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UM PEDIDO INCONVENIENTE capítulo onze
assaram-se alguns dias desde que
eu tinha contado para o meu pai que eu iria me mudar para a África e a cada dia
que passava parecia que meu pai aceitava um pouco mais a ideia de me ter longe,
mas é claro que eu sabia que era fingimento porque por dentro meu pai tinha
vontade de amarrar minhas mãos, minhas pernas e me jogar dentro do quarto.
Era quarta-feira e depois que meu
pai e Vanessa foram trabalhar eu decidi assistir um pouco de televisão. Assisti
por mais ou menos 40 minutos e eu acabei ficando distraído e quase pulei do
sofá quando o celular vibrou na minha perna.
- que droga – falei pra mim mesmo
atendendo o celular tremendo. – alô
- Mike é a Vanessa.
- aconteceu alguma coisa?
- nada. É que eu tenho uma
reunião agora e eu acabei esquecendo uma pasta em cima da cômoda no quarto do
seu pai. será que você poderia pegar um taxi e trazer pra mim? Eu posso ficar
enrolando até você chegar.
- claro que sim.
- é uma pasta cinza. Ela está em
cima da cômoda, pega ela e trás no sétimo andar.
- tudo bem.
- obrigada Mike, até mais.
- até – falei desligando.
Desliguei a TV e já liguei para
um moto taxi para me buscar. Eu não gostava muito de andar de moto, mas era uma
exceção. Me vesti rapidamente e assim que peguei a pasta eu escutei alguém
buzinando em frente minha casa. Eu tranquei tudo e subi na moto a caminho da
empresa.
Ao chegar eu paguei a corrida e
fui rapidamente até o prédio. Eu apertei o botão do sétimo andar no elevador e
ele subiu o mais rápido possível. Ao chegar ao sétimo andar eu bati na porta da
sala de reunião e Roman abriu a porta.
- bom dia – falou ele.
- bom dia Roman – falei sem graça
– eu nunca mais tinha visto Roman desde que nós tínhamos terminado no dia em
que ele me colocou no avião – trouxe esses arquivos para Vanessa.
- muito obrigado – falou ele
pegando.
- até mais – falei me afastando.
- até – falou ele fechando a
porta.
Apertei o botão do elevador e
fiquei lá parado sem fazer nada a não ser ficar pensando em Roman.
Logo o elevador parou e ao invés
de apertar o T de térreo eu apertei o 20º andar.
- que droga, já estou aqui mesmo
vou dar uma passada para ver Adam. Logo começou a tocar uma música no elevador.
“Let It Be” dos Beatles. – de onde
está vindo essa música? – falei olhando para todos os lados e logo percebi que
a música estava vindo dos altos falantes do elevador. Eles tinham finalmente
colocado músicas para tocar. Em todos os meus anos eles nunca tinham feito
isso.
O elevador parou no 20º andar e
abriu a porta a recepcionista olhou para mim e me deu um sorriso.
- bom dia – falou ela.
- bom dia o Adam está em reunião?
- não, vou avisar que você está
aqui.
- muito obrigado – falei indo até
o bebedouro e pegando um copo de água bem gelada.
- Sr. White o…
- Mike – falei engolindo
depressa.
- Mike está aqui na recepção –
falou ela esperando alguns segundos – tudo bem – falou ela desligando o
telefone – ele disse que você pode entrar.
- obrigado – falei sorrindo – eu
coloquei a mão na maçaneta e Adam abriu a porta rápido.
- bom dia – falou ele estendendo
a mão.
- bom dia.
- o senhor quer que eu barre
todas as ligações e visitas? – perguntou ela.
- sim – respondeu Adam.
- não – falei em seguida – não
vai precisar, se alguém chegar pode mandar entrar sem bater.
- tudo bem – falou ela.
Nós então entramos na sala.
- agora tem musica no elevador? –
perguntei quando ele fechou a porta.
- decidi colocar, pode dar uma
animada no lugar falou ele me abraçando e dando um beijo na minha boca, mas eu
o afastei.
- o que é isso? – falei olhando
para ele.
- eu sabia que aquela não era
nossa última vez.
