Q
|
Capítulo 22
DIA 15 — 10h19min ás 16h47min
uinze dias. Estávamos no décimo quinto dia desde
que tínhamos acordado naquela maldita cabana no meio daquela floresta.
Estávamos tão perto de estar a salvo, mas ao mesmo tempo me sentia preso. Tio
Rodolfo estava deitado no gramado e eu estava sob ele com sue pênis dentro de
mim. Ele sorria e gemia apertando meu pescoço com uma das suas mãos enquanto eu
cavalgada no seu cacete. Titio era tão grande e grosso que me espanta ter entrado
com tanta facilidade. A forma que ele se movia enquanto eu pressionava cada vez
mais rápido meu ânus contra sue pau era cativante e meu pau estava duro como
pedra apontando para frente enquanto sob a luz do luar nossos corpos se uniam.
Não conseguíamos nem conversar direito e em nossa boca só havia espaço para o
ar que saia enquanto nós gemíamos.
- você é bem apertado e quentinho
– falou tio Rodolfo soltando meu pescoço e descendo a mão pelo meu peito e
segurando no meu pau que estava duro.
- você é tão grande – falei
gemendo e rebolando no pau dele.
- o que nós estamos fazendo? –
perguntou tio Rodolfo segurando em minha cintura e movendo os quadris.
- eu não sei! – respondi saindo
de cima de meu tio e indo até seu pau e colocando-o na boca. Era tão gostoso e
grosso e agora tinha o meu sabor na sua pica que já era naturalmente suculenta.
Seu pau era grosso com veias saltadas que eram bem agasalhadas pela minha boca
enquanto minha língua movia-se ferozmente pela cabeça do seu pau e minha boca
subia e descia pelo seu caralho. Titio era peludo e alisava sua barriga e seu
peito com uma das minhas mãos enquanto minha boca se deliciava no seu caralho.
- é assim que os homens da minha
família fazem quando comem alguém – falou Rodolfo dando um tapa na minha cara –
encho sua boca de rola e não de socos – falou ele com um sorriso – meu irmão
era um otário.
- seu pau é tão gostoso! – falei
chupando apenas a cabeça do sue pau e assando a língua.
- o que estamos fazendo? –
perguntou tio Rodolfo outra vez
- eu não sei – falei sentindo uma
lágrima escorrer pelo meu rosto e caindo nos pentelhos do seu saco. Eu passei a
língua limpando – eu só quero que você me coma com mais força – falei me
virando de costas e apoiando as mãos na perna de tio Rodolfo senti ele batendo
o pau no meu cuzinho. Levantei um pouco a bunda e ele meteu o pau dentro de
mim. Comecei a cavalgar com mais força e tio Rodolfo dava tapas na minha bunda
enquanto via seu pau entrar e sair de dentro de mim.
- eu te amo Kyle! – falou Rodolfo
– você é meu sobrinho favorito e você sabe disso.
- e você é meu tio favorito –
falei apertando o cuzinho apertando seu pau enquanto ele entrava e saia de mim.
Fechei os olhos e segurei no meu
pau e comecei a me masturbar bem rápido enquanto cavalgava no caralho do meu
tio. Sentia meu cuzinho queimando enquanto o seu cacete entrava e saia de mim.
- puta que pariu! – falei
jorrando porra para frente.
- abre a boquinha que eu vou te
dar leitinho! – falou tio Rodolfo tirando o pau da minha bunda. Me virei e
deitei a cabeça em sua barriga com a boca aberta enquanto ele movimentava a mão
com força socando uma gostosa punheta. De lá saiu uma porra gostosa liquida e
bem rala que eu a engoli por completo deixando o pau dele limpinho.
- eixa o titio de comer! – falou
tio Rodolfo segurando o pau ainda duro – deixa eu te mostrar como os homens da
minha família fazem.
- deixo sim tio – falei novamente
voltando a subir em cima de meu tio e sentindo o pau dele ser penetrado em mim.
O prazer era absoluto e o sol já
raiava lá no alto. Eu sentia uma tremenda dor no ânus. Sentia como se estivesse
fazendo sexo por horas. Meu corpo estava cansado e eu não queria mais fazer
aquilo. Tio Rodolfo tinha uma expressão amedrontada no rosto.
- eu não aguento mais! – falei
apoiando minhas mãos em seu peito e olhando para o alto. Sentia câimbras nas
pernas, minha bunda estava assada e sentia que podia desmaiar a qualquer
momento. Fpoi então que senti uma mão apertar meu rosto e um líquido ser
despejado na minha boca. Senti como se estivesse engasgando e em seguia senti
alguém me puxando de cima de Rodolfo e me jogando no chão.
Eu estava lá engasgando com o
líquido de gosto horrível que haviam despejado em minha boca e vi que fizeram o
mesmo com Rodolfo. Pouco a pouco a luz do sol foi tomando conta da minha visão.
Percebi que estava nu caído na terra próximo ao lago. Era de dia e já não era
mais noite. Olhei para cima e vi Dorothy, Mike, Anita e todos os outros olhando
atônitos para nós dois. Eles não estavam nus, mas pareciam cansados como eu.
- o que… o que aconteceu? –
perguntei ainda tonto.
- é o lago – falou um homem de
olhos azuis e bigode jogando um cobertor na minha direção.
- quem é você? – falei olhando
para o homem.
- sou o Sargento Ross August do
exército de Lemúria.
- sargento? – perguntei confuso.
- sim – falou Will aparecendo –
ele me encontrou logo após eu sair do rio.
- Will? Você está em pé? –
perguntei confuso.
- sim – falou ele com um sorriso
– parece que tudo o que eu precisava era morrer – falei ele respirando
fundo - fui recompensado com pernas
novas.
- o que diabos aconteceu? –
perguntou tio Rodolfo também nu usando o cobertor para se cobrir. Ele olhava
confuso para Dorothy que também parecia envergonhada.
- a água desse lago é toxica.
