começou a chorar desesperado e eu o peguei
no braço e sai correndo jardim afora e abri o portão usando o controle. Quando
dei por mim estava no meio da rua pedindo por ajuda. Kurt tinha um enorme calo
na cabeça e o som da queda foi horrível.
- socorro! Me ajudem – falei olhando em volta desesperado.
Foi então que eu vi uma mulher caminhando pela calçada. Ela usava fones de
ouvidos e ao me ver ela tirou-os e eu corri em sua direção.
- o que aconteceu? – perguntou a mulher de olhos verdes e
cabelos castanhos, ela estava usando um casaco castanho e mascava chiclete.
Parecia bem descontraída.
- meu filho… ele… ele caiu e não para de chorar.
- você chamou a emergência?
- não. eles demoram demais. Precisamos ir para o hospital.
- eu moro nessa casa bem aqui. Eu posso pegar o meu carro e
te levar.
- por favor – falei sentindo meu coração bater disparado –
eu não quero incomodar, mas é que…
- não tem problema, eu vou tirar o carro da garagem. Me
espere aqui – falou ela correndo em direção a cada dela. Não demorou para a
garagem se abrir e o carro sair. Eu me senti no banco do carona e coloquei o
cinto de segurança. Kurt continuava a chorar. Pareciam gritos – se acalma filho
– falei sentindo meus olhos humedecerem.
- Vamos para o Hospital
Bom Samaritano. Fica bem perto daqui.
- não – falei respirando fundo – me leva para o Hospital Sagrado Coração de Maria. Meu
marido é médico lá.
- okay –falou ela dando partida no carro e seguindo o mais
rápido que ela conseguiu. Ela buzinava para os carros parados e avançava os
semáforos que estavam vermelhos.
- se acalma Kurt. Vai ficar tudo bem – falei respirando
fundo.
- eu sou Klara… por falar nisso… - falou a mulher dirigindo
bem rápido na avenida – Klara Mendez.
- eu sou Griffin – falei respirando fundo.
- chegamos – falou ela entrando na área das ambulâncias e
parando ocarro.
- senhora, você não pode estacionar aqui – gritou uma
enfermeira saindo pela porta da emergência.
- meu filho caiu! – falei saindo do carro rapidamente com
Kurt chorando. Klara então saiu de lá com o carro para poder estacioná-lo.
- o que aconteceu? – perguntou a enfermeira me seguindo para
dentro da emergência.
- ele caiu de cima do sofá – falei chorando.
- pode deixar comigo – falou a enfermeira pegando Kurt dos
meus braços e levando-o para ser atendido – você sabe me dizer qual foi a
altura?
- mais ou menos um metro. Ele caiu de cara.
- qual a idade dele?
- ele tem dezesseis meses – falei respirando fundo – será
que ele está bem? Ele está chorando com tanta vontade…
- se calma Sr. – falou a enfermeira – o Dr. Jimmy Bardon vai
atende-lo.
- o que está acontecendo aqui? – perguntou um homem loiro de
olhos azuis chegando – o que tem o paciente?
- Um bebê de um ano e cinco meses que caiu de rosto no chão
de uma altura de mais ou menos um metro.
- qual o nome dele? – perguntou o médico examinando Kurt.
- Kurt. O nome dele é Kurt Forbes – falei respirando fundo –
ele está bem?
- Forbes? – perguntou o médico surpreso.
- Sim. O pai dele trabalha aqui. O Dr. Gray Forbes. É filho
dele… é o nosso…
- chamem o Dr. Gray por favor – falou o Dr. Jimmy sem
prestar atenção no que eu tinha dito – digam que o filho dele está na
emergência.
- ele está bem? – perguntou Klara entrando correndo pela
emergência.
- eu não sei. Eles estão atendendo Kurt.
- hoje em dia não se pode confiar em ninguém… - falou o Dr.
Jimmy Bardon enquanto atendia Kurt. Ele estava comentando com duas enfermeiras
– você sai para trabalhar e deixa o filho em casa com um desconhecido e dá
nisso. Eu sou a favor do progresso e tal, mas babá tem que ser mulher e não
homem – falou o Dr. Jimmy.
- o que o senhor disse? – perguntei me aproximando para ver
Kurt.