- mas foi – falei olhando para
ele – eu não quero te ofender Adam, você é um amigo e foi o homem que me deu
uma oportunidade de emprego, mas a última coisa que eu quero é fazer sexo com
você.
- ok – falou ele – sente-se, o
que o trás aqui – falei me sentando na cadeira de frente para a mesa dele e
Adam se sentou na cadeira “presidencial”.
- eu vim trazer alguns documentos
para a reunião de Vanessa. Ela esqueceu. Eu decidi vir dar um oi, só isso.
- ok – falou ele com um sorriso –
mas vai me dizer que isso não passou por sua cabeça? – falou ele.
- não. Juro pra você.
- mentira – falou ele – pelo
menos admita que não consegue viver sem meus beijos e minha pegada.
- olha Adam, eu não quero te
desrespeitar, mas de todas as pessoas que me traíram ao não me contar sobre Felix
você foi o que mais me magoou. Você sabia que o Felix tinha morrido e não me
disse nada. De todas as pessoas eu esperava que você fosse me contar. Você
sabia que ele tinha morrido e mesmo assim me disse que não poderia ficar
esperando por ele e que nós dois devíamos ficar juntos. Você usou o Felix e
brincou com meus sentimentos apenas para transar comigo porque eu sei que você
não me ama.
- sinto muito Mike. Eu realmente
não queria ter usado aquilo…
- mas usou e me machucou muito
saber que você mentiu apenas para ter uma chance comigo.
- pensei que depois que
descobrisse você não se importaria.
- porque? Porque eu me
apaixonaria pelo seu “pênis de ouro”?
Ele não falou nada por alguns
segundos.
- desculpe-me se eu te trato como
uma das minhas amantes eu não tive a intenção de fazer você se sentir dessa
maneira.
- ok – falei respirando fundo –
eu também estou errado, não devia vir até aqui no seu trabalho para jogar
coisas na sua cara.
- você está certo – falou ele
respirando fundo sem graça – e usou assim mesmo, faço de tudo para tranzar.
- olha eu não estou dizendo que
não é bom de cama, você é. Ótimo pra dizer a verdade, mas você não acha que merece
usar todo esse dom com uma pessoa que realmente ama? Você é um homem de verdade
Adam: não tem medo de expor seus sentimentos, é carinhoso, se importa com as
pessoas, ama seus filhos, amoroso… você merece alguém que te ame pelo o que
você é. Não estou dizendo que é errado fazer sexo sem compromisso, deus sabe o
quanto eu já fiz, mas você já tem 42 anos… quer passar mesmo o resto dos seus
dias sozinho? Sua beleza vai embora um dia, sua juventude vai desaparecer e
tudo o que vai querer é alguém que te ama ao seu lado e se continuar agindo
dessa forma você vai morrer sozinho. Por mais que seus filhos te amem eles não
vão estar ao seu lado vinte e quatro horas por dia.
- quer saber? – falou ele – você
está certo. Eu me convenci de que ficarei mais feliz sem minha esposa, mas a
verdade é que ela é uma mulher incrível por ter me aturado até hoje.
- pois então? Converse com ela,
diga como se sente. O problema pode desaparecer se vocês dois fizerem terapia
de casal. Eu sei que tem muitas pessoas que acham que os psicólogos são
charlatões, mas a verdade é que eles são ótimos profissionais.
- você acha que devo fazer isso?
- é o meu conselho.
- mas eu já pedi o divorcio.
- nunca é tarde demais.
- obrigado pelo conselho – falou
ele se levantando sorrindo.
- de nada – falei me levantando.
- será que posso te dar um
abraço?
- pode – falei abrindo os braços
e nós nos abraçamos. Eu senti a excitação dele em mim. – Adam…
- eu sei – falou ele rindo – eu
sou um cachorro não posso evitar de ficar assim.
- tudo bem – falei rindo – não
fuja do amor Adam. Não tenha medo de cair de cabeça.
- eu digo o mesmo – falou Adam –
você tem certeza que quer mesmo se mudar?
- outra vez esse assunto? – falei
soltando ele.
- você dá conselhos tão bom Mike,
mas não segue nenhum.