Você fariam sexo até seus corpos não aguentarem e você morreriam. Por sorte os
cientistas inventaram isso – falou ele mostrando uma garrafa com um liquido
esverdeado – Hypericum Perforatum, Alpinia Speciosa, Diaboli Viriditas e um pouco de Nitrato de potássio, cânfora e
bromo. Eles inibem na hora o seu apetite sexual. Os efeitos colaterais podem
impedir que vocês façam sexo por um mês – falou ele fazendo um gesto com o dedo
dando a entender que os homens não teriam ereção.
Tio Rodolfo parecia estupefato ao
perceber que nós dois fizemos amor.
- quantas horas? – perguntou tio
Rodolfo confuso.
- dez e meia de acordo com o meu
relógio – falou o homem com roupa
militar e um enorme rifle nas costas.
- nós passamos a noite toda
tranzando? – perguntou Anita passando a mão nos cabelos.
- no momento em que vocês entraram
em contato com o lago vocês foram infectados até o momento em que lhes dei o
antidoto.
Todos pareceram envergonhados com
a situação afinal todos nós fizemos o que fizemos a noite toda.
- pessoal não precisam ficar
envergonhados – falou o militar – não existe julgamento aqui. Vocês foram
infectados.
- é verdade – falou Mark.
- isso explica porque Kyle e eu…
vocês sabem… - falou Rodolfo envergonhado – afinal nós somos parentes.
- a água do lago aumenta a libido
de vocês tipo; mil por cento, mas ela não os obriga a fazer nada – falou o
militar pegando um radio comunicador que estava preso junto a sua farda – …em
outra palavras: o que vocês fizeram era algo que vocês desejavam fazer antes de
serem infectados com a água, mas isso não vem ao caso – falou o militar pegando
apertando alguns botões percebendo que o aparelho não funcionava – que merda –
falou ele jogando longe.
Ao ouvir aquilo olhei para tio Rodolfo e ele
olhou para mim. Ele engoliu em seco e Mike e Ted se aproximaram de mim.
- vem Kyle, vá se vestir – falou
Ted segurando meu braço.
Uma vez que todos nós vestimos
nossas roupas e a vergonha do que tinha acontecido passou todos nós nos
reunimos para conversar com Will. Estávamos todos felizes por ele estar de pé.
- pessoal! – falou o militar
chegando – eu preciso da atenção de vocês – falou ele ficando em cima de uma
pedra – sei que vocês tem dezenas de perguntas e antes que as faça deixe-me
explicar quem sou eu – ele fez uma pausa – sou o Sargento Ross Hawkins August e sou um soldado do continente de
Lemúria. A alguns quilômetros naquela direção – indicou o homem apontando para
o outro lado do lago – existe uma cidade chamada Eternia. É de lá que eu venho
e é para lá eu vou levar vocês.
- isso! – falou Anita comemorando
e abraçando Clint.
Eu abracei Ted e Mike feliz por
finalmente estava a salvo.
- A boa noticia é que uma vez por
semana eu faço rondas nessa região procurando por ‘forasteiros’ e foi quando eu
encontrei Will desmaiado perto do rio. Ele me disse que haviam outros e nós
viemos atrás de você.
- e qual a má noticia? –
perguntou Mark.
- eu perdi contato com os meus
colegas militares e o meu carro furou dois pneus. Nós teremos que seguir a pé.
- fica muito longe daqui? –
perguntou Mike.
- mais ou menos 4,8 quilômetros
naquela direção. Se nós sairmos agora pode ser que consigamos chegar hoje. Isso
se não toparmos com nenhuma criatura.
- porque você nos chamou de
forasteiros? – perguntei interrompendo Ross.
- qual o seu nome?
- Kyle.
- porque é o que vocês são. É
assim que nós nos referimos aqueles que ainda não chegaram há Eternia. Não se
preocupem, vocês são muito bem vindos. Qualquer sobrevivente é bem vindo –
falou o militar respirando fundo – todos vocês estão de acordo com o plano?
- nós temos escolha? – perguntou
Clint.
- sim – falou ele lambendo os
lábios – pode ficar aqui e esperar que um lobisomem ou um ghoul te ataque.
- nós vamos – falou Clint
segurando na mão de Anita.
- onde está Misty? – perguntou Will
olhando em volta.
- ela não conseguiu… sobreviver… –
falou Mike triste – Melly também não.
- estão falando sério? – perguntou
Will surpreso.
- sim – falou Rodolfo – já perdemos
dois desde que saímos da mansão.
- precisamos sair daqui antes que
nós sejamos os próximos – falou Will.
- então vamos.
Nós caminhamos pelo lado direito
do lago por quase um quilometro e encontramos três embarcações. Eram de
madeiras e eram bem velhas. Infelizmente a única forma de passar seria usando
esses pequenos barcos de pesca já que o lago era imenso e dar a volta levaria
dias e dias. Nós nos dividimos em três grupos e entramos no barcos. Dois de nós
pegamos remos e seguimos atravessando aquele lago maldito. A água era linda e
cristalina. Difícil imaginar que seus efeitos eram tão ruins.
- essa praga de lago! – falei com
raiva.
- eu não acho – falou Anita. Mark
e Rose estavam remando o nosso barco. Tio Rodolfo e Ross remavam o segundo
barco e Ted e Mike remavam o terceiro.
- você é maluca – falou Rose – eu
estou morta de vergonha.
-eu sei que nós faríamos sexo até
morrer, mas no fundo tudo o que ele faz é te dar coragem pra fazer o que
queríamos – Anita olhou para mim e depois para o outro barco onde tio Rodolfo
estava.
- nem pense em abrir a boca e
dizer o que está pensando – falei advertindo ela.
- você nem sabe o que vou dizer –
falou Anita se defendendo.
- eu imagino e prefiro que você
não diga nada.
- tudo bem – falou Anita.
- você diz isso porque só ficou
com seu namoradinho Clint – falou Mark.
- você não tem do que reclamar
afinal ficou com três – falou Anita.
- Anita! – falou Rose com raiva e
vergonha.
- desculpa – falou Anita rindo.
Depois de um tempo nós nos revezamos
e Anita e eu fomos os próximos a remar. O sol lá no alto brilhava forte
refletindo no lago. Estava tão cansado de tudo aquilo. Dois já haviam morrido
no caminho e tudo o que queria era chegar logo a essa cidade e voltar a ter uma
vida normal se é que pode-se dizer que uma vida normal nos aguarda em um lugar
como esse. Continuamos a remar e em certo momento Anita parou.