- o senhor não pode ficar aqui – falou ele agressivo me
empurrando.
- Hey! – falou Klara segurando no meu braço.
- se algo acontecer com essa criança a culpa é totalmente
sua – falou o médico – eu mesmo faria a ligação para a policia.
- Griffin? – falou Gray se aproximando.
- Gray! – falei indo na direção dele e abraçando-o.
O Dr. Jimmy Bardon pareceu surpreso ao ver Gray me
abraçando.
- o que foi Griffin? O que aconteceu?
- ele caiu do sofá. Ele subiu até a cabeceira e pulou de lá
de cima. Eu virei as costas por um segundo e ele pulou… foi tudo tão rápido…
Gray já se aproximou de Kurt fazendo os exames iniciais.
Kurt já não chorava mais e ao ver Gray ele começou a rir. Me aproximei de Gray
chorando e torcendo para estar tudo bem. As enfermeiras estavam olhando sem
graça para mim.
- ele está bem?
Gray começou a rir e com os dedos começou a brincar com as
mãos de Kurt.
- sim, ele está – falou Gray rindo – foi só um susto.
- isso é sério? – falei rindo.
- sim – falou Gray – pais de primeira viagem acham que seus
bebês são de vidros, mas eles são fortes – falou Gray pegando Kurt nos braços –
eu vou fazer um Raio X da cabeça só para ter certeza, mas pelo que estou vendo não passou de um susto.
- ainda bem – falei rindo e abraçando Gray.
- se acalma meu amor. Não passou de um susto.
- papai! – falou Kurt.
- viu só – falei limpando meus olhos – eu falei que ele me
chamava de papai.
- eu sabia – falou Gray rindo – eu só estava te perturbando.
Adoro quando você fica obcecado com algo.
- você é bem sem graça.
- com licença – falou o Dr. Jimmy Bardon – fico feliz que
ele está bem.
- obrigado Jimmy – falou Gray apertando a mão dele – Dr.
Bardon esse daqui é meu marido, Griffin.
- prazer – falou Jimmy estendendo a mão. Eu não estendi a
mão para ele.
- Griffin? – perguntou Gray olhando para mim.
- esse cara é um péssimo médico – falei com raiva.
- concordo – falou Klara se aproximando – ele disse para
Griffin que o que tinha acontecido com Kurt era culpa dele e que ele ia chamar
a policia.
- você disse isso? – perguntou Gray.
- sinto muito Dr. Gray. Inicialmente achei que Griffin fosse
a babá – ao dizer isso o Dr. Jimmy olhou de cima em baixo para mim como se não
acreditasse que Gray e eu fossemos mesmo um casal.
- e quem é você? – perguntou para Klara.
- sou sua vizinha de frente – falou ela apertando a mão de
Gray – Klara Devlin Mendez. Eu trouxe Griffin e seu filho até aqui.
- muito obrigado Klara – Gray parecia realmente agradecido e
apertou a mão dela com um sorriso no rosto – quanto ao que Jimmy disse acho que
tudo não passou de um terrível engano. Os nervos estavam todos alterados, mas
agora que tudo passou só temos que ficar felizes pelo pequeno Kurt estar bem.
- acho que sim… – falei aliviado passando a mão na cabeça de
Kurt acariciando-o. Aquele Dr. Jimmy não me enganava. Não fui com a cara dele e
espero não precisar vê-lo nunca mais.
- acho que vou indo – falou Klara – estou atrasada para o
trabalho.
- me desculpa Klara…
- não precisa se desculpar – falou ela sorrindo me
interrompendo – eu fui heroína por um dia e gostei. A gente esbarra por ai.
- até mais – falei acenando para ela.
- acho que vou embora mais cedo hoje – falou Gray sentindo
Kurt segurar no nariz dele.
- ótimo – falei me aproximando e dando um beijo no rosto de
Gray – eu n~~ao quero ficar sozinho com Kurt ou vou acabar machucando ele.
- para de bobeira Griffin – falou Gray olhando para mim – eu
vou fazer alguns exames em Kurt e assim que pegar os resultados eu te encontro
na recepção.
- tudo bem -falei
dando um selinho na boca de Gray,, - eu te amo.
- eu te amo mais – falou Gray sorrindo – dá tchau pro papai
Kurt.
- tchau papai – falou Kurt rindo.