- eu sou um poço de emoção Adam,
eu sou sensível e todo decisões por impulso e quando coloco uma coisa na cabeça
não consigo tirar, além de me importar muito com a opinião das pessoas mesmo
sabendo que não devia.
- pois se importe com a opinião
daqueles que estão dizendo que essa ideia é errada.
- tudo bem – falei respirando
fundo – não vamos estragar o momento.
- ok – falou Adam – quer ficar
para almoçar?
- não obrigado, eu vou voltar
para casa – falei abrindo a porta da sala dele.
- tudo bem então – falou ele
dando me abraçando e dando um beijo no meu rosto – pense no que eu disse.
- tudo bem eu vou pensar – falei
me afastando dele para ir ao elevador.
- até mais – falou ele fechando a
porta.
- até – falei entrando no elevador.
Eu estava indo para o térreo
quando o elevador parou no sétimo. Para meu azar Roman entrou no elevador.
- nos encontramos de novo – falou
ele com um sorriso entrando no elevador.
- pois é – falei chegando para o
lado e ele ficou ao meu lado.
Dessa vez tocava “Valerie” na voz
de Amy Whinehouse.
- adoro essa música – falou
Roman.
- também, mas prefiro a versão
original é bem mais sombria.
- típico – falou ele com um
sorriso – você sempre gostou das coisas mais sombrias.
- fazer o que né? Se eu gosto eu
gosto – falei sorrindo – já acabou a reunião?
- a Vanessa não precisa mais de
mim então vou comer algo porque nem tomei café da manhã. Quer vir comigo?
- não obrigado – falei quando
saímos do elevador.
Nós andamos até o lado de fora do
prédio.
- até mais – falei para Roman.
- Mike… - falou Roman – eu queria
te falar uma coisa, mas estou sem jeito.
- pode falar.
- é que… - falou ele olhando para
mim – eu queria de volta o colar que eu te dei quando nós começamos a namorar.
Eu quero dar ele para o Aaron.
Aquilo foi uma tijolada na minha
cabeça.
- você tá curtindo com a minha
cara né?
- não porque?
- eu pensei que você…
- você tem que me superar – falou
Roman.
- você está se achando demais –
falei colocando a mão no bolso e tirando o colar.
- você está com ele?
- sim. Quando você me deu pediu
que eu cuidasse dele então todo esse tempo ele ficou comigo.
- obrigado – falou ele.
- eu quero o meu broche de volta.
- o seu…
- vai me dizer que sumiu ele?
- eu não me lembro onde está.
- quer saber? Fica com ele –
falei me virando.
- Mike espera eu vou encontra-lo.
- não precisa – falei olhando
para ele – e a propósito, no fim do mês eu vou me mudar para a África, então
sim. Eu te superei eu só não achei que fosse querer o colar de volta afinal ele
significou muito pra mim, mas pelo visto o tempo que ficamos juntos não
significou tanto para você.
- Mike…
- esquece – falei descendo as
escadas e acenando para ele.
Eu então voltei para casa rindo
da situação, porque eu já tinha chorado demais na vida. Decidi ir embora de
metrô para ver a cidade outra vez. Uma dos prazeres que eu ainda tinha em San
Diego era andar de metrô, porque eu adorava.
Eu estava a pé quase chegando em
casa e a medida que me aproximava eu tive uma grande surpresa. Meu tio Roger,
Peter e Leo estava lá.
Finalmente eles haviam chegado
- vocês podiam ter ligado – falei
enquanto ajudava a levar as malas para os quartos.
- nós queríamos fazer uma
surpresa – falou meu tio. – só não imaginei que não teria ninguém em casa.
- pois é, quando menos esperamos
é que essas coisas acontecem – falei colocando a mala dentro do quarto de
hospedes.
Desci as escadas e Leo estava
entrando com uma mala.
- essa é a última – falou Leo.
- vou fechar o portão – falei
indo até lá e fechando ele.
- senti sua falta – falou meu
primo me abraçando e um beijo no rosto.
- também – falei abraçando ele
forte – e então? Vai ficar me provocando?
- não – falou ele rindo – eu
prometo.
Meu tio e Peter desceram escadas.
- seu pai está no trabalho? –
perguntou tio Roger me dando um abraço.