- o que foi agora? – perguntei
para Anita.
- quer que eu continue? –
perguntou Mark.
- não é que… eu achei ter visto
algo na água.
- você tá ficando doía – falei
movendo o remo – continua remando.
- okay – falou ela batendo o remo
na água e então ela parou de sem over novamente – acho que é um jacaré – falou
ela olhando fixamente para um ponto do lago. Eu procurei por onde ela olhava e
realmente vi o que pareciam ser dois olhos amarelos.
- porque vocês pararam? – gritou
Ross ao longe.
- tem alguma coisa na água! –
falei gritando olhando para ele.
- o que você disse?
- tem alguma coisa na água! –
gritou Rose e Mark tentando me ajudar.
O que não percebemos é que
enquanto conversávamos a criatura se aproximava apenas com os olhos para fora.
Ela saiu um pouco da água e mostrou-se um homem de pele azulada de olhos
amarelos e compridos cabelos negros. Ele tinha um belo sorriso e ele se
aproximava cada vez mais de Anita.
Ross gritava do seu barco
apontando e todos começaram a gritar também.
- cuidado… Nokken! – gritou Ross
– cuidado com o Nokken.
- nós olhamos para trás e então o
belo homem sorriu e seus longos cabelos saíram da água e se enrolaram nos
braços e Anita tentando puxa-la para a água. O homem olhou para nós e abriu a
boca com longos dentes pontudos e soltou um grito.
- Anita – gritei segurando ela
por trás.
- Kyle! Me ajuda!
Os outros dois barcos estavam
longe e agora eles remavam tentando virar o barco para se aproximar de nós. Eu
puxava Anita com toda força e Rose batia na criatura com o remo, mas ela não
parecia se importar e apenas soltava mais e mais sons como o de um rato
misturado com o som que a cobra faz.
- larga ela seu desgraçado! –
falou Rose batendo o remo até que ele se quebrou.
Mark então comecei a bater o pé
na cara da criatura e seus cabelos começaram a apertar cada vez mais e Anita
começou a gritar de dor. A criatura começou a se abaixar lentamente e Anita
começou a ser puxada. O barco pareceu querer tombar enquanto eu a segurava.
- não me solta Kyle! Não me
solta! – gritou Anita chorando.
- Mark! A faca! – gritou Mike do
barco ainda um pouco longe. Ele jogou a faca e Mark conseguiu pegar ela no ar e
ele quase caiu do barco. Ele se aproximou e começou a passar a faca nos cabelos
da criatura, mas Anita começou a gritar. O cabelos começou a sangrar e Anita
gritava cada vez mais.
- você está machucando ela! –
gritei para Mark.
- mas eu estou cortando os
cabelos e não o braço dela – falou Mark.
- segura ela – falei dando lugar
a Mark.
Fui até a beirada do barco e
olhei para o monstro.
- Nokken? Seu nome é Nokken!
Certo? Me leva! – falei nervoso respirando fundo – Deixa ela e me leva! – falei
estendendo a mão – por favor, leve a mim.
- Kyle! Não! – todos começaram a
gritar, mas eu não via outra solução. Não ia deixar aquele monstro levar Anita.
Ao ouvir o meu apelo a criatura
voltou a superfície e seus cabelos começaram a se desenrolar do corpo de Anita.
Foi então que eu peguei a faca no chão do barco e mergulhei na água.
Inicialmente senti como se um raio percorresse meu corpo. A água era
congelante. Com a faca na boca eu nadei até a criatura e me agarrei atrás dela
na água e quando os cabelos haviam soltado Anita eu cravei a faca no pescoço no
monstro quatro vezes e ele começou a gritar de dor. Eu o soltei e ele saiu
nadando soltando seu sangue amarelado. Eu larguei a faca que afundou lagoa
abaixo.
- Kyle! Aqui! – falou uma voz com
a mão estendida para mim. Era tio Rodolfo. Ele e Ross seguraram em mim e me
ajudaram a subir no barco.
Automaticamente quando estava no
barco fui para cima de meu tio e deu um selo em seus lábios. Ele correspondeu
ao selo e ficou me encarando. Em seguida ele dei um beijo no pescoço dele e tio
Rodolfo acariciou meu rosto.
- segura ele – falou Ross puxando
meus cabelos e jogando mais do liquido esverdeado na minha boca.
- eu não preciso? – perguntou
Rodolfo com a roupa molhada.
- não – falou Ross – você tomou
uma dose agora a pouco e é só um pouco de água, mas se você sentir que precisa
eu te dou.
- não precisa – falou ele
respirando fundo.
- ele está bem? – perguntou
Anita.
- estou – falei tossindo e
olhando para ela. Os braços dela estavam inchados e vermelhos como se ela
tivesse sido queimada onde os cabelos daquela coisa tocou.
- você está bem Kyle? – perguntou
tio Rodolfo olhando para mim.
- estou sim, desculpa por…
- sem problema – falou ele me
interrompendo.
- vamos logo sair desse lago
antes que outra criatura ataque – falou Ross voltando a remar junto com meu
tio. Eu fiquei lá no barco com a garganta doendo torcendo para chegarmos logo
na porcaria dessa cidade.
O lago era realmente gigante e
levamos pouco mais de uma hora e meia para conseguir chegar do outro lado.
Quando atracamos nós saímos rapidamente dos barcos prontos para continuar. Para
nossa sorte nenhuma outra criatura atacou. De fora do barco eu peguei uma das
mochilas e coloquei nas costas.
- você está bem? – perguntou Ted
se aproximando ao lado de Mike.
- estou sim – falei apertando os
lábios forçando um sorriso.
- tome cuidado! – falou Mike
acariciando meu rosto – não vá morrer logo agora que estamos chegando onde
sempre queríamos.
- prometo que não vou – falei
beijando a boca de Mike e em seguida dando um selinho na boca de Ted – vai ficar
tudo bem.