- viu só? – falei acenando para ele.
Gray se foi e eu segui pelo corredor para poder ir até a
recepção. Senti uma presença atrás de mim e percebi que era o Dr. Jimmy. Ele
estava me seguindo.
- sinto muito pelo o que aconteceu – falou ele tocando meu
ombro.
- não tem problema – falei me sentando quando cheguei a
recepção – Gray está certo. Todos estavam nervosos.
- mesmo assim – falou ele sem graça coçando a cabeça – peço
desculpas por qualquer coisa que eu tenha dito que tenha te ofendido – ele
estendeu a mão para mim.
- tudo bem -falei
apertando a mão dele.
- sem ressentimentos?
- sem ressentimentos – falei rindo.
Depois de mais ou menos uma hora Gray finalmente apareceu
com Kurt em seus braços. Eu fiquei de pé e Gray me entregou Kurt. Nós
caminhamos pelo corredor do hospital até a saída. Nós chegamos ao
estacionamento e de longe Gray desativou o alarme.
- desculpa Gray – me aproximei do carro e coloquei Kurt na
cadeirinha afivelando o cinto de segurança enquanto Gray me esperava sentadoo
no banco do motorista.
- não tem problema Griffin. Foi um acidente – falou ele olhando
para trás.
- prontinho meu amor – falei dando um beijo no rosto de Kurt
e fechando a porta do carro.
- fica tranquilo Griffin. Essas coisas acontecem. Bebês que
estão começando a andar caem de vez em quando – falou ele dando partida no
carro – foi o mesmo com Stephanie e Vincent quando estavam crescendo. Eu ficava
louco quando eles caiam e levava-os até o hospital e fazia todo o tipo de exame
possível.
- só estou feliz por estar tudo bem – falei colocando a mão
na perna dele acariciando-a.
- eu também – falou ele com um sorriso pegando minha mão e
levando até a boca e dando um beijo. A barba fez cócegas em minha mão – e estou
feliz também por poder sair mais cedo – falou ele com um sorriso mordendo minha
mão.
Quando ele fez isso eu parei de sorrir e respirei fundo.
Puxei minha mão de volta e fiquei pensativo durante um bom trajeto de volta
para casa.
- o que foi? – perguntou Gray preocupado.
- não é nada…
- é sobre o que aconteceu com o Dr. Jimmy, não é?
- não Gray. Eu já disse que não é nada.
- eu te conheço Griffin. Você só fica com essa cara quando
está pensativo – falou ele parando no sinal vermelho – conversa comigo. Me diz
o que está te incomodando.
- eu já disse que não é nada.
- se você não conversar comigo eu vou marcar uma consulta
com a Ally.
- não – falei respirando fundo – okay…
Gray voltou a andar e eu tentei procurar as palavras certas
para dizer como me sentia.
- é que… Dr. Jimmy achou que eu fosse um a babá de Kurt e
não o pai de Kurt.
- deixa de bobeira Griffin – falou Gray tentando me acalmar
– ele só confundiu.
- ele sabe que você é casado com um homem, não sabe?
- sim. ele sabe.
- então porque quando me viu ele supôs que eu fosse uma babá
e não seu marido? Acho que é porque nós dois não combinamos. Você é tão bonito
com um corpo forte e eu sou fofinho.
- olha… - falou Gray virando a esquerda e parando o carro
esperando a porta da garagem abrir – eu não sou psicólogo, mas acho que esse é
o momento em que Ally diria: ‘o que você está dizendo diz mais sobre a forma
que você se vê do que a forma que você acha que Jimmy está te vendo’.
- não me venha com essas baboseiras de psicólogos.
- não é baboseira – falou ele com um sorriso – você se acha
feio? Acha que nós dois não fomos feitos um para o outro?
- claro que acho. Você é o homem da minha vida – falei me
aproximando e dando um beijo no ombro dele –
mas as pessoas ao nosso redor devem achar que não. Elas devem olhar e
pensar: ‘eles devem estar juntos pelo dinheiro’.
- você está imaginando coisas Griffin – falou ele
estacionando o carro e nós saímos. Eu peguei Kurt e nós fomos até a cozinha.
- você acha que estou imaginando? Cuidado com os cacos do
vidro no chão. Eu quebrei uma taça – observei enquanto Gray se abaixava e
pegava os cacos um a um.