- está sim – respondi dando um
beijo no rosto dele.
- acho que devíamos mesmo ter
ligado – falou ele com um sorriso.
- a surpresa deu certo. Só não
saiu exatamente do jeito que vocês queriam, mas me surpreendeu e muito. – falei
dando um abraço no Peter e ele deu um beijo no meu rosto. - então? Vão querer
uma água, refrigerante, suco?
- que tal cerveja? – perguntou
meu tio
- não tem – falei lamentando –
mas eu posso buscar se vocês quiserem.
- pode deixar – falou meu tio.
- eu busco sem problemas.
- vamos com ele – falou Peter.
- vamos – falou Leo.
- pode ficar a vontade tio o
supermercado fica dois quarteirões daqui.
- tudo bem – falou ele tirando as
botas que usava.
- agora vocês é que vão ter que
usar as roupas típicas daqui.
- nem pensar – falou meu tio – as
gatinhas daqui são doidinhas em cowboys. Só de ver um eles ficam molhadinhas.
- eca tio, já terminou com a
Maya?
- não, por quê? – perguntou ele
tirando a camisa xadrez.
- todos os héteros são assim?
- a maioria – falou ele – e além
do mais não custa nada provocar, não precisa traição, só uma chupa…
- pelo amor de deus não termine e
frase – falei abrindo o portão com o controle – vamos logo porque se não…
- até daqui a pouco – falou ele.
Leo, Peter e eu saímos e eu
fechei portão. Nós então saímos andando até o supermercado e no caminho fomos
colocando a conversa em dia.
- como estão todos?
- A Gwen te mandou um abraço –
falou Peter.
- obrigado, manda um pra ele
quando voltarem.
- com certeza – falou ele.
- e o Joe e a Katty?
- estão ótimos – falou Leo – eles
também mandaram abraços.
- fico feliz que todos estejam
bem.
- graças a você – falou Peter –
todos estamos bem graças a você.
- obrigado, mas não toque nesse
assunto a febre por mim já se passou e eu não tenho mais fotógrafos correndo
atrás de mim.
- ok – falou Peter.
- me conta Peter, já encontrou
algum gatinho?
- que nada – falou ele.
- por quê? Não anda caçando?
- sei lá, eu saio por ai, vou aos
bares, bebo, converso, faço amizade, mas não consigo ninguém. Não sei se é
porque eu passei a vida toda me fazendo de hetero, mas parece que ninguém
percebe que eu sou gay.
- é uma droga hein?
- pois é.
- quem sabe aqui você não
consegue um namorado? Ai você já volta pra casa compromissado.
- quem sabe – falou ele.
Nós chegamos ao supermercado e
fomos à sessão de bebidas e já pegamos várias para que não precisasse voltar lá
por pelo menos duas semanas. Nós pagamos as bebidas e Peter e Leo decidiram
carrega-las sozinhos porque segundos eles um herói merecia ser tratado como um
rei.
Nós chegamos em casa e já colocamos todas no
refrigerados.
- eu vou fazer o almoço de vocês
– falei na cozinha.
- não precisa eu faço – falou meu
tio.
- nem pensar, enquanto eu estava
na sua casa você cozinhou agora você vai ficar de pernas para o ar enquanto eu
faço o almoço.
- você que manda – falou ele
abrindo uma latinha de cerveja. Peter e Leo fizeram o mesmo, eu decidi ficar só
com o refrigerante – quais são as novidades?
- eu não tenho nenhuma novidade –
falou meu tio – e você? não quer nos contar nada?
Eu olhei para o meu tio e o
encarei por alguns segundos
- meu pai te contou, não foi?
- foi sim, mas eu queria saber se
essa estupidez era real e eu queria ouvir você dizendo.
- por favor, tio não me julgue.
- não estou te jugando, só acho
que levou muito a sério o tal “herói” e agora vai se mudar.
- não é nada disso eu só estou
querendo ter um propósito na vida.
- e esse é o propósito? Abandonar
tudo só porque não encontra alguém decente aqui?
- quem te falou isso? meu pai né?