- vamos pessoal! – gritou Ross lá
na frente – você querem ficar aqui ou querem chegar na cidade? Não temos todo o
tempo do mundo. Quando escurecer haverão dezenas de criaturas como essa nos
atacando.
Cada um de nós pegou uma mochila
e nós seguimos o soltado. Will e Rose foram de mãos dadas. Estava feliz por
eles. Por outro lado estava envergonhado com o que a droga desse lago fez
conosco. Enquanto caminhávamos arranjei um jeito de me aproximar de meu tio
para poder esclarecer tudo. depois de trinta minutos de caminhada estava perto
do meu tio. Ele comia amendoins e olhou para mim quando viu que eu estava
perto.
- quer um pouco?
- obrigado – falei colocando a
mão e pegando um bocado de amendoim.
- será que chegaremos ainda hoje?
– perguntou ele rindo. Estava bronzeado e suando. Todos nós estávamos cansados
e exaustos.
- espero sinceramente que sim –
falei respirando fundo - tio… eu… eu só
queria dizer que aquelas coisas que fizemos não vai interferir em nada no nosso
relacionamento afinal foi o lago.
- eu sei Kyle – falou ele sem
graça – nós temos sorte de estar vivos. O que nós fizemos é o menor dos nossos
problemas.
- então nós estamos bem?
- claro – falou ele passando a
mão por trás de mim e apalpando as minhas costas – pra mim o que aconteceu foi
um pesadelo. Um sonho maluco ao qual já acordei.
- verdade – falei lambendo os
lábios – obrigado tio.
- pelo que?
- por nada… por ser tão legal.
- eu sou o tio legal, lembra? –
falou ele rindo.
- é sim – falei pegando um pouco
mais de amendoim enquanto nós seguimos caminhos.
Estávamos andando por uma longa
trilha em uma floresta. A trilha aprecia ter sido criada pela quantidade de
pessoas que caminharam ali. O mato estava seco e pisoteado. Fico imaginando
quantas pessoas passaram pelo mesmo que nós. Depois de mais de duas horas de
caminhada nós decidimos parar um pouco para descansar. Nós nos sentamos em
grandes pedras e conversamos sobre o que esperávamos da cidade.
O sargento Ross não se juntou a
nós e disse que daria uma volta para tentar reconhecer o perímetro. Ele disse que
fazia mais ou menos dez anos que não passava por aquela trilha e queria ter
certeza de que estávamos seguros.
- como você está? – falei me
aproximando de Anita enquanto Rose fazia curativo no braço dela.
- estou melhor – falou ela se
incomodando um pouco e gemendo de dor.
- já estou terminando Anita.
Aguenta só mais um pouquinho – falou Rose pegando outra gaze.
- obrigada Kyle, você salvou
minha vida.
- não foi nada – falei rindo.
- você é um herói, sabia? Meu
herói. Sempre esteve lá por mim. Não importa em que ano estamos.
- você está me fazendo ficar sem
graça Anita – falei sem graça me lembrando o que tinha acontecido entre tio
Rodolfo e eu.
- Talvez seja por isso que você tem
esses poderes. Você é um herói.
- quem dera. Sou só mais um cara
perdido em um mundo pós apocalíptico tentando sobreviver.
- pessoal! – falou Ross vindo pela
floresta até o nosso acampamento improvisado com uma faca na mão – precisamos
ir.
- calma, nós acabamos de chegar!
– falou Will.
- olha o que encontrei – falou
ele mostrando a faca. Havia uma espécie de gosma amarela com pontinhos
azulados.
- o que é isso? – perguntou Will.
- baba de Ghoul – falou Ross –
precisamos ir antes que eles nos encontrem. Precisamos sair da floresta.
- o que é um Ghoul? – perguntou
Lucy pegando sua mochila enquanto todos nós nos preparávamos para continuar a
caminhada.
- uma criatura que come carne
humana – falou Ross – como não tem muitos humanos no mundo eles devem estar
famintos.
- qual a aparência deles? –
perguntou Clint.
- são criaturas de pele cinza,
carecas com orelhas pontudas e uma língua gigante? – falei olhando para trás.
- sim – falou Ross intrigado –
como você sabe? você já os viu?
Ross olhou para mim e viu que eu
estava parado encarando algo.
- Sim. Tem um deles bem ali –
falei imóvel mostrando a criatura bufando de raiva e fome.
- Parem. De. Se. Mover. – falou
Ross quase que cochichando.
O silêncio tomou conta do lugar e
tudo o que se podia era a criatura respirando ofegante.
- eles são cegos durante o dia –
falou Ross – precisamos sair daqui ilesos.
- vocês podem correr. Eu distraio
a criatura – falei olhando para Ross – se ela me matar eu ressuscito depois.
- Kyle! – falou tio Rodolfo – não
diga bobeira.
- o problema não é morrer garoto
– falou Ross – morrer seria uma dádiva. Se você contrair essa doença você não
via morrer.
- doença? – perguntei confuso –
pensei que ele fosse um Ghoul.
- sim. Ele tem síndrome de Ghoul
– falou Ross – veja, por anos a humanidade ficou escassa de comida e para
sobreviver alguns de nós tiveram que tomar uma decisão desesperada e comer
carne humana. O primeiro a comer carne humana contraiu essa horrível doença.
Ele se transformou nesse monstro e desde então vem matando e contaminando
outros – Ross lambeu os lábios olhando em volta sem saber o que fazer – Se ele
te arranhar ou te morder você vai se tornar um deles. Se um Ghoul te matar ele
vai te comer e você não terá nenhuma chance de ressuscitar.
- o que vamos fazer? – perguntou
Dorothy – eu vou pegar a minha arma e vou atirar nele. Quando fizer isso vocês
começam a correr em linha reta e só parem quando tiverem certeza de que estão a
salvo.
- como vamos saber isso? –
perguntou Ted.
- eu não sei, se virem – falou
Ross – eu estarei logo atrás de vocês.
Ross então começou a mover as
mãos e pegou o rifle que trouxe consigo. Era um CZ 750 usado por Snipers. Ele
então posicionou a arma e a segurou. No momento que ele destravou a arma o
monstro olhou na nossa direção e começou a correr.