- sim. acho que você está exagerando. Acho que está se
importando demais com o que as pessoas pensam sobre você e sobre nós.
- eu só queria que as pessoas me vissem da forma que sou.
Talvez se eu perder um pouco de peso eu melhore. Não acha? Talvez você possa me
receitar um remédio que me ajude.
- se eu disser não você vai fazer como fez quando
namorávamos? Vai roubar minhas receitas e prescrever um remédio pra você mesmo?
– perguntou ele se levantando e jogando os cacos no lixo.
- claro que não Gray.
- ótimo – falou ele com um sorriso levando a mão na pia –
então eu posso dizer: não – falou ele lambendo os lábios – não vou te receitar
nada pra emagrecer.
- obrigado. Você é um ótimo marido – fui até a sala e
coloquei Kurt no chão em meio aos seus brinquedos e me sentei no sofá de lado
pensativo.
- sou sim – falou Gray se sentando do meu lado de frente
para mim – se você quiser perder peso por qualquer outro motivo eu posso te
ajudar, mas se o seu motivo for a opinião das outras pessoas eu não vou te
ajudar com nada.
- não é só as outras pessoas – coloquei a mão na perna dele
e subi a mão e desci – vai me dizer que você não tem vergonha de mim?
- vergonha? – Gray fez uma cara de bravo.
- sim. Vai dizer que você não ia preferir que eu fosse uns
quilinhos a menos.
- quer saber? – falou ele com raiva – essa dinâmica de
deixar você em casa enquanto eu trabalho não está dando certo. Você está
ficando com tempo livre demais. Cabeça vazia é oficina do diabo. Talvez seja
melhor repensarmos como será nossos casamento daqui pra frente. Talvez seja
melhor você voltar a trabalhar.
- não. Eu gosto de ficar aqui com Kurt. Eu estou pensando
alto Gray. Eu quero poder conversar sobre essas coisas com você.
- eu sei. Estou te ouvindo.
- então seja sincero comigo.
- completamente – falou ele atento.
- admita que você seria mais atraído pro mim se eu fosse um
pouco mais magro. E não me venha com essa de que me ama do jeito que sou.
- porque é tão difícil acreditar? – falou ele rindo – você
me amaria menos se eu fosse vinte quilos mais gordo?
- não – falei acariciando seu rosto – eu te amaria do mesmo
jeito.
- pois então. Eu amo você pelo o que você é Griffin. Seu
corpo gostoso é só um brinde que veio – falou ele se ajeitando no sofá e
abrindo as pernas me puxando e me fazendo deitar entre suas pernas – você é meu
gostoso – falou ele acariciando meu rosto e descendo a mão mantendo em meu
peito – a culpa é minha Griffin. Eu reconheço meus erros e te colocar de lado
em algumas situações é um desses erros que eu estou tentando arrumar. Eu sei
que isso faz com que você se sinta menos importante do que você realmente é e
você é muito importante pra mim.
- desculpa por fazer drama – falei rindo – é que as vezes eu
fico pensando que talvez você gostasse mais de mim se eu fosse mais magro e
tivesse um corpo de modelo.
- tá louco? – falou ele rindo – você é gostoso e perfeito do
jeito que você é. A melhor parte de você ter ganho peso desde que nos casamos é
que sua bunda cresceu pra caralho – falou ele rindo – Você já tinha um rabão
gostoso e agora ele ficou suculento.
- você está tentando me animar – falei rindo
- Que nada. Eu falo
sério – falou ele se aninhando em mim me puxando para mais perto dele. Agora eu
estava deitado com a cabeça próximo a seu umbigo – Tá tão grande que agora eu
consigo até fazer espanhola na sua bunda.
- para com isso Gray! – falei rindo envergonhado – Kurt está
aqui ouvindo essas bobagens – Gray começou a rir.
- o que eu quero dizer é que eu te amo Griffin – ele se
inclinou e deu um selo na minha boca – nós temos um filho lindo juntos e eu não
quero que você desperdice nenhum segundo duvidando dos meus sentimentos por
você. O amor e o tesão é real – ele acariciou minha bochecha esquerda e eu pude
senti sua respiração em meu rosto – a única coisa capaz de nos separar é a
morte.