- com certeza. E eu concordo com
ele, você é idiota de sair daqui. Mike os problemas não vão te deixar eles vão
onde você estiver você deve enfrenta-los. Arranje outro propósito para viver.
Tem tantas opções, se é para ser voluntário seja aqui mesmo.
- por favor tio, não quero falar
sobre isso.
- está vendo? – falou meu tio –
esse é você fugindo de um problema.
- eu tenho uma novidade – falou
Leo.
- qual? – perguntei.
- a Katty está grávida.
- mentira! – falei olhando para
ele.
- é verdade – falou ele sorrindo
– eu vou ser papai.
- sério Leo? Que bom. Quando você
descobriu?
- semana passada.
- porque não me contou?
- eu queria fazer uma surpresa e
contar pessoalmente.
- ela está grávida de quantos
meses?
- semana passada completou 10
semanas.
- espera – falei fechando a tampa
da panela de arroz – quer dizer então que…
- quando você salvou a vida dela
você salvou a vida do meu filho – falou Leo com lágrimas nos olhos.
- não chora Leo eu nunca te vi
chorar.
- não estou chorando – falou ele
limpando os olhos – só estou emocionado. Eu fico pensando se tivesse acontecido
algo comigo, com ela ou com o bebê naquele acidente. A Empresa vai ter que
pagar uma enorme indenização. Um bebê muda todo o processo.
- tomara que vocês ganhem – falei
– Não pelo dinheiro, mas o único jeito de atingir as empresas é onde mais dói:
nos bolsos.
- pois é – falou meu tio.
- eles já até escolheram o nome
do bebê – falou Peter
- já sabem o sexo?
- sim – falou Leo – pagamos por
um exame caríssimo, mas conseguimos saber o sexo.
- é menino?
- sim
- que legal – falei abaixando o
fogo de duas panelas – qual vai ser o nome?
- Cory Morgan Fabray – falou Leo.
- um nome lindo – falei sorrindo
para Leo – meus parabéns você vai ser um ótimo pai.
- obrigado – falou ele.
- não sei se o meu pai falou, mas
a Vanessa está morando aqui.
- sério? – perguntou Roger.
- ele não contou?
- não – falou Roger.
- meu pai é engraçado, ele conta
os segredos de todo mundo, mas quando se trata dele ele se faz de besta.
Depois do almoço pronto todos
pararam de beber e todos nós almoçamos. A tarde nós conversamos e assistimos
televisão. Quando meu pai e Vanessa chegaram eles tiveram uma surpresa.
Todos se cumprimentaram e mais
uma vez todos pegaram sua latinha de cerveja e já foram tomar todas e começaram
a conversar. Vanessa e eu fomos os únicos a não beber cerveja.
- e então Roger, ele te ouviu?
Porque o “pai” dele não adianta mais falar nada. Se é que ele me considera
mesmo um pai porque não me ouve.
- para de falar sobre isso.
- eu falei sim Larry, mas também
não adiantou ele insiste em cometer esse erro.
- e você Peter? – perguntou meu
pai – dê um motivo para o Mike ficar.
- não sei nem o que dizer a ele,
acho que ele tomou a decisão certa. Se ele acha que é o certo a fazer ele deve
seguir o coração.
- obrigado – falei para Peter.
- tudo bem, ele sabe que as
portas vão estar sempre abertas para ele voltar quando quiser.
- obrigado pai.
- Larry você não me contou que
Vanessa estava morando aqui?
- não? – perguntou meu pai.
- não se faça de santinho pai.
- ok, eu confesso que não quis
contar.
- ele tem vergonha de estar
amando outra vez – falei.
- nós temos uma grande noticia
Larry – falou meu tio Roger olhando para Leo.
- qual noticia? – perguntou meu
pai.
- minha namorada, Katty esta
grávida.
- sério? – perguntou meu pai indo
até ele e dando parabéns – finalmente vai ser papai.
- sim. Eu estou animado.
- já sabem o sexo do bebê? –
perguntou Vanessa.
- sim, homem.
- que droga – falou Vanessa – eu
estou com 8 semanas e o médico ainda não sabe que o sexo do meu.
Quando ela disse isso eu olhei
para ela institivamente e em seguida todos se calaram e olharam para ela.