Ouvimos sons de tiros e começamos
a correr bem rápido em direção reta passando por árvores, pedras e galhos que
cortavam meus braços. Eles se curavam quase que imediatamente. Esses pequenos
machucados se curavam em questão de segundos o que me ajudou um pouco quando
acabei pisando em uma pedra e quebrando o meu pé.
- Kyle! – falou Lucy parando –
você está bem?
- correm! - falou Ross chegando
onde estava e segurando no meu braço me ajudando a levantar.
- eu quebrei o tornozelo – falei
sentindo a dor diminuindo enquanto Ross me carregava com ajuda de Lucy. Dei um
grito quando meu pé voltou para o lugar sozinho. Depois disso eu consegui
correr sozinho.
- eu consigo andar sozinho –
falei voltando a correr. Ross parou e se abaixou e mais uma vez apontou a arma
para a criatura e continuou a atirar. Dessa vez ele acertou o meio da cabeça da
criatura que caiu para trás.
- bom tiro – falou Lucy.
- obrigado fofa – falou Ross se
levantando e colocando a arma no ombro.
Nós caminhamos procurando pelos
outros e quando chegamos nós vimos eles reunidos olhando para algo no chão. Era
Mark ele estava caído no chão com um buraco na perna.
- o que aconteceu? – perguntou
Ross.
- uma daquela criaturas o mordeu
na perna.
- nós conseguimos mata-la – falou
Mike apontando para a criatura com a cabeça esmagada. Tinha uma gosma verde e
amarela saindo do que restou de sua cabeça.
- você vai ficar bem – falou Lucy
se ajoelhando e segurando na mão de Mark.
- vocês… precisam… - falou Mark
com um pouco se sangue saindo da boca. Ele tremia ao conversar como se
estivesse com frio. A dor deveria ser imensa – vocês tem que me matar.
- não – falou Lucy – não podemos.
- ele vai virar um deles – falou
Ross pegando uma pistola em um dos bolsos e apontando para a cabeça de Mark,
mas Lucy ficou na frente dele.
- não por favor – falou Lucy chorando.
- desculpa fofa, mas precisamos –
falou Ross lambendo os lábios se preparando para atirar.
- espera – falei de pé – talvez
não precisemos – falei correndo pelo lado esquerdo.
- Kyle, onde você vai? –
perguntou Ted.
Corri por uns dez metros e parei
tocando a mão em uma árvore. Me concentrei e ouvi as árvores gemendo como se os
troncos estivessem se contorcendo, mas dessa vez era diferente. Eu conseguia
sussurros como se elas estivessem conversando comigo. Eram tantas vozes que mal
conseguia ouvir alguma coisa.
- cala a boca – falei com raiva.
No mesmo instante os cochichos pararam. Não sabia bem como, mas eu sabia qual
era a cura para A Síndrome de Ghoul. Estava dentro de mim por algum motivo que
eu ainda não entendia. Era como um instinto. Eu sabia que precisava usar em
Mark.
Eu comecei a caminhar rapidamente
pelas árvores pegando algumas folhas. Havia um monte de plantas estranhas lá e
mesmo que eu não soubesse eu sabia quais delas pegar. Peguei três folhas do que
pareceu ser um Salgueiro. Peguei em seguida duas folhas pontudas de cor
vermelha com as pontas pretas. Peguei um pouco de terra e voltei rapidamente
onde todos estavam. Eles me olhavam como se eu fosse maluco.
- o que está fazendo? – perguntou
Lucy me vendo se ajoelhar próximo a Mark que se contorcia de dor. Eu espremi as
folhas com a mão e as esfreguei uma na outra até elas soltarem um liquido
esverdeado que deixei pingar na ferida. Em seguida eu coloquei as folhas
cobrindo a ferida e joguei terra por cima
em seguida eu abaixei um pouco o rosto próximo a ferida de Mark e depois
de alguns segundos me levantei e fiquei olhando para ele.
- o que você fez? – perguntou
Ross.
- eu não sei. Uma receita pra
curá-lo..
- você é maluco – falou Ross
destravando a arma preparando-se para atirar.
- o que está fazendo? – perguntou
Mike se aproximando – ele disse que ele vai melhorar.
- os cientistas não descobriram a
cura por mais de mil anos e você está me dizendo que esse garoto aqui pegou
meia dúzia de folhas e colocou na feria e ele está se sentindo melhor?
- sim, eu estou – falou Mark
respirando fundo e lambendo os lábios – eu estou me sentindo melhor – Mark
forçou os braços e conseguiu então ficar de pé, mas não conseguiu se apoiar.
- isso é impossível – falou Ross.
- pelo oque parece possível e impossível tem suas
vertentes por aqui – falou tia Dorothy.
Lucy se aproximou de Mark e deu
um abraço nele – obrigada Kyle – falou Lucy com um sorriso. Decidimos continuar
caminhando e muitos ainda sem conseguir acreditar que eu tinha conseguido curar
Mark. Especialmente Ross que seguia em silêncio e com aquele olhar desconfiado
sem acreditar em mim. Depois de mais uns trinta minutos caminhando nós
finalmente deixamos a floresta. Estávamos agora em um grande campo de colinas
cheias de pedras sem nenhuma árvore. Nem percebi que Ross estava caminhando ao
meu lado depois de um tempo. Eu parei por um momento para tomar fôlego e Ross
parou e ficou me olhando.
- o que foi? – perguntei olhando
para ele – pode ir eu sei me virar sozinho. Eu encontro vocês.
- como você fez aquilo?
- eu já disse que não sei. Foi só
meu instinto.
- balela – falou ele com raiva –
como foi que você fez? Eu não vou te machucar e não quero te fazer nenhum mal.
Só quero saber como você fez aquilo.
- eu não quero conversar com
você.
- nós podemos estar em um ano
diferente, em um mundo diferente, mas é a mesma raça humana que está povoando
esse lugar. Se você não tomar cuidado as pessoas irão te usar como objeto caso
elas achem que você é valioso.
- o que você quer dizer com isso?
- eu sou um Sargento do Exército,
Kyle. Você pode confiar em mim.
- o último cara do exercito que
conheci era meu pai e ele não foi muito bom comigo.