- eu preciso confessar uma coisa.
- que? – Gray
cochichou sorrindo e dando um beijo n a ponta do meu nariz.
- eu tenho te passado para trás – falei mordendo os lábios –
eu tenho comido bobeira quase todos os dias. Holly me trás donuts, mas a culpa
não é dela.
- eu sei -falou Gray
– como você acha que ela sempre acerta os seus sabores favoritos?
- você sabe? – estava confuso.
- Sim. Um dia acabei topando com ela na cafeteria e depois
de um aperto ela acabou confessando. Depois que ela confessou eu disse a ela
que você gosta das de chocolate e das de coco com recheio de doce de leite. E é
claro -falou ele rindo e apertando os
olhos como se estivesse lembrando – não posso esquecer daquelas cheias de
confeitos coloridos.
- porque você deixou?
- é um investimento.. São esses donuts que deixam seu rabão
grandão só pra mim.
- para de graça Gray.
- falando sério – falou ele rindo – eu te amo. Como posso
tirar suas guloseimas de vocês – ele sorriu e deu um tapa de leve no meu rosto
– mas você precisa me prometer que vai maneira agora que eu sei.
- prometo – falei juntando as mãos – apenas no fim de
semana, combinado?
- combinado – falou ele olhando para Kurt ficando de pé e se
aproximando de nós no sofá – Kurt diga para seu papai que se ele me passar para
trás de novo eu vou ter que dar uma surra nele – Gray disse isso discretamente
dando um tapa na minha bunda.
Kurt não deu bole e saiu andando e ao chegar onde estava seus
brinquedos ele se sentou novamente. Com um pouco de dificuldade, mas ele
conseguiu. Olhei para o alto e vi o queixo de Gray acima de mim.
- eu te amo Dr. Gray – puxei ele pela camisa e nós grudamos
nossos lábios. A boca dela era tão gostosa e sua boca é tão macia. A barba me
espetava e sempre me deixava cheio de tesão.
- eu te amo mais – respondeu ele finalizando o beijo com um
selinho. Ele deu um beijo no meu rosto, no meu nariz e na minha testa. Em
seguida ele voltou o corpo a posição original e nos ficamos lá sentados no sofá
assistindo Kurt brincar. Ele era o mais puro exemplo de perfeição. Gray estava
certo: temos um casamento lindo e um filho perfeito.
Estou muito feliz por estar de volta com essa história. Espero que vocês tenham gostado desse inicio. Não esqueçam de deixar aquele comentário e aquele voto. Vocês são a minha motivação. Um grande abraço a vocês e até o próximo.
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
Capítul a Seis S UA BOCA O cheiro do frango frito inundou minhas narinas e minha boca se encheu de ág...
-
Capítul a Cinco C UPCAKES & RUIVAS C ory estava no trabalho e o meu almoço acabou sendo as sobras ...
-
Capítul a Vinte M EDUSA E SUAS IRMÃS O s vizinhos ficaram surpresos ao verem Bruce saindo da casa com as m...
-
Capitulo Dezenove O amor Da miNha viDa E u logo subi minhas mãos pelo seu peito e fui beijando sua boca ch...
-
XXXVI Cruel Loja de Doces S entia como se estivesse em uma loja de doces. Tudo o que tinha que fazer era pr...
-
C apitulo trinta e set E A GENTE DO FBI ‘ B lack Sea’ de Natashe Blume estava sendo dublada pela D...
-
Capitulo Sete a cOmpreenSs ÃO D epois que Stan saiu Evan e eu fomos para o quarto e ligamos a TV. Eu esta...
-
Capítul a Quatro P ETER Q uando coloquei minhas últimas roupas no cabide e coloquei no guarda roupas j...
-
Capitulo Doze o inceSto E u estava pensativo no caminho de casa, o que eu faria? Eu estava muito feliz ...
-
XXXV Cruel Brincadeira Entre Adultos A pós o delicioso banquete que nos foi servido no almoço e uma hora ...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Bruto Irresistível
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Daddy's Game
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Sedutor Maldito: Volume Dois
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
Sim ele não tem mais os pais dele, mais ele tem o irmão que não tava morto, acho que ele complica demais às coisas.
ResponderExcluirValeu pelo comentário ;)
Excluir