- o que você disse? – perguntou
meu pai.
- parabéns – falou ela colocando
a mão na barriga – você vai ser papai outra vez.
- meu pai é estéril – falei
olhando para ela.
- você é estéril? – perguntou
Vanessa nervosa.
- foi por isso que ele me adotou
– falei olhando para ela e depois para o meu pai que não demonstrava nenhuma
reação.
- mas Larry… - falou Vanessa.
Meu pai então se levantou e foi
na direção dela e deu um abraço.
- nem acredito – falou meu pai
chorando de felicidade.
- pai o filho não é seu! – falei
nervoso.
- eu não te traio Larry se o
filho não é seu eu sou a nova virgem Maria. – falou ela olhando para meu pai
preocupada.
Meu pai então se ajoelhou e
beijou a barriga dela.
- o que está acontecendo? –
perguntei – como o senhor pode aceitar isso? ela nem sabia que o senhor é
estéril.
Meu pai se levantou e olhou pra
mim.
- filho eu comecei a fazer
tratamento há uns meses atrás. Quando decidimos te adotar não existia a
tecnologia que existe hoje. Eu descobri essa clinica que consegue fazer com que
homens estéreis consigam ser pais naturalmente.
- sério? – perguntei olhando para
ele – me adotar não foi algo natural? Eu tenho te decepcionado tanto esses
últimos meses que anda procurando um jeito de me substituir?
- filho não é isso – falou meu
pai.
- você vai amá-lo mais pai? Vai
amar o seu filho verdadeiro mais do que a mim?
- filho deixa de ciúmes – falou
meu pai rindo. Parecia que ele não estava me levando a sério – Fique feliz por
mim. – falou ele vindo até mim para um abraço.
- quer saber? Eu vou para o meu
quarto, não estou conseguindo digerir isso – falei subindo as escadas.
- o que aconteceu aqui? –
perguntou meu pai – ele devia ficar feliz por mim
- ponha-se no lugar dele Larry –
falou Roger – ele é seu filho adotado, você fazer tratamento para ter um filho
da forma tradicional é o mesmo que dizer “não preciso mais de você porque agora
eu consigo ter um filho de verdade”.
- gente isso é bobagem – falou
meu pai.
- vai conversar com ele Larry –
falou Vanessa – eu não devia ter contado… se eu soubesse que você era estéril
eu nunca teria dito na frente dele eu teria feito você conversar com ele
primeiro.
- não fica nervosa – falou meu
pai.
- eu não vou perder o bebê Larry
– falou Vanessa Esse daqui ainda é praticamente um feto vai agora lá em cima
cuidar do seu filho.
- tudo bem – falou meu pai dando
um beijo na boca de Vanessa. Ele estava sorridente.
Eu estava deitado na minha cama
de barriga pra baixo olhando por debaixo da porta. Porque meu pai estava tão
interessado em outro filho? Será por causa das minhas últimas escolhas? Porque
eu sou gay? Por causa de Charley? Porque eu gostei do meu pai biológico? Ou
será porque eu tinha um vídeo de sexo? Não importa o motivo o certo era que eu
o tinha decepcionado para ele tomar uma decisão como essa.
Eu vi a sombra de alguém por
debaixo da porta e logo ouvi duas batidas.
- filho eu vou entrar – falou ele
abrindo a porta.
- o que eu fiz? – perguntei
sentindo as lágrimas caírem no lençol. – eu te decepcionei?
- não é nada disso filho – falou
ele fechando a porta e se ajoelhando em frente mim e limpando minhas lágrimas
com os dedos – desculpa por não pensar nos seus sentimentos. Eu nunca imaginei
que isso te afetaria.
- porque precisa de outro filho?
Para não cometer os erros que eu cometi? Pode falar – minha visão ficou
embasada de tantas lágrimas.
- não chora filho, papai te ama –
falou ele dando um selinho na minha boca e beijos no meu rosto. – você está
partindo meu coração chorando desse jeito. Você sabe que o pai te ama. Não tem
nada a ver com você.
- então por quê? – perguntei.
- porque não? – perguntou meu
pai. – você sempre me aconselhou as começar uma nova vida. Porque isso agora?