- eu não sou seu pai. Sou um cara
tentando te ajudar.
Pensei bem no que Ross tinha dito
e talvez seja um erro confiar nele, mas ele já desconfiava de algo e ficaria me
perturbando até que eu contasse a verdade.
- pode confiar em mim Kyle – Ross
pareceu até um pouco desesperado ao me perguntar a verdade.
- foram as árvores – falei
olhando para ele – elas me disseram.
43_minutos_atras
- Kyle, onde você vai? –
perguntou Ted.
Corri por uns dez metros e parei
tocando a mão em uma árvore. Me concentrei e ouvi as árvores gemendo como se os
troncos estivessem se contorcendo, mas dessa vez era diferente. Eu conseguia
sussurros como se elas estivessem conversando comigo. Eram tantas vozes que mal
conseguia ouvir alguma coisa. Tentei me concentrar no que elas diziam e percebi
que as vozes diziam a mesma coisa.
‘você é a cura Kyle, a sua saliva. Coloque sua saliva na ferida e ele
viverá’
As vozes sussurraram aquela
frases várias e várias vezes em minha cabeça. Não sei se eram as árvores que
estavam falando comigo ou se eram as vozes na minha cabeça. Cheguei a pensar
que talvez fosse Gaia, mas acho que talvez seja muita loucura. Tudo o que sei é
que elas repetiram tantas vezes que em certo momento elas começaram a me
irritar.
- cala a boca – falei com raiva e
medo. Temi que alguém além me mim estivesse ouvindo aquilo. Se essas vozes
estiverem certa isso significa que eu posso ser uma pessoa valiosa e pessoas
ruins vão querer se aproveitar de mim. Eu precisava improvisar. Vou pegar
algumas folhas e terra e fingir que elas são a cura. Depois de pegar algumas
folhas na floresta voltei até onde todos estavam e percebi que todos olhavam
para mim como se eu fosse alguma espécie de maluco.
- o que está fazendo? – perguntou
Lucy me vendo se ajoelhar próximo a Mark que se contorcia de dor. Eu espremi as
folhas com a mão e as esfreguei uma na outra até elas soltarem um liquido
esverdeado que deixei pingar na ferida. Em seguida eu coloquei as folhas
cobrindo a ferida e joguei terra por cima
em seguida eu abaixei um pouco o rosto e cuspi na ferida de Mark
tentando tapar a visão de todos para que não me vissem cuspir na ferida dele.
Ao ouvir aquele relato Ross ficou
sem palavras. Ele pareceu pensativo e abismado com tudo o que tinha dito.
- elas estavam certas. Minha
saliva curou ele. É por isso que as feridas em meu braço se curam rapidamente.
Por causa do meu suor. Meu pé quebrado voltou ao normal por causa do meu
sangue. Está em mim. Seja lá o que for está em mim esse tempo todo.
- ninguém pode saber disso Kyle.
Se essa informação cair nas mãos das pessoas erradas elas irão arrancar seus
órgãos enquanto você ainda estiver vivo. Cientistas vão querer de dissecar para
saber qual é o seu segredo.
- eu não posso contar nem para Mike?
Ele é um cientista.
- não – falou Ross – é melhor que
não.
- mas nós temos meio que um relacionamento.
- confie em mim Kyle. Pelo menos
por enquanto.
- como posso ter certeza de que
confio em você?
Ross enfiou a mão no bolso e
tirou de lá uma fotografia. Ele me entregou e eu vi uma garota de cabelos
loiros escuros de mais ou menos cinco anos de idade.
- essa é Seraphyne. Minha filha.
A quatro dias ela começou a tossir como se estivesse gripada. Simples assim. Do
nada. Sem razão nenhuma ela começou a sentir algumas coisas estranhas no corpo
e três dias atrás ela amanheceu sem conseguir mover os dedos dos pés. Ontem ela
acordou sem conseguir dobrar os joelhos – ele pausou e respirou fundo – hoje ela
acordou sem conseguir mover as pernas. Ela nem consegue levantar da cama.
- o que aconteceu com ela? –
peguei a foto e vi a linda garotinha.
- O médico disse que ela contraiu
uma doença desconhecida até o momento, mas as analises de fluidos mostraram que
essa doença está transformando suas células do seu corpo em uma proteína que tem
a consistência de concreto. Isso está acontecendo de baixo para cima.
- Como isso é possível?
- ninguém sabe. Tudo o que sei é
que quando os pulmões forem atingidos ela vai morrer sufocada – falou ela apreensivo
– minha garotinha. Ela tem cinco anos e terá cinco anos para sempre. Eu não
posso perde-la Kyle. Se você curá-la quando chegarmos eu vou dever a minha vida
a você. Você pode ter certeza disso.
- okay – falei respirando fundo e
devolvendo a foto para ele.
- obrigado Kyle – falou Ross com
um sorriso colocando a mão o meu ombro em um sinal de aprovação.
- vocês não vem? – perguntou Mark
gritando ao longe. Ele já não precisava mais de apoio e estava de pé sozinho.
- estamos indo – falei pegando
minha mochila e jogando de volta nas minhas costas voltando a caminhar.
Estávamos caminhando a horas por
aqueles malditos campos e o sol estava queimando o meu rosto. Eu tentava tapar
com os braços, mas então meus braços começavam a se queimar. Foi bom ter
conversado com Ross. Ele parece ser um cara legal e se eu puder ajudar a salvar
a vida da filha dele eu farei com todo o prazer.
- Eternia fica depois daquela
colina – falou Ross parando e olhando para nós.
- você está de brincadeira né? –
perguntou Anita não achando graça da
piada.
- não – falou ele rindo e se
virando – fica bem ali.
Nós começamos a correr e quando
chegamos no alto de uma colina vimos uma floresta e uma enorme cidade. Era
gigante e ia até onde a vista alcançava.
- nós chegamos! – gritou Rose
abraçando Lucy e dando pulinhos.
Dorothy abraçou Rodolfo e Mike e
Ted vieram até mim e me abraçaram. Todos gritaram e comemoraram. Estávamos
todos animados por finalmente chegarmos. A cidade parecia ser cercada por
gigantes muros. Com criaturas soltas acho que era a melhor opção.