- eu não pensei que quisesse
outro filho.
- não é o fato de eu ter
conseguido engravidar alguém, mas o fato de eu ser pai outra vez. Eu nunca
conseguiria adotar uma criança, eu já sou velho e ficaria na fila por anos.
- eu não entendo.
Meu pai se levantou e pulou do
meu lado na cama, se sentou escorando na cabeceira e me puxou fazendo com que
eu deitasse a cabeça no colo dele.
- não vou sair daqui. Vou dormir
com você. eu não vou conseguir dormir sabendo que você está no quarto ao lado
triste.
- eu quero entender, mas não
consigo – falei suspirando.
- você se tornou um homem
maravilhoso filho eu sinto que fiz o meu trabalho e estou pronto para começar
outra vez.
- o senhor acha isso?
- acho.
- então porque não quer que eu me
mude?
- eu sou sei pai. um pai não quer
que um filho ande com as próprias pernas nunca. Nós somos tão ligados um no
outro eu não quero mesmo que você vá. Você vai estar sozinho e eu não acho que
você esteja emocionalmente preparado para cuidar de si mesmo em outro país.
Você me desculpe, mas você é uma pessoa muito volúvel filho você fica
depressivo com qualquer coisa e se tranca no quarto por dias. Você precisa de
alguém para te guiar e se não for eu? Tem que ser um namorado ou alguém que te
conheça… enfim… você vai ser sempre meu garotinho independente de quantos
filhos eu tenha e você é meu filho de sangue sim. Não importa como os outros
vejam você é meu filho verdadeiro.
Eu não disse nada e apenas fiquei
lá deitado no colo dele. Meu pai tinha razão. Eu estava sendo um pouco bobo
quanto a isso, mas todo já foi bobo um dia na vida e eu estava com ciúmes de um
bebê que mal tinha sido fecundado.
- parabéns – falei ainda deitado
no colo dele.
- obrigado – falou ele.
- eu posso escolher o nome do
bebê?
- pode – falou ele rindo – já tem
algumas ideias?
- sim. Se for menina vai se
chamar Rachel. É o nome que eu daria a minha filha, mas pelo que vejo o máximo
que eu vou ter vai ser um monte de gatos.
- e se for menino?
- Felix.
- em homenagem ao seu namorado
falecido, certo?
- sim.
- tudo bem. São boas sugestões eu
vou coloca-las em pauta como primeiro da lista.
- tudo bem – falei rindo.
- está se sentindo melhor? –
perguntou meu pai acariciando meus cabelos.
- estou sim – falei me levantando
e me sentando na cama.
- eu te amo filho – falou ele me
abraçando.
- também te amo pai.
- você vai descer?
- não depois do mico que eu
paguei.
- não foi mico. Todos eles
entendem você.
- eu sei, mas não quero ir. Diz
para a Vanessa que eu sinto muito ter duvidado da palavra dela.
- está perdoado – falou Vanessa
entrando no quarto. – ela estava com um sorriso no rosto.
- me desculpa mesmo Vanessa.
- sem problemas, até eu duvidei
de mim mesmo quando disse que ele é estéril.
- estou feliz por vocês dois –
falei abraçando ela – você tem sorte bebê – falei colocando a mão na barriga
dela – vai ter a mãe e o pai mais amorosos do mundo.
- você vai descer agora? –
perguntou meu pai se levantando da cama.
- não. Vou escovar meus dentes
tomar um banho e ir me deitar, dá boa noite para todos por mim.
- dou sim – falou ele dando um
beijo no meu rosto – boa noite campeão.
- boa noite pai – falei beijando
o rosto dele.
- boa noite – falou Vanessa.
- boa noite – falei.
Eles saíram e fecharam a porta.
Eu então fui para o banheiro e
tomei um banho e depois de escovar meus dentes eu desliguei a luz do meu quarto
e me deitei. Eu olhei as horas no meu celular e ainda era 20h57min. Muito cedo,
mas eu estava com o corpo cansado então ficaria deitado porque a qualquer hora
eu dormiria. Não foi isso que aconteceu pelas duas horas que se passaram.
Eu virei para todo lado e não
conseguia pegar no sono. Eu peguei meu celular mais uma vez e o relógio marca
23h23min.