- vamos pessoal! – gritou Lucy
começando a correr.
Todos então seguiram Lucy
correndo. Eles desceram rapidamente a colina e entraram na floresta. Ross não
correu e eu decidi ficar e esperar por ele. Ele parecia triste com a situação
da filha.
- pode correr se você quiser.
- não. Prefiro esperar por você –
falei rindo e começando a caminhar – você parece ser um cara legal Ross.
Continuei a caminhar e não obtive resposta – eu sei que você está triste pela
sua filha, mas não precisa ficar – falei olhando para trás, mas não vi sinal
dele – Ross? – falei voltando e ouvindo sons estranhos – Ross! – gritei alto ao
ver ele caído no chão engasgando no próprio sangue. Ele tinha um grande corte
no abdome – o que aconteceu? – me ajoelhei junto a ele e então ouvi um som
aterrorizante. Olhei para frente e vi uma criatura com duas cabeças e um rabo
de serpente. Era uma Quimera. Tinha uma
cabeça de leão, uma cabeça de bode e um rabo de serpente Ele andava em duas
patas e tinha grandes garras em suas mãos.
A minha primeira reação foi
cuspir na ferida de Ross. A criatura estava lá me encarando e se preparando
para correr para cima de mim. Eu segurei nos ombros de Ross e comecei a puxá-lo
para sairmos da colina.
- corra! Me deixe! – falou ele
engasgando com o sangue – salve sua vida… salve minha filha.
- Não. eu não vou deixar você –
falei puxando ele com todas as forças – socorro! – comecei a gritar. A ferida
de Ross era enorme e minha saliva ia demorar muito tempo para curá-lo. Talvez
não fosse tempo o suficiente – socorro! Alguém me ajude!
A Quimera veio correndo na nossa
direção e eu corri para o lado esquerdo. A Quimera veio atrás de mim. Ela
queria a mim. Corri no sentido contrário tentando afastar a criatura o máximo
que pude de Ross, mas agora ela estava na minha cola. Eu podia sentir seu bafo
quente sob mim. Foi então que decidi parar e tentar usar a minha força da mente
ou sei lá o que para empurrá-la. Eu fiz um gesto, mas nada aconteceu.
- merda! – falei voltando a
correr.
A criatura veio ferozmente atrás
de mim e eu acabei escorrendo e caindo no chão. Eu me virei e imaginei que se
quisesse de verdade eu conseguiria deter aquela criatura.
- por favor! – falei de olhos fechados
movendo as mãos torcendo para que a criatura fosse jogada para longe assim como
aconteceu com o lobisomem.
Abri os olhos e a criatura estava
parada. Não por causa dos meus ‘poderes’, mas sim para poder me atacar ela
estava andando em volta de mim como se estivesse me encurralando. Ela estava
perto e a minha morte era certa. Fechei os olhos esperando pela mordida da
criatura, mas ao invés disso ouvi o som da criatura gritando de dor. Ela urrava
de dor como um leão e a serpente em sua calda se movia de um lado para o outro
até que parou. Foi então que eu vi que dentro da cabeça do bode havia uma
enorme lança que havia sido fincada.
- você está bem? – falou uma voz
feminina.
Assustado eu abri os olhos e
contra a luz do sol eu vi Misty. Ela estava usando os cabelos em rabo de cavalo
e ela tinha em seus cabelos uma espécie de bandana. Ela parecia uma heroína com
a capa esvoaçada pelo vento.
- Misty? Você está viva?
- sim – falou ela estendendo a
mão me ajudando a levantar – obrigada por me esperar.
- mas… você morreu e então…
- eu sei – falou ela rindo – não
precisa se explicar. Eu segui o rastro de vocês e depois de passar por uma
criatura maluca e um cemitério de fogo foi fácil encontrar vocês.
- é tão bom ver você – falei
abraçando ela.
- tem alguém ai? – falou Ross
gritando.
- quem é ele? – perguntou Misty
enquanto corríamos.
- é um militar. Ele nos ajudou a
chegar em Eternia – você está se sentindo melhor? – falei me abaixando.
- um pouco – falou Ross – já não
está mais saindo sangue da minha boca – falou ele respirando fundo.
- ótimo – falei segurando nos
ombros e puxando ele pelo uniforme – Ross essa é minha amiga Misty.
- olá – falou Ross sentindo suas
pernas serem levantadas por Misty.
Misty e eu carregamos Ross colina
abaixo e entramos na floresta torcendo para que nenhum outro monstro
aparecesse. Meus braços estavam doendo e nós paramos algumas vezes. Podia-se
ver o muro entre as árvores enquanto saiamos da floresta. Parecia ser uma
instalação militar. Quando nos aproximamos e saímos da floresta um monte de
militares se juntou ao redor de nós apontando armas.
- fiquem parados – falou um dos
militares – não vamos machucar vocês. Sei que vocês estão confusos agora, mas
você precisam prestar atenção em mim. O mundo que vocês conheciam já não é mais
o mesmo. Todas as suas duvidas serão esclarecidas em breve. Nós só queremos
ajuda-los a se reintegrarem a sociedade.
- okay – falei feliz vendo Mike,
Ted, Dorothy, Rodolfo e os outros do outro lado acenando para nós. Tanto Misty
quanto eu levantamos as mãos e Ross deitado no chão começou a rir. Ele estava
feliz por estar vivo e por ter me conhecido. Eu salvei a vida dele e vou salvar
a de sua filha. Acho que ele me deve agradecimentos.
- você não quer me dizer nada? –
falei rindo olhando para ele.
- Claro – falou Ross com um
sorriso – Seja Bem vindo a Eternia.
Foi uma grande estrada até aqui. Sei que as vezes demorei um pouco a postar, mas é que escrever essa história deu um trabalhão já que tive que praticamente inventar um mundo novo. Perpetua foi inspirado no 'Inferno de Dante'. Segundo a obra 'Divina Comédia' o inferno é dividido em nove parte:
LIMBO: Aqui ficam o pagãos virtuosos e aos não batizados. Presos e dormentes para toda a eternidade sem poder sair.