- não vou dormir nunca? – falei
pra mim mesmo bocejando.
Foi então que alguém abriu a
porta do meu quarto. Eu levantei a cabeça para ver e era meu tio Roger.
- está acordado? – perguntou ele
entrando e deixando a porta aberta.
- estou sim.
- só vim desejar boa noite, já
vou me deitar.
- boa noite – falei.
- boa noite – falou ele dando um
beijo no meu rosto – titio te ama – falou ele rindo.
- eu sei que sim.
Ele saiu do quarto e eu virei
para o lado para tentar dormir. Depois de alguns segundos a porta se abriu
outra vez e a luz iluminou meu rosto. Era Leo.
- boa noite primo – falou ele
indo até a cama e me dando um beijo de boa noite.
- boa noite – falei beijando o
rosto dele.
- você sabe que te amo né primo?
Eu nunca tive vergonha de dizer isso; mesmo sendo adotado eu sempre te
considerei desde quando éramos moleques.
- eu sei – falei.
- e você salvou a vida da minha
futura esposa e do meu filho então eu vou ser eternamente grato.
- também te amo – falei beijando
o rosto dele outra vez.
- boa noite – falou ele fechando
a porta do quarto.
- boa noite – falei.
Desta vez eu fechei os olhos. O
sono estava chegando. Eu comecei a cochilar e ouvi a porta sendo aberta outra
vez. Era Peter.
- posso entrar? – perguntou ele.
- pode – falei.
- o Leo disse que estava acordado
por isso eu vim, espero que não tenha te acordado.
- não me acordou não.
- só vim dizer boa noite – falou
ele.
- não vai me dar um beijo de boa
noite? Os dois que vieram antes me deram – falei brincando.
- vou sim – falou ele vindo até
mim
- não precisa eu estou só
brincando.
- só um beijo – falou ele.
Ele então deu um beijo no meu
rosto e eu dei um beijo no rosto dele. – boa noite – falei colocando a mão
esquerda no rosto dele.
- boa noite – falou ele
aproximando o rosto do meu e me dando um selinho na boca. – desculpa – falou
ele.
- me dê um motivo pra ficar Peter
– falei alisando o rosto dele – por favor Peter, gosto muito de você. Você é um
amigo especial e sei que você é uma boa pessoa e sei que gosta de mim desde o
dia que tentou me beijar na floresta.
- não sei o que dizer.
- você quer perder a virgindade?
– perguntei de uma vez.
- sim – respondeu ele rapidamente
sem hesitar. Nesse momento dei um selinho em sua boca.
Segurei o rosto dele entre minhas
mãos e nós demos um beijo de língua calmo e gostoso. Ele então subiu na cama e
se deitou em cima de mim me dando um selinho na boca
- tem certeza que quer isso? –
perguntei mais uma vez.
- desde o primeiro dia que eu te
vi eu sabia que a minha primeira vez seria com você.
- fecha a porta do quarto – falei
alisando o rosto dele.
Ele então saiu de cima de mim e
foi em direção à porta. Eu me sentei na cama e acendi a luz do abajur.
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Sabia q eu ia gostar desses dois juntos 💜
ResponderExcluir-E
Valeu -E!
ExcluirFaçam suas apostas porque muita coisa está por vir!
Obrigado E!! um abraço!
ResponderExcluirDIVINO, por mais que eu ame Adam e Mike, e por mais que eu sinta que eles são um para o outro no fim, eu amei Vicent e as palavras dele; me surpreendendo sempre mais Cormick. :D #amandotudoisso
ResponderExcluirAss: o real Baby Grows.
valeu Baby Grows <3
ExcluirSabia kkkk Que ia dar nisso
ResponderExcluirMike tem muito bom gosto..
Mais ainda #FélixeMikejuntos
Ass Alanis ☆
Valeu Alanis ☆! Manda seu Whatsapp quer eu te add tbm!
ExcluirVc si supera a cada capitulo sou seu fa cara asioso pro proximo
ResponderExcluirAss:Neverton
obrigado Neverton!
ExcluirEstá cada vez melhor. Parabéns!
ResponderExcluirMery