LUXÚRIA: Sala do julgamento. Aqueles que praticaram o pecado da luxúria.
GULA: Encontram-se os gulosos.O lugar tem um Lago da Lama.
GANÂNCIA: Aqui ficam os pródigos e avarentos. Esse lugar possui grandes Colinas de Rocha.
IRA: Abriga os acusados de ira. Existe um rio chamado Estige.
HERESIA: Aqueles que foram hereges em vida, os que não acreditaram na existência de Deus e de Jesus como seu Filho. Existe nesse lugar um Cemitério de Fogo.
VIOLÊNCIA: É o destino dos que praticaram a violência.
FRAUDE: sedutores, aduladores e lisonjeiros, simoníacos, adivinhos, corruptos, hipócritas, maus conselheiros e aqueles que semearam a discórdia.
TRAIÇÃO: Aqui abitam os traidores.
Como vocês podem ter notado existem semelhanças entre o inferno do livro a Divina Comédia e o mundo Perpetua e não foi por acaso. Eu realmente me inspirei nele para criar esse mundo distópico. Em Crônicas de Perpétua eu utilizei essas nove partes da forma que achei mais conveniente.
LIMBO: Cabana. - Aqui ficam aqueles que acordaram na cabana. Eles só ficam acordados durante uma hora e se não decidirem sair ficam presos e acabam morrendo.
VIOLÊNCIA: A floresta. Dividida em três partes. Representa a violência sofrida pelo personagem Kyle e Anita. A primeira parte da floresta era densa e representava a mente de Kyle. O caos. A bagagem que desapareceu era a bagagem emocional que deve ser descartada. A segunda parte da floresta com os musgos representa a esperança a parte da floresta que está junto a mudança emocional. A procura por coisas melhores. Nela se encontram os monstros do passado tentando te impedir de avançar até a terceira e última parte da floresta: a floresta seca cheia de pedras. As árvores secas representam a forma como Kyle vê o mundo. Sem esperanças. As pedras são os obstáculos que ele colocou entre as pessoas á sua volta. As rosas com espinhos representam as feridas que Kyle e Anita sofreram ao longo da vida.
IRA: Rio Vermelho. O rio representa a quantidade de raiva que Kyle e Anita acumularam durante a vida. O rio é feito de suas lágrimas por isso tem um gosto tão ruim.
FRAUDE: Uma Mansão Abandonada. Ela representa a falsa segurança de se fechar e achar que está tudo bem. É um lugar seguro, mas na verdade é uma fraude já que se os personagens não saíssem dali ficariam presos para sempre sem retornar a sociedade.
GANÂNCIA: Colinas com cavernas.
GULA: Desejo Insaciável de sentir algo. Lago de lama. É o lugar mais sujo. A mãe de Kyle e Anita tinha o pecado da gula. Mesmo sabendo o que o marido fazia com os filhos ela escolheu acoberta-lo e ficar com ele. Ela tinha gula por amor de um homem doente.
TRAIÇÃO: A mãe e o pai eram os grandes traidores.
HERESIA: Cemitério atrás da mansão.
LUXÚRIA: Um enorme rio cheio de uma substância que aumenta disparadamente a libido de qualquer um que se atreve a beber de suas águas. luxúria é a busca excessiva ao prazer e nessa parte é quando os personagens saem em busca da cidade prometida.
Vou me dedicar um tempo agora a outras obras, mas farei sim outros livros de Crônicas de Perpetua e devido aos pedidos esses livros irão continuar contando a história de Kyle. Espero que tenham gostado. Obrigado por todos os comentários e votos que vocês deixaram. Fiquei muito feliz por essa obra ter sido bem aceita. Gostei muito de escrevê-la. Um grande abraço a todos.
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
CAPITULO 23 Jake tinha me ligado dizendo que o assassino de Kenny tinha se entregado. Eu nem acreditei quando ele disse: Rup...
-
ENTENDA capítulo dez D epois de ter dito as coisas ridículas que disse para Jerry eu dei risada de mim mes...
-
C apítulo Vinte e Quatr o JONH DOE M eu pai e eu dormimos em cama...
-
C apítulo Trinta e Doi s MELANCOLIA E ra sexta-feira. Faltava um ...
-
NOVE capítulo vinte e seis É melhor se arriscar ao ridículo do que viver sem nunca ter tentado. O medo de p...
-
FIM DE JOGO capítulo vinte e sete Q uem nunca ouviu dizer aquela frase: "Encontrei minha alma gêmea!...
-
ALGUÉM TE AMA capítulo onze O corretor mal educado e presunçoso começou a me mostrar o apartamento em uma...
-
ABISMO capítulo um Q uando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha de volta para você. Infeliz...
-
PARA ONDE FORAM OS BONS TEMPOS? capítulo dois E ra patético. Quase dois meses se passaram desde a morte dele...
-
TODOS IRIAM INVEJAR capítulo onze P or mais que eu não quisesse ter contato com Charley eu tive que eng...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
Acabou ?
ResponderExcluirO primeiro livro sim, mas tera cpntinuação ;) Essa foi só a primeira temporada.
ExcluirTriste por ter terminado é feliz pela volta de misty, é fiquei pensando que depois que o kyler curar a filha de Ross fique apaixonado pelo kyler queria ver Ted Mike doido por isso.
ResponderExcluirAlguém está lendo minha mente... rsrsrsrsr .
ExcluirAinda planeja atualizar os pdfs que faltam pra download? Vi que no wattpad tem Verdadeiramente Fiel 3 mas n tem o link pra download aqui, enfim, desculpe se isso n faz parte do assunto desse poste, no mais gostei bastante do seu trabalho, vc escreve muito bem.
ResponderExcluirObrigado pelo elogio. Tem problema não. É o seguinte: Eu ainda não terminei o Volume 3 de Verdaderiamente Fiel, mas decidi colocar as partes que escrevi la no Wattpad. Quando terminar de escrever o Volume 3 Vou postar lá e colocar o PDF para download. Um abraço ;)
ExcluirCara seus contos são maravilhosos... já li quase tds... isso pq tem pouco tempo que encontrei eles...
ResponderExcluir